Estação Ferroviária de Tramagal

IPA.00036342
Portugal, Santarém, Abrantes, Tramagal
 
Estação ferroviária da Linha da Beira Baixa, construída em finais do séc. 19, conservando ainda o edifício de passageiros (EP), com implantação lateral, paralela às linhas férreas, dois edifícios de habitação, para nordeste das linhas, placa giratória e gabarit de carga, de pedestal, de grandes dimensões, ambos a sudeste do edifício de passageiros, tendo ainda outros elementos caraterísticos da paisagem ferroviária, como as linhas férreas, plataformas de embarque de passageiros, candeeiros de iluminação, antena radio solo comboio, a nordeste, um marco fontanário junto ao edifício de passageiros, postes de catenária e vedações do recinto. O edifício de passageiros, disposto do lado direito da linha (sentido ascendente), tem linhas depuradas e planta retangular simples, com cobertura homogénea em telhados de duas águas, rematadas em beirada simples e sobreposto por chaminé, a nascente. As fachadas evoluem em três pisos, os dois inferiores separados por friso de massa e o superior mais baixo, correspondendo ao sótão, possivelmente acrescentado ao edifício oitocentista, antes de 1934. As fachadas surgem rebocadas e pintadas de branco, percorridas por soco de cantaria, pintado, rematadas em cornija de betão, tendo sido valorizadas, na primeira metade do séc. 20, com silhar de azulejos de padrão, produzidos na Fábrica de Loiça de Sacavém, atualmente existente apenas na fachada virada à linha. A fachada principal, virada a nordeste, é rasgada por três eixos de vãos retilíneos, com molduras de cantaria pintadas, correspondendo, no primeiro, a porta entre janelas de peitoril, no segundo, a janelas de peitoril, e no terceiro a janelas jacentes. Nas fachadas laterais surge, ao nível do segundo piso, toponímia da estação, em painéis de azulejos, e abre-se pequeno vão retangular, disposto na vertical. A fachada posterior é semelhante à principal, mas o piso térreo tem apenas portas, existindo sobre a central, painel de azulejos, com a toponímia da estação. Todos os vãos têm caixilharias de alumínio, com vidro simples. As instalações sanitárias públicas foram demolidas, mas a planta de 1934 revelava um edifício de planta retangular, composto por dois cubículos adossados, um por sexo, e urinóis laterais, com todas as portas viradas para o mesmo lado, protegidas por anteparo. O antigo cais coberto, igualmente demolido recentemente, inseria-se quase a meio do cais descoberto e conservava as fachadas de madeira, com longas abas corridas laterais, sobre estrutura de madeira, uma delas, virada à linha, protegendo os vãos de arejamento superiores e as portas de correr.
 
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Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Transportes  Apeadeiro / Estação  Estação ferroviária  

Descrição

Acessos

Tramagal, Rua Eduardo Duarte Ferreira, 2205-697 Tramagal; Linha da Beira Baixa - Ponto quilométrico 129,502 (PK). WGS84 (graus decimais) lat.: 39,460357; long.: -8,248097

Protecção

Inexistente

Enquadramento

Peri-urbano, isolado, fora da povoação. Implanta-se a norte da povoação que serve e a cerca de 500 m do rio Tejo, numa zona de ocupação industrial, onde se erguia a antiga Metalúrgica Duarte Ferreira, com grandes armazéns, e parcialmente enquadrado por campos de cultivo. O largo da estação, delimitado por muros de alvenaria, rebocada e pintada, é pavimentado com calçada à portuguesa, possuindo na plataforma junto à fachada posterior, inscrição com toponímica da estação, moldurada. No interior do recinto tem zonas relvadas com algumas árvores e, nas imediações, um dos edifícios foi transformado em Museu da Metalúrgica Duarte Ferreira.

Descrição Complementar

Nas fachadas laterais do edifício de passageiros, bem como sobre a porta central da fachada posterior, existem painéis de azulejos brancos, com moldura e letras a azul, da toponímica da estação "TRAMAGAL"..

