Convento de São Francisco do Monte
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Portugal, Viana do Castelo, Viana do Castelo, União das freguesias de Viana do Castelo (Santa Maria Maior e Monserrate) e Meadela |
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Arquitectura religiosa, gótica, maneirista e barroca. Convento franciscano capucho de construção medieval, tendo sido remodelado nos sécs. 16 e 18, alterando significativamente a sua estrutura, a última tentando-o adequar às normas da Província da Conceição. É de planta rectangular irregular, composto por igreja de planta longitudinal e convento desenvolvido no lado esquerdo, possuindo um corpo quadrangular na fachada posterior. A igreja é de estrutura maneirista, de planta longitudinal, com capelas laterais pouco profundas e capela-mor mais estreita, com coberturas diferenciadas em falsas abóbadas de madeira, a da capela-mor em caixotões pintados, iluminada por janelas rectilíneas rasgadas na fachada lateral direita, virada ao terreiro. Fachada principal em empena, rasgada pelo janelão do coro-alto, assemelhando-se, em termos de estrutura, ao Convento da Ínsua, tendo, no lado esquerdo, uma torre sineira quadrangular, solução rara na Província, com, paralelo no Convento de Orgens, de três registos divididos por cornija, o superior com ventanas em arco de volta perfeita e com cobertura em coruchéu campaniforme. No interior da galilé, a antiga Capela do Senhor dos Passos. Interior tinha amplo coro-alto, assente directamente nas paredes. Lateralmente, surgem quatro capelas à face, com acesso por arco de volta perfeita, assente em pilastras toscanas. No lado do Evangelho, um vão rectilíneo correspondente ao confessionário e o púlpito quadrangular. Arco triunfal de volta perfeita, encimado por Calvário, protegido por sanefas, ladeado por retábulos colaterais de talha policroma, do estilo nacional, com um remate tardo-barroco. Capela-mor com retábulo de talha dourada, do estilo barroco nacional, existindo anjos tocheiros a ladear o mesmo. O convento desenvolve-se em torno de claustro quadrangular, com o piso inferior marcado por quatro vãos arquitravados, assentes em pilares de fuste liso e capitéis jónicos, com afinidades com o claustro da Ínsua. O exterior é marcado por vãos rectilíneos com moldura simples de cantaria, No lado do Evangelho, o acesso à Sacristia anexa à Via Sacra e casa do lavabo, ao lado das quais se situa o refeitório, com púlpito de leitura em cantaria, e a cozinha, no corpo anexo da fachada principal. No lado oposto, a Casa do Capítulo e as escadas regrais, de acesso ao dormitório e às várias dependências, maioritariamente desaparecidas. Cerca ampla, pontuada por várias capelas, uma via sacra, fontes e tanques de rega, sendo o terreiro marcado por várias capelas, de fundação seiscentista. Foi o primeiro convento erigido em Viana e o terceiro da Ordem Franciscana Observante em Portugal, de origem medieval, de que subsistem arcosólios, a estrutura da torre sineira, a fachada e a cachorrada que sustenta a cornija da capela-mor. Possui alterações sucessivas até ao séc. 18, que lhe foram alterando a estrutura, com a construção de um coro-alto e a diminuição das dimensões da capela-mor, bem como a ampliação em altura, com a construção do segundo piso da zona conventual, permitindo situar o dormitório, com mais celas, no piso superior, de que não restam quaisquer vestígios, apesar de subsistirem as escadas regrais de acesso ao mesmo. Apesar do seu estado arruinado, preserva, ainda, algumas das suas características arquitectónicas, algumas caso único na Província da Conceição e no mundo capucho, como a existência de uma galilé perpendicular à igreja, com acesso por arcadas, denotando semelhanças com a enfermaria do Convento de Santo António de Viana, levando a crer que se trate de uma obra do mesmo mestre, Manuel Pinto Vilalobos; a posição da galilé obriga à existência do portal principal se encontrar rasgado na fachada lateral, sendo um dos mais eruditos da Província, com pilastras laterais e remate em entablamento e frontão de lanços. Duas das quatro capelas laterais foram transformadas, no séc. 17, em capelas colaterais, tendo sido desactivados os arcos respectivos e colocadas estruturas retabulares de talha dourada, dispostas em ângulo, protegidas por grade metálica. Os fundos das capelas ostentam falsos drapeados pintados, que enquadravam as imagens dos oragos. As pintuas das cantarias do arco triunfal, rococós, eram de óptima qualidade, composta por figuras humanas, com açafates, cartelas e motivos fitomórficos. Mantém, na zona conventual, a zona inferior do claustro, algumas pedras epigrafadas no pavimento do mesmo, o púlpito de leitura do refeitório, o lavabo da sacristia e da cozinha, onde se ergue a ampla lareira, sustentada por pilar de granito e o forno, embutido no muro. A sacristia possui nicho e ampla cartela lobulada a assinalar a porta de acesso. A portaria, ao contrário dos demais Conventos da Província, situa-se junto à fachada posterior da capela-mor, com acesso por alpendre imponente, da mesma época que a galilé, uma vez que anteriormente possuía um simples telheiro, ornado por pilastras toscanas com silhares almofadados e remate em cornija contracurva, possuindo, no alpendre, um nicho encimado por cornija contracurva e assente em cornija recta, ladeado por pilastras toscanas almofadadas e ladeado por aletas, marcado inferiormente por rocalhas. Na cerca, embora desactivados, há vestígios de alguns anexos, o tanque de rega, o nicho da antiga capela-fonte de Santo António e vestígios da arruinada Capela de Nossa Senhora da Conceição. O terreiro possui três capelas, duas delas arruinadas e uma de menores dimensões, mantendo as inscrições da fundação e pedras de armas. |
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Número IPA Antigo: PT011609310047 |
