Quinta e Casa da Lage

IPA.00003552
Portugal, Viana do Castelo, Ponte de Lima, São Pedro d'Arcos
 
Arquitectura residencial, maneirista / barroca. O corpo principal da casa de planta longitudinal alongada. Presença da colunata e frisos no entablamento referenciam esta casa ao maneirismo. Volutas no remate da guarda da escadaria e no frontão do portal de entrada. A particularidade deste imóvel consiste no facto do alçado posterior e principal serem tratados de uma forma una, carregados de elementos compositivos localizados de forma rigorosa e ritmada. Esta, como muitas outras casas, é resultado de acrescentos sucessivos ao longo do tempo, sendo esta marcada pela tentativa sistemática dos sucessivos herdeiros de reafirmar a composição barroca, ou seja, tanto ao nível da planta como dos alçados afirmar a sua simetria. Assim, explica-se a vontade de construir a "Torre Nova", igual à "Torre Velha" em períodos diferentes. O portal da quinta apresenta soluções compositivas idênticas ao portal da Coroada da Fortificação de Valença, ainda que tenha substituído as pilastras por colunas embebidas.
Número IPA Antigo: PT011607030053
 
Registo visualizado 499 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Conjunto arquitetónico  Edifício e estrutura  Agrícola e florestal  Quinta  Casa nobre  Tipo torre

Descrição

Propriedade murada, constituída por casa principal com pátio, casa adaptada ao turismo (casa da Tulha), jardim, vinha e mata. A mata está separada do resto da propriedade por caminhos junto ao muro que limita o núcleo principal. O acesso a este núcleo é feito a N. da casa por portão encimado por cruz ladeada por pináculos com esferas que dá acesso à zona da casa da Tulha, adaptada ao turismo de habitação. Alinhado com o porão principal, um outro dá acesso ao pátio fronteiro à casa principal, limitado por muro. Em frente à casa, uma fonte com as armas das famílias dos antigos e dos actuais proprietarios da casa marca o local do antigo caminho de entrada na quinta e comemora as obras de restauro da Casa da Laje. A casa tem dois pisos e planta em L. Fachada principal orientada a O. apresenta no centro uma escadaria de acesso a um alpendre coberto com uma colunata. Para cada lado deste alpendre e separados pelas pilastras duas janelas rectangulares no piso superior alinhadas por uma porta e um pequeno vão no piso térreo. A escadaria principal de tiro e de um só lanço possui no seu arranque um amplo patamar quadrangular de quatro degraus. A fachada posterior reafirma duas épocas distintas pela presença a N. de um corpo de dois pisos e a S. um outro mais extenso encaixado entre duas torres de três pisos. Entra as torres, sete vãos de sacada no piso superior e no piso térreo seis pequenas aberturas e uma porta ao centro. Para o extremo N., pertencendo ao corpo mais antigo da casa, uma varanda alpendrada no piso superior apoiada numa colunata de três arcos. A capela constitui a parte "pequena" do L e separa-se da casa por uma varanda alpendrada apoiada numa colunata de dois arcos. A fachada principal da capela, exposta a N., apresenta apenas um portal simples encimado por um óculo. Após a linha de entablamento ergue-se uma platibanda recortada encimada por uma cruz ao centro e ladeada nas extremidades por pináculos. Sobre o portal de entrada ergue-se apoiada na moldura uma cruz saliente do plano da fachada com a imagem de Cristo. No interior um retábulo barroco policromado. O interior da casa apresenta especialmente no corpo mais recente uma composição ordenada e rigorosa, marcada por uma sucessão de salas no piso nobre com as portas todas no mesmo enfiamento. Destaque para o trabalho dos tectos em masseira. Junto à fachada E. da casa desenvolve-se o patamar do jardim com canteiros de buxo entre vestígios do antigo laranjal e com um tanque rectangular de pedra, alimentado por bica com carranca. O jardim é limitado a E. por muro que suporta este patamar, antecedido por caminho sob latada. Para lá do muro estende-se a vinha, também murada, até ao caminho que a separa da mata. A S. da casa existe a casa primitiva, também recuperada que tem em frente uma ruína de outra casa de apoio. A . O. da Casa foi construído um campo de ténis junto ao patamar mais elevado da quinta onde se mantém o caminho que antes dava acesso à propriedade e que se liga por escadaria à zona da casa da Tulha.

