Fortificações da Praça de Valença do Minho
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Portugal, Viana do Castelo, Valença, União das freguesias de Valença, Cristelo Covo e Arão |
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Fortificação construída entre a segunda metade do séc. 17 e a primeira metade do séc. 18, com traçado abaluartado e de grande importância estratégica, já que, juntamente com a fortaleza de Viana, Caminha e Monção, constitui uma das quatro grandes fortalezas em que assentava a defesa do noroeste português. De fato, a praça de Valença constitui uma das mais importantes da época no panorama nacional, caracterizando-se, segundo Rafael Moreira, por uma planta sofisticada com impressionante sobreposição de recintos fortificados e obras defensivas ao longo da encosta, de modo a tirar o máximo proveito das condições topográficas. A sua imponência não estará certamente alheia a implantação frente a Espanha, constituindo como que uma "verdadeira vitrina dos recursos bélicos do País". É composta por dois polígonos irregulares e quase tangentes, o corpo da praça, construída de modo a envolver a muralha medieval da vila, integrando no seu perímetro alguns dos seus troços e parte da estrutura de uma das portas, com baluartes estrategicamente, a maioria com falsas bragas, e a obra da coroada, a sul, formada por três baluartes, com duas linhas de defesa, circundados por fosso, com contraescarpa em torrão e caminho coberto, reforçados por dois revelins a sul da coroada e três a cobrir as portas da praça. As estruturas apresentam paramentos em talude, com a escarpa exterior de duas seções e cunhais aparelhados, terminados em cordão e parapeito de canhoneiras, tendo nos ângulos flanqueados guaritas facetadas cobertas por cúpula. As portas são em arco de volta perfeita, normalmente encimadas por frontão com brasão, possuindo transitos cobertos por abóbadas de berço, integrando portas intermédias, ladeados ou flanqueados por casamatas, também abobadadas e com frestas de tiro para a escarpa exterior e transito. Destaca-se a porta da Gaviarra pelo fato de integrar no transito a cisterna medieval, bem como a estrutura da antiga porta, com vão em arco apontado, siglado, e capitéis vegetalistas, e uma das torres que a flanqueava. Ao contrário de todas as outras portas, a Porta do Sol é de grande simplicidade, não possuindo qualquer decoração. Na frente nascente, a cortina da praça integrou também troço de muralha medieval com uma das suas portas, em arco apontado e com brasão nacional no fecho, a qual foi transformada em poterna. Algumas plantas do séc. 18, representam ainda outros troços de muralha antiga, a cujo perfil se adaptou a traça urbana. Em 1713, integrava uma "tenalha à Vauban", hoje inexistente, o que constitui uma das primeiras referência conhecidas a este engenheiro francês, numa conjuntura em que predominava em Portugal a influência da Escola Holandesa de Fortificação (MOREIRA, 1986). A defesa noroeste de Portugal era ainda completada com pequenos fortes, como o Forte de São Vicente, o Forte da Feitoria Velha e outros existentes nas imediações de Valença. A Porta da Coroada tem a inscrição: "PELOS ANNOS D XPO MDCC. IMPERANDO NA MONARCHIA LUSITANA D. PEDRO II E SENDO REGENTE DAS ARMAS DESTA PROVINCIA D. JOÃO DE SOUZA FOI FEITA ESTA OBRA ERECTA". Sobre o arco, surge escudo ovalado com as armas de D. João de Sousa (do Prado), esquartelado, tendo no I e IV quartel cinco escudetes carregados de besantes e no II e III um leão rampante, inseridas em cartela encimada por coronel de Conde. Na porta do revelim da Gaviarra, chamada de Portas de Monção, surge escudo português esquartelado com as armas do Governador das Armas da Província do Minho D. António de Noronha, tendo no I e IV quartel cinco escudetes postos em cruz, cada um deles carregado com cinco besantes de campo postos em aspa, sete castelos e um filete em contrabanda e no II e IV um castelo e dois leões afrontados. A cortina de São Francisco apresenta escudo ovalado inserido em cartela com volutas superiores com as armas de Portugal encimado por coroa fechada |
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Número IPA Antigo: PT011608150003 |
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Registo visualizado 7740 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Militar Fortaleza
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Descrição
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Planta composta por dois polígonos irregulares e quase tangentes: a coroada, constituída, a sul, por três baluartes e, a norte, por dois meios baluartes, desiguais, todos com duas linhas de defesa, e a praça, sensivelmente oval, constituída por sete baluartes poligonais desiguais, dispondo-se um em cada ângulo dos extremos e tendo ainda dois a nascente e um a poente, a maioria com falsas bragas. Ambos os polígonos são envolvidos por fossos e contraescarpa em torrão (areia com seixos do rio), cobertos por vegetação, e com caminhos cobertos, reforçados por cinco revelins, dois a sul da coroada, sendo um deles incompleto, um a poente da praça e dois outros na frente nascente da mesma, bem como por várias tenalhas. As estruturas apresentam paramentos em talude, com a escarpa exterior marcada por duas seções escalonadas, em cantaria irregular, disposta a seco, e cunhais aparelhados, terminados em cordão e parapeito com canhoneiras, igualmente em cantaria irregular ou em tijolo de burro, disposto paralelamente ou formando quadrícula. Virados aos terraplenos interiores, os baluartes e revelins possuem reparos de torrão, cobertos por vegetação. Nos seus ângulos flanqueados são coroados por guaritas facetadas assentes em mísulas molduradas e também facetadas, sendo inferiormente circundadas pelo cordão e superiormente rasgadas por três frestas de tiro; são cobertas por cúpula facetada sobre cornija retangular e coroadas por bola sobre plinto. A sul, fronteira à cortina onde se abre a porta da Coroada, dispõem-se o REVELIM DA COROADA com porta de arco em volta perfeita e aduelas