Cemitério Velho de Tomar

IPA.00036172
Portugal, Santarém, Tomar, União das freguesias de Tomar (São João Baptista) e Santa Maria dos Olivais
 
Cemitério construída no séc. 19 pela Junta da Paróquia de Tomar em terreno próprio, posteriormente cedido à Câmara por manifesta falta de meios para a Paróquia continuar a administrar o espaço. Possui capela construída no final do séc. 19 conforme projeto de José Maria Nepomuceno e possui vários jazigos com manifesto interesse patrimonial.
 
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Registo

 
Conjunto arquitetónico  Edifício e estrutura  Funerário  Cemitério    

Descrição

Planta retangular simples, envolvida por alto muro de alvenaria rebocada e pintada, com acesso por portão no lado ocidental. Tem duas ruas perpendiculares, dando acesso a quatro talhões, sendo as ruas orladas por mausoléus. No fundo, a oriente, a capela, de planta poligonal composta por nave, capela-mor e sacristia adossada ao lado esquerdo, com coberturas diferenciadas em telhados de uma e duas águas.

Acessos

Tomar, Rua de Santa Iria; Rua Carlos Campeão; Avenida Horta del Rei. WGS84 (graus decimais): lat.: 39,602510; long.: -8,407938

Protecção

Parcialmente abrangido pela Zona Geral de Proteção do Forum Romano de Tomar (v. IPA.00006264)

Enquadramento

Urbano, isolado, implantado no lado oriental de Tomar, numa área de expansão urbana, em amplo quarteirão, plano, envolvido por vias públicas, pavimetadas a alcatrão, de que se separa por passeios públicos. Encontra-se rodeado por árvores frondosas e de grande porte, que forma um pequeno parque na face principal. Fronteiro, tem parque de estacionamento e, em cota mais baixa, o Mercado Municipal de Tomar (v. IPA.00021209). No lado sul, surge a Igreja de Santa Maria do Olival (v. IPA.00006537) e, a norte, o Forum Romano de Tomar (v. IPA.00006264). Adossado a sul, a Capela mortuária da Santa Casa da Misericórdia de Tomar.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Funerária: cemitério

Utilização Actual

Funerária: cemitério

Propriedade

Pública: municipal

Afectação

Sem afetação

Época Construção

Séc. 19 / 20

Arquitecto / Construtor / Autor

ARQUITETO: José Maria Nepomuceno (1879).

