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Edifício e estrutura Edifício Cultural e recreativo Casa de espetáculos Teatro
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Descrição
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| Na fachada E., que se desenvolve em 5 pisos, destaca-se um corpo central avançado a partir do 1º andar, com 3 dos pisos em ressalto, suportados por 9 mísulas apresentando decoração vegetalista. Nas extremidades laterais deste corpo, 2 vitrais em arco de volta inteira enquadrados por pilastras; alinhados pelos 5 vãos de porta do piso térreo observam-se as janelas dos pisos de ressalto, intervalados por meias colunas adossadas, de fuste liso e capitéis compósitos, ligadas entre si por balaustrada. O corpo avançado termina-se em altura com balaustrada que delimita varanda para onde se abrem portas no 5º piso. Ao nível do 6º piso, 2 torres de secção quadrada rematadas por cobertura amansardada em zinco. Na zona central do piso térreo, inteiramente decorado em reboco simulando um apainelado de cantaria, destacam-se as 5 portas, abertas em arcos de volta inteira guarnecidos de motivos decorativos vegetalistas. As zonas extremas do piso térreo são dotadas de porta (de verga recta superiormente decorada com mascarões e guirlandas) ladeada por 2 janelas rectangulares. No corpo lateral S., acompanhando a pendente da rua, assiste-se à introdução de um piso intermédio sobre o da entrada. Em cada um dos pisos superiores abrem-se 5 janelas, sendo as 3 centrais agrupadas e separadas entre si por pilastras. |
Acessos
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| Rua Nova da Trindade, n.º 5 - 5 G; Rua da Misericórdia, n.º 12-20. WGS84 (graus decimais): lat. 38,711238, long. -9,424 |
Protecção
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| Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto n.º 8/83, DR, 1.ª série, n.º 19 de 24 janeiro 1983 (fachada) / Incluído na classificação da Lisboa Pombalina (v. IPA.00005966) / Incluído na Zona de Proteção do Castelo de São Jorge e restos das cercas de Lisboa (v. IPA.00003128) / Parcialmente incluído na Zona de Proteção do Aqueduto das Águas Livres (v. IPA.00006811) e na Zona de Proteção do Edificio na Rua Garrett n 102 a 122, Café A Brasileira do Chiado (v. IPA.00005957) |
Enquadramento
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| Urbano, flanqueado, destacado. |
Descrição Complementar
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| "construído em cimento armado [1925]. Os "foyers" da 1.ª e 2.ª ordem estavam decorados em estilo árabe assemelhando-se a um terraço, com um balcão alpendrado. Ao nível da 1.ª ordem e numa "marquise" deitando para a Rua Nova da Trindade, achavam-se dois vitrais - o da esquerda alusivo à Comédia e o da direita simbolizando a Farsa." "Após o teatro da Rua dos Condes - este já um tanto longinquamente - depois do Politeama e a seguir ao São Luís, uma nova sala ver-se-ia forçada a apagar as luzes da ribalta para deixar passar o foco intenso de uma máquina de projeção." (RIBEIRO) "O teatro S. Luís, em 1928, tal como o teatro do Ginásio, em 1934, e o Teatro da Trindade, em 1938, preparam-se para receber a nova arte e não será exagero dizer que essas adaptações são fundamentalmente facilitadas pela estrutura interna de cada um deles." (ACCIAIUOLI)
"Este teatro é muito importante na génese deste tipo de teatro, foi o primeiro teatro quase exclusivamente utilizado para este tipo de espetáculos. Está ligado à génese deste teatro de Variedades e teatro de Revista", Pedro Félix (Diretor do Arquivo Nacional do Som) em entrevista a Miguel Franco de Andrade, Histórias de Lisboa, SIC, 13 de maio de 2025. |
Utilização Inicial
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| Cultural e recreativa: teatro |
Utilização Actual
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| Comercial: centro comercial |
Propriedade
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| Privada: pessoa colectiva |
Afectação
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| Sem afectação |
Época Construção
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| Séc. 20 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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| ARQUITECTO: Francisco Espinho (1993); João Antunes (1923). CONSTRUTORES: Francisco e Diamantino Tojal (1923-1925); DECORADORES: Achilles Rambois (1852); Giuseppe Luigi Cinatti (1852); Joaquim Viegas (1925); ENGENHEIRO: Fernando Iglésias de Oliveira (1923-1925); PINTOR: Domingos Costa (1925). ENCARREGADO DA OBRA: Felisberto da Luz Almeida. |