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Registo visualizado 7426 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Religioso Convento / Mosteiro Convento masculino Ordem de São Francisco - Franciscanos Capuchos (Real Província da Conceição)
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Descrição
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Conjunto conventual de planta rectangular irregular, composto por um terreiro, para onde abrem várias capelas, igreja de planta longitudinal composta por nave antecedida por galilé adossada à fachada lateral direita, e capela-mor, com zona conventual quadrangular, desenvolvida em torno de um claustro quadrangular, com a ala E. prolongada por um corpo torreado, surgindo alguns corpos arruinados espalhados da cerca, ainda com o primitivo muro. TERREIRO de planta rectangular irregular, em terra batida, estando circunscrito por altos muros de alvenaria de granito, pela igreja, portaria por três capelas e a galilé, tendo, ao centro, o CRUZEIRO classificado, de que subsiste a plataforma de cantaria, quadrangular e com quatro degraus *2. No lado S., surgem duas capelas profundas, de plantas rectangulares e espaço único, uma delas primitivamente dedicada a Santa Maria Madalena e a segunda, de maiores dimensões e sem cobertura, dedicada a São Pedro de Alcântara, ambas com remate em empena e com acesso por portal em arco de volta perfeita, assentes em pilastras toscanas; no lado oposto, uma de pequenas dimensões, a antiga Capela do Senhor da Prisão. IGREJA antecedida por galilé de dois pisos, o inferior *3 aberto por três arcadas de volta perfeita assentes em pilares toscanas, com cobertura de madeira e pavimento em lajeado de granito, com um segundo piso, que forma uma passadiço de acesso à zona superior da mata; possui duas janelas de molduras recortadas, que centram a pedra de armas do doador e cartela com inscrição. No interior deste espaço e com acesso por três degraus de cantaria, a Capela do Senhor dos Passos constituída por um pequeno nicho rectilíneo, com moldura de cantaria *4. No lado direito, o portal de acesso ao templo, virado a S., de verga recta e portal de verga recta, definido por pilastras e arquitrave toscanas, que suportam um frontão de lanços. Para o terreiro, estão viradas a nave e capela-mor, a primeira com duas janelas rectilíneas em capialço e a da capela-mor com três janelas com o mesmo perfil, esta rematada por cornija, sustentada por cachorrada de cantaria. Fachada axial, virada a O., em empena com cornija no remate, rasgada por amplo janelão rectangular. No lado esquerdo, uma torre sineira adossada, de planta quadrangular, com dois registos separados por cornija, o inferior com vãos rectilíneos e o superior com três ventanas em arco de volta perfeita, assentes em impostas salientes, rematada em cornija e com cobertura em coruchéu campaniforme. Fachada virada a N. parcialmente adossada à zona conventual e cega, estando a posterior adossada à primitiva portaria. INTERIOR *5 sem cobertura e com pavimento lajeado de granito, tendo, no lado do Evangelho, duas janelas fingidas rectangulares, um antigo confessionário de verga recta e entaipado, surgindo vestígios do púlpito quadrangular e com bacia e mísula de cantaria *6, com acesso por porta de verga recta e moldura simples. Ainda no mesmo lado, arcosólio em arco apontado. Confrontantes, quatro arcos de volta perfeita assentes em pilastras toscanas, constituindo capelas laterais *7, possuindo vestígios de pinturas murais com drapeados fingidos. Arco triunfal de volta perfeita *8 sobre pilastras toscanas, encimado por três mísulas de cantaria que sustentavam imaginária. Capela-mor elevada por um degrau, com pavimento em lajeado *9. CONVENTO de planta rectangular simples, desenvolvido em torno de um claustro quadrangular, com a ala S. adossada à fachada da igreja, tendo, no extremo, a antiga portaria, protegida por alpendre, actualmente em obras *10, composta por arco abatido com aduelas almofadadas, flanqueada por pilastras com fuste formado por silhares também almofadados, ligada a um alpendre fechado, actualmente sem cobertura, tendo, fronteiro, um nicho em arco de volta perfeita, assente em pilastras toscanas, ladeadas por aletas, sobre cornija e com rocalhas na base, sendo sublinhado por friso e cornija contracurvos. O vão da portaria tem, no lado direito, nicho em arco abatido com moldura saliente e boleada, sobre cornija. Na ala N., duas janelas que iluminam uma dependência, surgindo, no corpo quadrangular adossado, um vão rectilíneo que liga directamente à cerca; a fachada E. é rasgada por duas janelas jacentes, uma fresta, no lado esquerdo, e por duas portas rectilíneas de acesso à cerca; a fachada O. tem cinco janelas rectilíneas e duas portas que ligam a um corredor protegido por alto muro de alvenaria. INTERIOR do claustro com quatro vãos arquitravados por alas, sustentados por pilares de fuste liso e capitéis jónicos, que sustentam as guardas em cantaria do primitivo segundo piso. O pavimento da alas, em lajeado de granito, encontra-se desnivelado e fraccionado, sendo visíveis algumas lajes sepulcrais *11. O conjunto tem acesso pela portaria, que liga à Via Sacra *12 e à sacristia, onde surge um lavabo rectangular, com depósito com o mesmo perfil, possuindo duas bicas com moldura curvilínea, que verte para taça lobulada de bordos salientes. Junto a esta, a sacristia *13 com porta de verga recta, encimada por cartela lobulada e, ao lado, o refeitório *14, onde se visualiza o púlpito de leitura, com assento e atril em cantaria; está ladeado pela cozinha e despensa *15, situados no anexo quadrangular, a primeira com ampla chaminé de cantaria, sustentada por pilar do mesmo material, onde se situa o forno, e, junto a uma das janela, o lavabo da cozinha, com tanque