Estação Ferroviária de Amarante

IPA.00036229
Portugal, Porto, Amarante, União das freguesias de Amarante (São Gonçalo), Madalena, Cepelos e Gatão
 
Estação ferroviária da Linha do Tâmega, construída no início do séc. 20, constituindo a de maior importância da linha, conservando ainda o edifício de passageiros (EP), as instalações sanitárias públicas (WC), os dois cais cobertos (CC), a casa de habitação da passagem de nível, a casa do poço e outros elementos. O edifício de passageiros, projetado pelos serviços da Companhia de Caminhos de Ferro do Estado - Companhia do Minho e Douro, segue a tipologia dos edifícios de 2.ª classe, com linhas depuradas, mas valorizado pelos cunhais em silharia fendida e pelo jogo alternado de vãos em arco abatido e de volta perfeita, nos portais do corpo central, ambos com chave saliente. Apresenta planta retangular, composta por três corpos, regularmente dispostos, o central de dois pisos, separados por friso e terminado em empena alteada, e os laterais de apenas um, rasgadas regularmente por janelas de peitoril ou portas de verga abatida, possuindo na fachada virada ao cais de embarque pala metálica ou marquise, sobre falsas mísulas metálicas. O edifício possui grandes semelhanças com o da Estação de Vila Real, da Linha do Douro. As instalações sanitárias têm planta retangular e acessos em fachadas opostas, por porta de arco abatido, tendo, de um lado, o cubículo sanitário feminino e a lampistaria, e, do outro, os cubículos sanitários masculinos e urinóis, iluminados, nas fachadas laterais, por janelas jacentes dispostas superiormente. Constitui a única estação da linha com dois cais cobertos, um de chegadas e o outro de expedições, interligados por zona central de interligação, formando volume único e com esquema de vãos comuns nas fachadas: portas e janelas jacentes.
 
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Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Transportes  Apeadeiro / Estação    

Descrição

Conjunto composto por edifício de passageiros (EP), instalações sanitárias públicas (WC), a nordeste, cais coberto (CC) servido por cais descoberto para as cargas e descargas de mercadorias, a sudoeste, casa de habitação de guarda de passagem de nível (PN), e casa do poço, apresentando ainda outros vestígios da paisagem ferroviária, como as plataformas de embarque, uma balança de material circulante, uma placa giratória, uma toma de água e uma passagem de nível. O EDIFÍCIO DE PASSAGEIROS tem planta retangular composta por três corpos, dispostos paralelamente à via férrea, o central sensivelmente mais avançado na fachada principal e de dois pisos e os laterais de apenas um. Volumes escalonados com coberturas diferenciadas em telhados de duas águas, que no corpo central, devido à integração de águas furtadas, formam cruz, rematadas em beirada simples. As fachadas são rebocadas e pintadas de branco, com soco de cantaria, cunhais em silharia fendida e terminadas em friso, rasgadas regularmente por vãos de verga abatida e, no piso térreo do corpo central, em arcos, de volta perfeita, todos com molduras de cantaria. de chave saliente e com caixilharia de alumínio. A fachada principal, virada a sudeste, possui o pano central terminado em empena alteada ao centro e os pisos separados por friso, rasgando-se no piso térreo três portas em arco e, no superior, igual número de janelas de peitoril, o central encimado por óculo circular albergando relógio, com moldura sobreposta por elementos trevados, e o mastro da bandeira. Nos panos laterais rasgam-se uma porta e uma janela de peitoril. As fachadas laterais são semelhantes, terminando em empena; na lateral esquerda abrem-se uma porta e uma janela de peitoril e na lateral direita duas portas, encimadas por pequeno óculo, com moldura igualmente sobreposta por motivo trevado; no corpo central possui ainda a toponímica da estação relevada; na lateral direita rasgam-se dois portais de verga abatida e, superiormente, três vãos quadrangulares, moldurados sobre toponímica relevada. A fachada posterior, que inicialmente se virava à linha, é semelhante à principal, rasgando-se ao nível do piso térreo apenas portas e, do segundo piso do corpo central janelas de peitoril, sendo percorrida por uma pala metálica avançada, conhecida na gíria ferroviária por "marquise", assente em oito mísulas de ferro. INTERIOR: o espaço estava disposto entre áreas de habitação no 1.º andar e áreas de serviço e de apoio social no rés do chão. A chaminé estava localizada a nordeste. INSTALAÇÕES SANITÁRIAS de planta retangular, dividida em cubículo sanitário feminino e lampistaria, de um lado, e cubículos sanitários masculinos e urinóis, de outro, com cobertura homogénea em telhado de duas águas, rematadas em beirada simples. Fachadas rebocadas e pintadas de branco, com soco, cunhais e remate em friso de cantaria. A nordeste, abrem-se duas portas de arco abatido, de acesso ao cubículo das senhoras e à lampistaria, e, na fachada oposta, porta central para as instalações masculinas que, à direita, tinham dois cubículos e, à esquerda, os urinóis. Nas fachadas laterais abrem-se superiormente duas janelas jacentes, atualmente entaipadas. CAIS COBERTOS: dois cais cobertos de planta retangular, interligados por zona intermédia, que permite a ligação entre ambos, com cobertura homogénea em telhado de duas águas, terminadas em aba corrida. Fachadas de um piso, rebocadas e pintadas de branco, as viradas a nordeste e a sudoeste terminadas em empena, rasgadas por porta de verga reta. As fachadas laterais, viradas à rua e às linhas, são rasgadas, em cada um dos cais, por duas portas de verga reta e três janelas jacentes, de arco abatido, com moldura de cantaria apenas inferior e superiormente.

