Igreja Paroquial de Leça da Palmeira / Igreja de São Miguel

IPA.00034431
Portugal, Porto, Matosinhos, União das freguesias de Matosinhos e Leça da Palmeira
 
Arquitetura religiosa, de origem medieval, alterada no sec. 19. Igreja paroquial de planta retangular composta por três naves, capela-mor, torres sineiras, sacristia, capelas laterais e anexos adossados às fachadas laterais, tendo a igreja coberturas interiores diferenciadas em caixotões, iluminada uniformemente por janelas rasgadas nas fachadas laterais. Fachada principal do tipo fachada harmónica, tripartida, rematada em frontão triangular, flanqueada por duas torres sineiras, cobertas por abóbadas de arestas. É rasgada simetricamente por diferentes vãos, com molduras de granito. Fachadas com cunhais firmados por pináculos, sendo rematadas em frisos e cornijas, as laterais com portas travessas de linhas retas. Interior com guarda-vento e coro-alto de madeira, tendo, sob este e no lado do Evangelho, batistério; arco triunfal de volta perfeita, assente em pilastras toscanas, ladeado por retábulos colaterais de talha neoclássica. Capela-mor marcada por supedâneo de cantaria; na parede testeira retábulo-mor, de talha dourada e pintada.
Número IPA Antigo: PT011308050080
 
Registo visualizado 116 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Templo  Igreja paroquial  

Descrição

Planta retangular composta por nave, capela-mor, sacristia, torres sineiras adossados às fachadas laterais, e anexos, de volumes articulados e escalonados, tendo coberturas diferenciadas em telhados de duas águas no templo, duas e três na sacristia e anexos, sendo em abóbadas de granito nas torres sineiras. Fachadas rebocadas e pintadas de branco, percorridas por embasamento de cantaria, flanqueadas por cunhais apilastrados, firmados por pináculos em forma de urna, e rematadas em frisos e cornijas. Fachada principal virada a O., tripartida, sendo os panos separados por pilastras. Pano central rematado em frontão triangular, coroado por cruz latina sobre plinto paralelepipédico, rasgado por porta principal, em arco de volta perfeita e janela de sacada em arco abatido, unidas por moldura de granito, protegida por balaústres de granito. Moldura enquadrada ao nível da porta por pilastras toscanas, seguidas por par de pilastras mais pequenas, de impostas salientes, que suportam arco estriado, rematado por pedra de fecho volutada e saliente. É encimada por entablamento, friso e cornija à qual se liga a moldura da janela, com brincos nas laterais, rematada no fecho por pedra idêntica à da porta. Os registos laterais possuem portas de verga reta e óculos com vitral, interligados por moldura recortada, separadapor cornija. São rematados por friso e cornija, encimada por tabela recortada e rematada por enrolamentos. As torres sineiras possuem dois registos, o primeiro apresenta óculo circular, e o segundo mostrador de relógio em granito e quatro ventanas de volta perfeita e fecho saliente, e é rematado por duplo friso, cornija e entablamento reto, coroado por urnas nos ângulos, e cobertura em abóbada de arestas, encimada por plinto sobreposto por bola de granito. Fachada lateral esquerda, parcialmente encostada ao muro de vedação, rasgada na nave por três janelas retas e na capela-mor por uma janela em arco abatido. Adossa-se à fachada capela lateral, em empena rematada por pináculo piramidal, enquadrada por cunhais de granito, e rasgada por fresta horizontal em capialço. Fachada lateral direita rasgada na torre por óculo, na nave por três janelas de verga reta, com vitrais e molduras de granito simples. É marcada pelo ressalto formado pela capela lateral, semelhante à fachada oposta, pela sacristia e anexos. Na fachada O. do anexo apresenta alminhas, em estrutura de granito com a inscrição S. MIGUEL DIVINO PORTA-BANDEIRA, CONDUZI AS ALMAS À ETERNA LUZ. Fachada posterior em empena, marcada pela verticalidade, enquadrada por cunhais apilastrados, firmados por pináculos fusiformes, rasgada por janela quadrangular e óculo, ambos com moldura de granito, simples. INTERIOR protegido por guarda-vento em madeira encerada, marcado por três naves, com cinco arcos de cada lado, assentes sobre quatro colunas em cantaria, com base e capitel, e mais duas embebidas no frontispício, com a cantaria à vista. Paredes rebocadas e pintadas de branco e coberturas com caixotões de madeira envoltos por ornatos em talha dourada, tendo setenta e cinco caixotões na nave central e quarenta e cinco em cada uma das laterais, assentes em frisos e cornijas de cantaria; pavimentos em granito com sepulturas cobertas com tampas de madeira, percorridos por passadeiras. Coro-alto de madeira com acesso às torres sineiras. Confrontantes, existem duas capelas retabulares de cada lado, a primeira do lado direito dedicada ao Senhor Morto e a do lado esquerdo dedicada à Nossa Senhora do Carmo; a segunda do lado direito dedicada ao Senhor dos Passos e do lado esquerdo o Sagrado Coração de Jesus. Junto ao arco cruzeiro nos retábulos colaterais, surge do lado esquerdo o retábulo dedicado a São Miguel e do lado direito a Nossa Senhora de Fátima. Capela-mor com pavimento elevado por um degrau, antecedida por arco cruzeiro, de volta perfeita assente sobre plintos paralelepipédicos, percorrida por lambril de azulejos. Sobre supedâneo de quatro degraus em cantaria de granito, surge, ocupando a totalidade da parede testeira, retábulo-mor de talha dourada, de planta reta e três eixos, definidos por pares de colunas torças assentes em plintos paralelepipédicos, ornados por acantos. Ao centro, ampla tribuna em arco recortado, com trono de sete degraus, para a exposição do Santíssimo. A ladear o trono, surgem dois registos de imagens de cada lado, separados por entablamento, e enquadrados por colunas, que albergam imagens sobre mísulas. Altar em forma de urna, encimado por sacrário embutido, e mesa de altar, paralelepipédica.