rectangular de bordo boleado. Fronteira ao refeitório, uma escada de cantaria, de um único lanço, constituindo a Escada Regral *16, que dava acesso ao segundo piso e à área do dormitório. Na ala oposta, a Casa do Capítulo, com acesso por porta em arco de volta perfeita. Do segundo piso, restam algumas paredes e respectivos vãos *17. A CERCA *18 possui, junto à fachada posterior da galilé, paredes da Capela de Nossa Senhora da Conceição e, mais elevado, com acesso por caminho sinuoso em terra batida, levando a uma parede de cantaria, o que resta da Capela-fonte de Santo António, na qual se integra um nicho em arco de volta perfeita e cobertura em abóbada de concha, ladeada por querubins, flanqueado por colunas de fuste liso e capitéis jónicos, que sustentam entablamento e uma cartela com a inscrição "IHS"; na base, desenvolve-se um avental, sustentado por figura híbrida feminina, e a bica da fonte, em forma de carranca, inscrita em silhar cúbico, com a face frontal almofadada. No pavimento, vestígios de canos de cantaria, que integravam o sistema hidráulico. No lado direito da zona conventual, um tanque em cantaria, de planta rectangular. |
Acessos
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Santa Maria Maior, a partir da Abelheira por EM até ao Lugar de São Francisco, com acesso ao convento por caminho lajeado. VWGS84 (graus decimais) lat.: 41,716604; long.: -8,825748 |
Protecção
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Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto nº 37 801, DG, 1.ª série, n.º 78 de 02 maio 1950 (cruzeiro no terreiro) *1 |
Enquadramento
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Rural, isolado, implantado a meia encosta, na vertente E. da Serra de Santa Luzia, com alguns pontos onde se pode avistar a cidade de Viana do Castelo e o vale do Lima. Possui acesso por ampla ladeira lajeada, antecedida por um antigo portal, flanqueado por pilares de granito, possuindo alguns patamares. A meio da calçada, surge um cruzeiro de cantaria, assente em plataforma quadrangular de quatro degraus e num dado, consistindo numa coluna cilíndrica, ostentando o símbolo da Ordem, encimada por cruz latina. No topo da ladeira, surge o terreiro, protegido por portal em arco de volta perfeita, rematado por cornija e assente em duas colunas dóricas, encimado por três imagens, surgindo, ao centro, São Francisco, flanqueado por São Pedro de Alcântara e Santo António, a primeira mais antiga, sendo as segundas de menores dimensões e datáveis do séc. 18. É envolvido por pinhal e eucaliptal, pontuado por afloramentos graníticos. |
Descrição Complementar
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No terreiro, surgem 3 capelas. A de Santa Maria Madalena é a primeira do lado esquerdo, de planta longitudinal simples, com cobertura a duas águas, com a fachada principal virada a N., rematada em empena, com friso e cruz no vértice, com portal em arco de volta perfeita, assente em pilastras toscanas, com acesso por um degrau. No interior possui cobertura em abobadilha de tijolo, parcialmente inexistente, com uma lapa fingida, onde se encontra uma plataforma paralelepipédica que suportava a imagem do orago *. Sobre esta plataforma, um nicho, onde estaria a primitiva imagem, da Virgem. Na entrada, uma lápide com a inscrição "FRANCISCO DE ABREU PEREIRA CIRNE SENHOR DE LINDOZO A MANDOV". Ao lado desta, uma capela completamente arruinada, que era dedicada a São Pedro de Alcântara, como se deduz de uma enorme inscrição na fachada principal, mas completamente delida. No lado direito, pequeno oratório, sem culto, mas que foi dedicada a Nosso Senhor da Prisão, de planta rectangular e cobertura a duas águas, com a fachada principal rematada em empena com cornija, flanqueada por cunhais em forma de pilastras toscanas, com acesso por porta de verga recta e moldura saliente em cantaria de granito, que tinha, no interior, a imagem de Cristo atado à coluna. Na galilé, surge uma lápide com a inscrição: "ESTA CASA MANDOU FAZER SEBASTIÃO PINTO RUBIN SOTO-MAIOR FIDALGO DA CASA REAL CORONEL DE INFANTERIA DO REGIMENTO DE VIANA PADROEIRO DESTE CONVENTO. ERA 1758". |
Utilização Inicial
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Religiosa: convento masculino |
Utilização Actual
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Devoluto |
Propriedade
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Pública: estatal de administração indirecta |
Afectação
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Sem afectação |
Época Construção
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Séc. 16 / 17 / 18 / 19 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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ARQUITECTO: Frei Francisco de São Boaventura (1584). ENGENHEIRO: Manuel Pinto Vilalobos (atr., 1758). |
Cronologia
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1392 - fundação do oratório primitivo, por iniciativa de Frei Gonçalo Marinho, junto à Fonte do Ligo, possuindo uma única cela e uma capela; logo em seguida, construção de um edifício de maiores dimensões, mas com a zona conventual de um único piso; 1400, 14 Abril - falecimento do fundador do convento, Frei Gonçalo Marinho, sepultado entre os dois retábulos colaterais; feitura de uma tampa de jaspe com inscrição para a sepultura, mandada fazer por D. Afonso, conde de Barcelos e primeiro duque de Bragança; 1443 - Eugénio IV perdoa os frades que fizessem censuras ao Papa, enquanto seguissem a Observância; 1454, 15 Março - D. Afonso IV isenta as casas que a comunidade tinha em Viana, doadas por Vival Domingues e Maria Ferreira, do direito de pousio; 1457, 2 Abril - as obras no imóvel prosseguiam, tendo D. Afonso V doado a isenção das sisas, dízimas, portagens e impostos vários; em troca, a comunidade colocou um escudo do monarca e uma