Estação Ferroviária de Mafra

IPA.00035376
Portugal, Lisboa, Mafra, União das freguesias de Igreja Nova e Cheleiros
 
Estação ferroviária de passagem, ao PK 33,212 da Linha do Oeste, segmento Agualva-Cacém / PK extremo da Linha do Oeste, onde permanecem o edifício de passageiros, o das instalações sanitárias, o cais coberto e cais descoberto. Edifício de passageiros de planta retangular de corpo e registo únicos, com cobertura em telhado de várias águas; na fachada virada às linhas e no intervalo dos vãos, formando lambris, painéis de azulejos figurativos alusivos a monumentos do concelho de Mafra e, nas restantes fachadas, bem como no vestíbulo / sala de espera, painéis com composição módulo-padrão em azul e branco. Cais coberto de planta retangular, possuindo enormes abas da cobertura; tendo no passado sido servido por cais descoberto e por uma linha de carga e descarga de mercadorias.
 
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Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Transportes  Apeadeiro / Estação  Estação ferroviária  

Descrição

Planta composta por edifício de passageiros com alpendre, edifício das instalações sanitárias com lampistaria (arrecadação), plataformas de embarque e linhas férreas, cais coberto e cais descoberto e, na restante área, um jardim e outros elementos caraterísticos da paisagem ferroviária. EDIFÍCIO DE PASSAGEIROS (EP): planta retangular de corpo único e um só registo, massa disposta na horizontal, de nível com a antiga linha e do seu lado esquerdo (sentido ascendente da linha); volume simples com cobertura em telhado de várias águas, com revestimento e beirados em telha de barro vermelho e chaminés nos extremos da aba noroeste da cobertura; fachadas rebocadas e pintadas de branco, rematadas por cornija, com cunhais simples, pintados de branco e soco em pedra calcária; no intervalo dos vãos, painéis de azulejos figurativos e de composição módulo-padrão; todos os vãos de janela e porta têm molduras e vergas retas em pedra calcária, à exceção das portas de acesso de passageiros, ao centro das fachadas noroeste e sudeste, que apresentam bandeiras em arco de volta perfeita; caixilharias fixas e móveis pintadas de branco; fachada principal, a sudeste, virada às linhas, de um só pano rematado por cornija, rasgado por 5 janelas e 4 portas; alpendre na zona central da fachada com estrutura em ferro fundido constituída por perfis transversais e longitudinais e pilares ornamentados com mísulas suportando a cobertura de duas águas de diferente dimensão; lambris revestidos com painéis de azulejos figurativos; fachadas laterais com remate em empena com cornija; pequenos painéis toponímicos em azulejo, com o fundo em branco e o nome da estação "Mafra" em azul, colocados, ao centro das fachadas; pequena janela na fachada nordeste e 2 janelas na fachada sudoeste; lambris revestidos com painéis de azulejos de composição módulo-padrão em azul e branco; fachada posterior virada ao largo da estação, de um só pano, rematado por cornija, ritmada por 3 frontões, rasgada por 5 portas e 4 janelas; lambris revestidos com painéis de azulejos de composição módulo-padrão em azul e branco. INTERIOR: compartimentos afetos à exploração ferroviária, contando com vestíbulo / sala de espera para passageiros, bilheteira, gabinete do chefe e instalações sociais para os agentes; o vestíbulo / sala de espera tem lambris revestidos com azulejos de composição módulo-padrão em azul e branco, colocados à meia esquadria. EDIFÍCIO DAS INSTALAÇÕES SANITÁRIAS E LAMPISTARIA: planta retangular simples, de corpo único e um só registo; massa disposta na horizontal, localizado na mesma plataforma e a suudoeste do EP; volume simples com cobertura em telhado de quatro águas, com revestimento e beirados em telha de barro vermelho; fachadas de um só pano, rebocadas e pintadas de branco, rematadas por cornija, cunhais simples e soco em pedra calcária; vãos de janela e porta de verga reta, sem moldura; caixilharias fixas e móveis pintadas de branco sendoas folhas das janelas em reixa, igualmente pintada de branco; faixas de azulejos azuis e brancos para sinalização dos acessos às IS e à lampistaria. CAIS COBERTO: planta retangular simples, de corpo único e um só registo, massa disposta na horizontal, localizado a nordeste do EP e na mesma plataforma; cobertura em telhado de duas águas com grandes abas lançadas sobre as plataformas; estrutura em asnas de madeira e revestimento em chapa metálica; fachadas com revestimento a réguas de madeira sobre estrutura de madeira tratada; fachadas nordeste e sudoeste com remate em empena, ambas rasgadas por portão com folhas de madeira; o cais coberto era acedido por linhas de topo a sudeste. ARRANJOS EXTERIORES: calçada à portuguesa na plataforma do EP com moldura e o nome da estação escrito a vidraço preto; bordadura das plataformas e fiadas de lajetas em betão liso e texturado; nas restantes áreas zona ajardinada, canteiros e buxos; vedação de delimitação do domínio ferroviário em cimento armado; vários candeeiros de iluminação pública; pavimentação do largo em cubos de granito. Sinalética específica para passageiros e placa dissuasora de furto e vandalismo do património azulejar.

Acessos

Largo da Estação, Mafra Gare

Protecção

Inexistente

Enquadramento

Rural, isolado.

