Capela de Santa Catarina de Alexandria / Ermida de Santa Catarina de Alexandria

IPA.00034442
Portugal, Ilha Terceira (Açores), Angra do Heroísmo, Angra (São Pedro)
 
Capela de fundação quinhentista, reformada no séc. 17 e reconstruída na segunda metade do 20, de linhas muito sóbrias. Apresenta planta retangular composta por nave e capela-mor, interiormente com iluminação axial e bilateral e coberturas de madeira. A fachada principal termina em empena, com sineira sobre o cunhal direito, e é rasgada por portal de verga reta e janela retilínea. Na fachada lateral abre-se porta travessa e janela na capela-mor. A capela implanta-se sobre uma plataforma sobrelevada num dos extremos da cidade, local estratégico sobre uma das baías e junto da qual se construiria, durante as guerras da Restauração, um pequeno reduto, do qual se conserva, pelo menos, um troço virada à rotunda da EM 505.
Número IPA Antigo: PT071901140125
 
Registo visualizado 77 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Templo  Capela / Ermida  

Descrição

Planta retangular composta por nave e capela-mor, mais estreita e mais alta, tendo adossado à fachada lateral esquerda sacristia quadrangular. Volumes escalonados com coberturas em telhados de duas águas na capela e de três na sacristia, rematados em beirada simples. Fachadas rebocadas e pintadas de branco, com alguns silhares perpeanhos aparentes, a principal virada a O., e terminada em empena coroada por cruz latina de cantaria sobre acrotério e tendo no cunhal direito sineira, também de cantaria, em arco de volta perfeita, sobre pilares, albergando sino. É rasgada por portal de verga reta de moldura simples e, superiormente, por janela retangular, moldurada e com caixilharia de guilhotina. Fachadas laterais terminadas em cornija de betão, abrindo-se, na lateral direita, porta travessa de verga reta, de moldura simples, e, na capela-mor, janela retangular, ambos de molduras simples. Fachada posterior terminada em empena. O portal de acesso ao adro, rebocado e pintado de branco, com os elementos estruturais em cinzento, é definido por duas pilastras toscanas, coroadas por urnas e remata em empena curva levemente truncada e coroada por cruz latina de braços quadrangulares, sobre plinto paralelepipédico; é rasgado por amplo vão, de arco deprimido, com fecho saliente, sobre pilastras, e com portão em ferro e bandeira gradeada.

Acessos

Angra (São Pedro); Rua de São Pedro

Protecção

Inexistente

Enquadramento

Urbano, isolado, no extremo O. da cidade, numa plataforma sobrelevada desenvolvida atrás do casario da Rua de São Pedro, formando adro, com boa panorâmica sobre a baía do Fanal. O adro tem acesso por portal que forma frente de rua, quase em frente da igreja Paroquial de São Pedro (v. PT071901140074), a partir do qual se desenvolve escada de vários patamares, com rodamão central em ferro.

Descrição Complementar

Sobre o vão do portal do adro surge lápide com a inscrição "C - 1550 / R - 1975" e, à direita do mesmo, painel de azulejos com a designação da capela.

Utilização Inicial

Religiosa: ermida

Utilização Actual

Religiosa: ermida

Propriedade

Privada: Igreja Católica (Diocese de Angra)

Afectação

Sem afetação

Época Construção

Séc. 17 / 20

Arquitecto / Construtor / Autor

Desconhecido.

Cronologia

Séc. 16 - época provável da construção da capela, segundo o Padre Alfredo Lucas possivelmente por D. Catarina Vieira de Azevedo, casada com Pedro Cota Malha; 1589 - Gaspar Frutuoso já refere a capela em Saudades da Terra; séc. 16, finais - administrava a capela D. Iria Cota, filha de Pedro Cota Malha e de D. Catarina Vieira de Azevedo, a qual casou com Gonçalo Vaz de Sousa, natural da Madeira; D. Iria não tendo filhos constituiu na sua herança a capela que rendia 26 moios de trigo e 50$000 de foros a dinheiro, do qual rendimento tinha o administrador quatros moios impostos num arrendamento separado, aplicando-se o restante em dotes de pessoas que fossem de seu sangue (segundo Manuel Luís Maldonado); Iria Cota teve a sua quinta e residência em São Mateus da Calheta; 1591, 13 novembro - testamento de Iria Cota não faz alusão à Capela de Santa Catarina; 1640 - aquando do cerco feito pelos terceirenses aos espanhóis no castelo de São Filipe, já existia o pequeno reduto de Santa Catarina envolvendo a capela, que parece ter sido construído por Afonso Gomes Peres, homem rico; este ali colocou soldados escolhidos e alguma artilharia, à sua custa, para vigiar a baía do Fanal e impedir qualquer socorro aos espanhóis; 1648, 10 novembro - data do enterramento mais antigo que se conhece na capela; 1680 - reforma da capela; séc. 20 - estava em avançado estado de ruína, com as paredes derrubadas e sem cobertura; 1975 - reconstrução da capela tendo, para tal, sido nomeado uma comissão composta por João Luís Pamplona dos Reis, Adalberto Hélio de Susa Martins, José Gonçalves Leonardo, Jorge Costa e Tomé de Castro Parreira Coelho; 22 novembro - reabertura da capela ao culto, com celebração de festa em honra de Santa Catarina.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes.

Materiais

Estrutura rebocada e pintada; silhares, molduras dos vãos, cruz e sineira em cantaria basáltica aparente; portas e caixilharia de madeira; vidros simples; cobertura de telha. Portal do adro com elementos pintados; portão e rodamão em ferro.

Bibliografia

LUCAS, padre Alfredo - As Ermidas da ilha Terceira. Angra do Heroísmo: 1976; MERELIM, Pedro de - As 18 paróquias de Angra. Sumário Histórico. Angra do Heroísmo: Tipografia Minerva Comercial, 1974; SAMPAIO, Alfredo da Silva - Memória Sobre a Ilha Terceira. Angra do Heroísmo: Imprensa Municipal, 1904.

Documentação Gráfica

Documentação Fotográfica

SIPA

Documentação Administrativa

Intervenção Realizada

1975 - obras de reconstrução da capela.

Observações

EM ESTUDO. *1 - A capela possuía duas portas laterais e várias janelas, três das quais davam para a rua de São Pedro, e, no interior, um grande altar e retábulo com imagem do orago e outras, bem como um pequeno púlpito. *2 - Segundo Alfredo Sampaio, a porta principal do reduto ficava virada para uma das fachadas laterais da capela. *3 - Foi nesta capela que se estreou como pregador José Joaquim de Matos, cura de Santa Luzia de Angra.

Autor e Data

Paula Noé 2013

Actualização

 
 
 
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