Estação Arqueológica da Póvoa de Mileu

IPA.00003923
Portugal, Guarda, Guarda, Guarda
 
Caracterização como hipocausto romano que se sustenta no espólio encontrado e elementos arquitectónicos desaparecidos. estruturas de fornos, canalizações, arcos e abobadilhas de tijolo, cerâmica, torso imperial, objectos de adorno, de carácter funerário e relacionados com a vida quotidiana e económica.
Número IPA Antigo: PT020907410010
 
Registo visualizado 3126 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Conjunto arquitetónico  Edifício e estrutura  Agrícola e florestal  Villa    

Descrição

Área de escavação relativamente restrita, a S. da Capela de Nossa Senhora Mileu, revela vestígios de construções cuja função se desconhece; edifício principal, de planta rectangular, de orientação N. / S., comunicando a N. com compartimento em forma de abside quase circular ou espécie de arco de ferradura, com cerca de 5 m. de diâmetro, mas sendo o muro exterior quadrangular e estando orientado a N.; à esquerda da entrada do edifício principal existe compartimento semi-circular e no interior do primeiro, sensivelmente a meio do seu comprimento, surgem arranques de pilares de forma rectangular, colocados em três fiadas, subdividindo o espaço interno em quatro "naves" longitudinais; na passagem para a "abside" existe ao centro um pilar rematado em triângulo e que sustentaria arco duplo, tendo as impostas em bisel; no interior existem espalhados vários blocos de cantaria. A E. do edifício principal observam-se estruturas ainda não completamente escavadas, vendo-se fragmento de fuste de coluna; a N. do mesmo edifício existem quatro compartimentos de planta rectangular e muros de alvenaria: um maior e outro mais estreito de orientação O. / E., e dois laterais, também estreitos, mas de orientação N. / S., encontrando-se os de menor área ligados entre si. Não são visíveis vestígios de arcos e pavimentos, que existiam anteriormente.

Acessos

Avenida Cidade de Waterbury, no lado Norte

Protecção

Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto nº 41 191, DG, 1ª série, nº 162 de 18 julho 1957 / ZEP, Portaria, DG, nº 221 de 21 setembro 1972

Enquadramento

Urbano, periferia; situa-se a N. numa cota superior à estrada que descreve aqui uma curva, em zona plana sobranceira ao Castro dos Castelos Velhos e delimitada pela Capela de Nossa Senhora do Mileu.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Agrícola e florestal: villa

Utilização Actual

Cultural e recreativa: marco histórico-cultural

Propriedade

Afectação

Época Construção

Época romana

Arquitecto / Construtor / Autor

Cronologia

Época romana - construção; séc. 18 - Frei A. de Santa Maria apontava a origem romana da Capela do Mileu; vestígios detectados em 1951, quando a JAE procedia à abertura da EN. 16; 1951 / 1952: escavação parcial da área dirigida por Luciano Cardoso (Comissão de Arte e Arqueologia) e Bairro Oleiro (Junta Nacional de Educação); actos de vandalismo em 1956 destruiram pilares e arcos de tijolo do edifício principal, fragmentos de pavimento de um piso superior; carácter problemático do edifício, tendo-se avançando as seguintes hipóteses: basílica cristã (Russel Cortez, citado por B. Oleiro); igreja visigótica, devido à forma da abside (F. Almeida); balneário romano ou "villa" com hipocausto (A. V. Rodrigues, F. Almeida), atendendo a calcinação de vestígios, à existência de abóbodas de dois fornos, sistema de canalizações de água (elementos destruídos), sala com estuques pintados (revelada por sondagem) e sulcos nos muros interiores que fariam parte de "caldarium"; "villa" rústica que poderá ter sido reaproveitada como albergaria medieval (F. Almeida); 2000 - 2002 - escavações na estação arqueológica, a S. da Capela, permitiu recolher fragmentos de uma cerâmica cinzenta de pasta fina, com decoração brunida, formando padronagem geométrica; maioritariamente composta por potes, púcaros e copos, datáveis do séc. 01 a 02; apareceu terra sigillata hispânica e lucernas do séc. 01; as escavações eram da responsabilidade de Victor Pereira; 2005 - recomeçaram escavações arqueológicos.

Dados Técnicos

Materiais

Granito; cantaria e alvenaria.

Bibliografia

SANTA MARIA, Frei Agostinho de, Santuário Mariano, Lisboa, 17O7; OLEIRO, Bairrão, Parecer sobre os Restos Romanos da Póvoa do Mileu, Lisboa, 1956; ALMEIDA, Fernando de, Restos de uma Provável "Villa" Romana nas Proximidades da Guarda, Porto, 1961; RODRIGUES, Adriano Vasco, Elementos para o Estudo da Romanização dos Montes Hermínios, Porto, 1962; RODRIGUES, Adriano Vasco, Monografia Artística da Guarda, Guarda, 1984; FARIA, Marques, Subsídios para um Inventário dos Achados Monetários do Distrito da Guarda, Lisboa, 1985; PEREIRA, Vitor e MARQUES, António Carlos, Cerâmica cinzenta fina Alto-Imperial da Póvoa de Mileu (Guarda). Breves apontamento, in Praça Velha, ano VIII, n.º 18, Guarda, Novembro 2005, pp. 19-36; Os segredos do Mileu e de 24 sítios arqueológicos da Beira Interior, in O Interior, 10 Novembro 2005; AMARAL, Deus, Na Póvoa do Mileu trabalhos dependentes da evolução das obras, in Nova Guarda, 11 Janeiro 2006; GUERRA, Carla, Capela e Estação Arqueológica do Mileu, in O Interior, 13 Março 2006.

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

IHRU: DGEMN/DSID

Intervenção Realizada

IPPC: 1991 - limpeza geral da área escavada.

Observações

Espólio identificado: machados de pedra polida, tegulae, cerâmica de construção, "terra sigillata", fíbulas, ornamentos, torso, mós de moinho, fusaiolas, pesos de tear, fragmentos de lucernas, moedas, "exagium", vidros, escápulas, pregos, argola e fivela de cinturão em ferro, escórias de fundição, restos osteológicos humanos, inscrição, lápide funerária (Museu da Guarda). Em 1960 foi elaborado pela DGPU plano de valorização que não chegou a ser executado.

Autor e Data

Margarida Conceição 1991

Actualização

 
 
 
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