Teatro Ginásio

IPA.00003700
Portugal, Lisboa, Lisboa, Santa Maria Maior
 
Arquitectura cultural, ecléctica. Teatro com fachada de gosto neo-clássico, do qual apenas resta a frontaria.
Número IPA Antigo: PT031106270140
 
Registo visualizado 928 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Cultural e recreativo  Casa de espetáculos  Teatro  

Descrição

Na fachada E., que se desenvolve em 5 pisos, destaca-se um corpo central avançado a partir do 1º andar, com 3 dos pisos em ressalto, suportados por 9 mísulas apresentando decoração vegetalista. Nas extremidades laterais deste corpo, 2 vitrais em arco de volta inteira enquadrados por pilastras; alinhados pelos 5 vãos de porta do piso térreo observam-se as janelas dos pisos de ressalto, intervalados por meias colunas adossadas, de fuste liso e capitéis compósitos, ligadas entre si por balaustrada. O corpo avançado termina-se em altura com balaustrada que delimita varanda para onde se abrem portas no 5º piso. Ao nível do 6º piso, 2 torres de secção quadrada rematadas por cobertura amansardada em zinco. Na zona central do piso térreo, inteiramente decorado em reboco simulando um apainelado de cantaria, destacam-se as 5 portas, abertas em arcos de volta inteira guarnecidos de motivos decorativos vegetalistas. As zonas extremas do piso térreo são dotadas de porta (de verga recta superiormente decorada com mascarões e guirlandas) ladeada por 2 janelas rectangulares. No corpo lateral S., acompanhando a pendente da rua, assiste-se à introdução de um piso intermédio sobre o da entrada. Em cada um dos pisos superiores abrem-se 5 janelas, sendo as 3 centrais agrupadas e separadas entre si por pilastras.

Acessos

Rua Nova da Trindade, n.º 5 - 5 G; Rua da Misericórdia, n.º 12-20. WGS84 (graus decimais): lat. 38,711238, long. -9,424

Protecção

Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto n.º 8/83, DR, 1.ª série, n.º 19 de 24 janeiro 1983 (fachada) / Incluído na classificação da Lisboa Pombalina (v. IPA.00005966) / Incluído na Zona de Proteção do Castelo de São Jorge e restos das cercas de Lisboa (v. IPA.00003128) / Parcialmente incluído na Zona de Proteção do Aqueduto das Águas Livres (v. IPA.00006811) e na Zona de Proteção do Edificio na Rua Garrett n 102 a 122, Café A Brasileira do Chiado (v. IPA.00005957)

Enquadramento

Urbano, flanqueado, destacado.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Cultural e recreativa: teatro

Utilização Actual

Comercial: centro comercial

Propriedade

Privada: pessoa colectiva

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 20

Arquitecto / Construtor / Autor

ARQUITECTO: Francisco Espinho (1993); João Antunes (1923). CONSTRUTORES: Francisco e Diamantino Tojal. DECORADORES: Achilles Rambois (1852); Giuseppe Luigi Cinatti (1852); Joaquim Viegas (1925); Domingos Costa (1925). ENCARREGADO DA OBRA: Felisberto da Luz Almeida.

Cronologia

1845 - aquisição, à Irmandade do Loreto, do terreno onde existia o barracão do Ginásio Lisbonense (circo); obras de adaptação a teatro promovidas pela tipografia Mota (proprietária) e Manuel Machado (fiscal do Teatro de São Carlos); 1846 - inauguração e funcionamento como teatro de vaudeville e ópera cómica; 1852 - reabertura, após obras de remodelação, segundo projecto dos cenógrafos Achilles Rambois e Giuseppe Luigi Cinatti; 1869 - reabertura, após novas obras de remodelação e ampliação; 1921 - incêndio destrói completamente o edifício, então propriedade dos herdeiros do cantor lírico Francisco de Andrade; 1923 - reconstrução do edifício sob projecto do arquitecto João Antunes; 1925 - inauguração do novo Teatro do Gymnasio; 1934 - início do funcionamento como sala de cinema, sob a designação Cine-Ginásio; 1950 (final da década) - fim da actividade como cine-teatro; séc. 20, meados - a Câmara Municipal de Lisboa pretendia o Teatro Ginásio para transformá-lo em hotel; 1960 (década de) - demolição de grande parte do interior do edifício; 1970 - o teatro foi à praça, arrematado pelo Banco Nacional Ultramarino, pela quantia de 11.100.000$00; a parte que dá para a Rua da Misericórdia foi vendida à mesma instituição por 4.900.000$00; 1988 - 1993 - demolição total do edifício, com excepção da fachada para a Rua Nova da Trindade, construindo-se um complexo comercial e de escritórios, conforme projecto de Francisco Espinho *1; 2006, 22 agosto - parecer da DRCLisboa para definição de Zona Especial de Proteção conjunta do castelo de São Jorge e restos das cercas de Lisboa, Baixa Pombalina e imóveis classificados na sua área envolvente; 2011, 10 outubro - o Conselho Nacional de Cultura propõe o arquivamento de definição de Zona Especial de Proteção; 18 outubro - Despacho do diretor do IGESPAR a concordar com o parecer e a pedir novas definições de Zona Especial de Proteção.

Dados Técnicos

Estrutura mista.

Materiais

Alvenaria mista e de tijolo, reboco pintado, cantaria de calcário, estuque pintado, ferro forjado e fundido, vidro.

Bibliografia

A propriedade urbana, 3.ª série, ano LVI, n.º 186, Lisboa, Associação Lisbonense de Proprietários, Setembro - Outubro 1970; RIBEIRO, M. Félix, Os Mais Antigos Cinemas de Lisboa 1896-1939, Lisboa, 1978; Teatro do Ginásio: uma História Acidentada, in Casa e Jardim, Lisboa, Ano XI, nº 132, Março 1989; DIAS, Marina Tavares, Lisboa Desaparecida, Vol. 2, Lisboa, 1990; FERNANDES, José Manuel, Cinemas de Portugal, Lisboa, 1995.

Documentação Gráfica

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DSARH; CML: Arquivo de Obras - Proc. n.º 16.167 (R. Nova da Trindade, 5 - 5G) e nº 8.910 (R. da Misericórdia, 12-20)

Intervenção Realizada

Observações

*1 - a transformação recente do edifício (1988 - 1993) permitiu pôr a descoberto e valorizar o troço da cerca fernandina pré-existente, hoje no interior da construção.

Autor e Data

Paula Noé 1990 / Teresa Vale e Carlos Gomes 1995

Actualização

 
 
 
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