em cunha, enquadrada por pilastras toscanas suportando entablamento centrado pelas armas de D. João Diogo de Ataíde, em cartela volutada e com coronel de nobreza, encimado por cornija e pelas armas de Portugal, entre aletas, com coroa fechada e, lateralmente dois plintos com bola. O trânsito da porta, em aparelho irregular, é rasgado a poente por frestas de tiro, molduradas, e coberto por abóbada de berço; na face interior, tem porta simples de arco em volta perfeita e casamata com acesso por porta de verga reta. A escarpa interior em torrão coberto de vegetação possui duas rampas laterais de acesso com guarda em cantaria, integrando a do lado poente umas Alminhas de Nossa Senhora do Carmo (v. IPA.00022998). Entre os baluartes de São Jerónimo e o de Santa Ana, surge revelim duplo em torrão, coberto de vegetação. O acesso à COROADA, precedida por ponte de cantaria, com guarda também de cantaria vazada, é feito por porta em arco de volta perfeita, igualmente com as aduelas em cunha, entre duplas pilastras, almofadadas, suportando friso e frontão de volutas interrompido por tabela retangular, disposta na vertical, com as armas nacionais, coroadas, sobre inscrição em cartela recortada, terminada em frontão curvo; o arco é sobreposto pelo brasão do visconde de Vila Nova de Cerveira, D. Diogo de Brito de Brito e Nogueira, com coronel de nobreza, e ladeando o frontão surgem duas bolas sobre plinto. A porta é flanqueada por duas casamatas, que possuem frestas de tiro rasgadas na escarpa exterior e no transito, por onde têm acesso, através de amplo arco abatido, fechado, com portal de verga reta. No interior são rebocadas e pintadas, com cobertura abobadada e tendo chaminé fronteira à porta. O transito é coberto por abóbada de berço e tem, sensivelmente a meio, porta de madeira chapeada a ferro. Na face interna, a porta possui arco em volta perfeita simples e as casernas são rasgadas por frestas de tiro, janelas de diferentes modinaturas e, do lado poente, portal de verga reta. A norte a coroada tem duas portas falsas de acesso ao fosso, com transitos rampeados e abobadados, possuindo a meio estrutura de cantaria de suporte das portas intermédias; do lado do fosso têm vão em arco de volta perfeita. A PRAÇA é rasgada por três portas e duas poternas, uma porta a sul, por onde se faz a ligação entre a coroada e a praça, possuindo passadiço com ponte fixa de cantaria com guarda também de cantaria, uma a nascente e outra a norte e duas poternas na frente poente. A porta principal, designada PORTA DO MEIO tem arco em volta perfeita, de aduelas em cunha, entre pilastras toscanas suportando duplo friso e cornija sobrepujada por brasão nacional, com coroa fechada, entre aletas e duas bolas sobre plintos laterais. O transito é rasgado por frestas molduradas e coberto por abóbada de berço, possuindo a meio estrutura de sustentação de porta intermédia, atualmente inexistente. Virada ao terrapleno, a porta tem arco simples de volta perfeita e a casamata, disposta a poente, rasgada por porta de verga reta e janela jacente; no interior, em cantaria aparente, com as juntas pintadas de branco, e cobertura em abóbada de berço, tem lareira com inscrição. A poente, entre o baluarte da Lapa e o de São João, abre-se poterna de arco em volta perfeita, com transito coberto de abóbada de berço conduzindo ao fosso e à Fonte da Vila. Fronteiro, dispõe-se o revelim da Fonte da Vila, com rampas laterais de acesso às canhoeiras e paiol na gola, acedido por duas portas de verga reta. Na cortina de São João, que integra troço da muralha medieval, rasga-se a porta de D. Afonso ou dos Açougues, tendo virada ao terrapleno interior arco abatido e, exteriormente, no nível inferior de defesa, arco apontado de aduelas altas, tendo no fecho escudo nacional de escudetes deitados. A porta a nascente, denominada por PORTA DO SOL ou de Santiago, é muito simples, apresentando arco em volta perfeita com fecho saliente. O transito, coberto por abóbada de berço, é rasgado por frestas de tiro molduradas e possui a meio a estrutura de suporte da porta intermédia, conservando apenas as dos extremos, de madeira, chapeadas a ferro. Na face interna tem vão em arco de volta perfeita, ladeada por duas portas em arco abatido, janelas do mesmo perfil, ambas com fecho saliente e óculos ovais gradeados das antigas casa da guarda e prisão. Esta porta é protegida pelo REVELIM DAS PORTAS DO SOL com duas rampas de acesso às canhoeiras e tendo na gola antiga caserna, abobadada. A norte, na gola do baluarte do Socorro, abre-se a PORTA DA GAVIARRA OU DE SÃO VICENTE, com estrutura convexa, apresentando arco de volta perfeita sobre impostas salientes, ladeado por pilastras toscanas que suportam semicúpula coroada por brasão nacional entre volutas e com coroa fechada; conserva porta de madeira chapeada a ferro. Sob o baluarte desenvolve-se transito em cotovelo apertado e com grande inclinação para vencer o desnível do terreno, coberto por abóbada de berço. Do lado do terrapleno interior o transito, com amplo arco de volta perfeita, simples, é ladeado, à direita, pela antiga casa da guarda da Gaviarra, rasgada por porta de verga reta e janela quadrangular, ambas molduradas. Logo no início do transito, existe túnel de ligação ao nível inferior do baluarte e integra a estrutura da porta medieval e de uma das torres que a flanqueavam, formando "poço de luz" o qual, superiormente, ao nível da bateria, é protegido por gradeamento de ferro; a chamada Porta Afonsina tem verga reta sobre pilastras e capitéis vegetalistas, com tímpano cego, inserido em amplo vão de arco apontado, com aduelas sigladas, funcionando como porta intermédia do transito. Junto a esta porta, surge ainda vão entaipado encimando a primitiva cisterna. A cortina entre o baluarte de São Francisco e o do Socorro é reforçada por tenalha, rasgada por porta de verga reta, através da qual se faz a ligação entre a Porta da Gaviarra e o REVELIM DA GAVIARRA, disposto frontalmente. Este tem rampa de acesso às canhoeiras e uma outra, colocada perpendicularmente, à falsa braga. Virada ao fosso e atualmente sem ponte que o transponha, abre-se a chamada Porta de Monção, de arco de volta perfeita sobre impostas salientes, entre pilastras toscanas que suportam arquitrave, sobreposta por brasão dos Noronha em cartela com enrolamentos e coronel de marquês, encimada por cornija e brasão nacional e dois plintos laterais. A porta tem transito abobadado, com frestas de tiro molduradas e, na face interna, vão em arco de volta perfeita ladeado por casamata rasgada por porta de verga reta e janela jacente. No terrapleno interior, os baluartes são de torrão, coberto de vegetação e, junto às canhoeiras, possuem baterias com lajes de cantaria, algumas delas possuindo bocas de fogo; o acesso às falsas bragas é feito por transitos abobadados e com vãos em arco de volta perfeita simples. O baluarte de São Francisco apresenta cavaleiro. |
