Estação Ferroviária de Sarnadas-Cebolais de Cima

IPA.00036340
Portugal, Castelo Branco, Vila Velha de Ródão, Sarnadas de Ródão
 
Estação ferroviária da Linha da Beira Baixa, construída em finais do séc. 19, conservando ainda o edifício de passageiros (EP), o das antigas instalações sanitárias públicas (WC), a norte, o cais descoberto, a sul, todos com implantação lateral, paralela às linhas férreas, lampistaria (arrecadação), depósito de água, tendo ainda outros elementos caraterísticos da paisagem ferroviária, como as linhas férreas, plataformas de passageiros, candeeiros de iluminação e vedações do recinto. O edifício de passageiros, disposto do lado esquerdo da linha (sentido ascendente), tem linhas depuradas e planta retangular, composta por três corpos, o central de dois pisos e ligeiramente avançado e os laterais de apenas um, regularmente dispostos, com volumes escalonados e coberturas diferenciadas em telhados de quatro águas, no corpo central e de três nos laterais, em telha cerâmica vermelha, o corpo esquerdo sobreposto por chaminé. As fachadas são rebocadas e pintadas de branco, percorridas por soco de cantaria, com cunhais apilastrados e remates em friso e cornija, atualmente pintados de ocre, e platibanda plena, de alvenaria, pintada de branco. Na primeira metade do séc. 20, foram valorizadas com silhar de azulejos, de padrão geométrico, verdes e brancos. A fachada principal, virada sensivelmente a poente, e a posterior, às linhas, são semelhantes, surgindo rasgadas, ao nível do piso térreo, por portas em arco abatido, com molduras de cantaria, três no corpo central e uma nos laterais; no segundo piso do corpo central, separado do inferior por friso de cantaria, abrem-se janelas de peitoril, de igual modinatura. Todos os vãos têm caixilharias de alumínio lacado de cor cinzenta, com vidro simples e portas metálicas pintadas de cinza. Sobre a porta central da fachada posterior existe painel de azulejos, verdes e brancos, com a toponímia da estação e, lateralmente, relógio de parede da plataforma, de dupla face, moderno. As fachadas laterais são cegas e têm igualmente, no piso térreo, toponímia da estação, em painéis de azulejos. Interiormente, em 1935, o espaço organizava-se, no piso térreo, em vestíbulo e sala de espera de 3.ª classe, ao centro, ladeado por quarto, cozinha, o gabinete do chefe, telégrafo e bilheteira, e despacho e bagagens, de um lado, e sala de espera de 1.ª e 2.ª classe, quarto, cozinha e escadas, do outro; o piso superior destinava-se a habitação do chefe da estação, com três quartos, casa de jantar, cozinha e instalações sanitárias. As instalações sanitárias públicas mantêm-se inalteradas, apresentando planta retangular simples e cobertura de duas águas, terminadas em abas corridas de madeira, possuindo no interior dois cubículos adossados, um por sexo, com acessos em fachadas opostas, e urinóis laterais, com as portas de ambos os lados protegidas por anteparo, revestido a azulejos verdes e brancos, formando quadrícula. As fachadas têm soco, cunhais e friso do remate em cantaria, tendo três fachadas revestidas a azulejos iguais aos do edifício de passageiros, a virada à linha integrando inscrições alusivas e as do topo norte e sul terminadas em empena, com a zona superior revestida a madeira. Nas imediações das instalações sanitárias, ergue-se pequena lampistaria e um depósito de água aéreo. A lampistaria, semelhante à existente na Estação de Fratel, da mesma linha, tem planta circular, com volume simples e cobertura em domo. O corpo possui soco de cantaria e fachadas rebocadas e pintadas de branco, com acesso por porta de verga reta de moldura rusticada, tal como no soco. O depósito de água, de grandes dimensões, tem depósito cilíndrico, em chapa de ferro, assente em estrutura metálica, reforçadas por travessas. Em termos de arranjos exteriores, a plataforma do edifício de passageiros é revestida com lajetas antiderrapantes, provida de faixa de segurança e bordadura em betão liso, tendo candeeiros de iluminação pública. Nas restantes áreas da estação, existem postes de catenária, vários tipos de vedação de delimitação do domínio ferroviário, um dos quais em cimento armado com desenho da Divisão de Via e Obras da CP.
 
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Registo

 
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Descrição

Acessos

EM 547, 6030 Vila Velha do Rodão; Linha da Beira Baixa - Ponto quilométrico 79,731 (PK). WGS84 (graus decimais) lat.: 39,756440; long.: -7,623923

Protecção

Inexistente

Enquadramento

Rural, isolado, no exterior da povoação de Sarnadas, e a nordeste da mesma. Implanta-se a 369 m de altitude, enquadrado por campos de cultivo e vegetação espontânea. Tem acesso por estrada alcatroada, o largo frontal ao edifício de passageiros está pavimentado a paralelos de granito e no interior do recinto existem pequenas áreas ajardinadas.