lápide alusiva à construção, esta desaparecida; séc. 16 / 17 - provável construção do cruzeiro; 1548 - sepultura de Francisco Rego Barbosa no claustro; 1554 - remodelação por iniciativa de Gonçalo Parreira Vilas Boas, fidalgo da Areosa, restando desta fase poucos vestígios: algumas portas e a estrutura claustral; quebra da pedra sepulcral de Frei Gonçalo Marinho; 1561 - a Câmara passa a pagar o barbeiro dos frades; 1568 - integração na Província Capucha de Santo António, passando à condição de convento e instalando-se, no local, um noviciado; sepultura no claustro de Grácia Gomes; a rainha D. Catarina doou, pela câmara, uma arroba de carne ou peixe semanais; 1570 - colocação dos restos mortais de D. Gonçalo Marinho sob o altar-mor; 1587 - Frei Pedro dos Santos mandou fazer um túmulo de pedra para D. Gonçalo Marinho e colocá-lo no corredor dos confessionários, com a inscrição "SEPULTURA DE FREI GONÇALO MARINHO VARÃO SANCTO EDIFICOU ESTE MOSTEIRO & OUTROS MUITOS ANNO 1398"; 1590 - remodelações na igreja primitiva; execução do coro-alto; 1596 - feitura da ladeira de acesso, por ordem do guardião Frei Gonçalo de Chaves, a qual teria sido paga pela Câmara de Viana; séc. 17 - fundação da capela do terreiro dedicada à Virgem, pelo Senhor de Lindoso (Diogo de Sousa de Cirne de Távora ou Martim Távora de Noronha e Sousa Cirne); sepultura no claustro de Francisco Pereira do Lago, David A. Velho Peixoto e João Pereira; 1580 - a Câmara dava ao Convento, pelos sermões proferidos, meia arroba de bacalhau, um carneiro, 1 almude vinho, 1 alqueire de pão e uma arroba de vaca; 1584, 23 Abril - abertura dos alicerces para construção de um novo convento, por ordem do provincial de Santo António, Frei Martinho de Guimarães; os planos são da autoria de Frei Francisco de São Boaventura, tendo sido doado dinheiro pelo juiz Fernando de Sousa; da mata de Mosteiró vieram 7 dúzias de tabuado; consistiu na construção do claustro e varandas, dormitório, pago pelo Gonçalo Ferreira Vilas Boas e pela esposa, Catarina Alves Seixas; 1586 - pelos sermões a Câmara pagava, ainda, semanalmente, 19$000; 1609, 30 Junho - instituição da capela lateral da Epístola, dedicada a São Gonçalo, por Bento Quesado, que se fez sepultar junto ao arco da mesma, deixando 1 alqueire de trigo cozido, 1 de vinho, carne ou pescado, em troca de missas por sufrágio; a administração passou à sua filha, Luísa da Rocha, casada com Baltasar Veloso; 1612 - com a construção do Convento dos Capuchos, ficou reduzido a oratório, embora ainda se mantivessem alguns franciscanos no local; 1623, 19 Outubro - indulgência plenária dada por Urbano VIII a quem visite o convento nas vésperas da festa da Conceição; 1625 - a dádiva de D. Catarina é repartida com o Convento de Santo António; 20 Março - sai o último noviço, Frei Matias da Conceição, tendo a casa voltado à condição de oratório; 1630 - a carne doada pela Câmara foi comutada para 30$000; 1647, 18 Julho - D. João IV doa 26 cântaros de azeite; 1664, 24 Março - sepultado no claustro Frei Melchior dos Reis; 1694, 16 Janeiro - decisão de dividir a Província de Santo António em duas; 1697 - a Via Sacra foi lajeada por ordem de Frei Onofre de São Martinho; provável feitura do retábulo de Santo António e dos retábulos colaterais, por ordem de Frei Onofre de São Martinho, os últimos pagos com dinheiro enviado do Brasil; execução do retábulo-mor; 1700 - douramento do retábulo de Santo António e do retábulo-mor, por ordem de Frei António das Neves; colocação na boca da tribuna de uma tela pintada a representar o Milagre da Porciúncula, que escondia um trono expositivo, onde se colocava um relicário de cristal, de forma ovalada, engastado numa custódia de marfim, com um pedaço do capela de São Francisco séc. 18 - toma o padroado do Capítulo a família Soares de Albergaria; sepultura no claustro de João do Rego e Francisco do Rego Barbosa; o papa Bento XIV privilegia o altar de São Boaventura; a imagem do retábulo colateral da Epístola passa a ser invocada como Nossa Senhora do Rosário, por ordem de Frei Simão da Assunção; sepultura de João do Rego no claustro; 1705, 24 Abril - nascimento da Real Província da Conceição *19, por Breve de Clemente XI; 1712, 15 Setembro - D. Bernardo Maria de Comitibus, Bispo de Ferrara passou uma carta a autenticar a relíquia do capelo de São Francisco; 1719 - sepultura no claustro de Frei Manuel da Anunciação; 1736 - feitura da igreja de novo, paga com a doação de 430$000 por Francisco da Rocha Pereira e 80$000 doados pelos Conventos de Viana e Ponte de Lima; colocação da sepultura de D. Gonçalo Marinho junto à Capela de Nossa Senhora do Rosário, no lado da Epístola, por ordem do Provincial Frei João de Santa Rosa; 1750, 21 Outubro - torna-se padroeiro do Convento Sebastião Pinto Rubin Sotomaior (cavaleiro e morgado da Quinta de Vale de Flores), que ofereceu 800$000 para as obras de remodelação do edifício e 20$000 de ordinária perpétua, acrescido de uma pipa de vinho e dois almudes de azeite para manter a lâmpada da capela-mor acesa; até há data, a alimentação era garantida pelo Convento de Santo António, na mesma localidade; 1751 - início de obras profundas no imóvel pagas pelo novo padroeiro *; 1752, Dezembro - os religiosos enfermos tinham que se curar no Convento de Caminha, revelando que a casa não possuía enfermaria; 1757 - paragem das obras por razões desconhecido; 1759 - as obras estão concluídas, por iniciativa de Frei Inácio de Santo António; feitura de 20 celas no dormitório, virado a ala SE., por ordem de Frei Diogo da Purificação, que ordenou a construção de uma livraria e hospedaria; 1752, 22 Dezembro - volta a ser Convento; 1754, 19 Abril - o Convento de Santo António deixa de fazer qualquer contribuição monetária para este; 1767-1768 - feitura de bancos e arcas para as varandas do claustro, por 2$800; 1769, 4 