Acessos
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Valença, Avenida dos Combatentes da Grande Guerra; Avenida do Cristelo. WGS84 (graus decimais) lat.: 42,027710; long.: -8,646844 |
Protecção
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Categoria: MN - Monumento Nacional, Decreto nº 15 178, DG, 1.ª série, n.º 60 de 14 março 1928 / ZEP, Portaria nº 65/2010, DR, 2.ª série, n.º 12 de 19 janeiro 2010 |
Enquadramento
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Urbano, isolado. Ergue-se no cimo de dois outeiros aplanados, a cerca de 60 m de altitude, o da Coroada designado de Bom Jesus, sobre a margem esquerda do Rio Minho, fronteira à cidade espanhola de Tui. A praça envolve o núcleo antigo da vila (v. IPA.00006727), tendo os baluartes, revelins e restantes obras exteriores cobertas por vegetação rasteira. No fosso, entre os baluartes de Santo António e o da Esperança e entre este e o baluarte do Faro procede-se a estacionamento automóvel, no último possuindo mesmo parque. Também no fosso, mas a poente, junto ao baluarte de São João, ergue-se a Fonte da Vila (v. IPA.00022997). Na coroada, junto à gola do baluarte de São Jerónimo, ergue-se o Paiol do Campo de Marte (v. IPA.00036108), e na praça, junto à antiga estrada militar e em frente da gola do baluarte de São João, o Paiol dos Açougues (v. IPA.00036107). No transito da Porta da Gaviarra existe ainda a Cisterna medieval de Valença (v. IPA.00036110). |
Descrição Complementar
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4198 |
Utilização Inicial
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Militar: fortaleza |
Utilização Actual
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Cultural e recreativa: marco histórico-cultural / Comercial e turística: loja |
Propriedade
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Pública: estatal |
Afectação
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Sem afetação |
Época Construção
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Séc. 13 / 17 / 18 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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ARQUITETO: Sebastião Pereira de Frias (séc. 17); Souto Moura (séc. 20). ENGENHEIROS: Carlos Luís Ferreira da Cruz Amarante; Francisco Pedro Arbués Moreira; José Joaquim Champalimaud de Nussane (atr. - séc. 18); Manuel Pinto Vilalobos (séc. 17 / 18); Manuel Azevedo Fortes; Matias José Azedo; Maximiano José da Serra (séc. 18 / 19); Miguel de Lescole (séc. 17). PEDREIRO: Domingos Álvares do Rego. |
Cronologia
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Época romana - aqui deverá ter existido um "oppidum", já que no local se fazia a travessia do rio Minho na estrada de Bracara Augusta a Lucus; séc. 11, finais - D. Sancho I impulsiona fundação de póvoa fortificada, de nome Contrasta; 1212 - D. Afonso IX de Leão investe contra Portugal e arrasa o castelo de Contrasta; transferência da população para Sortelha; 1213 - restabelecimento da paz, sendo os castelos restituídos a D. Afonso II; 1217, 11 agosto - concessão de foral por D. Afonso II, tendo já nesta por esta data muralhas que, segundo Carlos Ferreira de Almeida, tinham cerca de 300 m por 70 m; 1258 - nas Inquirições de São Pedro da Torre recordam-se as ajudas prestadas na edificação dos muros e fosso; 1262, 11 agosto - confirmação do foral por D. Afonso III, mudando o nome da povoação de Contrasta para Valença, o qual manda renovar e ampliar a primeira cerca; séc. 14 - remodelação da fortificação durante o reinado de D. Dinis; durante a sucessão, por morte de D. Fernando, Valença toma partido por D. Beatriz; séc. 15 - possivelmente recebe algumas obras durante reinado de D. Afonso V; 1502 - D. Manuel manda reparar a muralha; 1509, cerca - segundo os desenhos de Duarte de Armas as muralhas e torres têm muitos estragos, desenhando-se já a Fonte da Vila; 1542 - nomeação do escrivão das obras dos muros e fortaleza; séc. 17 - intervenção nas muralhas por Sebastião Pereira de Frias; 1641 - criação do Conselho de Guerra e Junta das Fortificações; 1643 - tentativa frustrada de tomada da fortaleza pelos espanhóis; 1647, 13 julho - criação da Aula de Fortificação; 1657 - D. Vicente de Gonzaga ataca Valença, mas a guarnição, sob o comando do capitão António de Abreu, resiste; o Governador das Armas da Província, D. Álvaro de Abranches manda socorrer a praça, que resiste a novo ataque; 1657 - 1658 - provável construção de trincheiras formando um reduto no outeiro do Bom Jesus, para defesa da praça, pelas tropas de Castelo Melhor, D. João Rodrigues de Vasconcelos; 1660, década - Miguel de Lescole forneceu uma planta da fortificação da praça obedecendo aos planos do Conde de Prado, limitando-se inicialmente a envolver o aglomerado urbano e sua respetiva muralha medieval; 1662 - o General Baltazar Pantoja consegue tomar a fortaleza num segundo ataque; 1662, cerca - sendo Governador das Armas do Minho o Visconde de Vila Nova Cerveira, D. Diogo de Lima Brito e Nogueira, começam as obras da Coroada; 1683 - Lescole envia ao Conselho da Guerra uma planta da praça com o reduto da Coroada a erguer no outeiro do Bom Jesus, que substituísse a obra córnea de terra; o engenheiro Manuel