Descrição Complementar

EDIFÍCIO DE PASSAGEIROS: no intervalo dos vãos e sob os peitoris da fachada principal painéis de azulejos figurativos policromáticos representando quadros da Tapada de Mafra, do Jardim do Cerco e da Basílica de Nossa Senhora de Mafra; nas fachadas laterais e posterior painéis de composição módulo-padrão azul e branco.

Utilização Inicial

Transportes: estação ferroviária

Utilização Actual

Transportes: estação ferroviária

Propriedade

Pública: estatal

Afectação

Sem afetação

Época Construção

Séc. 20

Arquitecto / Construtor / Autor

ARQUITETO: Cottinelli Telmo (desenho da vedação de delimitação do domínio ferroviário); PINTORES DE AZULEJOS: Álvaro Pedro Gomes (1934), António Castro Mourinho (1934), Salvador Fausto de Souza (1934) e Fábrica de Loiça de Sacavém (1934).

Cronologia

1874, 14 abril - a Câmara Municipal de Torres Vedras decide solicitar ao Governo a construção de um caminho-de-ferro até Lisboa; 1880, 12 janeiro - contrato provisório para a construção de uma linha férrea entre Torres Vedras e Lisboa; 1882, 31 janeiro - proposta ao Parlamento para construção de dois grupos distintos de linhas, um desde Alcântara a Torres Vedras com ramais para Sintra e para a Merceana e outro desde Torres Vedras por Caldas, São Martinho, Leiria, Figueira da Foz e seu ramal para Alfarelos, onde entroncaria com a linha do Norte; 1882, 02 maio - Lei aprovando o contrato provisório para a construção do caminho-de-ferro de Lisboa a Sintra e Torres Vedras e autorizando o governo a contratar a com a Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses, a construção de uma linha de Torres Vedras pelas Caldas e Leiria à Figueira e Coimbra; 1882, 10 julho - o Governo contrata a empresa Henry Burnay & Companhia para a construção da linha do Oeste; 1885, 05 agosto - Empresa Henry Burnay & Companhia trespassa a construção à Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses; 1885, 21 agosto - a Companhia Real dos CF contrata a construção da Linha à empresa Duaderni & Bartissol; 1886, 07 julho - Alvará de concessão à Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses; 1887, 02 abril - abertura à exploração da Linha do Oeste, entre Alcântara-Terra e o Cacém, e o Ramal de Sintra, entre o Cacém e Sintra; 1887, 09 maio - início do transporte de mercadorias; 1887, 21 maio - abertura à exploração do troço Cacém a Torres Vedras; 1887, 01 agosto - abertura à exploração do troço Torres Vedras a Leiria; 1888, 17 julho - abertura à exploração do troço entre Leiria e Figueira da Foz, conclusão da Linha do Oeste; 1889, 08 junho - abertura à exploração do troço Amieira a Alfarelos; 1891, 25 maio - abertura à exploração da Concordância de Alfarelos; 1934 - colocação de oito painéis de azulejos nos lambris exteriores pintados com temas locais, pintados por Álvaro Pedro Gomes, António Castro Mourinho e Salvador Fausto de Souza, na Fábrica de Loiça de Sacavém; 1990 - conclusão da renovação integral da via na Linha do Oeste; 1993, setembro - abertura à exploração do Ramal do Louriçal, na Linha do Oeste; 1997, 29 abril - criação da REFER enquanto gestora da infraestrutura ferroviária nacional incluindo as estações; 2013 - colocação de placa dissuasora de furto e vandalismo do património azulejar.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes

Materiais

Bibliografia

Gazeta dos Caminhos de Ferro, n.º 1682, 16 janeiro 1958; ALMEIDA, Pedro Vieira de e CALADO, Rafael Salinas - Aspectos azulejares na arquitectura ferroviária portuguesa. Lisboa: Caminhos de Ferro Portugueses, 2001; FINO, Gaspar Correia - Legislação e disposições regulamentares sobre caminhos de ferro. Lisboa: Imprensa Nacional, 1903; GONZALES FRAILE, Eduardo - Las primeras estaciones de ferrocarril: su tipologia; HUMBERT, Georges-Charles - Traité Complet des Chemins de Fer. 1908; LOPEZ GARCIA, Mercedes - MZA, Historia de sus estaciones. Madrid: Ediciones Turner, S.A., 1986; MATOS, António Aspra de - O caminho de ferro em Torres Vedras - impacto da sua chegada. Torres Vedras: Edição Colibri, 2007.

Documentação Gráfica

Documentação Fotográfica

Documentação Administrativa

CP e REFER: Arquivos Técnicos

Intervenção Realizada

Observações

Segundo Georges-Charles Humbert (1908) as estações e apeadeiros são pontos de uma estrutura espacial linear, só percetível na sua totalidade em cartografia, onde param os comboios para embarque e desembarque de passageiros e mercadorias. Em termos estritamente ferroviários, uma estação/apeadeiro é um conjunto de edifícios e outras construções que se encontram dentro do recinto existente entre as agulhas de entrada e de saída; compreende, por um lado, o edifício de passageiros, com as suas bilheteiras, salas de espera, gabinetes, e sanitários e por outro lado, as plataformas e as linhas. Do ponto de vista da arquitetura, e salvo algumas exceções, as companhias ferroviárias preferiram modelos estandardizados que pressupunham uma economia de gastos considerável, adotando soluções que se repetiram com poucas variantes.

Autor e Data

Paula Azevedo (REFER) e Ana Sousa (CP) 2014 (no âmbito da parceria IHRU / REFER)

Actualização

 
 
 
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