Estação Ferroviária de Alferrarede

IPA.00036341
Portugal, Santarém, Abrantes, União das freguesias de Abrantes (São Vicente e São João) e Alferrarede
 
Estação ferroviária da Linha da Beira Baixa, construída em finais do séc. 19, conservando ainda o edifício de passageiros (EP), o das antigas instalações sanitárias públicas (WC), a nascente, e o cais coberto, servido por cais descoberto, a poente, todos com implantação lateral, paralela às linhas férreas, e uma casa, tendo ainda outros elementos caraterísticos da paisagem ferroviária, como as linhas férreas, plataformas de passageiros, candeeiros de iluminação e vedações do recinto. O edifício de passageiros, disposto do lado direito da linha (sentido ascendente), tem linhas depuradas e apresenta planta retangular, composta por três corpos, o central ligeiramente avançado, com cobertura homogénea em telhados de quatro águas, rematadas em beirada simples e sobreposto por chaminé. As fachadas apresentam atualmente dois pisos, no entanto, os corpos laterais deveriam ter inicialmente apenas um piso, conforme a diferença da cantaria nos cunhais parece apontar, seguindo assim a tipologia da maioria dos edifícios de passageiros da Linha da Beira Baixa. A confirmar-se, o alteamento dos corpos laterais teria ocorrido antes de 1935, visto que nessa data já surgem representados em planta. As fachadas surgem rebocadas e pintadas de branco, percorridas por soco de cantaria, com cunhais apilastrados, pisos separados por frisos e remates em friso e cornija, de betão, e platibanda plena, tendo sido valorizadas, na primeira metade do séc. 20, com silhar de azulejos de padrão, executados na Fábrica de Loiça de Sacavém, atualmente apenas existente na fachada virada à linha. A fachada principal, virada sensivelmente a sul, e a posterior, são semelhantes, surgindo rasgadas, ao nível do piso térreo, por cinco portas em arco abatido, com molduras de cantaria, e, no superior, por igual número janelas de peitoril, também modinaturas. Todos os vãos têm caixilharias de alumínio lacado de cor cinzenta, com vidro simples e portas metálicas pintadas de cinza, ou de madeira, pintada de branco. Nas fachadas laterais abre-se, no primeiro piso, janela de peitoril, de dois lumes, de verga abatida e moldura retilínea, surgindo, no segundo piso, toponímia da estação, em painéis de azulejos. A fachada posterior é percorrida por pala metálica ou marquise, avançada sobre a plataforma, assente em colunas de ferro. Sobre a porta central existe painel de azulejos, com a toponímia da estação e, lateralmente, relógio de parede da plataforma, de dupla face, moderno. Interiormente o piso térreo possui vestíbulo e sala de espera central, com as paredes rebocadas e pintadas de branco, pavimento em ladrilho cerâmico, silhar de azulejos de padrão, tendo à direita a bilheteira. O edifício das instalações sanitárias públicas é moderno, com planta retangular simples e cobertura de duas águas, terminadas em beirada simples. As fachadas terminam em cornija de betão, organizando-se interiormente em três cubículos (o das senhoras, o dos homens e um terceiro para deficientes), com acesso por portas viradas à linha, tendo os dos topos iluminação lateral, por duas janelas. Contudo, a planta do antigo edifício revela a existência de dois cubículos adossados, um por sexo, com acessos em fachadas opostas, e urinóis laterais, com as portas de ambos os lados protegidas por anteparo formando L. O cais coberto possui planta retangular simples, com massa disposta na horizontal e cobertura em telhado de duas águas, com revestimento em telha de barro vermelho, que se prolonga em abas laterais, sobre estrutura de madeira, e em alpendre sobre o cais descoberto, apoiado em pilares de alvenaria. As fachadas são rebocadas e pintadas de branco, as viradas à linha e à via, abertas superiormente, formando respiradouro, e com portas de correr, de grande dimensão, e as dos topos terminadas em empena; a do topo nascente é rasgada por porta larga, de verga abatida e moldura de cantaria, acedido pelo cais descoberto, e a do topo poente por duas janelas de peitoril retilíneas e, superiormente, por uma jacente, todas sem moldurada. A nascente do edifício de passageiros e disposta lateralmente ao largo da estação, ergue-se casa, de planta retangular simples e cobertura em telhados de duas águas, terminadas em aba corrida, revestida a telha cerâmica vermelha. As fachadas evoluem num único piso e são rasgadas por vãos retilíneos, atualmente emparedados. Em termos de arranjos exteriores, a plataforma do edifício de passageiros tem revestimento antiderrapante, provida de bordadura em betão liso, tendo ainda bancos, papeleiras e candeeiros de iluminação pública. Nas restantes áreas da estação, existe pequeno jardim, postes de catenária, vários tipos de vedação de delimitação do domínio ferroviário, um dos quais em cimento armado com desenho da Divisão de Via e Obras da CP e sinalética específica para passageiros.
 