Pinto Vilalobos faz uma cópia dessa planta de Lescole; 1691, 24 setembro - o Pe. João Duarte e o engenheiro Francisco Pimentel e João Roiz Mouro respondem que, como Miguel de Lescole era "tão prático e excelente engenheiro", não tinha nada que emendar e reparar, mas seguir o seu desenho, portanto, Miguel Vilalobos dirige a construção da Coroada segundo planta de Lescole; 1693 - introduz-se uma tenalha e multiplicam-se as obras exteriores da Coroada, adicionando-se fossos, contraescarpa e uma entrada coberta; 1700 - as obras estão avançadas, dado as datas na porta da Coroada e na do Meio; 1704 - Domingos Álvares do Rego é o empreiteiro das obras da praça, dirigidas por Vilalobos, assistido pelo capitão-mor da praça Gonçalo Teixeira Velho; início de hostilidades com aliança franco-espanhola durante a Guerra da Sucessão; 1713 - planta da fortaleza de Valença feita por Manuel Pinto de Vilalobos dando-a como quase concluída, referindo-se, por exemplo, a proposta de construção do revelim da Fonte da Vila e o paiol dos Açougues que fora feito de novo à prova de bomba; 1715 - direção das obras de fortificação a cargo de Manuel Pinto Vilalobos, de que se conservam levantamentos desenhados; a Coroada encontra-se concluída e o corpo da Praça possui ainda baluartes em torrão; para reforço da face nascente da praça são projetados o revelim das Portas da Gaviarra (então de São Vicente) e o tenalhão em frente da cortina de São Francisco; 1716 - construção do revelim da Gaviarra, sendo Governador das Armas da Província do Minho D. António de Noronha, 2º Marquês de Angeja, por Manuel Azevedo Fortes; 1722 - 1728 - D. Rodrigo de Moura Teles, Arcebispo de Braga, manda edificar o aljube; 1758 - desenho da Praça pelo Sargento-mor Gonçalo da Silva Brandão; 23 abril - o Pe. António Lourenço Lajes refere nas Memórias Paroquiais da freguesia que a praça tem doze baluartes altos e cinco baixos, três portas, a da Gaviarra e a da Coroada a fazer serviço e a de Monção fechada, para além de uma porta falsa de acesso à fonte da vila, guarnecida de 40 peças na sua maioria de bronze, muito grandes; 1762 - planta do capitão engenheiro Jean Benoit Python; 1764 - criação do Regimento de Artilharia de Valença pelo Coronel Luís d'Alincourt; 1766 - 1777 - levantamentos do Sargento-mor José Joaquim Champalimaud de Nussane; 1783 - criação da Aula Real da Artilharia por iniciativa de Jean Victoire Miron de Sabionne, instalando-a no antigo Palácio do Governador Militar; 1790 - relatório de João Victório Miron de Sabina com o estado de conservação da fortaleza: a estrada profunda até ao rio que partia da porta da Gaviarra ameaça ruína; é necessário consertarem-se as abóbadas das portas com prisões, a porta do Sol, as abóbadas dos revelins da porta do Sol e da Coroada, as passagens das comunicações da Fonte da Gaviarra, refazerem-se os parapeitos das portas da Coroada e do Meio, construir ao lado das portas do Sol uma escada para que, de Inverno, se pudessem render as sentinelas; o aquartelamento do Regimento de Artilharia está então em ruínas; 1795 - construção das pontes e respetivas abóbadas das portas do Meio, do Sol e da Coroada, demolição do Quartel do Regimento de Artilharia, reedificação da fonte do castelo de Viana do Castelo e respetiva canalização (4:009$793); demolição do convento de freiras junto à igreja de Santo Estêvão aproveitando-se o entulho para o cavaleiro do baluarte de São Francisco; junho - acham-se feitos 6480 palmos superficiais de calçada em seixo rolado entre a Ponte do Restilho e as Portas da Coroada; 1796, março - capiamento das paredes do baluarte de São Francisco; junho - reedificação dos tanques da Porta do Sol; agosto - conclusão de uma cozinha unida aos quartéis da 4ª e 5ª Companhia de Infantaria na Coroada; 1797 - início da construção de um quartel para o Regimento de Artilharia no lugar onde tinha existido o convento de freiras, e onde cabiam apenas 600 homens; novembro - ordena-se ao tenente-coronel José Carlos Mardel, do Real Corpo de Engenheiros da Ajuda inspecionar o estado da praça de Valença, cujo relatório é acompanhado por desenho da Praça pelo engenheiro Maximiano José da Serra, o qual passa a dirigir as obras de fortificação; a Coroada está cheia de pequenas casas construídas com o consentimento dos antigos governadores; séc. 18, 3º quartel - construção no flanco do baluarte do Socorro de uma tenalha ou cauda de andorinha para reforçar a defesa da porta da Gaviarra; 1801 - início da guerra das Laranjas, levando ao encerramento da fronteira com Espanha; 04 agosto - reabertura da fronteira entre Portugal e Espanha; 1802 - a fortaleza tem 61 bocas de fogo, de ferro e bronze, e alguns morteiros; 1809, 10 abril - ocupação francesa; 17 abril - as tropas francesas abandonam Valença, minando as portas do Sol e respetiva cortina e a porta do seu revelim ou portas de Santiago; os trabalhos de restauro são dirigidos pelo engenheiro Maximiano José Serra, supervisionadas pelo tenente general Matias Dias Azedo; 1810 - ainda dirige os trabalhos de reconstrução o engenheiro Matias José Dias Azedo, aqui também trabalhando o engenheiro Carlos Luís Ferreira da Cruz Amarante; 1811 - 1813 - o engenheiro Maximiano José Serra volta a trabalhar nas obras de construção da fortaleza; 1812 - construção de novo revelim da Fonte da Vila com a pedra do entulho de 24 casas demolidas no perímetro da esplanada da praça, empregando-se na obra 100 pessoas, 40 das quais são pedreiros; construção da contraescarpa desde o baluarte de São José, na Coroada, até ao revelim da Fonte; o engenheiro Pedro Arbués Moreira trabalha nas obras; construção de parapeitos e banquetas no revelim da Gaviarra, revestidas com plataformas e canhoeiras com esplanadas de adobe, bem como rampas para subir a artilharia; feitura de comunicação no fosso para proteger a retirada, defendida com parapeito, banquetas e paliçadas; terraplanagem da praça de armas semicircular da parte esquerda do revelim do Sol, que leva 22 palmos de altura de terra em toda a sua extensão e uma grande esplanada devido ao acentuado