Acessos

Avenida Dr. Fernando Aroso, Travessa de Santana,

Protecção

Em estudo

Enquadramento

Urbano, isolado. Ergue-se no centro da freguesia, em posição destacada, antecedida por amplo adro, pavimentado, delimitado por muro de granito, parcialmente rebocado e pintado de branco, encimado por grades de ferro. A O., encostado à fachada posterior, desenvolve-se o cemitério e a S. o Edifício paroquial. Relativamente próximo, a NE, numa posição mais elevada encontra-se a Capela de Santana (v. PT011308050081).

Descrição Complementar

Quatro retábulos laterais e dois colaterais, de talha pintada de branco e dourado. Do lado direito, capela lateral, do Senhor Morto, em arco de volta perfeita, enquadrada por colunas toscanas, encimadas por entablamento e frontão aberto e recortado, com plinto boleado ao centro. O retábulo apresenta planta côncava, com três eixos definidos por colunas que sustentam entablamento, sendo as duas centrais de maiores proporções, estriadas e envoltas por grinalda de flores, com capitéis compósitos e as duas laterais, de menor diâmetro e lisas. Ao centro apresenta ampla tribuna com arco campanulado, com imagem. Nos eixos laterais, apresenta imaginária sobre peanhas em forma de vaso e sobre as imagens pequeno baldaquino. Sotobanco marcado pelos plintos paralelepipédicos que sustentam as colunas e painel com folhas de acanto douradas e relevadas. No ático apresenta lateralmente dois anjos alados, vestidos com túnica cinzenta, em posição de descanso, e ao centro, cabeça de anjo, também alada, envolvidos por ornatos vegetalistas dourados e grinaldas de flores. A mesa de altar integra urna com com o Senhor Morto depositado. Segue-se do lado oposto a capela de Nossa Senhora do Rosário com linguagem semelhante à anterior. Retábulos colaterais, idênticos, sendo o do lado esquerdo dedicado a São Miguel Arcanjo e o do Lado Direito a Nossa Senhora de Fátima. Apresentam planta reta, e três eixos definidos por quatro colunas com capitel coríntio e fustes circulares estriadas e/ou com acantos, assentes sobre duas ordens de plintos paralelepipédicos, ornados por folhagens e cabeças de querubins. Ao centro nicho de volta perfeita e nos laterais peanhas com imagens, rematadas sobre as imagens por frontões clássicos. Rematam a estrutura frisos de acantos e entablamento, sobreposto por ático recortado e ornado com acantos, tendo ao centro tabela quadrangular enquadrada por aletas e urnas. Altar em forma de Urna. Do lado esquerdo, capela lateral das Almas ou da Senhora do Carmo, semelhante à do Senhor Morto e retábulo.