Acessos

Amarante (São Gonçalo), Rua Dr. Paulino António Cabral; EN 312; EN 412, EN 210; Linha do Tâmega - Ponto quilométrico 12,770 (PK). WGS84 (graus decimais) lat.: 41,273263; long.: -8,083303

Protecção

Inexistente

Enquadramento

Urbano, isolado. Implantado inicialmente numa zona menos urbanizada, a estação encontra-se atualmente integrada numa área densamente povoada, sendo parcialmente delimitada por muro, gradeamento metálico ou de alvenaria.

Descrição Complementar

Nas fachadas laterais do edifício de passageiros existe inscrição com toponímia relevada: "AMARANTE".

Utilização Inicial

Transportes: estação ferroviária

Utilização Actual

Devoluto

Propriedade

Pública: estatal

Afectação

Infraestruturas de Portugal (conforme do artigo 6º, nº 2 e 5, e artigo 11º, n.º 1, ambos do DL 91/2015, e com a regras definidas pelo regime jurídico do Domínio Público Ferroviário que constam do DL 276/2003)

Época Construção

Séc. 20

Arquitecto / Construtor / Autor

Desconhecido.

Cronologia

1904, janeiro - projeto inicial da estação de Amarante, da autoria do engenheiro Alfredo Ferreira, chefe da 1.ª secção, definindo a construção do edifício de passageiros de 2.ª classe, um cais coberto "para vinho", um cais descoberto, duas linhas na área da estação, uma terceira linha de resguardo com ligação a uma rotunda de inversão (ponte giratória), um depósito de carvão e um outro de água (ALVES: 2015, p. 505); julho - data do projeto do edifício de passageiros, elaborado pela Companhia do Minho e Douro (CFE-MD), sob a responsabilidade do engenheiro diretor João Gualberto Póvoas (ALVES: 2015, pp. 505-506); 1909, 21 março - inauguração do troço ferroviário entre Livração e Amarante; 1947, setembro - diagrama da estação, que era composta por edifício de passageiros, instalações sanitárias públicas, cais coberto de chegadas, cais coberto de expedições, jardim, reservatório de água, em cimento armado, com 45 m3 de capacidade, grua na entre via I e II, poço, báscula, força 25 t., na linha IV e várias barracas; planta do edifício de passageiros, instalações sanitárias e barraca A; 1950, 03 novembro - desenho com pormenor das bilheteiras, assinalando alteração das mesmas; 1954 - atribuição de um diploma de menção honrosa especial e prémio de persistência à estação de Amarante no âmbito do XIII Concurso das Estações Floridas pela Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses e pelo Secretariado Nacional de Informação; 2009, 21 março - a Câmara Municipal manda colocar no edifício placa comemorativa dos 50 anos da chegada do comboio a Amarante; 25 março - encerramento do troço ferroviário entre Livração e Amarante, que ainda estava e serviço; 2011, 30 abril - inauguração da Ecopista do Tâmega, que utiliza o antigo canal da via férrea entre Amarante e Arco de Baúlhe.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes.

Materiais

Estrutura rebocada e pintada; soco, cunhais, frisos e molduras dos vãos em cantaria de granito; portas e caixilharia de alumínio ou de madeira; vidros simples; cobertura de telha.

Bibliografia

ALVES, Rui Manuel Vaz - Arquitectura, Cidade e Caminho de Ferro. As transformações urbanas planeadas sob a influência do caminho de ferro. Tese de doutoramento apresentada no Departamento de Arquitectura da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra. Coimbra: texto policopiado, julho 2015, vol. 1; SOUSA, José Fernando de - «A Linha do Tâmega». In Gazeta dos Caminhos de Ferro. 01 abril 1932, n.º 4, pp. 153-155; TORRES, Carlos Manitto - «A evolução das linhas portuguesas e o seu significado ferroviário». In Gazeta dos Caminhos de Ferro. 16 fevereiro 1958, n.º 70, p. 94; «Troços de linhas férreas portuguesas abertas à exploração desde 1856, e a sua extensão». In Gazeta dos Caminhos de Ferro. 16 outubro 1956, n.º 69, p. 529.

Documentação Gráfica

Arquivo Técnico da IP-Infraestruturas de Portugal (solicitação através do site www.infraestruturasdeportugal.pt)

Documentação Fotográfica

DGPC: SIPA; Arquivo Técnico da IP-Infraestruturas de Portugal (solicitação através do site www.infraestruturasdeportugal.pt)

Documentação Administrativa

Arquivo Técnico da IP-Infraestruturas de Portugal (solicitação através do site www.infraestruturasdeportugal.pt)

Intervenção Realizada

Observações

Autor e Data

Armando Oliveira 2020 (no âmbito do Protocolo de colaboração DGPC / Infraestruturas de Portugal)

Actualização

 
 
 
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