Cronologia
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| 1845 - aquisição, à Irmandade do Loreto, do terreno onde existia o barracão do Ginásio Lisbonense (circo); obras de adaptação a teatro promovidas pela tipografia Mota (proprietária) e Manuel Machado (fiscal do Teatro de São Carlos); 1846, 17 de maio - inauguração da sala de espetáculos a que se deu o nome de Teatro do Gymnásio, funcionando como teatro de vaudeville e ópera cómica, nessa noite estreou-se o ator Taborda ("Os Fabricantes da Moeda Falsa") trocando a sua profissão de tipógrafo (na Tipografia Mota); 1852, 16 de novembro - reabertura, após obras de remodelação, segundo projecto dos cenógrafos Achilles Rambois e Giuseppe Luigi Cinatti; 1869, 29 de outubro - reabertura, após novas obras de remodelação e ampliação, especializado agora em comédias e farsas; 1921, 5 de novembro - incêndio destrói completamente o edifício, propriedade dos herdeiros do cantor lírico Francisco de Andrade que tinha a propriedade desde 1916; 1923 - reconstrução do edifício sob projecto do arquitecto João Antunes; 1925, 27 de novembro - inauguração do novo Teatro do Gymnasio; 1934 - início do funcionamento como sala de cinema, sob a designação Cine-Ginásio; 1940 (década) - passa a ser gerido por empresa de que eram associados A. Simões de Sousa e Wilhelm Wirges (alemão que faria passar neste cinema quase exclusivamente filmes alemães até ao fim da II Grande Guerra) associados também da distribuidora Mundial Filmes; 1950 (final da década) - fim da actividade como cine-teatro; séc. 20, meados - a Câmara Municipal de Lisboa pretendia o Teatro Ginásio para transformá-lo em hotel; 1960 (década de) - demolição de grande parte do interior do edifício; 1970 - o teatro foi à praça, arrematado pelo Banco Nacional Ultramarino, pela quantia de 11.100.000$00; a parte que dá para a Rua da Misericórdia foi vendida à mesma instituição por 4.900.000$00; 1988 - 1993 - demolição total do edifício, com excepção da fachada para a Rua Nova da Trindade, construindo-se um complexo comercial e de escritórios, conforme projecto de Francisco Espinho *1; 2006, 22 agosto - parecer da DRCLisboa para definição de Zona Especial de Proteção conjunta do castelo de São Jorge e restos das cercas de Lisboa, Baixa Pombalina e imóveis classificados na sua área envolvente; 2011, 10 outubro - o Conselho Nacional de Cultura propõe o arquivamento de definição de Zona Especial de Proteção; 18 outubro - Despacho do diretor do IGESPAR a concordar com o parecer e a pedir novas definições de Zona Especial de Proteção. |
Dados Técnicos
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| Estrutura mista. |
Materiais
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| Alvenaria mista e de tijolo, reboco pintado, cantaria de calcário, estuque pintado, ferro forjado e fundido, vidro. |
Bibliografia
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| A propriedade urbana, 3.ª série, ano LVI, n.º 186, Lisboa, Associação Lisbonense de Proprietários, Setembro - Outubro 1970; RIBEIRO, M. Félix, Os Mais Antigos Cinemas de Lisboa 1896-1939, Lisboa, 1978; Teatro do Ginásio: uma História Acidentada, in Casa e Jardim, Lisboa, Ano XI, nº 132, Março 1989; DIAS, Marina Tavares, Lisboa Desaparecida, Vol. 2, Lisboa, 1990; FERNANDES, José Manuel, Cinemas de Portugal, Lisboa, 1995; RIBEIRO, M. Félix, Os Mais Antigos Cinemas de Lisboa, 1896-1939, Instituto Português de Cinema /Cinemateca Nacional, 1978, pp.77-82; ACCIAIUOLI, Margarida, Os Cinemas de Lisboa - Um fenómeno urbano do século XX, 2.ª edição, Bizâncio, 2013, p.68. |
Documentação Gráfica
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Documentação Fotográfica
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| IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Administrativa
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| IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DSARH; CML: Arquivo de Obras - Proc. n.º 16.167 (R. Nova da Trindade, 5 - 5G) e nº 8.910 (R. da Misericórdia, 12-20) |
Intervenção Realizada
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Observações
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| *1 - a transformação recente do edifício (1988 - 1993) permitiu pôr a descoberto e valorizar o troço da cerca fernandina pré-existente, hoje no interior da construção. |
Autor e Data
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| Paula Noé 1990 / Teresa Vale e Carlos Gomes 1995 |
Actualização
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