Hospital da Santa Casa da Misericórdia de Santa Cruz das Flores / Hospital da Misericórdia de Santa Cruz / Centro de Saúde de Santa Cruz das Flores	IPA.00036399
Portugal, Ilha das Flores (Açores), Santa Cruz das Flores, Santa Cruz das Flores
Hospital da Misericórdia construído na década de 60 do séc. 20, com financiamento do governo francês, sobre estruturas preexistentes oitocentistas, constituindo uma das várias infraestruturas consideradas necessárias ao bom funcionamento da Base Francesa instalada na ilha das Flores, posteriormente adaptado a centro de saúde, remodelado entre 2018 e 2022. O primitivo hospital da Misericórdia foi construído no final do séc. 19, entre 1878 e 1881, adossado ao Convento de São Boaventura, sobre estruturas do mesmo que, para o efeito, foram demolidas. Na 1.ª metade do séc. 20, o edifício esteve encerrado alguns anos, reabrindo em 1945, com graves deficiências, colmatadas apenas quase 20 anos depois, na sequência da assinatura do Acordo Luso-Francês, em abril de 1964, durante a Guerra Fria. Portugal concedia então à França uma série de facilidades nas ilhas dos Açores, nomeadamente na das Flores para instalação de equipamentos essenciais ao cumprimento do seu programa de desenvolvimento tecnológico de mísseis. Entre as facilidades, contava-se a utilização dos serviços médicos e hospitalares existentes por parte dos franceses, militares ou civis e suas famílias, em condições idênticas ao pessoal português ao serviço do Estado. No entanto, a Comissão de Construções Hospitalares concluiu que o antigo hospital das Flores, não reunia as condições necessárias para uma resposta efetiva. Assim, para garantir a imediata assistência médica ao pessoal francês, em 1966, procederam-se a alguns melhoramentos no edifício e ao reforço da equipa médica e de enfermagem. Mas a construção do novo hospital, substituindo parte do antigo, decorreria entre 1967 e 1970, com financiamento do governo francês e sob a coordenação da Comissão de Construções Hospitalares. Alguns equipamentos instalados pelas autoridades francesas no hospital, acabaram por ser removidos em 1993, com o encerramento da Estação de Telemedida e da partida dos franceses da ilha. Mais recentemente, o edifício sofreu obras de beneficiação, entre 2018 e 2022. Atualmente possui planta irregular, com coberturas em telhados de duas ou quatro águas. As fachadas evoluem em dois pisos, seguindo as orientações do então Ministério da Saúde e Assistência, rebocadas e pintadas, surgindo a principal virada a nascente e rematada em platibanda plena. Apresenta dois módulos, com tratamento distinto, mas ambos separados por friso e ritmados por pilares integrados, formando cinco panos. O módulo esquerdo tem o piso térreo rasgado por janelas jacentes, separadas por fino nembo, de alvenaria, encimadas por janelas jacentes e, no superior, por janelas de peitoril, igualmente sobrepostas por janelas jacentes, sob a platibanda. O módulo direito, de panos mais largos, tem o piso térreo com esquema de fenestração semelhante, mas no superior desenvolvem-se varandas, assentes em pilares e com guarda em ferro, para onde abrem portas, sendo rasgado por larga janela de peitoril e janela jacente sobre as portas. Nos topos deste módulo, abrem-se portas de acesso ao interior.
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