Colégio de São Francisco Xavier / Palácio Fryxell / Instituto Politécnico de Setúbal

IPA.00003433
Portugal, Setúbal, Setúbal, União das freguesias de Setúbal (São Julião, Nossa Senhora da Anunciada e Santa Maria da Graça)
 
Palacete urbano, de planta em L, abrindo posteriormente para dois pátios rectangulares, um de maiores dimensões, dispostos em cota inferior, devido ao declive do terreno, dando origem a fachadas de diferentes pisos. Fachada principal composta por três corpos de disposição simétrica, os exteriores torreados, com cunhais em aparelho rusticado e predominância de vãos rectilíneos, excepto na opção por amplo janelão central, em arco de volta perfeita, flanqueado por duas janelas, dispondo-se segundo o esquema serliano, apontando para um revivalismo do classicismo quinhentista; este carácter é reforçado pelo remate em empena angular ao centro, remetendo para a influência do frontão. A estes corpos e formando o L, adossou-se corpo longitudinal, de feitura posterior, rasgado por vãos rectilíneos, com tratamento semelhante aos do núcleo principal. Interior com amplo vestíbulo, prolongando-se, no lado esquerdo, por corredor, dando acesso às diferentes dependências e às escadas que ligam aos pisos inferior e superior. O andar nobre possui pequeno patamar que acede às várias salas que o constituem, ostentando decoração pintada e estuques de carácter revivalista neobarrocos. No piso inferior, junto ao pátio, surge uma capela, composta por nave única com coro-alto e decorada por retábulos e azulejos policromos tardo-barrocos, tendo púlpito no lado do Evangelho e sacristia adossada no lado esquerdo.
Número IPA Antigo: PT031512050046
 
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Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Educativo  Colégio religioso  Colégio religioso  Companhia de Jesus - Jesuítas

