Gravuras rupestres da Tapada de Ozão e do Monte da Laje

IPA.00003589
Portugal, Viana do Castelo, Valença, União das freguesias de Valença, Cristelo Covo e Arão
 
Sítio pré e proto-histórico. Arte rupestre ao ar livre. Integram-se na tipologia das gravuras rupestres do Noroeste Peninsular e, mais especificamente, no grupo I designado Antigo ou Clássico. O motivo geométrico predominante - conjuntos de círculos insculturados - fá-las aproximar da estação da laje de Taião, não muito distante, não deixando também de ser significativa a proximidade de alguns castros e de um conjunto megalítico. A incidência deste mesmo motivo predominante leva Eduardo Jorge Lopes da Silva a intregar as gravuras de Ozão na a IV fase criada por E. Anati, correspondendo ao Bronze Médio e Final. Por seu lado, António Martinho Baptista situa a estação do Monte da Laje entre o Calcolítico Médio e a 1ª Idade do Bronze, devido à conceptualização sub-rectangular das idoliformes, e a sua aparente associação a 2 punhais, eventuais modelos em cobre ou do Bronze Antigo. As gravuras de Ozão foram obtidas pela técnica de picotagem, mantendo-se certa reserva em relação à do Monte da Laje, devido ao facto de estarem mais erosionadas. A excepcional dimensão e elevado número de anéis dos círculos concêntricos, com tal profusão e sobreposição na Laje de Ozão que dificulta o seu decalque e interpretação, bem como ao facto das insculturas se prolongarem pelos bordos e faces laterais.
Número IPA Antigo: PT011608070011
 
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Registo

 
Sítio  Sítio pré e proto-histórico  Arte rupestre      

Descrição

A área descoberta da laje da tapada de Ozão tem forma trapezoidal, com 2,06 m. no eixo maior e 1,97 m. do eixo menor, totalizando cerca de 8,1 m. de perímetro. 3 tipos de motivos distribuem-se por toda a superficie plana da laje, pela face lateral E. (onde surgem isolados ou como prolongamento dos da superfície) e na extremidade S., na parte que desce mais abruptamente. Predominam os círculos concêntricos que parecem situar-se, intencionalmente, nos limites periféricos da superfície plana, aproveitando certas zonas mais ovaladas, e dobrando os sulcos para os bordos. Formam conjuntos de 2 a 6 círculos, mas na face lateral E. surgem 2 círculos simples com "fossete" central. Os conjuntos maiores têm diâmetro entre 43 e 80 cm e os menores de 22 e 30 cm, sendo estes últimos raiados, outros com apêndice e outros, ainda, dando a ideia de estarem em sobreposição ou em associação. Para além dos que se encontram no centro dos círculos, espalham-se um pouco por toda a superfície horizontal, mas com maior incidência na zona central, "fossetes", de grandes dimensões (diâmetro entre 8 e 11 cm) e conjuntos de outros menores (diâmetro entre 3 e 4 cm), situando-se um deles no quadrante NE., junto ao eixo central e outro no qudrante SE. O 3º motivo são as linhas, geralmente sinuosas e localizando-se sobretudo na zona central. Algumas cruzam-se com os apêndices dos círculos concêntricos. As gravuras do Monte da Laje - distribuem-se pela plataforma de um grande afloramento granítico, voltado a NE., apresentando-se muito erosionadas e cobertas de líquenes. Como principais motivos temos os círculos concêntricos, formando conjuntos com número variado de círculos, alguns deles simples com "fossete" central, representações; doliformes de conceptualização sub-rectangular (um deles oculado) e ainda punhais.

Acessos

Estrada Valença - Monção. VWGS84 (graus decimais) lat.: 42,002939; long.: -8,639468 (à freguesia)

Protecção

Em vias de classificação (Homologado como IIP - Imóvel de Interesse Público, Despacho de 29 fevereiro 1980 do Secretária de Estado da Cultura)

Enquadramento

Rural. Situa-se numa pequena tapada, em terreno abrigado por pinheiros, carvalhos e eucaliptos, à altitude de cerca de 300 m e parecendo cortar um pequeno muro de pedra solta, que aí se interrompe. A estação do Monte da Laje situa-se a SO. da tapada de Ozão e a cerca de 1200 m, num local ermo onde predomina vegetação rasteira.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Não aplicável

Utilização Actual

Não aplicável

Propriedade

Privada: pessoa singular

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Idade do Bronze

Arquitecto / Construtor / Autor

Não aplicável

Cronologia

Idade do Bronze - realização das gravuras.

Dados Técnicos

Materiais

Não aplicável

Bibliografia

BAPTISTA, António Martinho, Arte Rupestre pós-glaciária. Esquematismo e abstração in História da Arte em Portugal, vol. 1, Lisboa, 1986, p. 30 - 59; CUNHA, Ana Maria Cameirão Leite da, SILVA, Eduardo Jorge Lopes da, Gravuras Rupestres do Concelho de Valença (Monte de Fortes (Taião), Tapada de Ozão e Monte da Laje), Sep. das Actas do Semanário de Arqueologia do Noroeste Peninsular, Barcelos, 1980; NEVES, Manuel Augusto A. Pinto, Valença na História e na Lenda, Braga, 1990; SOARES, P. M., Estações de Gravuras Rupestres in Boletim Municipal, nº 4, Valença, 1988, p. 10 - 11.

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

Intervenção Realizada

1978, Jan. / 1979, Jan. - Prospecções efectuadas por Vitor Oliveira Jorge, da Faculdade de Letras da Universidade do Porto e uma equipa do GEAP, orientada por Ana Maria Cameirão Leite da Cunha e Eduardo Jorge Lopes da Silva.

Observações

Nesta estrada há à direita um estradão que dá acesso a veículos automóveis, até quase ao seu termo, no lugar de Ozão, onde se encontra a capelinha do Senhor da Boa Morte. Aí segue-se por um caminho à esquerda da capela por cerca de 200 metros.

Autor e Data

Paula Noé 1992

Actualização

 
 
 
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