Povoado do Alto do Couto da Pena / Estação Arqueológica do Alto do Couto da Pena
| IPA.00003518 |
Portugal, Viana do Castelo, Caminha, União das freguesias de Caminha (Matriz) e Vilarelho |
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Aglomerado proto-urbano. Povoado da Idade do Ferro com anterior ocupação do sítio da Idade do Bronze Final e com posterior ocupação romana e medieval. Povoado fortificado / castro implantado num morro junto à zona litoral, que dominava. Segue o ordenamento característico dos castros do Noroeste, com adaptação à figuração do terreno pela muralha e casas, que têm plantas circulares, alongada e para-rectângular, com ângulos arredondados. Povoado bastante original no contexto da arqueologia castreja do Noroeste Peninsular, pela natureza das suas estruturas, amplitude cronológica e variedade de espólio conexos com uma implantação de relevante interesse. As casas de planta quadrangular e rectangular são geralmente construídas sob influência romana, mas aqui detectou-se no 1º nível de ocupação - Bronze Final - pelo menos uma casa de planta alongada e perfil curvilíneo adaptada aos rochedos, e com paredes muito espessas feitas de pedra miúda ligada com saibro, anterior às de planta circular também existentes. |
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Número IPA Antigo: PT011602190014 |
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Registo visualizado 2990 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Conjunto urbano Aglomerado urbano Povoado Povoado da Época do Ferro Povoado fortificado
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Descrição
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Povoado fortificado formado por uma linha de muralha (a única até agora confirmada) e casas de habitação. A muralha, envolvendo a plataforma superior do povoado, assenta em superfície preparada na rocha natural, com espessura irregular (1.80 m. a 2.60 m.) e é constituída por fiadas de pedra de diversos tamanhos, dispostos horizontalmente sem argamassa. As unidades de habitação, de pedra, no perímetro interior e exterior da muralha, apresentam planta circular, de forma alongada e outras para o rectangular com ângulos arredondados, aproveitando para implantação os espaços, os desníveis e os rochedos existentes. O pavimento exterior é de saibro arenoso e o interior mais espesso. Algumas casas têm lareira de barro encostada à face exterior do muro. |
Acessos
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Vilarelho. WGS84 (graus decimais): lat.: 41,866660; long.: -8,835314 (à freguesia) |
Protecção
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Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto nº 1/86, DR, 1.ª série, n.º 2 de 03 janeiro 1986 |
Enquadramento
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Rural. Situa-se na confluência do Rio Coura com o Minho, em excelente posição estratégica, num maciço rochoso de declives abruptos a O. e fortemente acentuados nos restantes lados. |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Não aplicável |
Utilização Actual
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Não aplicável |
Propriedade
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Afectação
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Época Construção
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Idade do Ferro |
Arquitecto / Construtor / Autor
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Não aplicável |
Cronologia
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Séc. 08 a.C. - 1ª fase de ocupação com preocupações defensivas; séc. 07 - 06 a.C. - 2`ª fase: aparentemente sem ruptura de ocupação; 500 a.C., cerca - 3ª fase: desenvolvimento da cultura castreja; a certa altura, a muralha foi considerada inútil e a zona alta do castro foi abandonada em detrimento de plataformas inferiores; 4ª fase: romanização do povoado; séc. 01, 2ª metade - reocupação da zona alta do castro; séc. 04, até - ainda com ocupação romana; incêndio generalizado; séc. 11 - 12 - construção de um castelo na zona alta, com ocupação contínua; 1258 - Inquirições referem-no já abandonado; 1979 - terraplanagem para futura urbanização destrói zona considerável da estação. |
Dados Técnicos
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Sistema estrutural de paredes portantes |
Materiais
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Granito |
Bibliografia
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PAÇO, Afonso, Núcleo castrejo delapidado por coleccionadores levianos in Jornal de Notícias, 4 Maio 1979, p. 11; Relatório da 4ª Companhia de Escavações Arqueológicas no Castro do Coto da Pena (Vilarelha e Caminha), 1983; SILVA, Armando Coelho Ferreira da, A cultura Castreja no Noroeste de Portugal. Habitat e Cronologias in PORTVGALIA, nova série, vol. 4 / 5 , Porto, 1983 / 1984, p. 121 - 129; ALVES, Lourenço, Caminha e o seu Concelho (Monografia), Caminha, 1985; COELHO, Amando, LOPES, António B., Coto da Pena in Informação Arqueológica, vol. 5, Lisboa, 1985, p. 132; idem, A Cultura Castreja no Noroeste de Portugal, Paços de Ferreira, 1986; ALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira de, Alto Minho, Lisboa, 1987; http://www.patrimoniocultural.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/74447 [consultado em 11 janeiro 2017]. |
Documentação Gráfica
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Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Administrativa
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Intervenção Realizada
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1980 / 1981 - escavações arqueológicas; 1982 - escavação estatigráfica do sector VII, em continuação dos anos anteriores; 1983 - alargamento para O. e S. do sector anteriormente descoberto. |
Observações
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O castro do Couto possuia uma situação privilegiada para exploração agro-pecuária, marítima e outras, numa rota importante de comércio tradicional. Possuía uma longa fase de ocupação que vai desde o Bronze Final até ao séc. 12, distiguindo-se assim várias fases. Em termos de ocupação, teve 5 fases: a 1ª com afinidades predominantemente Atlânticas; a 2ª ligada à metalurgia do ferro - fase halstática -, denotando-se no espólio um crescente afluxo de influências meridionais, relacionadas com o mundo tartéssico; a 3ª manifesta grande prosperidade, surgindo juntamente com cerâmica manual a importada, de proveniência e / ou tradição púnica, com ocupação exterior da linha de muralhas, o que leva a pensar na possibilidade de uma 2ª linha de defesa; a 4ª fase de ocupação romana tem algumas alterações de ordenamento, culminando com um incêndio generalizado no séc. IV d.c., provavelmente ocasionado pelas invasões germânicas; a 5ª fase é de ocupação medieval. Frente ao castro do Couto, na foz do Minho, implanta-se o castro de Santa Tecla, ambos com espólio concordante. |
Autor e Data
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Paula Noé 1992 |
Actualização
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