Estação Ferroviária de Ramalhal

IPA.00036253
Portugal, Lisboa, Torres Vedras, Ramalhal
 
Estação ferroviária da Linha do Oeste, construída no séc. 19, composta por edifício de passageiros e o das instalações sanitárias, com implantação lateral, paralela às linhas férreas. O edifício de passageiros, do tipo 4.ª classe, e com tipologia igual ao das Estações da Malveira (v. IPA.00036251), de Runa (v. IPA.00036252) e de Óbidos (v. IPA.00025862), da mesma linha, ainda que o último de maiores dimensões, do tipo 3.ª classe, possui planta retangular e fachadas evoluindo em dois pisos, de composição simétrica e regular, a principal e a posterior de três panos, o central terminado em empena, e rasgadas por vãos em arco, tendo ainda na posterior pala ou marquise metálica sobre a plataforma. Já no séc. 20 foi colocado silhar de azulejos, enxaquetado. As instalações sanitárias, albergando cubículos sanitários e lampistaria com acessos em fachadas opostas e com urinóis dispostos lateralmente, utilizam nos elementos estruturais das fachadas massa pintada, em vez de cantaria, e têm remate em aba corrida, mas possuem silhar de azulejos enxaquetados igual ao do edifício de passageiros.
 
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Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Transportes  Apeadeiro / Estação  Estação ferroviária  

Descrição

Conjunto composto por edifício de passageiros (EP), as instalações sanitárias públicas (WC), a sudoeste, e um pequeno jardim, intermédio. O EDIFÍCIO DE PASSAGEIROS, disposto paralelamente à linha férrea e do seu lado esquerdo (sentido ascendente), tem planta retangular, de volume simples e massa disposta na horizontal, com cobertura em telhado, de duas águas, revestido a telha cerâmica e rematadas em beiradas simples. Fachadas rebocadas e pintadas de branco, com dois pisos, separados por friso de massa, pintado de cinzento, percorridas por socos de cantaria, cunhais apilastrados e remates em frisos e cornijas, de massa, igualmente pintados de cinzento. São rasgadas por vãos em arco de volta perfeita, com molduras de cantaria, protegidos por caixilharias de madeira, pintadas de branco. A fachada principal, virada a noroeste, e a posterior, às linhas, têm estrutura semelhante, com três panos, definidos por falsas pilastras, o central terminado em empena angular, e rasgado por porta larga, janela de peitoril e óculo circular, este com moldura de massa, pintada de cinzento. Nos panos laterais abre-se janela de peitoril, em cada um dos pisos. A fachada posterior, com os vãos laterais do piso térreo correspondendo a portas, é percorrida por silhar de azulejos enxaquetados, verdes e brancos, e por pala ou marquise metálica, sobre colunas em ferro, avançada sobre a plataforma. Junto à porta central, existe relógio de dupla face. As fachadas laterais, rematadas em empena, são rasgadas por pequeno óculo circular, no segundo piso, com moldura em massa, pintada de cinzento, e possuem toponímia. EDIFÍCIO DAS INSTALAÇÕES SANITÁRIAS de planta retangular simples, com cobertura em telhado de duas águas, revestidas a telha cerâmica, e rematadas em aba corrida. Tem as fachadas rebocadas e pintadas de branco, com cunhais e embasamento de massa, pintados de cinzento, silhar de azulejos enxaquetados, verdes e brancos, e a zona superior aberta, com travejamento de madeira. Interiormente possui, no setor masculino, dois cubículos sanitários, e, no setor feminino, um cubículo e uma lampistaria. Num dos lados, tem ainda urinóis. ARRANJOS EXTERIORES: "jardim da estação".

Acessos

Ramalhal, Avenida 25 de Abril; Rua Mártir São Sebastião; Linha do Oeste - Ponto quilométrico 53,395 (PK). WGS84 (graus decimais): lat.: 39,139622; long.: -9,216059

Protecção

Inexistente

Enquadramento

Rural, isolado. Implanta-se fora da povoação do Ramalhal, a cerca de 1,5 km a sudeste da mesma, atualmente envolvido por área industrial, nomeadamente pela Fábrica de Rações Valouro, construída na década de 80 do séc. 20.