Agosto - sepultura de Frei Silvestre Simão da Assunção; 1778 - doação do sacrário esférico ao Convento, pela Irmandade do Santíssimo Sacramento da Igreja Matriz de Viana, por ter executado outro, mais moderno, desenhado por Manuel Pinto de Vilalobos; o sacrário foi executado entre 1745-1747, por António Rodrigues Pereira, custando com o retábulo e talha da capela a quantia de 600$000; 1785 - fundação da capela do terreiro dedicada a São Pedro de Alcântara por António Pereira da Cunha, Senhor da Torre Solar dos Cunha; construção da galilé paga pelo padroeiro Sebastião Pinto Rubin Sotomaior, sendo possível a intervenção do terceiro engenheiro denominado Manuel Pinto Vilalobos; além do padroeiro, contribuíram para as obras Tomás Rubin de Barros Barreto, com 24$000 e 12 moedas de ouro, João de Sousa de Meneses, chanceler da Índia que enviou 292$000, do síndico Amaro Jácome de Castro, que deu de esmola 50$000, 300$000 vindos do Brasil e 100$000 pertencentes à comunidade; 1818 - o síndico do convento, João Barbosa de Guimarães, pretendeu estreitar a calçada, que confinava com terras suas, permitindo alargar o seu perímetro, originando protestos por parte dos frades; 1825 - obras no convento e anexos; 1826 - colocação de uma lâmpada na Capela de Santo Cristo da cerca. 1828 - 1829 - reconstrução das abóbadas da igreja, com reboco, caiação e pintura decorativa, por 12$335; 1833 - execução das coroas de folha para as figuras do portão do terreiro, por $880; execução da imagem de Santo António para a Capela-fonte da cerca, por 1$200; 1834 - extinção das ordens religiosas e abandono do convento; é referenciada a existência de uma maquineta sobre a guarda do coro-alto e um Crucificado sobre o arco triunfal, apesar da existência das três mísulas sugerir a existência de um Calvário; 1850, 1 Janeiro - doação da igreja à Paróquia de Santa Maria Maior, que removeu algumas peças para a Matriz; a distância do imóvel levou ao abandono do templo; década de 50 - a igreja e cerca foram comprados em hasta pública por Luís Bravo de Abreu e Lima, 3.º Visconde da Carreira, por 2.800 escudos; séc. 20, década de 20 - o conjunto foi herdado por Maria Luísa Malheiro de Távora Castro Feijó, que contratou um caseiro para tratar do local; 1949 - a Direcção-Geral do Ensino Superior e das Belas-Artes manifesta interesse em classificar o cruzeiro; 30 Julho - a Direcção-Geral da Fazenda Pública informa aquela instituição que o proprietário do cruzeiro era Rui Meneses de Castro Feijó; 1950, 23 Janeiro - o proprietário envia uma carta, concordando com a classificação do cruzeiro; 1954 - a DGEMN elaborou uma memória descritiva do imóvel e um orçamento de restauro; 1956 - pedido da Comissão Municipal de Turismo para remoção do retábulo-mor, que se revelou desastrosa; 1958 - o retábulo-mor encontrava-se completamente arruinado; 1966 - saída do caseiro, ficando o espaço ao abandono e em avançado estado de ruína, passando a ser frequentemente pilhado; séc. 20, década de 70 - escoramento do claustro e portaria do terreiro, que se encontravam em risco de ruir; 1979, Maio - a queda de um eucalipto provocou a quebra do cruzeiro e o imediato desaparecimento da cruz e outros fragmentos do mesmo; 1980 - os elementos que constituíam o cruzeiro continuavam desaparecidos, apesar dos esforços levados a cabo pelas instituições locais e pelo Grupo de Amadores de Arqueologia de Viana do Castelo; década de 80 - prospecções arqueológicos puseram a descoberto alguns arcosólios medievais, bem como os alicerces primitivos e fragmentos cerâmicos; foram postas a descoberto na sacristia uma parte térrea, onde assentava o soalho, e uma parte revestida a pedra, onde assentaria o arcaz; no refeitório foi posto à vista a estante de leitura, em pedra; do outro lado do pátio, frente ao refeitório, escavou-se uma dependência que teria sido uma corte e sumidouro; 1984 - proposta da DGEMN para refazer o cruzeiro, o que foi bem aceite pelo IPPAR; 1985, 15 Fevereiro - o IPPAR recorda que, por não existirem registos do cruzeiro, se devia proceder à reconstituição com materiais distintos, permitindo identificar uma intervenção recente; não concordava com o remate esférico proposto pela DGEMN, pedindo a revisão do projecto; 1987 - por alegada falta de meios, os proprietários Maria Luísa Malheiro de Távora Castro Feijó e o filho, Rui Feijó, doaram o imóvel à Misericórdia; 1990 - referência à existência de um realejo no Convento, que teria sido transportado para a Matriz; a imagem de Santa Maria Madalena foi descrita como estando deitada, desnuda, com a cabeleira a cobrir-lhe os seios, tendo, junto a si, uma caveira e os vasos de óleos, os seus atributos; 1991, 17 Maio - a DGEMN alega que a reconstituição do cruzeiro teve como base uma fotografia, existente nos seus arquivos; 1999, 7 e 8 Janeiro - publicação em jornais da região do aviso de venda do convento pela Santa Casa da Misericórdia de Viana do Castelo; séc. 21 - imagem do Senhor dos Passos foi removida da galilé por questões de segurança; 2001- comprado pelo Instituto Politécnico de Viana do Castelo, que ali pretendia sediar a Fundação do Instituto, a APNOR (Associação dos Politécnicos da Região Norte), recentemente constituída, e os Centros de Competência, em organização no Instituto; 2002, 08 fevereiro - despacho de abertura do processo de classificação do convento; 2007 - o Instituto Politécnico de Viana do Castelo inicia algumas obras de estabilização, embargadas pelo IGESPAR, que alega a existência de um pedido de classificação em estudo; 2013, 4 janeiro - publicação do Anúncio n.º 4/2012, em DR, 2.º série, n.º 3, relativo ao arquivamento do procedimento de classificação do Convento de São Francisco do Monte; 2018, 29 março - o sacrário do retábulo-mor, doado à Câmara pelos antigos proprietários, passa a estar exposto ao público no Museu de Artes Decorativas, de Viana, após obras de conservação. |