Acessos

São Pedro d'Arcos, São Pedro de Arcos; EN 202 saíndo ao Km 18 para Arcos e Estorãos; Lugar da Lage

Protecção

Categoria: MIP - Monumento de Interesse Público, Portaria n.º 740-BM/2012, DR, 2.ª série, n.º 248 de 24 dezembro 2012

Enquadramento

Rural. Nas faldas da serra de Arga, rodeada de campos agrícolas e próximo do Parque Biológico da Lagoa de Bertiandos.

Descrição Complementar

O brasão esquartelado no centro do tecto do Salão d'Armas é dos Sousas Machados, Carvalhos e Menezes. Os brasões da fonte do pátio são, um dos Sousa Machado, Carvalhos e Menezes e outro dos Costa Azevedo. Sobre o antigo portal principal de acesso à quinta está o brasão de José Ribeiro Lima da Costa Azevedo, Visconde de Barrosa.

Utilização Inicial

Agrícola e florestal: quinta

Utilização Actual

Comercial e turística: casa de turismo de habitação

Propriedade

Privada: pessoa singular

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 17 / 18 / 20

Arquitecto / Construtor / Autor

Desconhecido.

Cronologia

1671 / 1728 - Nascimento e falecimento de Manuel de Sousa Machado (2º administrador da Casa da Lage); 1674, 25 Agosto - licença para construção da capela; 1723 / 1791 - nascimento e falecimento de António Diogo de Sousa Machado (3º administrador); 1989, 31 janeiro - proposta de classificação do imóvel por particular; 1993, 28 outubro - proposta de abertura do processo de classificação pela DRPorto; 17 novembro - despacho de abertura do processo de classificação pelo Presidente do IPPAR; 2000, 30 março - proposta da DRPorto para classificação do imóvel como Imóvel de Interesse Público; 2004, 10 novembro - parecer favorável à classificação do imóvel pelo Conselho Consultivo do IPPAR; 2005, 03 fevereiro - despacho de homologação da Ministra da Cultura relativa à classificação da quinta como Imóvel de Interesse Público; 2011, 24 junho - despacho do Diretor do IGESPAR, I.P. a devolver o processo à DRCNorte para formalizar proposta de Zona Especial de Proteção; 2016, 01 abril - publicação de planta retificada, em Portaria n.º 78/2016, DR, 2.ª série, n.º 64.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes.

Materiais

Paredes exteriores de alvenaria de granito rebocado e / ou aparente; cobertura em estrutura de madeira revestida a telha de barro; tectos em madeira; pavimentos em soalho de madeira e / ou lajeado de granito; caixilharias de madeira; grades em ferro pintado.

Bibliografia

GAYO, Manuel da Costa Felgueiras, Nobiliário de Famílias de Portugal, Braga, 1938 / 1942; LEAL, Augusto Soares d'Azevedo Barbosa de Pinho, Portugal Antigo e Moderno, Lisboa, 1873; SILVA, António Lambert Pereira da, Nobres Casas de Portugal, Porto; SOROMENHO, Miguel Conceição Silva, Manuel Pinto de Vilalobos da engenharia militar à arquitectura (dissertação de Mestrado em História da Arte Moderna), UNL, Lisboa, 1991.

Documentação Gráfica

Documentação Fotográfica

DGPC: DGEMN:DSID

Documentação Administrativa

Intervenção Realizada

Anos 80 - Obras de beneficiação: demolição de acrescento junto à fachada principal, transferência da capela para o local actual, execução de sepulturas.Anos 90 - adapatação da casa da o turismo de habitação

Observações

* DOF: Quinta e Casa da Laje (incluindo o portão nobre, portal e anexos agrícolas). Julga-se que o núcleo mais antigo remonta ao reinado de D. Sancho I. A Capela da Casa é na sua origem de Invocação a Nossa Senhora da Apresentação. Foi no período de Jerónimo de Sousa Machado (1º administrador) que foi acrescentada ao núcleo primitivo a designada "Torre Velha" e construída a Capela. Ao 2º administrador deve-se a construção da "Torre Nova", a quase totalidade do corpo entre as torres assim como os tectos de masseira em caixotões com talha. O 3º administrador ampliou a capela adossando-a à casa e alterou a invocação da capela para a Nossa Senhora da Conceição. Recentemente é desejo reconstruir o núcleo primitivo da Casa. A Quinta da Casa da Lage foi outrora constituída, não só por bens livres, "dízimos de Deus", como por três prazos: "Prazo Velho da Laje", "Prazo de São João d'Arga" e o "Prazo da Igreja".

Autor e Data

Isabel Sereno 1996 / Pereira de Lima 2006

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