Descrição Complementar

Sobre a porta do vestíbulo, na fachada principal e na posterior do edifício de passageiros, bem como nas fachadas laterais, existe toponímia da estação, "RAMALHAL", na primeira inscrita numa filactera, em massa, e nas restantes, em painel de azulejos, azuis e brancos. Nas instalações sanitárias, a fachada virada à plataforma, possui painéis de azulejo a identificar: "Senhoras" e "Homens".

Utilização Inicial

Transportes: estação ferroviária

Utilização Actual

Transportes: estação ferroviária

Propriedade

Pública: estatal

Afectação

Infraestruturas de Portugal (conforme do artigo 6º, nº 2 e 5, e artigo 11º, n.º 1, ambos do DL 91/2015, e com a regras definidas pelo regime jurídico do Domínio Público Ferroviário que constam do DL 276/2003)

Época Construção

Séc. 19

Arquitecto / Construtor / Autor

RELOGOEIRO: Paul Garnier (séc. 20).

Cronologia

1887, 01 agosto - abertura à exploração do troço da Linha do Oeste entre Torres Vedras e Leiria, onde se integra a estação de Ramalhal; séc. 20 - provável colocação do relógio na estação, de Paul Garnier; 1941, maio - planta dos edifício de passageiros, das instalações sanitárias e casa tipo A; 1946, 16 dezembro - planta de ampliação da habitação para dois agulheiros, pela Divisão de Via e Obras da companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses; 1950, 02 janeiro - planta da remodelação das instalações sanitárias na habitação do chefe da estação; 1952, 13 junho - diagrama da estação contemplando o edifício de passageiros, instalações sanitárias, cais coberto servido por cais descoberto, um outro cais descoberto pavimentado a terra, poço coberto, lavadouro, forno e outras construções.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes.

Materiais

Estrutura em alvenaria, rebocada e pintada; socos, cunhais, pilastras e molduras dos vãos em cantaria de calcário; caixilharias de madeira pintada e vidro simples; silhares de azulejos; marquise e colunas em ferro; coberturas exteriores em telha cerâmica.

Bibliografia

CALADO, Rafael Salinas, ALMEIDA, Pedro Vieira de - Aspectos Azulejares na Arquitectura Ferroviária Portuguesa. Lisboa: Caminhos de Ferro Portugueses, EP, 2001; FINO, Gaspar Correia - Legislação e disposições regulamentares sobre caminhos de ferro. Lisboa: Imprensa Nacional, 1903; FRAILE, Eduardo Gonzalez - Las primeras estaciones de ferrocarril: su tipologia; Gazeta dos Caminhos de Ferro. 16 janeiro 1958, n.º 1682; HUMBERT, Georges-Charles - Traité Complet des Chemins de Fer. PARIS: Georges Charles Humbert, 1908; LOPEZ GARCIA, Mercedes Lopez - MZA, Historia de sus estaciones. Madrid: Ediciones Turner, S.A., 1986 (Coleccion de ciências, humanis y enginieria, nº 2); PEREIRA, Hugo Silveira - As viagens ferroviárias em Portugal (1845-1896); PEVSNER, Nicolaus - Historia de las tipologias arquitectónicas. Barcelona: Gustavo Gili S.A. Ediciones, 1980; PIMENTEL, Frederico Augusto - Apontamentos para a historia dos caminhos de ferro portuguezes. Lisboa: Tipografia Universal, 1892.

Documentação Gráfica

Arquivo Técnico da IP-Infraestruturas de Portugal (solicitação através do site www.infraestruturasdeportugal.pt)

Documentação Fotográfica

DGPC: SIPA; Arquivo Técnico da IP-Infraestruturas de Portugal (solicitação através do site www.infraestruturasdeportugal.pt)

Documentação Administrativa

Arquivo Técnico da IP-Infraestruturas de Portugal (solicitação através do site www.infraestruturasdeportugal.pt); Arquivo Histórico da CP-Comboios de Portugal

Intervenção Realizada

1960 - remodelação das instalações sanitárias na habitação do chefe da estação.

Observações

Autor e Data

Paula Azevedo e Ana Sousa 2020 (no âmbito do Protocolo de colaboração DGPC / Infraestruturas de Portugal)

Actualização

 
 
 
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