Descrição

Planta rectangular simples, composta pelos corpos do palácio, flanqueado por dois corpos torreados, pelo claustro do antigo colégio e capela, a cotas inferiores, e mirante perpendicular à fachada principal, de massa simples e volumes articulados, com coberturas diferenciadas em telhados de duas (palácio e capela) e quatro águas, nos elementos torreados e no mirante, que apresenta, na zona central, falsa cúpula telhada. Fachadas rebocadas e pintadas de branco, percorridas por embasamento saliente, em cantaria, flanqueadas por cunhais apilastrados e rematadas em friso e cornija, tendo todos os vãos protegidos por caixilhos de madeira pintada de branco e vidros simples. Fachada principal virada a S., com empena central, ostentando urna no vértice, dividida em quatro panos por pilastras colossais, aparelhadas ao rústico, correspondendo a um corpo central, flanqueado por dois torreados, todos de dois pisos definidos por friso de cantaria, surgindo um quarto adossado à antiga muralha, de três pisos, apresentando friso divisório apenas no inferior. O corpo central é rasgado, no primeiro piso, por portal e janela, ambos rectilíneos e com molduras de cantaria recortadas, o primeiro com bandeira; no piso superior, um conjunto de três janelões, o central em arco de volta perfeita e os laterais rectilíneos. Os corpos torreados são semelhantes, tendo, em cada piso, uma janela rectilínea, as do segundo de varandim, com guarda metálica e rematadas em cornija. O quarto pano possui três vãos rectilíneos em cada piso, correspondendo, no inferior, a uma porta e duas janelas com molduras recortadas, o intermédio com janelas de varandim, de guarda metálica, e o superior, com janelas de peitoril, todas com molduras simples. No lado esquerdo, desenvolve-se, perpendicularmente, o corpo do mirante, tendo o embasamento e cunhais pintados de cinzento, integrando a porta de São Sebastião, em arco de volta perfeita, em aparelho rústico, encimado por pedra de armas, surgindo, no topo, cinco janelas em arco de volta perfeita, as laterais geminadas, flanqueadas por vãos semicirculares, protegidos por grelhas cerâmicas. A fachada lateral esquerda encontra-se adossada e a lateral direita, virada a E., é de dois pisos, o inferior rasgado, no extremo esquerdo, por porta de verga recta com moldura recortada e remate em cornija; no piso superior, seis janelas rectilíneas, protegidas por rótulas pintadas de verde; o corpo torreado, no lado esquerdo, tem três pisos, divididos por frisos de cantaria, tendo, em cada, uma janela, de peitoril no inferior e de varandim nos restantes, estas rematadas por cornija. Fachada posterior com o corpo do antigo palácio disposto em L, de três pisos, tendo, a face N. harmónica, com corpo central rasgado por duas portas e quatro janelas de peitoril, duas delas entaipadas, todas rectilíneas e emolduradas a cantaria, surgindo, nos corpos torreados, ligeiramente mais elevados, duas janelas sobrepostas, a marcar os pisos superiores, a do intermédio de maiores dimensões e remate em cornija; o do lado esquerdo possui, ao nível térreo, porta entaipada; as janelas têm sistema de protecção de pombos; a face E., em meia-empena, tem acesso por porta elevada, antecedido por escadaria de dois lanços e guarda cerâmica; é flanqueada por janelas, a do lado esquerdo quadrangular, surgindo, no piso intermédio, três janelas e, no superior, apenas uma. A face N. deste corpo tem três pisos, os superiores com janelas rectilíneas, dispostas de forma desordenada e de dimensões distintas, algumas com remate em cornija, surgindo, no piso intermédio, estrutura saliente rasgada por postigo quadrangular; no piso inferior, porta de verga recta, encimada por janela e por óculo ovalado, ao lado do qual surge janela de maiores dimensões, servindo estes vãos para acesso e iluminação da capela, que abre para pequeno pátio pavimentado com calçada portuguesa, tendo, no lado direito, instalações sanitárias; sobre as coberturas, chaminé paralelepipédica. INTERIOR do antigo palácio com vestíbulo transformado em sala de atendimento, com a porta protegida por guarda-vento de vidro simples, com pavimento em tacos envernizados, sucedendo-se algumas dependências com pavimento de linóleo; no piso superior, as salas da Direcção, com corredor revestido a painéis de azulejo monocromo, azul sobre fundo branco, e duas das salas mantendo decoração primitiva nos tectos, um delas com anjos e querubins pintados e outro pintado de verde, com estuque decorativo branco, constando em cartela enrolada central e motivos fitomórficos. Em cota inferior, o claustro, de um piso e cobertura em terraço, formando, nos muros que o protegem, pequenos nichos com bancos conversadeiras; é rectangular, com três por duas arcadas de perfil abatido, protegidas por janelas com caixilhos de alumínio lacado a preto; as alas têm pavimento em tijoleira tradicional, com pequenos reaproveitamentos cerâmicos embutidos, e coberturas em abobadilha de aresta, funcionando, na E., um núcleo de exposições temporárias e, na oposta, um pequeno auditório. Na ala S., surge um nicho de volta perfeita com dupla moldura em cantaria, surgindo, sob esta, uma pia de água-benta, assente em plinto galbado sobre base paralelepipédica com as faces almofadadas, contendo elemento ovalado, que se prolonga lateralmente em cruz, encimado por pia concheada; na mesma ala, implanta-se a sacristia, com acesso por porta em arco abatido e moldura recortada, rematada por cornija, contendo inscrição na verga; no interior, tem pavimento em lajeado, com alguns azulejos hispano-mouriscos embutidos, seccionado por um degrau, a que se sucede pavimento de madeira; no topo, painel de azulejo policromo, aparecendo, no lado esquerdo, porta em arco de volta perfeita para acesso à dependência imediata, ladeada por lavabo em cantaria; este tem o nicho do reservatório de volta perfeita, espaldar recortado e concheado e bacia em forma de campânula; no lado direito, escadas de madeira para o primeiro piso e porta rasgada obliquamente, de acesso à capela, antecedida por pequena pia de água benta concheada, parcialmente embutida no muro. A CAPELA tem paredes rebocadas e pintadas de branco, com cobertura em falsa abóbada de berço abatido, rebocada e pintada com elementos geométricos, a imitar estuques, tendo, ao centro, a representação de São Francisco de Assis e, nos topos, as insígnias franciscanas e uma alusão mariana, a Estrela; possui pavimento de madeira e é iluminada por duas janelas em capialço, uma jacente, sobre a porta de verga recta, e óculo circular, protegidos por grades. Encontra-se revestida por sete painéis de azulejo policromo, semelhantes ao da sacristia, com temática relacionada com os Eremitas de São Paulo, excepto no lado da Epístola do sub-coro, onde surge painel de reaproveitamento de azulejos monocromos, azuis sobre fundo branco. Coro-alto de madeira, de perfil contracurvado, assente em dois pilares com as faces almofadadas, e guarda de madeira vazada por elementos geométricos entrelaçados; tem acesso por porta em arco de volta perfeita, no lado do Evangelho, a partir do claustro. No lado do Evangelho, púlpito quadrangular, com bacia em cantaria e guarda metálica vazada, com acesso por porta de verga recta, rematada por frontão triangular, a partir do claustro; segue-se retábulo de madeira em branco, dedicado a Santa Rita de Cássia e pia de água benta junto à porta de acesso. No lado da Epístola, Capela de São Francisco Xavier, com retábulo de talha inserido em nicho de volta perfeita assente em pilastras toscanas, protegido por baldaquino de talha policroma. Presbitério de perfil convexo, marcado por um degrau e com teia balaustrada, de madeira pintada com falsos marmoreados, tendo, no lado do Evangelho, porta de acesso e, no oposto, nicho protegido por portadas de madeira, ambos com molduras de cantaria bojardada. Na parede testeira, retábulo-mor inserido em nicho de volta perfeita assente em pilastras toscanas e com fecho marcado por cartela com as iniciais "AM", encimada por coroa fechada; é de talha dourada e policroma, com marmoreados fingidos, de planta convexa e um eixo definido por duas colunas de fuste liso e capitéis coríntios, assentes directamente sobre a banqueta, facetada e côncava; ao centro, nicho em arco de volta perfeita, com moldura recortada assente em pequenas mísulas; remate em frontão interrompido por espaldar contracurvado, ornado por elementos vegetalistas e meio resplendor e encimado por cornija curva; a ladear a estrutura e completando o fundo do nicho, rosetões em "grisaille"; altar paralelepipédico em cantaria, com o frontal dividido em três apainelados crucíferos. O retábulo é ladeado por dois nichos em arco de volta perfeita e moldura recortada, sobre mísula bojuda. O mirante constitui um corredor com pavimento lajeado e coberturas em tectos de gamela, seccionado por sucessivas portas de verga recta, com molduras de madeira ou betão, iluminado por janelas em arco de volta perfeita.

