Casa do Ribeirinho

IPA.00036282
Portugal, Porto, Matosinhos, União das freguesias de Matosinhos e Leça da Palmeira
 
Casa nobre construída no final do séc. 18 e ampliada no séc. 19, com planta retangular irregular, composta por vários corpos, e fachadas evoluindo em dois pisos, de linhas sóbrias, integrando num dos ângulos capela, que se destaca pela linguagem tardo-barroco, e no ângulo oposto, torre quadrangular avançada. Apresenta fachadas rebocadas e pintadas de branco, com cunhais apilastrados, soco de cantaria, remate em friso e cornija, rasgadas por vãos retilíneos moldurados. A fachada principal surge virada a poente, com dois panos ligeiramente alinhados, o da casa à esquerda, estreito, e o da capela à direita. A casa termina em platibanda plena e é rasgada por quatro eixos de vãos correspondendo a portas alteradas por janelas de peitoril, e, superiormente, a janelas de sacada corrida. A capela termina em frontão recortado, sobre entablamento com friso denticulado, sobreposto por ampla folha de acanto, rematado por cruz e pináculos laterais. É rasgada por portal de verga reta, encimada por friso triangular, e vão facetado. À esquerda, dispõe-se a torre, terminada em platibanda plena e de três registos, separados por friso e cornija, rasgada nas várias faces, por janelas de peitoril e uma de sacada, ao nível do andar nobre, e janelas de varandim no último registo. Na fachada lateral direita, a capela, sobreposta por sineira, é rasgada por duas janelas retangulares, e a casa, com fachada mais comprida e de linhas ainda mais simples, é rasgada por porta e janelas jacentes, gradeadas, no piso térreo, e janelas e peitoril no andar nobre. A fachada lateral direita e a posterior viram-se aos jardins, com setor formal de buchos, e outro de características românticas, com espécies exóticas, nomeadamente duas palmeiras centenárias, integrando pavilhão construído em vidro, aço, ferro e madeira. Interiormente, a casa possui vestíbulo e sala sobreposta ampla, a partir dos quais se desenvolve corredor central de distribuição para as várias dependências; destaca-se as denominadas sala Inglesa, sala Império, sala de Jantar e um salão. A capela, dedicada a Nossa Senhora da Piedade, é composta por nave e capela-mor e possui retábulo-mor.
 
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Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Residencial senhorial  Casa nobre  Casa nobre  Tipo planta retangular

Descrição

Acessos

Matosinhos, Largo Ribeirinho, n.º 12; Rua Ribeirinho; Rua Doutor José Ventura; Rua de São Roque. WGS84 (graus decimais) lat.: 41,186635, long.: -8,688846

Protecção

Categoria: MIM - Monumento de Interesse Municipal, Anúncio n.º 54/2022, DR, 2.ª série, n.º 57 de 22 março 2022

Enquadramento

Urbano, isolado. Implanta-se na área do antigo núcleo medieval de Matosinhos, na proximidade do local onde se erguia a Casa de audiência e Cadeia e o Pelourinho, disposto de gaveto, adaptado ao declive do terreno, com propriedade desenvolvida a noroeste, vedado por alto muro. Junto á fachada principal da capela, dispõe-se o Pelourinho de Matosinhos (v. IPA.00000509).

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Residencial: casa

Utilização Actual

Residencial: casa / Comercial: espaço de eventos

Propriedade

Privada: pessoa singular

Afectação

Época Construção

Séc. 18 / 19

Arquitecto / Construtor / Autor

PEDREIRO: António Francisco dos Santos (1778).

Cronologia

Séc. 14 / 15 - época provável da construção da capela de Santo António; 1552 - são proprietários da Quinta do Ribeirinho Manuel Fernandes e sua mulher Maria da Fonseca, aos quais recai sentença relativa a uma questão de vazamento de águas entre propriedades vizinhas; séc. 17 -no Largo do Ribeirinho erguia-se a casa do povo, onde anteriormente ficava o antigo hospital; séc. 18 - no local da casa do povo, existia então a cadeia; séc. 18, segunda metade - desejando construir uma nova casa, António Bernardo Álvares de Brito, anexa às casas que tinha no local a casa do Armante, existente na proximidade, e compra a capela de Santo António, que se encontrava em ruínas desde meados do século; toma de aforamento o terreno voltado à praça do Ribeirinho; 1778, junho - escritura de contratação de António Francisco dos Santos, pedreiro da freguesia de Ramalde, para a demolição da antiga Ermida de Santo António e construção da nova capela, dedicada a Nossa Senhora da Piedade e Santo António, ou capela do Ribeirinho; 1781, 15 maio - nasce na casa o filho do casal António Bernardo de Brito e Cunha, que se tornou defensor dos ideais Liberais; 1801, 05 fevereiro - data do casamento de António Bernardo de Brito e Cunha com Teresa Benedita da Silva Pedrosa (17-08-1775 - 29-06-1869); 1828 - aqui ficam alojados os exilados liberais que vieram no navio Belfast para liderar uma revolta contra D. Miguel; 09 abril - António Bernardo de Brito e Cunha é preso por albergar a delegação de liberais; 1829, 07 maio - após julgamento, António Bernardo de Brito e Cunha é executado na Praça Nova, no Porto, juntamente com nove companheiros, sendo evocados como "Mártires da Liberdade"; 2012, 19 dezembro - dá entrada na Câmara Municipal de Matosinhos um pedido de licenciamento para construção de um bunker acustik, Processo camarário n.º 4795/12GU; 2014, 25 março - Carlos Cambey Galante oferece à capela uma imagem de Nossa Senhora da Conceição, para comemorar os 18 anos de Afonso de Santa Maria João Miguel Gabriel Rafael de Herédia de Bragança; 2020, 28 julho - publicação da abertura de procedimento de classificação da Casa do Ribeirinho, como Monumento de Interesse Municipal, em Anúncio n.º 172/2020, 2.ª série, n.º 145/2020.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes.

Materiais

Estrutura rebocada e pintada de branco; soco, cunhais, frisos, cornijas, cruz, pináculos, sineira e molduras dos vãos em cantaria de granito; portas e caixilharia de madeira; vidros simples; grades em ferro; cobertura de telha.

Bibliografia

Documentação Gráfica

Documentação Fotográfica

DGPC: SIPA

Documentação Administrativa

Intervenção Realizada

Observações

EM ESTUDO

Autor e Data

Paula Noé 2021

Actualização

 
 
 
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