declive; eliminação das portas do revelim, as antigas portas de Santiago, fazendo uma abertura pelo lado direito, entre o revelim e o baluarte da Esperança, para saída para o exterior; transferência da fonte das Barracas do baluarte do Faro para a frente das Portas do Sol; início do desmantelamento do tenalhão da Cortina de São Francisco; 1813, 24 fevereiro - data de uma perspetiva cavaleira do novo revelim da Fonte da Vila, do tenente coronel Serra, desenhando a paliçada no revelim; novembro - o engenheiro Pedro Arbués Moreira substitui o engenheiro Maximiano Serra; 1814 - após inspeção à fortaleza, o engenheiro Carlos Frederico Bernardo de Paula, do Real Corpo de Engenheiros, elabora relatório dando conta do mau estado dos baluartes da Esperança e do Faro, sendo visíveis as "fendas e ruínas" no paiol do cavaleiro da Esperança, causadas pelo abatimento do terrapleno naquela zona; as infiltrações deviam-se à "ruim" qualidade da pedra com que se construíram as abóbadas, que era "muito porosa e mole"; refere ainda ter-se colocado exteriormente telha ou tijolos bem argamassados no pequeno paiol e corpo da guarda construídos na gola revelim da Fonte da Vila; 16 fevereiro - carta de Manuel de Brito Mouzinho sugerindo que, para a boa defesa da Praça e arranjo da guarnição, se mandasse construir algumas casamatas em continuação das duas casernas das Portas do Sol, o que não seria de grande despesa se nela se aplicasse a pedra da torre de Lapela, situada a légua e meia; 1815 - as Portas de Monção estão fechadas devido à adaptação do túnel a caserna; 07 novembro - uma Comissão das Fortificações, constituída pelos Tenente-General Matias José Dias Azedo (Presidente), brigadeiro engenheiro Carlos Frederico de Paula e major engenheiro José Maria das Neves Costa, reúne em Lisboa para análise das deficiências da Praça, dando-se prioridade à construção da cortina de São Francisco e às casernas das Portas do Sol, fazendo-as "praticáveis e úteis"; construção do tenalhão de São Francisco; 1817, 25 março - o General Azedo é informado da autorização real para o início das obras; 18 outubro - o tenente general Dias Azedo apresenta o orçamento das obras das portas e barreiras necessárias na fortaleza, referindo-se a falta de meios para apressar a construção do revestimento da muralha da cortina de São Francisco, onde faltava fazer 600 braças de alvenaria, estando já construído 1660 além da travação, e conserto do antigo revestimento dos dois flancos correspondentes; 1820 - regulamento especial devido aos abusos praticados, determinando, entre outras coisas: ser proibido lavrar, semear ou plantar sobre terraplenos, parapeitos, rampas, fossos, obras exteriores, estrada coberta, explanada e restante recinto da fortaleza; ser proibido a pastagem nos mesmos locais de carneiros, cabras, ovelhas, porcos ou outros animais que as danifiquem; foi concedido aos Governadores o arbítrio das "ervagens" que espontaneamente nascerem nos fossos e explanadas; é ainda proibido construir no interior ou exterior qualquer barraca, casa ou muro que embaraçasse ou prejudicasse a defesa das obras; devia-se evitar dentro do possível a "comunicação" pelos terraplenos e que se fechem as rampas ou entradas que lhes davam acesso com estacadas ou barreiras, de modo a só ali transitarem pessoas a pé; 1821, 06 novembro - o rei manda que o brigadeiro Intendente das Obras Militares faça aprontar e pôr à disposição do oficial engenheiro Diretor das Obras de Fortificação da Praça os operários e materiais para consertar o armazém geral; a despesa orça em 50$000; 1825 - ampliação da casa da guarda da prisão das Portas do Sol; 1828 - saída do regimento de infantaria 21 e instalação dos Caçadores 7; 13 - 22 Junho - cerco das tropas Realistas comandadas pelo capitão-mor das milícias de Monção, António Pereira Álvares da Guerra; 1831 - estão arruinadas as paliçadas da gola da Coroada; 1834, 31 março - ataque pelas forças liberais, comandadas pelo Almirante Napier, Visconde de São Vicente; 20 junho - o Duque de Bragança, regente, dissolve o trem da Praça de Valença, dando-se providências sobre a construção das obras indispensáveis, ficando os objetos ali encontrados a cargo do respetivo Almoxarife; 1847 - José Vitorino Damásio, por ordem da Junta do Porto, cerca Valença; 1897, 13 setembro - decreto classifica a praça de Valença com fortificação de 2ª classe; 1909, novembro - alteração da demarcação da esplanada da praça; 1910 - envio de toda a artilharia para Lisboa; 1912 - incursão monárquica de Paiva Couceiro em Valença; 1916, 05 agosto - Câmara solicita alargamento e mudança de diretriz e rebaixamento do trecho da Avenida do Cristelo e o ajardinamento entre o revelim das Portas do Sol e a muralha; 1918 - a Câmara pede autorização para obras de modificação e alargamento da Avenida do Cristelo; para tal, corta a ligação entre o baluarte da Esperança e o revelim das Portas do Sol e respetivas obras exteriores; julho - arrendamento das portas do Sol para instalação de jardim (3$000); 1927 - saída da última guarnição militar; 1930, 30 janeiro - Decreto n.º 17.902 altera os limites da esplanada e reduz a servidão militar da fortaleza; 1939, 01 junho - carta da Administração Geral do Exército ao Diretor da Arma de Engenharia (3ª Repartição) perguntando se haveria inconveniente para o Ministério de Guerra entregar o Paiol dos Açougues, então em ruína; 14 setembro - auto de entrega do Paiol dos Açougues ao Ministério das Finanças; 1940, 20 junho - auto de entrega do Paiol do Campo de Marte ao Ministério das Finanças; 31 dezembro - avaliação da Praça em 71.409$00 e da Coroada em 50.845$00; 1941 - Planta na Direção de Engenharia com marcação dos antigos quartéis do batalhão de Caçadores nº 7 e a cozinha do regimento localizados perpendicularmente junto ao Paiol do Campo de Marte; 1943, 16 novembro - auto de entrega da fortaleza ao Ministério das Finanças, compreendendo as superfícies: edifícios com 857.40 m2, terrenos com 73.370.23 m2, muralhas com 7.320.00 m2 e tendo o volume da pedra das muralhas 72.510 m3, estando em bom estado de conservação; 1946, 28 março - auto de cessão da casa do guarda do revelim da Gaviarra e paiol do revelim à Câmara para recolher o gado, observação e descanso antes do abate no matadouro; 1955 - anulação da servidão militar da fortaleza; 1958, 13 dezembro - portaria publicada no DG, 1.