Acessos

Lg. dos Defensores da República, R. de Arronches Junqueiro, Ladeira da Ponte de São Sebastião

Protecção

Inexistente

Enquadramento

Urbano, integrado na malha urbana, em local elevado e desnivelado, com as fachadas principal e lateral direita viradas a duas vias públicas, que se desenvolvem a diferentes cotas, estando a fachada posterior adossada às Oficinas da "Fábrica dos Papéis do Sado" e a lateral esquerda à antiga muralha medieval, datada de 1325 / 1357, desenvolvendo-se o mirante sobre a Porta de São Sebastião. Junta à fachada principal, forma-se pequeno átrio exterior, protegido por murete gradeado, e revestido por calçada à portuguesa, pontuado por vários canteiros com arbustos e árvores de pequeno porte; o acesso aos portais da fachada principal processa-se por três degraus. À direita, desenvolve-se um pequeno largo, arborizado e onde se integra o Miradouro de São Sebastião (v. PT031512050132), sobre a cidade, o Rio Sado e Tróia, protegido por pérgula sustentada por colunas e por muro capeado a cantaria, que integra bancos conversadeiras, revestidos a azulejos de padrão policromo; possui árvores de médio porte e canteiros de relva. Fronteiro ao imóvel, a Antiga Fábrica de Perienes / Antiga Fábrica de Conservas Alimentícias de M. Perienes, Lda. / Museu do Trabalho Miguel Giacometti (v. PT031512050045).

