Chafariz da Prata

IPA.00036179
Portugal, Santarém, Tomar, União das freguesias de Tomar (São João Baptista) e Santa Maria dos Olivais
 
Chafariz do tipo marco, construído no séc. 19, para abastecimento de água à cidade, desativado nos anos 60 do séc. 20, tendo sido sucessivamente mudado de localização para a implementação de melhoramentos urbanos. É composto por estrutura central, que encerra a caixa de água, com duas bicas e dois tanques laterais. Os únicos elementos decorativos, cingem-se à zona das bicas e ao remate.
 
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Registo

 
Edifício e estrutura  Estrutura  Hidráulica de elevação, extração e distribuição  Chafariz / Fonte  Chafariz / Fonte  Tipo marco

Descrição

Chafariz em cantaria de calcário, de planta retangular irregular, composta por amplo soco formado por plinto e uma sucessão de toros e escócias, que sustentam um elemento de perfil côncavo, percorrido por cadeia relevada, onde surge a estrutura cúbica que sustenta duas bicas boleadas, com saída metálica, integrando torneiras; nas outras duas faces, pequeno painel emoldurado, o da face ocidental com rosetão e o oposto com inscrição. A estrutura remata em pináculo galbado, decorado por motivos fitomórficos e estrias. As bicas, inscritas nas faces norte e sul do elemento cúbico, vertem para dois tanques dispostos de forma simétrica, com plinto e corpo de perfil convexo, encimado por frisos e de bordo simples.

Acessos

Tomar, Praça Alves Redol, Rua dos Arcos e Rua Cândido Madureira. WGS84 (graus decimais): lat: 39,602303; long.: -8,412168

Protecção

Abrangido pela Zona Geral de Proteção dos Trechos arquitectónicos que restam dos edifícios dos Estaus, incorporados nos prédios que fazem esquina da Rua Torres Pinheiro para a dos Arcos e a da Saboaria (v. IPA.00002032)

Enquadramento

Urbano, isolado, implantado numa pequena zona ajardinada, no local onde existiu um lote edificado, onde funcionava o Colégio Nuno Álvares, demolido na década de 60, para ampliar a Praça Alves Redol, melhorando os acessos da Ponte Nova. A zona possui árvores frondosas e canteiro ajardinado, elevada relativamente à via pública por plataforma ampla com cinco degraus. A sul, encontram-se os arcos que constituíam os antigos Estaus, e, fronteira, a Casa dos Cubos (v. IPA.00036112) e ao Complexo do Museu da Levada (v. IPA.00026376). A ocidente, está a Casa onde funcionou a Escola Comercial e Industrial de Tomar, na Rua Cândido Madureira.

Descrição Complementar

Na FACE VIRADA A ORIENTE, a inscrição emoldurada e incisa: "C(âmara) M(unicipal) T(omar) / 1897".

Utilização Inicial

Hidráulica: chafariz

Utilização Actual

Hidráulica: chafariz

Propriedade

Pública: municipal

Afectação

Sem afetação

Época Construção

Séc. 19

Arquitecto / Construtor / Autor

ARQUITETO: José Manuel de Carvalho Noronha (1897). CONSTRUTOR: Manuel Mendes Godinho (1895).