Dados Técnicos
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Sistema estrutural de paredes portantes (convento) / estrutura autónoma (cruzeiro). |
Materiais
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Paredes em alvenaria parcialmente rebocada e em cantaria de granito aparente; cornijas, pilares, pilastras, cachorros, cartelas, lápides, escudos, fonte, pavimentos, base do púlpito, púlpito de leitura, lavabos, modinaturas, tanque, canos em cantaria de granito; capelas laterais com pinturas murais. |
Bibliografia
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CONCEIÇÃO, Frei Apolinario, Claustro Franciscano, Lisboa, Officina de Antonio Isidoro da Fonseca, MDCCXL (1740); DEOS, Frei Martinho do Amor de, Escola de Penitencia, caminho de perfeição estrada segura para a vida Eterna Chronica da Santa Provincia de Santo António, Lisboa, António Pedrozo Galram, MDCCXL (1740); JOSÉ, Frei Pedro de Jesus Maria, Chronica da Santa, e Real Provincia da Immaculada Conceição de Portugal da mais estreita e regular Observancia do Serafim Chagado S. Francisco, 2.ª ed., 2 vols., Lisboa, Officina de Miguel Manescal da Costa, MDCCLX (1760); ROSA, Domingos P. G., Descripção de S. Francisco de Vianna chamado algum dia de Mirtolo, Jornal de Vianna, 3 (272), (273), (274) e (275) de 9, 13, 16 e 20 de Junho de 1889; GUERRA, Luís Figueiredo da, S. Francisco do Monte, Archivo Viannense, vol. 1, nº 5, Viana do Castelo, 1891, p. 71 - 75; CALHEIROS, Araújo (Padre), "O último guardião de São Francisco do Monte" in Almanaque de Ponte de Lima, 7.º ano, Ponte de Lima, Tipografia Guimarães, 1927, pp. 33-39; CRESPO, José, Monografia de Viana do Castelo, Viana do Castelo, Câmara Municipal de Viana do Castelo, 1957; "O deplorável estado de abandono do Convento de São Francisco do Monte" in Diário Ilustrado, 7 Novembro 1958; Armorial Lusitano, Lisboa, Editorial Verbo, 1961; FERNANDES, Francisco José Carneiro, Convento de S. Francisco do Monte, Igreja e Convento de Santo António in Cadernos Vianenses, vol. 4, Viana do Castelo, 1980, pp. 156 - 173; CRESPO, José, Pelourinhos. Cruzeiros. Forcas. in Cadernos Vianenses, vol. 6, Viana do Castelo, 1981, pp. 97 - 112; ABREU, Alberto Antunes de, AREZES, Maria Manuela F. e LOPES, José da Cruz, A importância arqueológica do convento arruinado de S. Francisco do Monte em Viana do Castelo, in Actas do Colóquio Manuel de Boaventura - 1985 Arqueologia, Esposende, 1988, p. 153 - 168; ABREU, Alberto Antunes de, 1987 - 88 Dois Anos de Pesquisa em Arqueologia Medieval e Moderna in Cadernos Vianenses, vol. 14, Viana do Castelo, 1990, p. 121 - 181; GONÇALVES, Flávio, Um convento abandonado: o de S. Francisco do Monte, junto de Viana do Castelo in História da Arte: iconografia e crítica, Lisboa, INCM, 1990, p. 137 - 140; RODRIGUES, David, Um século de abandono arruinou Convento Franciscano em Viana, Diário de Notícias, Lisboa, 18 Abril 1990, p. 24; LEAL, António J. Cunha, Roteiro Arqueológico de Viana do Castelo, Viana do Castelo, 1992; Roteiro Arqueológico de Viana do Castelo, Viana do Castelo, Câmara Municipal de Viana do Castelo, 1992; ARAÚJO, António de Sousa (Frei), Antoninhos da Conceição - dicionário de capuchos franciscanos, Braga, Editorial Franciscana, 1996; PEREIRA, Vítor, Convento de S. Francisco do Monte "à procura" da dignidade perdida, O Primeiro de Janeiro, 14 Novembro 1997; FERNANDES, Francisco José Carneiro, Tesouros de Viana - roteiro monumental e artístico, Viana do Castelo, Grupo Desportivo e Cultural dos Trabalhadores dos Estal2005, pp. 56-79; INSTITUTO POLITÉCNICO DE VIANA DO CASTELO, Convento de S. Francisco do Monte, DREMN, s.d..eiros Navais de Viana do Castelo, 1998; Convento de S. Francisco em vias de classificação, Falcão do Minho, 21 Março 2002, p. 16; FIGUEIREDO, Ana Paula, "As Capelas da Sé através da documentação das suas irmandades: abordagem cripto-histórica" in Monumentos, n.º 22, Lisboa, Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, Março de 2005, pp. 56-79; FIGUEIREDO, Ana Paula Valente, Os Conventos Franciscanos da Real Província da Conceição - análise histórica, tipológica, artística e iconográfica, [tese de doutoramento], 3 vols., Lisboa, Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, 2008. |
Documentação Gráfica
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DGPC: DGEMN:DSID, DGEMN:DREMN; AHMVC: Espólio do Dr. Figueiredo Guerra, Mss. 12 - I, cod. 29, Fundo postal, Postais antigos do Convento de São Francisco de Viana do Castelo, séc. XIX - XX |
Documentação Fotográfica
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DGPC: DGEMN:DSID, DGEMN:DREMN |
Documentação Administrativa
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DGPC: DGEMN:DSMN-001-0326/14, DGEMN:DREMN-1682/15; DGARQ/TT: AHMF, Conventos extintos, Convento de São Francisco do Monte de Viana do Minho, cx. 2260; ADB: Convento de São Francisco de Viana do Castelo, "Livro de Contas, 1821-1834", F38; BPMP: Crónica da Provincia da Conceição, 1737, FA - 69; AHMVC: Espólio do Dr. Figueiredo Guerra, Mss. 12 - I, cod. 29, Carta Arqueológica do Convento de São Francisco do Monte, ficha 93; ASVC: Livro de Acórdãos da Irmandade do Santíssimo Sacramento, 1779-1891 |
Intervenção Realizada
