Palacete Alves Machado

IPA.00035870
Portugal, Lisboa, Lisboa, Santo António
 
Palacete residencial construído na segunda metade do século 19, apresenta características neoclássicas, de planta quadrangular, levantado a curta distância do muro exterior. O telhado em cruz, com braços de três águas, define quatro fachadas idênticas, compostas por um pano central de três pisos, cada um rasgado por três janelas de sacada com guardas ornamentais, e dois panos laterais de dois pisos com vãos idênticos. Nas esquinas do piso superior, sobre os panos laterais, abriam-se quatro varandas de planta retangular com balaústres, atualmente transformadas em marquises envidraçadas. Sob a claraboia, o teto, assente em delgadas colunas de ferro, está decorado com medalhões em estuque e pinturas em trompe-l'oeil, atribuídas, como todas as restantes, ao pintor decorativo José Maria Pereira Júnior. Ao longo dos patamares encontram-se as pinturas mais interessantes e claramente românticas do palacete, um conjunto de representações naturalistas a óleo sobre tela, que incluem fauna, flora e vistas idealizadas de Portugal. São acompanhadas por temas naturalísticos de cuidada execução e colorido, onde pontuam aves de jardim e aves exóticas, sendo estas últimas uma segura alusão à estadia dos irmãos Alves Machado no Brasil.
 
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Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Residencial unifamiliar  Casa  Palacete  

Descrição

Planta quandrangular, estruturada a partir de um eixo central de três pisos, que define quatro fachadas idênticas, sendo as laterais de apenas dois pisos. Fachadas rebocadas e pintadas, rasgadas em cada piso por janelas de sacada, retilíneas com moldura de cantaria e guardas ornamentais em ferro fundido. Nas esquinas do piso superior, sobre os panos laterais, evidenciam-se quatro varandas de planta retangular com balaústres, atualmente transformadas em marquises envidraçadas. Coberturas telhadas em cruz, com braços de três águas. Fachada principal virada a sul, a entrada surge à face da Rua do Salitre, através de duplo lanço de escadas, que se localiza no mesmo eixo de um portão aberto no muro exterior, flanqueado por dois óculos elipsoidais. INTERIOR: acede-se ao interior através de um átrio, que serve a ligação a escadaria de madeira em dois lanços simétricos semicirculares com guarda em ferro forjado, iluminada por claraboia. No primeiro andar, andar nobre, encontram-se as salas comunicantes dispostas ao longo da fachada principal, áreas de serviço no piso térreo e áreas privadas junto à fachada posterior e no segundo piso. No seu interior destaque-se os medalhões em estuque e as pinturas em trompe-l'oeil de teto, sob a claraboia; as pinturas claramente românticas, traduzidas num conjunto de representações naturalistas, a óleo sobre tela, de fauna, flora e vistas idealizadas de Portugal, distribuídas ao longo dos patamares; as pinturas que abordam temas naturalísticos de cuidada execução e colorido, onde pontuam aves de jardim exóticas, que aludem à estadia no Brasil de alguns dos proprietários do imóvel; e, por fim, as pinturas murais fazendo alusão ao mundo greco-romano da Antiguidade Clássica, ao estilo frencês Luís XVI e ao neoárabe, que decoram as salas voltadas para a escadaria.

Acessos

Rua do Salitre, n.º 62-64. WGS (graus decimais): lat.: 38,720128, long.: 9,147586.

Protecção

Categoria: MIP - Monumento de Interesse Público, Portaria n.º 663/2018, DR, 2.ª série, n.º 237, de 10 dezembro 2018

Enquadramento

Urbano. Insere-se na malha urbana da pendente que sobe da Avenida da Liberdade, para poente, em direção ao Jardim Botânico. Confronta, a poente, com o Palacete dos Condes do Alto Mearim e a nascente com o Edifício Jean Monnet.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Residencial: palacete

Utilização Actual

Propriedade

Privada

Afectação

Sem afetação

Época Construção

Séc. 19

Arquitecto / Construtor / Autor

Cronologia

1876 - edificação do imóvel por iniciativa de João Alberto Lopes, o então proprietário; 1879 - é adquirido por António José Alves Machado, que, por morte, o deixa ao seu irmão, Manuel Joaquim Alves Machado, então já distinguido com o título de conde; 1899 - a propriedade é vendida ao conselheiro Joaquim José Cerqueira, que, tal como os irmãos Alves Machado, era também emigrante regressado do Brasil, que a habitou até 1929; 1929 - é arrendada ao Instituto de Estatística e, posteriormente, ao Colégio Feminino Francês; 1973 - é adquirido pelo Estado, que, por sua vez, o vende à Fundação Oriente; 2015, 25 agosto - requerimento particular solicita a abertura de processo de classificação; dezembro - a propriedade é vendida ao fundo imobiliário Pavilions West Lisbon - Investimentos Imobiliários e Turísticos, Unipessoal, Lda; 2016, 04 abril - o Departamento dos Bens Culturais da DGPC propõe a abertura de um procedimento de classificação de âmbito nacional; 18 maio - é publicado o Anúncio n.º 129/2016, DR, 2.ª série, n.º 96, referente à abertura do processo de classificação; 2018, 10 dezembro - é classificado como monumento de interesse público o Palacete Alves Machado, incluindo o jardim e o património integrado (Portaria n.º 663/2018, publicada no DR, 2.ª série, n.º 237).

Dados Técnicos

Estrutura autoportante

Materiais

Bibliografia

Documentação Gráfica

Documentação Fotográfica

Documentação Administrativa

Intervenção Realizada

Observações

EM ESTUDO

Autor e Data

Paula Tereno 2017

Actualização

 
 
 
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