ª série, n.º 290, fixa Zona Especial de Proteção das Fortificações de Valença; 2000, 30 setembro - as cidades de Valença e Tui apresentam à Unesco a sua campanha de candidatura conjunta a Património Cultural de Interesse para a Humanidade; 2004 - aprovação da candidatura do "Plano Diretor das Fortalezas Transfronteiriças do Vale do Minho", no âmbito do Programa Interreg III; este pretende fazer a inventariação do património edificado, avaliar o seu estado de conservação, determinar as suas patologias e posteriormente determinar estratégias específicas de atuação, tendentes à valorização, divulgação e fruição dos espaços fortificados, bem como a criação de percursos culturais e turísticos entre as povoações das duas margens do rio Minho; elaboração de projeto de reabilitação da fortaleza pelo arquiteto Souto Moura; 2005 - DGEMN alerta do risco de derrocada face à deficiente drenagem das águas pluviais e à "decrepitude" das redes de infraestruturas subterrâneas; 2006, dezembro - ruína de um setor da cortina; 2007, 04 março - ruína de troço de 15 metros de cortina; 2023, 01 - mau tempo durante a madrugada provoca a queda de troço da cortina da Coroada, virada ao rio Minho, junto ao qual ficava o parque de estacionamento da Câmara. |
Dados Técnicos
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Sistema estrutural de paredes portantes. |
Materiais
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Estrutura em cantaria de granito, de aparelho "vittatum" ou irregular; terraplenos em torrão; parapeitos em cantaria de granito ou tijolo de burro; portas de madeira chapeadas a ferro; grades de ferro; cobertura dos paióis em telha cerâmica e pavimento cerâmico ou lajes. |
Bibliografia
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ALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira de - Alto Minho. Lisboa: 1987; ALMEIDA, José Avelino de - Dicionário Abreviado de Chorographia. Valença: 1866; ALVES, Lourenço - «Do Gótico ao Manuelino no Alto Minho (Monumentos Civis e Militares)». In Caminiana. Caminha: 1985, vol. 12, pp.37-150; ANTUNES, João Manuel Viana - Obras Militares do Alto Minho: a Costa Atlântica e a Raia ao Serviço das Guerras da Restauração. Dissertação de Mestrado apresentada à Faculdade de Letras do Porto. Porto: texto policopiado, 1996; ARMAS, Duarte de - Livro das Fortalezas, [1509 - 1521]. Lisboa: 1990; BRANDÃO, Gonçalo Luís da Silva - Topographia da Fronteyra da Província de Entre Douro e Minho, [1758]. Porto: 1994; CASTRO, Alberto Pereira de - A Praça Forte de Valença do Minho. Valença: 1995; CASTRO, Francisco Cyrne de - «Na Guerra da Restauração, As "Fronteiras do Minho em Cortes"». In Caminiana. Caminha: 1981, vol. 4, pp. 49-73; COSTA, António Carvalho da - Corografia Portuguesa. Lisboa: 1706; DGEMN - Praça Forte de Valença. Boletim n.º 15. Lisboa: DGEMN, 1964; DREMN - Fortificações da Praça de Valença do Minho. Valença, Viana do Castelo: DREMN, 17 setembro 1996; Estudo sobre o Estado de Conservação das Muralhas de Valença. Relatório, FEUP, dezembro 2000; GUERRA, Luís de Figueiredo - Castelos do Distrito de Viana. Separata O Instituto. Coimbra: 1926; LIMA, D. Luís Caetano de - Geografia Histórica. Lisboa: 1736; LIMA, Henrique de Campos Ferreira de - Irmandade Militar de Nossa Senhora do Carmo da Praça de Valença do Minho. Separata Boletim da Associação dos Arqueólogos Portugueses. Lisboa: 1931; MARTINS, Carla Sofia - «Campanha de Candidatura Conjunta a Património Mundial arranca hoje, de forma prematura para os Portugueses. Valença e Tui apresentam-se à Humanidade». In O Comércio do Porto. Porto: 30 setembro 2000; MARTINS, João Maria de Oliveira - Os Franceses, a População de Valença e o Brigadeiro Custódio Cézar de Faria Freire de Andrade. Valença: 1997; MENEZES, D. Luís de - História de Portugal Restaurado. Lisboa: 1679 - 1698; MOREIRA, Rafael - «Do Rigor Teórico à Urgência Prática: Arquitectura Militar». In História da Arte em Portugal - O Limiar do Barroco. Lisboa: 1986, pp. 67-86; MOREIRA, Rafael (dir.) - História das Fortificações Portuguesas no Mundo. Lisboa: 1989; NEVES, Manuel Augusto Pinto - Valença na História e na Lenda. Valença: 1990; NEVES, Manuel Augusto Pinto - Valença das Origens aos Nossos Dias. Valença: 1997; «Núcleo Museológico de Valença recebe uma mostra sobre intervenções arqueológicas na Fortaleza». In RH Turismo Online. 16 outubro 2015; OLIVEIRA, A. Lopes de - Valença do Minho. s.l.: 1978; PEDREIRINHO, José Manuel - Dicionário de arquitectos activos em Portugal do Séc. I à actualidade. Porto: Edições Afrontamento, 1994; PEREIRA, Hermâni - «Fortaleza de Valença em obras de restauro a partir de Setembro». In Diário de Notícias. 27 agosto 2004; «Plano Diretor para o Vale do Minho foi posto em marcha. Fortificações sob olho». In Correio do Minho. 25 agosto 2004; «Praça Forte de Valença - Sondagens Arqueológicas». In Urbanismo & Construção - Principal. 9 junho 2004; Relatório dos Trabalhos de Acompanhamento Realizados pela Unidade de Arqueologia da Universidade do Minho, ao Abrigo dos Protocolos com a Direção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais (1997 - 1999) (2001 - 2002). Braga: Universidade do Minho, 2002; ROCHA, J. Marques - Valença. Gondomar: 1991; SEPULVEDA, Christovão Aires de Magalhães - História Orgânica e Política do Exército Portuguez. Lisboa: 1902-1932; SILVA, Paula Araújo - «O Conjunto Fortificado de Valença do Minho». In Pedra & Cal. ano IV, nº 15, julho / agosto 2002, pp. 4-6; SOROMENHO, Miguel - Manuel Pinto Vilalobos, da Engenharia Militar à Arquitectura. Dissertação de Mestrado apresentada à Faculdade de Ciências Sociais e Humanas. Lisboa: texto policopiado, 1991; «Valença. Câmara quase que compromete candidatura a património mundial». In O Primeiro de Janeiro. 24 março 2001, p. 10; «Valença: Obras iniciadas na Fortaleza vão evitar derrocada de Monumento Nacional». In Correio de Cerveira. 23 agosto 2004; VIEIRA, José Augusto - O Minho Pittoresco. Lisboa: 1886; VITERBO, Sousa - Dicionário Histórico e Documental dos Arquitectos, Engenheiros e Construtores Portugueses. Lisboa: 1922, vol. 1. |