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Registo

 
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Descrição

Acessos

Alferrarede, Rua da Estação, 2200-038 Alferrarede; Linha da Beira Baixa - Ponto quilométrico 5,577 (PK). WGS84 (graus decimais) lat.: 39,473580; long.: -8,186806

Protecção

Inexistente

Enquadramento

Urbano, isolado, no limite exterior da povoação. Implanta-se a sudeste da povoação que serve, parcialmente enquadrado por campos e cultivo e erguendo-se nas imediações grandes armazéns. O largo da estação é pavimentado com vidraço branco. Na proximidade, implanta-se ainda o campo de futebol do Grupo Desportivo e Recreativo Os Dragões.

Descrição Complementar

Nas fachadas laterais do edifício de passageiros, ao nível do segundo piso, bem como sobre a porta central da fachada posterior, existem painéis de azulejos brancos, com moldura e letras a azul, da toponímica da estação "ALFERRARÊDE". .

Utilização Inicial

Transportes: estação ferroviária

Utilização Actual

Transportes: estação ferroviária

Propriedade

Pública: estatal

Afectação

Infraestruturas de Portugal (conforme do artigo 6º, nº 2 e 5, e artigo 11º, n.º 1, ambos do DL 91/2015, e com a regras definidas pelo regime jurídico do Domínio Público Ferroviário que constam do DL 276/2003)

Época Construção

Séc. 19

Arquitecto / Construtor / Autor

FÁBRICA: Real Fábrica de Loiça de Sacavém (séc. 20). PROJETISTA: Divisão de Via e Obras da CP (séc. 20).

Cronologia

1861, 01 julho - abre à circulação o troço entre as estações de Santarém e Abrantes, onde se integra a estação de Alferrarede; 1885, final - início da construção do troço entre Abrantes e Covilhã, da Linha da Beira Baixa; 1935, dezembro - planta do edifício de passageiros, instalações sanitárias públicas, Casa A, Barraca B e C, ou lampistaria; 1977, maio - diagrama da estação, composta por edifício de passageiros, instalações sanitárias públicas, a nordeste, separadas por jardim, cais coberto servido por cais descoberto, a sudoeste, todos paralelos à linha, Casa A, Sinalização, Edifício auxiliar, báscula, e outras estruturas; séc. 20, final - séc. 21, início - arranjo do edifício de passageiros, com tratamento de rebocos e pinturas, colocação de novas janelas e portas e remodelação do interior; colocação de um novo relógio.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes.

Materiais

Estrutura em alvenaria de pedra e betão, rebocada e pintada; cunhais, soco, frisos, cornijas em cantaria de calcário; painéis e silhar de azulejos verdes e brancos; pavimento em ladrilho cerâmico; aba corrida de madeira; coberturas em telha; caixilharias em alumínio lacado ou de madeira e vidro simples; cobertura de telha.

Bibliografia

CALADO, Rafael Salinas, ALMEIDA, Pedro Vieira de - Aspectos Azulejares na Arquitectura Ferroviária Portuguesa. [Lisboa]: Caminhos de Ferro Portugueses, EP, 2001; FINO, Gaspar Correia - Legislação e disposições regulamentares sobre caminhos de ferro. Lisboa: Imprensa Nacional, 1903; 1908; FRAILE, Eduardo Gonzalez - Las primeras estaciones de ferrocarril: su tipologia; HUMBERT, Georges-Charles - Traité Complet des Chemins de Fer. Paris: Baudry, 1891; LOPEZ GARCIA, Mercedes Lopez, MZA - Historia de sus estaciones. Coleccion de ciências, humanis y enginieria, n.º 2). Madrid: Ediciones Turner, S.A., 1986; PEVSNER, Nicolaus - Historia de las tipologias arquitectónicas; PIRES, António Pinto - Linha da Beira Baixa. 2016; PEREIRA, Hugo Silveira - «Caminhos-de-ferro da Beira (1845-1893)». In Revista de História da Sociedade e da Cultura. 2011.TORRES, Carlos Manitto - «A evolução das linhas portuguesas e o seu significado ferroviário». In Gazeta dos Caminhos de Ferro. Lisboa: 16 janeiro 1958, n.º 70 (1682), pp. 61-64.

Documentação Gráfica

Arquivo Técnico da IP-Infraestruturas de Portugal (solicitação através do site www.infraestruturasdeportugal.pt)

Documentação Fotográfica

DGPC: SIPA; Arquivo Técnico da IP-Infraestruturas de Portugal (solicitação através do site www.infraestruturasdeportugal.pt)

Documentação Administrativa

Arquivo Técnico da IP-Infraestruturas de Portugal (solicitação através do site www.infraestruturasdeportugal.pt); Arquivo Histórico da CP-Comboios de Portugal

Intervenção Realizada

Observações

Autor e Data

Paula Azevedo e Ana Sousa 2021 (no âmbito do Protocolo de colaboração DGPC / Infraestruturas de Portugal)

Actualização

 
 
 
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