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PROPRIETÁRIO: 1700 - reforma das imagens de São Gonçalo e de Santo António, por 190$050; séc. 19, década de 20 - arranjo da cozinha e do forno por $600; conserto do caixilho da janela grande da cozinha por 2$060; 1824 - execução de uma porta em madeira para a Capela de Santa Rita da cerca, por 11$250; 1826 - arranjo das capelas da cerca e reforma das imagens por um santeiro de Braga, num total de 245$000; 1829 - arranjo do terreiro por $440; conserto das grades do mesmo, por 1$340; caiação das capelas da cerca por 8$400; séc. 19, década de 30 - arranjo do segundo piso do convento, com colocação de soalho nas varandas e na denominada Varanda do Laranjal, por 16$885; 1833 - feitura de coroas novas para as imagens de Santo António, Nossa Senhora da Conceição e Nossa Senhora da Lapa, por $880; 1885 / 1887 / 1988 - Intervenção arqueológica sob a direcção do Dr. Alberto Antunes Abreu; limpeza, especialmente na zona de serviços; 1950 - trabalhos de consolidação do cruzeiro, incluindo apeamento e novo assentamento da coluna e realçamento da fundação da base com alvenaria e argamassa hidráulica e o reajustamento dos degraus; escavação e remoção de terras para regularização do terreno; 1954 - obras de restauro e beneficiação no convento; 2008 - obras de consolidação do arco de acesso ao alpendre da antiga portaria. |
Observações
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*1 - DOF: Cruzeiro no adro do Convento de São Francisco do Monte. *2 - sobre os degraus, erguia-se cruzeiro de coluna facetada, rematado por esfera achatada encimada por cruz latina, de hastes em flor-de-lis, no cruzamento das quais surgia esculpido em latim a abreviatura do nome Jesus; a sua reconstituição é possível dada a existência de fotografias antigas. *3 - o interior da galilé era decorado com estuque; sobre o portal de acesso à igreja, existiu antes das obras do séc. 18, a imagem de São Francisco, de 3 palmos, com o capelo colocado e os olhos fixos na caveira que segurava, tendo sido mudado, posteriormente para a portaria. *4 - na Capela do Senhor dos Passos, existia a imagem do orago, em granito, caso único na Província, com sinais de policromia. *5 - a nave era iluminada, no séc. 19, por uma lâmpada de latão e o coro-alto era de madeira, assente nas paredes laterais, possuindo um cadeiral de madeira, apenas com uma fiada, e uma estante de leitura. No pavimento, junto à entrada, surgiam as sepulturas de João do Rego, de Meresse e a de Frei Gonçalo Marinho, com a seguinte epígrafe: "AQUI JAZEM OS OSSOS DO BEATO E VENERAVEL FREI GONÇALO MARINHO, VARÃO SANTO. EDIFICOU ESTE CONVENTO E OUTROS D'ESTA ORDEM. FORAM PARA AQUI TRESLADADOS, SENDO MINISTRO PROVINCIAL FREI JOÃO DE SANTA ROSA, EX-LEITOR DE THEOLOGIA, E PRESIDENTE FREI JOÃO DO SACRAMENTO, EM SETEMBRO DE 1736". *6 - o púlpito tinha guarda torneada, de madeira. *7 - as duas mais próximas do arco triunfal foram desactivadas, sendo transformadas em colaterais, com a colocação de estruturas retabulares em ângulo; as da nave eram dedicadas a São Gonçalo (Evangelho) e Santo António (Epístola), apesar de neste surgir referenciada, no séc. 19, a imagem de Nossa Senhora da Consolação ou do Rosário (por segurar um rosário na mão direita); a primeira tinha uma estrutura retabular de talha policroma e dourada, de um eixo e com duas colunas laterais, onde surgia a imagem com cinco palmos de altura e resplendor de folha; no lado oposto, o Santo António era de barro e, segundo a tradição, fora executada na Figueira da Foz, tendo sido aprisionada a caravela onde era transportada por mouros, os quais, sofrendo os efeitos de uma forte tempestade, foram coagidos a entrar no Porto de Viana, onde ficaram aprisionados; numa alusão a este episódio, considerado milagroso pela comunidade vianense, foi colocada uma caravela na mão, desaparecida ainda no séc. 18; tinha uma estrutura retabular antiga, de talha pintada e dourada, com dois tocheiros de madeira sobre a banqueta. *8 - O arco triunfal possuía pinturas murais, formando cartelas, figuras híbridas a sustentar açafates e uma profusão de elementos fitomórficos e concheados, que também surgiriam nas modinaturas dos demais arcos da igreja. Era ladeado por retábulos colaterais protegidos por uma teia de madeira, formando falsos balaústres e posicionada em contracurva, desconhecendo-se se teria confessionários fixos nos extremos; eram dedicados a São Boaventura (Evangelho) e à Virgem (Epístola), com estrutura semelhante compostos por nicho em arco de volta perfeita e remate em tabela; sobre a estrutura, foi colocado um remate de perfil recortado e ornado por rocalhas; a imagem de São Boaventura era de madeira e media quatro palmos, surgindo, sobre a banqueta quatro tocheiros de talha; no oposto, a imagem da Virgem com cinco palmos e o Menino no braço direito, o qual sustentava uma pinha dourada. *9 - a capela-mor tinha a abóbada decorada por 15 caixotões com a representação da vida de São Francisco, desaparecido e tendo constituído caso único na Província. No interior da capela, os anjos tocheiros, actualmente na Capela do Santíssimo Sacramento da Sé de Viana, com vestes revoltas e plumas sobre as cabeças, com inscrições, onde se lêem"Omnes vitientes venito ad aquas" e "Puteus Aquarum viventium", respectivamente no do lado do Evangelho e no da Epístola; são semelhantes aos do Convento de São Pedro do Sul, revelando terem sido executados por uma mesma escola. O retábulo-mor, de que subsistem, apenas, registos iconográficos, era de planta côncava e três eixos definidos por seis colunas torsas, ornadas por pâmpanos, assentes em quarteirões de atlantes, que se prolongavam em três arquivoltas, unidas por aduelas no sentido do raio, com as armas seráficas no fecho, constituindo o ático. Ao centro, tribuna com trono expositivo de três degraus e, lateralmente, apainelados de acantos que serviam de fundo às imagens suportadas por mísulas, São Francisco e São Domingos (Doc. 103), sob as quais se situavam as portas de acesso à tribuna (Fig. 408). Sobre a banqueta, existiam seis tocheiros de madeira e sobre o altar paralelepipédico, existiria um sacrário embutido, substituído por um exemplar esférico. *10 - a portaria rematava em cornija contracurva e era encimada por duas janelas rectilíneas, emolduradas a cantaria, rematando em empena recta, com beirada simples; sobre este, existia, antes das obras