Documentação Gráfica
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: DGPC: DGEMN:DSID, DGEMN:DREMN; CMV; BN: Planta de Valença, 1713, Manuel Pinto Vilalobos (DA. 174 A); AHM: Planta da Prassa de Valença, Manuel Pinto Vilalobos, 1715 (3ª divisão, 47ª secção, nº 18515); GEAEM: Plan de la Place de Valença 1762, Jean Benoit Python (GEAEM - 2795), Planta da Praça de Valença, 1766, José Joaquim Champlimaud de Nussane (GEAEM - 2792), Planta Topographica da Praça de Valença, 1777, Idem (GEAEM - 2791), Planta Topographica da Praça de Valença, s.d., Idem (GEAEM - 2798), Planta da Praça de Valença, 1797, Maximiano José da Serra (GEAEM - 3114), 1813 e 1814, Idem (GEAEM - 2823 / 2824), Planta de Valença do Minho, s.d., Pedro Celestino Soares (GEAEM - 2745), Planta da Praça de Valença, 1809, Francisco Arbués Moreira (GEAEM - 2755 / 2757), Perspectiva do Interior da Cortina, Tranzito e Cazernas da Poterna do Sol, 1811, Carlos Amarante (GEAEM - 2776), Coroada, 1874, Pedro Alves Avelar Machado (GEAEM - 2853) |
Documentação Fotográfica
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DGPC: DGEMN:DSID, DGEMN:DREMN; AHM; GEAEM |
Documentação Administrativa
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DGPC: DGEMN:DSID, DGEMN:DREMN; AHM: Fortaleza de Valença, 3ª Divisão, 9ª Secção, Caixa 9, 10 e 11; Direção dos Serviços de Engenharia do Exército Português: Repartição do Património - Tombo dos Prédios Militares, Prédio n.º 1/Valença, n.º 37 |
Intervenção Realizada
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1759 - reparos das muralhas, fossos e esplanadas pelo Capitão-mor da vila e superintendente das obras, António Malheiro Bacelar; 1822 - conserto das portas e pontes levadiças da praça; 1828 - obras no corpo da guarda da Porta da Gaviarra (202$475); reparações nos edifícios dos corpos da guarda principal: telhados e reboco (93$835); obras no corpo da guarda da Porta da Coroada (30$445), do revelim das Portas do Sol (20$685), no da Fonte (13$360), no da Corada (17$055) e no da Gaviarra (16$795); 1829 - reparação dos telhados, do paiol do baluarte de São João, dos lajeados dos trânsitos e casernas laterais das Portas da Coroada e do Meio; 1830 - reparação das abóbadas do transito e das casernas laterais da poterna do Sol; reparação do paiol do baluarte de Santa Ana; 1912, junho - o Governador da Praça, o tenente coronel Almeida Fragoso, manda lavar a cantaria e caiar todas as entradas da vila e as portas do Meio; 1916, novembro - Ministério da Guerra autoriza a Câmara a ligar a Avenida de Cristelo às Portas do Sol; dezembro - obras de conservação das Portas do Meio; 1918 - arborização da Avenida de Cristelo; 1919, julho - melhoramentos nas cadeias das Portas do Sol, com instalação de retretes, canalização de água e renovação de tarimbas; 1934, julho - início da limpeza das muralhas pelos soldados; CMValença: 1929 - calcetamento dos dois pavimentos das Portas da Coroada e respetivo revelim; 1935, setembro - início da limpeza das muralhas, começando-se pelo baluarte do Socorro; 1936, março - arrematação das obras de reparação dos quartéis da Coroada (27.100$00); DGEMN: 1939 / 1940 - conservação, diversos trabalhos, limpeza dos paramentos das muralhas, com desmatação da vegetação que as encobria; 1941 / 1942 / 1943 - apeamento e reconstituição da porta da antiga muralha medieval; reconstrução e consolidação de muralhas de alvenaria; 1943 - demolição dos edifícios do antigo quartel de caçadores; limpeza geral de paramentos de muralhas; 1944 - limpeza geral das muralhas; 1945 - limpeza geral; reparação e consolidação de cinco guaritas segundo as antigas; 1955 / 1956 - reconstrução do muro de suporte da fonte da vila; 1957 - consolidação e restauro; 1958 - conservação no prédio militar n.º 1 / 21; 1959 - obras de conservação; apeamento e reconstrução de um pequeno troço; limpeza e refechamento de juntas, reconstrução de muralhas, regularização de terrenos, restauro e limpeza das canhoeiras de diversos baluartes e revelins, reparação de casamatas, colocação de portas novas, lajeamento das entradas abobadadas das portas da Coroada, Gaviarra e do Sol; 1960 - arranjo da praceta no terreno da antiga padaria militar; obras de construção do acesso; limpeza e refechamento das juntas; arranjo da praceta junto ao edifício onde estão instaladas as repartições públicas; reparação parcial e ligeira do prédio militar n.º 1 / 21; 1961 - obras de construção da Pousada de São Teotónio e seus acessos; limpeza e refechamento de juntas; arranjo da praceta no terreno da antiga padaria militar; execução e assentamento de portas; prosseguimento dos trabalhos de restauro e limpeza das muralhas; restauro em casamatas junto da Porta da Coroada; lajeamento das entradas abobadadas da coroada e das Portas do Sol; 1962 - restauro do revelim da Fonte da Vila, dos baluarte de São Francisco, do Carmo e São João e limpeza e refechamento das juntas; restauro das bocas de fogo; 1962 / 1963 - trabalhos de conservação; 1963 - construção de cinco reparos próprios para as peças antigas a ceder para o baluarte do Socorro; conclusão da reconstrução da muralha da coroada; tratamento do seu paramento e restauro de bocas de fogo; 1964 - melhoramentos no recinto amuralhado da coroada; iluminação de passagens abobadadas; iluminação festiva das muralhas por 172.124$00; reconstrução das cortinas de bocas de fogo; diversos trabalhos de beneficiação; construção e restauro das portas para as entradas da fortificação; 1965 - restauro dos baluartes; diversos trabalhos de arranjo; 1968 - reparação das carretas instaladas no baluarte do Socorro; 1969 - refechamento de fendas e consolidação de um troço de cortina; 1973 - obras de conservação; 1976 - consolidação do baluarte de São João e regularização do