Cronologia

1839, 01 maio - o fiscal da Câmara refere que tem sido um descuido não se aproveitar a água do cerro da Senhora dos Anjos, para conduzir a um chafariz a fazer na Rua da Graça, pelo menos com duas bicas, pedindo que fosse solicitada às Cortes autorização do valor dos 5% da sisa das compras dos bens de raiz por seis anos para o efeito (ROSA, II, 483); 1894, 25 janeiro - em sessão de Câmara fala-se da necessidade de elaborar estudos para a canalização de água potável para consumo dos habitantres (ROSA, III, 342); 1895, 08 agosto - apresentado em sessão de Câmara o orçamento de 3:450$000 para a condução de água de Marmelais para Tomar (ROSA, III, 357); 10 outubro - não aparecendo arrematantes, decide-se fazer a obra por ajuste particular (ROSA, III, 362); 31 outubro - o presidente da Câmara refere que ajustara com Manuel Mendes Godinho de Cem Soldos a obra de canalização de Marmelais para a cidade, por 3:622$500 (ROSA, III, 364); 1896, 06 março - início das obras de condução de águas de Marmelais sob a direção do Condutor das Obras Públicas Minicipais José Manuel de Carvalho Noronha (ROSA, III, 374); 08 maio - aprovação superior para a exploração e canalização de águas da Fonte da Prata e de Marmelais (ROSA, III, 370, 374); 1897 - decidira-se adquirir por compra a água da Quinta do Contador, pertencente a João Maria de Sousa, da denominada Fonte da Pratra e prolongou-se a Mina de Marmelais à fonte e transportou-se para Tomar; 14 fevereiro - termina a obra, que atravessava em sifão o rio Nabão junto à Ponte das Ferrarias (ROSA, III, 374); 1909, 27 maio - a Câmara toma conhecimento do resultado da análise da água feita por Alberto de Aguiar da Escola Médida e da Escola da Farmácia do Porto, sendo puras e sem inquinação (ROSA, IX, 186); séc. 20, década 10 - o alinhamento da rua de João Torres Pinheiro, obriga a que seja deslocada para junto do Grémio Artístico Tomarense (ROSA, Hist, 105); 1911, 16 janeiro - em sessão reconhece-se a existência de qualquer ruptura na mina, sendo necessário proceder a trabalhos (ROSA, IX, 238; 1911 - substituição das pias, que estavam em mau estado (ROSA, IX, 253); 1921 - projeto do Condutor de Obras Municipaos de embelezamrento da zona envolvente, que foi aprovado (ROSA, IX, 518); 1922, 24 fevereiro - projeto de alteração da fonte, com uma construção mais desafogada, substituindo-se o atual marco, permitindo que a água fosse elevada e transportada para Além da Ponte, mas a votação fica empatada (ROSA, IX, 539); 1925, 18 maio - mandada reparar (ROSA, IX, 599); 21 junho - estão concluídos os trabalhos na Fonte (A Voz de Tomar, 21-06-1925); 1928 - com o alargamento da Avenida, a fonte é mudada de local (A Cidade, 11-03-1928); 1933 - Divisão de Estradas pede a alteração da Fonte, para o que envia um desenho (ROSA, IX, 549); 1938 - a Câmara, na impossibilidade de ajardinar a zona onde se acha a fonte, Jardim da Estrela, apenas colocou algumas árvores (Cidade de Tomar, 06-03-1938); 1953 - a água da fonte só deve ser bebida depois de fervida (O Templário, 14-06-1953); 1967 - com a construção da Ponte Nova, a fonte é transferida para a travessa João Freire, nas traseiras da Casa dos Cubos, deixando de ser abastecida pela fonte de Marmelais; 2001 - a Fonte da Prata volta a mudar de local, para junto dos Estaus.

Dados Técnicos

Sistema estrutural autónomo.

Materiais

Estrutura em cantaria de calcário; bicas em metal

Bibliografia

«Fonte da Prata» in A Voz de Tomar. Tomar: 21 junho 1925; «Fonte» in A Cidade. Tomar: 11 março 1928; ROSA, Alberto de Sousa Amorim - Anais do Município de Tomar… Tomar: Câmara Municipal, 1940-1974, 9 vols.; VICENTE, Leonel - Mendes Godinho uma história de empreendimento empresarial familiar. Tomar: Associação MG - Memorial Mendes Godinho, 2018.

Documentação Gráfica

CMTomar

Documentação Fotográfica

DGPC: SIPA; CMTomar

Documentação Administrativa

CMTomar

Intervenção Realizada

Nada a assinalar.

Observações

Autor e Data

Paula Figueiredo 2019

Actualização

 
 
 
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