Utilização Inicial

Religiosa: igreja paroquial

Utilização Actual

Religiosa: igreja paroquial

Propriedade

Privada: Igreja Católica (Diocese do Porto)

Afectação

Sem afetação

Época Construção

Séc. 17 / 19

Arquitecto / Construtor / Autor

ENTALHADOR: Domingos Nunes (1701).

Cronologia

Idade Média - construção da igreja primitiva, de pequenas dimensões; 1570 - construção da capela-mor; 1648 - conforme registo na padieira da porta de acesso à sacristia, foi a capela - mor e frontispício revestidos a azulejos tricolores; 1681 - foi construída a capela, atualmente do Sagrado Coração de Jesus, à data dedicada a São José (depois de Santa Quitéria e de São Lourenço) a mando do Abade Manuel de Oliveira, para sua capela mortuária e de seus sucessores, conforme lápide existente na parede da mesma; 1701, 03 setembro - visitador refere a necessidade de fazer o retábulo-mor, sendo informado que está a ser feito por Domingos Nunes; 1714 - douramento do retábulo-mor; 1735 - foram efetuadas grandes obras pela Universidade de Coimbra, tendo sido desfeitas paredes laterais e refeitas com quatro palmos de largura, apeada a cimalha da nave central e construídas novas paredes até à altura necessária para dar saída à água, ficando o telhado com duas abas iguais. Foram colocadas as cantarias na fachada principal e quatro pirâmides nos quatro cunhais; a sacristia é aumentada para sul e a torre existente, a sul, é elevada até ao algeroz e daí para cima tem três sineiros; 1735 / 1737 - foi construída pela respetiva confraria, a Capela do Senhor dos Passos; 1758 - a igreja pertencia à Universidade de Coimbra, era ela quem nomeava o pároco e recebia os dízimos; o pároco nas Memórias Paroquiais refere que a capela-mor apresentava fendas a todo o comprimento e se encontrava escorada juntamente com o arco cruzeiro, situação que se agravou com o terramoto de 1755, correndo risco de ruína toda a igreja; 1770 / 1778, foi feita a ampliação da capela-mor e a elevação do arco cruzeiro, o que motivou a perda dos azulejos aí existentes, bem como dos caixotões do teto que passou a ser em abóbada revestida a madeira e remate de talha dourada; 1812 - a torre sineira passou a ter quatro sinos; 1873 - João Pinto de Araújo, natural de Leça da Palmeira, mandou re-edificar a igreja; 1903 / 1931 - construção do salão existente a nascente da sacristia velha.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes.

Materiais

Estrutura em alvenaria, rebocada e pintada; embasamento, cunhais, pináculos, cruzes, frisos, cornijas, cúpulas das torres e modinaturas em cantaria de granito; pavimentos interiores em soalho de madeira e lajeado de granito; retábulos de talha pintada; coberturas em caixotões de madeira, revestidas exteriormente em telha; coro-alto com guarda de madeira; portas, guarda-ventos em madeira e vidro; escadas das torres em cantaria de granito; painéis de azulejo; janelas com vitral.

Bibliografia

BRANDÃO, Domingos de Pinho, Obra de talha dourada, ensamblagem e pintura na cidade e na Diocese do Porto - Documentação, Porto, Diocese do Porto, 1985, vol. II; CAPELA, José Viriato, MATOS, Henrique, BORRALHEIRO, Rogério - As freguesias do Distrito do Porto nas Memórias Paroquiais de 1758 - Memórias, História e Património, Braga: Universidade do Minho, 2009; http://www.resenhaavozdeleca.blogspot.pt/, [consultado em 28 janeiro 2013].

Documentação Gráfica

Documentação Fotográfica

IHRU: SIPA

Documentação Administrativa

Intervenção Realizada

1873 - obras de remodelação da igreja; 1937 - substituição dos taburnos do pavimento; 1945 / 1970 - obras de conservação e restauro, nomeadamente reboco de paredes exteriores, revisão do telhado, colunas e arcos picados e limpos, restauro do teto, apeamento do púlpito, remodelação do batistério, restauro do retábulo-mor; 1979 - arranjos no adro, colocação de mostradores de relógio nas torres e carrilhão de seis sinos na torre norte.

Observações

Autor e Data

Ana Filipe 2013

Actualização

 
 
 
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