Descrição Complementar

Nas fachadas laterais do edifício de passageiros, ao nível do primeiro piso, bem como sobre a porta central da fachada posterior, existem painéis de azulejos brancos, com moldura e letras a verde, da toponímica da estação "SARNADAS CEBOLAIS DE CIMA". Nas instalações sanitárias, a fachada virada à linha possui as inscrições "RETRETES", "SENHORAS" e "HOMENS", também em azulejo. O depósito de água tem a inscrição, pintada de preto, "SARNADAS".

Utilização Inicial

Transportes: estação ferroviária

Utilização Actual

Transportes: estação ferroviária

Propriedade

Pública: estatal

Afectação

Infraestruturas de Portugal (conforme do artigo 6º, nº 2 e 5, e artigo 11º, n.º 1, ambos do DL 91/2015, e com a regras definidas pelo regime jurídico do Domínio Público Ferroviário que constam do DL 276/2003)

Época Construção

Séc. 19

Arquitecto / Construtor / Autor

PROJETISTA: Divisão de Via e Obras da CP (séc. 20).

Cronologia

1883, 07 novembro - adjudicação da construção da Linha da Beira Baixa à Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses; 1885, final - início da construção do troço entre Abrantes e Covilhã, no qual se insere a estação de Sarnadas-Cebolais de Cima (TORRES: 1958, p. 63); 1891, 06 setembro - inauguração do troço da Linha da Beira Baixa entre Abrantes e Covilhã (TORRES: 1958, p. 63); 1935, novembro - diagrama da estação, composta por edifício de passageiros, instalações sanitárias públicas, separadas por jardim, cais coberto servido por cais descoberto, todos paralelos à linha, dormitório de pessoal braçal, poço, locomóvel e outras estruturas; dezembro - planta do edifício de passageiros, instalações sanitárias públicas e "Barraca A".

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes.

Materiais

Estrutura em alvenaria de granito e betão, rebocada e pintada; cunhais, soco, frisos, cornijas em cantaria de granito; silhar de azulejos verdes e brancos; aba corrida de madeira; coberturas em telha; depósito de água metálico; caixilharias em alumínio lacado e vidro simples no edifício de passageiros, sendo de madeira e vidro simples nas instalações sanitárias.

Bibliografia

CALADO, Rafael Salinas, ALMEIDA, Pedro Vieira de - Aspectos Azulejares na Arquitectura Ferroviária Portuguesa. [Lisboa]: Caminhos de Ferro Portugueses, EP, 2001; FINO, Gaspar Correia - Legislação e disposições regulamentares sobre caminhos de ferro. Lisboa: Imprensa Nacional, 1903; 1908; FRAILE, Eduardo Gonzalez - Las primeras estaciones de ferrocarril: su tipologia; HUMBERT, Georges-Charles - Traité Complet des Chemins de Fer. Paris: Baudry, 1891; LOPEZ GARCIA, Mercedes Lopez, MZA - Historia de sus estaciones. Coleccion de ciências, humanis y enginieria, n.º 2). Madrid: Ediciones Turner, S.A., 1986; PEVSNER, Nicolaus - Historia de las tipologias arquitectónicas; PIRES, António Pinto - Linha da Beira Baixa. 2016; PEREIRA, Hugo Silveira - «Caminhos-de-ferro da Beira (1845-1893)». In Revista de História da Sociedade e da Cultura. 2011.TORRES, Carlos Manitto - «A evolução das linhas portuguesas e o seu significado ferroviário». In Gazeta dos Caminhos de Ferro. Lisboa: 16 janeiro 1958, n.º 70 (1682), pp. 61-64.

Documentação Gráfica

Arquivo Técnico da IP-Infraestruturas de Portugal (solicitação através do site www.infraestruturasdeportugal.pt)

Documentação Fotográfica

DGPC: SIPA; Arquivo Técnico da IP-Infraestruturas de Portugal (solicitação através do site www.infraestruturasdeportugal.pt)

Documentação Administrativa

Arquivo Técnico da IP-Infraestruturas de Portugal (solicitação através do site www.infraestruturasdeportugal.pt); Arquivo Histórico da CP-Comboios de Portugal

Intervenção Realizada

Observações

Autor e Data

Paula Azevedo e Ana Sousa 2021 (no âmbito do Protocolo de colaboração DGPC / Infraestruturas de Portugal)

Actualização

 
 
 
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