Utilização Inicial

Transportes: estação ferroviária

Utilização Actual

Transportes: estação ferroviária

Propriedade

Pública: estatal

Afectação

Infraestruturas de Portugal (conforme do artigo 6º, nº 2 e 5, e artigo 11º, n.º 1, ambos do DL 91/2015, e com a regras definidas pelo regime jurídico do Domínio Público Ferroviário que constam do DL 276/2003)

Época Construção

Séc. 19

Arquitecto / Construtor / Autor

FÁBRICA: Real Fábrica de Loiça de Sacavém (séc. 20). PROJETISTA: Divisão de Via e Obras da CP (séc. 20).

Cronologia

1861, 01 julho - abre à circulação o troço entre as estações de Santarém e Abrantes, onde se integra a estação do Tramagal; 1885, final - início da construção do troço entre Abrantes e Covilhã, da Linha da Beira Baixa; séc. 20 - valorização do edifício de passageiros, com colocação de silhar de azulejos, produzidos na Fábrica de Loiça de Sacavém; 1934, 21 setembro - planta do edifício de passageiros, que já é representado com três pisos correspondendo o último a sótão, e das instalações sanitárias públicas; 1963, 16 janeiro - projeto de ampliação e remodelação do edifício de passageiros, com construção de um corpo térreo adossado à fachada lateral direita, transformação do último piso em mansarda revestida a telha, com trapeiras, e valorização do portal central, o que acabou por não se concretizar; 1984, 25 setembro - diagrama da estação, que então era composta pelo edifício de passageiros, com dois pisos e sótão, funcionando como área de serviço público, habitação do chefe e dormitório de pessoal da exploração, respetivamente, instalações sanitárias públicas, jardim intermédio, poço, tanque, cais coberto inserido no meio de amplo cais descoberto, gabarit de carga, báscula de via interrompida 30.000 kg, uma cozinha da V.O, construída em madeira com cobertura de chapas de zinco, um dormitório do pessoal da via, em madeira e cobertura de fibrocimento, e outras estruturas; séc. 20, finais - séc. 21, inícios - beneficiação do edifício de passageiros, nomeadamente com substituição das caixilharias e portas.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes.

Materiais

Estrutura em alvenaria de pedra e betão, rebocada e pintada; cornijas de betão; soco, frisos e molduras dos vãos pintados; painéis e silhar de azulejos; caixilharias em alumínio e vidro simples; cobertura de telha.

Bibliografia

CALADO, Rafael Salinas, ALMEIDA, Pedro Vieira de - Aspectos Azulejares na Arquitectura Ferroviária Portuguesa. [Lisboa]: Caminhos de Ferro Portugueses, EP, 2001; FINO, Gaspar Correia - Legislação e disposições regulamentares sobre caminhos de ferro. Lisboa: Imprensa Nacional, 1903; 1908; FRAILE, Eduardo Gonzalez - Las primeras estaciones de ferrocarril: su tipologia; HUMBERT, Georges-Charles - Traité Complet des Chemins de Fer. Paris: Baudry, 1891; LOPEZ GARCIA, Mercedes Lopez, MZA - Historia de sus estaciones. Coleccion de ciências, humanis y enginieria, n.º 2). Madrid: Ediciones Turner, S.A., 1986; PEVSNER, Nicolaus - Historia de las tipologias arquitectónicas; PIRES, António Pinto - Linha da Beira Baixa. 2016; PEREIRA, Hugo Silveira - «Caminhos-de-ferro da Beira (1845-1893)». In Revista de História da Sociedade e da Cultura. 2011.TORRES, Carlos Manitto - «A evolução das linhas portuguesas e o seu significado ferroviário». In Gazeta dos Caminhos de Ferro. Lisboa: 16 janeiro 1958, n.º 70 (1682), pp. 61-64.

Documentação Gráfica

Arquivo Técnico da IP-Infraestruturas de Portugal (solicitação através do site www.infraestruturasdeportugal.pt)

Documentação Fotográfica

DGPC: SIPA; Arquivo Técnico da IP-Infraestruturas de Portugal (solicitação através do site www.infraestruturasdeportugal.pt)

Documentação Administrativa

Arquivo Técnico da IP-Infraestruturas de Portugal (solicitação através do site www.infraestruturasdeportugal.pt); Arquivo Histórico da CP-Comboios de Portugal

Intervenção Realizada

Observações

Autor e Data

Paula Azevedo e Ana Sousa 2021 (no âmbito do Protocolo de colaboração DGPC / Infraestruturas de Portugal)

Actualização

 
 
 
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