do séc. 18, surgia um nicho em arco de volta perfeita, onde se inseria a imagem de São Francisco com uma caveira na mão. *11 - existiam várias sepulturas, algumas com inscrições, como a do Padre Silvestre Simão da Assunção - "AQUI SE SEPVLTOV O REVERENDO PADRE SILVESTRE SIMÃO DA ASSVMPÇÃO EX LEITOR DE THEOLOGIA EX DEFINIDOR PROVINCIAL DA PROVINCIA DA SOLEDADE EX PROVINCIAL D'ESTA DA CONCEIÇÃO AOS 4 DE AGOSTO de 1769" -, a de João do Rego - "JOAM DO REGO NETO DE JOAM DO REGO DE MARESSE" -, a de Francisco Rego Barbosa - "SEPULTURA DE FRANCISCO REGO BARBOSA FALECIDO ERA DE 1548" - e a de D. Grácia Gomes: "SEPULTURA DE GRASIA GOMES MOLHER DE PEDRO ANES"; o espaço encontrava-se rodeado de bancos corridos, os quais foram removidos e reaproveitados, após 1834, juntamente com os do Convento de São Domingos, para o Passeio do Pelourinho, então em construção; em local indeterminado, localizava-se uma capela dedicada à Senhora da Boa Morte, com retábulo de talha policroma, tendo, no interior, a imagem do orago, protegida por vidraça. *12 - porta que ligava a Escada das Matinas à Via Sacra, encontrava-se encimada por uma escultura a simbolizar a Vanitas. *13 - na sacristia guardava-se uma custódia de prata dourada, dois cálices com as respectivas patenas de prata e uma caldeirinha de latão amarelo, surgindo, ainda, certamente, no oratório do arcaz, um Crucificado e dois tocheiros de pau-preto. *14 - o refeitório encontrava-se forrado a azulejodo tipo monocromo, aplicado num jogo de exanquetado branco e azul, de que apenas restam vestígios nas argamassas; no interior, uma pintura da "Última Ceia", pago pelo coronel Sebastião da Cunha, sendo o espaço iluminado por candeeiros de latão. *15 - na cozinha, o lavabo tinha duas torneiras de bronze, surgindo na despensa quatro caixas, com pequena capacidade de armazenamento. *16 - o nicho da Escada Regral possuía uma imagem de madeira, a representar Nossa Senhora da Conceição. *17 - no segundo piso do claustro, existia uma capela mandada construir por João de Barros de Lima, reverendo da igreja de Santa Cristina da Meadela, por 36$600, de orago desconhecido e na rouparia, em local indeterminado, surgia um armário e um tabuleiro. *18 - a cerca era ampla, com um quarto de légua, composta por alamedas com árvores, horta, um pomar com árvores de espinho e fruto, especialmente figueiras, e uma mata com carvalhos, pinheiros, buxos, medronheiros, murtas e nogueiras; tinha várias capelas, uma à saída da horta, dedicada a Nossa Senhora da Conceição, junto à qual, em cota ligeiramente superior, a Capela-fonte de Santo António; várias cruzes compondo uma Via Sacra, surgindo, jutno à primeira, a Capela de São João Baptista, abobadada, tendo o orago com uma cruz na mão e a apontar para um Cordeiro aos pés; subindo uma pequena rua, a Capela do Arrependimento de São Pedro, de onde saía uma rua que desembocava numa escadaria de 20 degraus de cantaria, no topo da qual um terreiro, de onde se divisava o rio e a vila, protegido por 3 pinheiros grandes, que protegiam uma capela dedicada ao Senhor Morto, no interior do qual estava Cristo deitado no sepulcro, ladeado pela Virgem; seguindo uma rua em sentido inverso á escadaria, achava-se a Capela do Senhor da Cana Verde, num terreiro com vista sobre o Rio Lima, seguindo-se a Capela do Presépio, com várias figuras, estando cobertas por uma lapa natural; num terreiro copado, a Capela da Madalena, que aproveitava uma enorme lapa e junto a esta, uma casa de penitência; junto ao Calvário, a Capela de São Jerónimo, abobadada, com um leão aos pés e a olhar para um crucifixo; a partir daqui, saíam as escadas de pedra, onde surgia São Francisco a receber os estigmas. Surgiam, ainda, as Capelas de São Francisco, Nossa Senhora das Dores e a de Santa Rita, iluminada por uma lâmpada; algumas delas estavam associadas ao sistema hidráulico do Convento, pois a água entrava pela Capela de Santo António, descendo para a de Nossa Senhora da Conceição e entrando no tanque de cantaria, decorado por um nicho com a imagem de São Miguel carregando as balanças e o diabo aos pés; a Capela de Nossa Senhora da Conceição tinha bailéus e um nicho com a imagem do orago, sobre uma fonte, rodeada por painéis pintados com os Doutores que defendiam o carácter imaculado de Maria, entre os quais Duns Escoto; tinha baixos-relevos em jaspe branco com o Casamento de Santa Ana, Apresentação da Virgem no templo, e as Almas do Purgatório; a imagem da Virgem tinha um Menino no braço direito. *19 - fazem parte da Província os seguintes Conventos: Santa Maria de Mosteiró (v. PT011608030013), Santa Maria da Ínsua (v. PT011602120133), São Francisco de Viana, Santo António de Ponte de Lima (v. PT011607350252), Santo António de Viana (v. PT011609310048) Santo António de Caminha (v. PT011602070044), São Bento de Arcos de Valdevez (v. PT011601340059), São Bento e Nossa Senhora da Glória de Monção (v. PT011604170011), Nossa Senhora da Conceição de Melgaço (PT011603180044), Santo António do Porto (v. PT011312120035), São Francisco de Lamego (v. PT011805010074), São Francisco de Orgens (v. PT021823190031), São Francisco de Moncorvo (v. PT010409160053), São Francisco de Vila Real (v. PT011714240091), Santo António de Serém (v. PT020101120131), Santo António de Viseu (v. PT021823240358), Santo António de Viana, Santo António de Vila Cova de Alva (v. PT020601180012), Santo António de Pinhel (v. PT020910170012), São José de São Pedro do Sul (v. PT021816140005), Convento do Senhor da Fraga (v. PT021817040031), Colégio de Santo António de Coimbra (v. PT020603020036 e PT020603020163) e o desaparecido Hospício de Lisboa. |
Autor e Data
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Paula Noé 1992 / Paulo Amaral e Miguel Rodrigues 1997 / Paula Figueiredo 2009 |
Actualização
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