terreno; limpeza e corte de vegetal dos taludes; desobstrução e limpeza dos entulhos depositados no fosso a poente do baluarte de São Jerónimo; 1977 - trabalhos de conservação; 1978 - consolidação diversa; 1979 - conservação variada compreendendo a fixação de alvenarias e beneficiação de bocas de fogo; 1980 - trabalhos de consolidação e beneficiação na muralha do baluarte da Gaviarra; 1981 - beneficiação nos paramentos do revelim das Portas do Sol; 1982 / 1983 - beneficiação de vários troços de cortinas; 1989 - reconstrução de cortinas; 1997 - iluminação monumental das fortificações; 1999 - consolidação dos paramentos do baluarte de São João; consolidação e reconstrução de paramentos das bocas das canhoeiras; iluminação pontual; 2000 - obras de conservação e consolidação; 2001 / 2002 - recuperação dos panos de muralha junto ao antigo campo da feira; obras de conservação e beneficiação com acompanhamento arqueológico do Dr. Luís Fontes, da Unidade de Arqueologia da Universidade do Minho, no âmbito do protocolo com a DGEMN: trabalhos no fosso da coroada; nas proximidades do baluarte de Santa Ana pôs-se a descoberto fragmentos de betão, ferro, blocos de alvenaria e bolsas de areão, que deverão corresponder aos restos fragmentados dos embasamentos das antigas casernas demolidas; beneficiação do baluarte de Santa Ana: limpeza de vegetação e terras acumuladas, permitindo recuperar o piso térreo e a pavimentação lajeada; limpeza das bocas de fogo, identificando-se canal de drenagem central em tijolo; aplicação de tijolo de burro nas canhoeiras, do baluarte de São José, do pano de muralha entre os dois, e do baluarte da Esperança; no baluarte de São José pôs-se a descoberto junto às canhoeiras, restos dos embasamentos das esplanadas dos canhões, formados por uma massa de calhaus ciclópicos com argamassa argilosa; iluminação dos dois baluartes; reconstrução do pano de muralha na travessa da secretaria militar; Universidade do Minho: 2004 - sondagens arqueológicas em sete sectores na Coroada, como preparação às obras de requalificação, com prazo de execução de 4 anos, as quais confirmaram aquela zona como local de antigo aterro militar; CMValença: 2004 / 2005 / 2006 - requalificação da praça-forte, com intervenção ao nível das infraestruturas subterrâneas, pavimentos e funcionalidade das ruas: 1ª fase - coroada; criação de galerias técnicas para receber o sistema de abastecimento de água, saneamento básico, telecomunicações e rede elétrica; criação de três novos espaços na coroada: um na antiga praça de armas com criação de nova praça para acolher eventos culturais ao ar livre; no recinto das antigas casernas militares com criação de parque de estacionamento com quatro bandas para 100 viaturas; e na parada velha um jardim elíptico com várias árvores, nomeadamente amoreiras; substituição do pavimento para calçada à portuguesa e lajeado; iluminação com sistema seguindo o esquema dos candeeiros de início do séc. 20; criação de circuito no perímetro superior da Coroada em saibro, pontuado por carvalhos alvarinhos; construção de edifício para apoio a atividades de lazer; no largo do Bom Jesus procede-se à colocação de pavimento em granito e no declive do pano de muralha a construção de fonte longitudinal com muro de água; 2015 - conclusão das escavações arqueológicos, realizadas durante uma década, sob a direção do arqueólogo Luís Fontes, com a co-responsabilidade da arqueóloga Belisa Pereira; as escavações permitiram a identificação de um povoado fortificado tipo "castro", com uma linha de muralha sub-circular que deveria coroar o outeiro, da qual se identificaram parte de um talude térreo, associado a uma escadaria, em cujos aterros se recolheram materiais da época romana. |
Observações
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*1 - Segundo os desenhos de Duarte Darmas, por volta de 1509, Valença apresentava uma muralha ovalada envolvendo a vila, com três portas, a dos Açougues ou de D. Afonso, a poente, a da Gaviarra, a norte e a do Sol a nascente, dois cubelos, um com balcão virado a sul e outro ladeando a porta norte, e hipotética torre de menagem integrada no circuito, ao que parece correspondendo a uma das que flanqueava a porta da Gaviarra. A barbacã, com alguns cubelos, tinha porta entre torres a norte, sul, e a nascente. Ambos os circuitos de muralhas e torres mostravam então muitos sinais de degradação e ruína. Da fortificação medieval subsiste, para além dos vestígios na disposição urbana da zona mais antiga, um troço da muralha da barbacã a nascente, com portal à face e armas de Portugal (anterior à Reforma de 1436), e também a estrutura da porta da Gaviarra a norte, revelando já maior imponência e nitidamente ladeada por duas torres. *2 -Um relatório de 1817 refere que a fortaleza acomodava em quartéis abarracados um regimento de Infantaria, uma companhia de Artilharia e alguns veteranos, não tendo proporções para blindados ou provas de bomba, mas tinha lugar para as fazer com pouca despesa; os corpos da guarda dos revelins da Fonte, Sol e Gaviarra podiam albergar, cada um, doze homens, o da guarda principal alojava quarenta, o do revelim da Coroada vinte e o das portas do meio da praça vinte. Não possuía cisterna, mas apenas um poço de água salobra e outro de água doce na Coroada e na praça um poço com nora aparelhada (que precisava conserto) e outros poços particulares. Tinha três fontes nos fossos: a das Tripas, hoje na vertente do talude sobre a Av. de Espanha, a de Cristelo, a Fonte da Vila, e a Fonte das Barracas na esplanada de Faro. *3 - No início de 2001 a Câmara Municipal de Valença desistiu da ideia de construir parques de estacionamento nos fossos da fortaleza, depois de ter sido alertada para o facto de que tal obra poderia comprometer a candidatura da vila a património mundial. |
Autor e Data
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Paula Noé 1992 / 2005 |
Actualização
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João Almeida (Contribuinte externo) 2018 |
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