Cronologia

1838, 16 janeiro - em sessão de Câmara, decidem oficiar à Junta da Paróquia no sentido de construir um cemitério (ROSA, II, 467); séc. 19, meados - construção do cemitério; 1872, 15 janeiro - ofício do administrador do concelho a perguntar se haveria incoveniente em passar a administração do cemitério, a cargo da Junta da Paróquia para o município (ROSA, III, 37); 19 fevereiro - convida-se a Câmara a reunir em sessão extraordinária no dia 20 para tomar posse do cemitério (ROSA, III, 37); 20 fevereiro - reune a Câmara, com a presença do admninistrador do concelho, José de Melo, e o presidente da Junta, sendo entregue chave do cemitério, com a condição de que, se tivesse outra finalaidade que não os enterramentos, o terreno reverteria para a posse da Paróquia, visto este lhe pertencer (ROSA, III, 38); 04 março - João Guiherme de Carvalho, encarregue de visitar o local, expõe o estado em que achou o cemitério, com erva alta, terreno desigual, poucas sepulturas numeradas, casas de ossos sem telhados nem portas, a capela perece um alpendre, sem um altar ou algum símbolo, com montes de pedras nos cantos, paredes por caiar, portão por pintar, sendo necessárias obras urgentes (ROSA, III, 39); 18 março - o Administrador do concelho refere existirem inumações de cadáveres, que ficam ao ar, que havia sido mutilada a mão num relvo do túmulo de António Filipe da Mota e que serve para guardar materiais de obras do resposnávbel pela terraplanagem que se faz no largo fronteiro (ROSA, III, 39); 1874, 07 agosto - em sessão da Câmara é decidido ampliar o cemitério, pelo que se resolve expropriar os terrenos: 2454m2 pertencentes a Júlia de Jesus Campeão e seus filhos, 102m2 pertencentes a D. Conceição Mota, viúva de António Filipe da Mota e 85 m2 de Manuel Duarte (ROSA, III, 80); 1876, 23 janeiro - Domingos Pereira Campeão, representante da Casa F. Júlia de Jesus Campeão & Filhos, aceita a verba de 300$000 para a compra do terreno destinado à ampliação do cemitério (ROSA, III, 102); foi decidido arrematar 360m3 de alvenara, 50 m3 de saibro e 100m3 de areia lavada para o cemitério (ROSA, III, 102); 25 fevereiro - decide-se adquirir dois vãos de cantaria, lancil para janelas e vãos para portas (ROSA, III, 103); 03 março - delibera-se a ampliação do cemitério (ROSA, III, 103); 1876, 19 maio - a obra, em curso, é avaliada em 2:480$000 (ROSA, III, 107); 24 novembro - apresentado o regulamento do Cemitério público (ROSA, III, 115); 1877 - obras no cemitério público por 600$000 (ROSA, III, 121); 20 abril - aquisição de dois portões de ferro (ROSA, III, 120); 13 julho - está a ser construída a capela e resolve-se comprar uma cruz em Lisboa para o remate (ROSA, III, 123); 10 agosto - José Maria Nepomuceno pretende doar um retábulo do convento para a Capela do Cemitério Público, o que foi aceite pela Câmara (ROSA, III, 125); 1879, 17 novembro - desenho da capela do cemitério elaborado por José Maria Nepomuceno, de Lisboa, a pedido da Câmara e a título gracioso (ROSA, III, 160); 1881, 21 fevereiro - a capela ainda está por telhar (ROSA, III, 177); 28 março - o arcebispo de Mitilene autoriza o vigário geral da cidade a benzer o cemitério (ROSA, III, 178); 11 julho - decide-se colocar em praça o telhado da capela (ROSA, III, 184); 1884, 20 novembro - a capela ainda está por terminar (ROSA, III, 233); 1890, 27 fevereiro - D. Severina Rosa Mendanha oferece-se para pagar a obra de conclusão da capela, com um legado do seu tio, João Carlos Mendanha (ROSA, III, 296); 18 dezembro - a capela está construída e decide-se ceder espaço para a construção de um jazigo da família Mendanha junto à capela, como prova de gratidão pela ajuda na obra da mesma (ROSA, III, 306); 1891, 09 janeiro - acha-se concluída a capela e oficia-se ao cardeal patriarca autorização para a bênção (ROSA, III, 308); 29 janeiro - inauguração da capela pelas 10 horas, com missa pelo pároco José Martins da Silva Conceição, sendo dedicada a Nossa Senhora do Carmo (ROSA, III, 308-309); 1911, 10 abril - aprovado o projeto da construção de um sarcófago destinado a ossadas e a sua arrematação (ROSA, IX, 248); 08 maio - obra arrematada por Alfredo Ferreira Cotralha por 94$500 (ROSA, IX, 251); 1912, 18 março - as ossadas enontradas no Convento de Cristo são enviadas para o cemitério (ROSA, IX, 291); 03 junho - a Associação do Registo Civil de Lisboa pede à Câmara que faça um forno para cremação de cadáveres, respondendo-se que a edilidade não tem meios para tal (ROSA, IX, 300); 1918, 28 janeiro - João Torres Pinheiro solicita que fosse reestabelecido o culto na capela do Cemitério (ROSA, IX, 436); 11 NOVEMBRO - perante a gripe pneumónica, verifica-se necessário ampliar o cemitério, pelo que se põe à consideração aquirir um terreno de Joaquim Tamagnini Barbosa por 250$000 (ROSA, IX, 454); 25 novembro foi adquirido o terreno e pensa-se adquirir outro (ROSA, IX, 456); 03 dezembro - contratada a compra de um terreno a Védo da Graça e a mulher Olidenda Maria, por 90$00 (ROSA, IX, 456).

Dados Técnicos

Sistema misto.

Materiais

Muros e capela com estrutura em alvenaria rebocada e pintada.

Bibliografia

«Actividade Municipal» in Boletim Cultural e Informativo da Câmara Municipal de Tomar. Tomar: Câmara Municipal de Tomar, 20 outubro 1982, n.º 4, pp. 197-221; ROSA, Alberto de Sousa Amorim - Anais do Município de Tomar. Tomar: Câmara Municipal, 1966, 1967, 1974, vols. II, III e IX.

Documentação Gráfica

CMTomar

Documentação Fotográfica

DGPC: SIPA; CMTomar

Documentação Administrativa

CMTomar

Intervenção Realizada

PROPRIETÁRIO: 1980 - obras dos muros do cemitério e recuperação da cobertura da capela (Actividade Municipal, 211).

Observações

EM ESTUDO.

Autor e Data

Paula Figueiredo 2019

Actualização

 
 
 
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