Descrição Complementar

No portal de acesso à sacristia, surge a seguinte inscrição gravada, avivada a preto: "NO ANNO DE 1747 EM 18 DE DEZEMBRO LANSOU / A PRIMEIRA PEDRA EM O NOVO EDIFICIO DESTE COM / VENTO COM TODA A SOLEMNIDADE O N.M.R.P.M. FR. / MANOEL DA EPIPHANIA LEITOR JUBILADO SENDO PRO / VINCIAL DESTA PROVINCIA. SENDO GUARDIÃO O R.P. FR. / FRANCISCO DOS REMEDIOS PREGADOR". Na bandeira da porta, surge a inscrição: "F.J. PEREIRA / 3 - 12 / 1873". Na sacristia, painel de azulejos representando o Agnus Dei, com a seguinte inscrição "Dignus et Agnus / qui occisus est accipere / virtutem, et divinitatem / Apocalipse 11". Na Capela, surgem sete painéis com temática relativa aos religiosos Paulistas da Serra de Ossa: no lado do Evangelho, a ladear o retábulo-mor, uma Virgem com o Menino aparece ao Santo, surgindo, no oposto, um Santo e o anjo; no lado do Evangelho, o painel visível representa D. Mateus, o primeiro apóstolo dos Chineses, com a seguinte inscrição: "O D. Matheos Escan / deli Eremita de S. Paulo, primeiro Apostolo / dos Chinos; resucitou sinco mortos, e acabou / mártir traspassado com lanças."; no lado oposto, surgem dois painéis, o primeiro representando o eremita Teovigildo, com a seguinte inscrição: "O Venerável Theovigildo / Eremita dos da Serra de Ossa, embaixador de Christo / ao Venerável Rey D. Affonso Henriques no Campo de Ou / rique certificando o da victoria que havia alcansar aos / sinco Reis Mouros"; no imediato, martírio dos Eremitas na Polónia, com a inscrição: "Os Hereges Hussitas / entrando o Convento Claramontano na Polónia dos / Religiosos de São Paulo muitos padecerão o martírio em de / fença da Verdadeira Religião. Anno de 1430.". Surgem, ainda, painéis de menor dimensão, um de preenchimento, junto à porta de entrada, com a representação de uma estrela, sustentada por querubim, e, junto ao portal principal, a representar dois mártires da Ordem, com a inscrição: "São Bento e Santo / André martyres Ere / mitas de São Paulo dos qua / es celebra a Religião a sua festa / a 17 de Julho". No coro-alto, painel de azulejo, representando uma Lua cheia e um Sol, encimados pela inscrição: "Erit Lux lunae / sicut lux solis / Isai. 30". Ainda na Capela, o retábulo de São Francisco Xavier, composto por nicho recortado, com o fundo pintado de branco, ladeada por elementos vegetalistas, a "grisaille", tendo, nas ilhargas, apainelados com rosetões; altar em forma de urna, pintado de marmoreados fingidos e ornado por cartela central e festões dourados. O retábulo do lado do Evangelho é de madeira em branco, com elementos dourados, de planta recta e um eixo, definido por dois colunelos que rematam em pináculos, centrando apainelados encimados por platibanda recortada e um nicho de maiores dimensões, protegido por baldaquino em forma de cúpula; na base, nicho envidraçado; altar paralelepipédico assente em quatro colunelos, formando três apainelados com decoração fitomórfica. No intradorso do portal lateral, a inscrição pintada e algo delida: "NO DIA 3 DE DEZEMBRO DO ANNO / DE 1873, A BENÇÃO SOLEMNE / DESTA CAPELLA QUE NO DITO ANNO FOI / RECONSTRUIDA E DEDICADA A SÃO FRANCISCO XAVIER". Na ala O. do claustro, surge uma porta, encimada pela inscrição: "NA ERA DE 1599 ARDENDO ESTA TERRA EM O / CONTAGIO DA PESTE CAHINDO NESSE ANNO POR / SORTE A ESTA COMMUNIDADE S. POLICARPO B.F.M. / EM O SEU MESMO DIA 26 DE JANEIRO CESSOU DE TODO A PES / TE FICOU ESTA VILLA LIVRE DE TÃO TERRIVEL MAL E PA / RA MEMORIA DESTE PRODIGIO SE FEZ ESTA LEMBRÃSA". Numa outra porta de madeira, a inscrição a dourado: "NIHIL TULERITIS IN VIA, NEQUE / VIRGAM, NEQUE PERAM, NEQUE / PANEM, NEQUE PECUNIAM, / NEQUE DUAS TUNICAS HABEATIS L.IX.V.3".

Utilização Inicial

Educativa: colégio religioso

Utilização Actual

Educativa: faculdade / instituto superior

Propriedade

Pública: estatal

Afectação

Ministério de Educação

Época Construção

Séc. 17 / 18 / 19 / 20

Arquitecto / Construtor / Autor

ARQUITECTO: Pedro Quinta (2002). ENGENHEIRO: Francisco Silva Alves (2002).

Cronologia

Séc. 17, 2.ª metade - D. Sebastião solicita às freiras do Mosteiro de Jesus, em troca de várias mercês, a cedência da Capela de Nossa Senhora dos Anjos, para instalação de um Colégio jesuíta; tal cedência não foi concretizada; 1654, 1 Março - é nomeado um local para criação do Colégio, no sítio das Amoreiras, até à estrada que ia para o terreiro de Jesus; as despesas de construção seriam custeadas com esmolas da população, no valor de 2:000$000; sendo ultrapassado este valor, a Companhia teria que custeá-lo com rendimentos próprios; 1655 - André Velho Freire doa vários bens, a que se juntaram esmolas populares, para a fundação do colégio, dedicado a São Francisco Xavier, tendo sido sepultado na capela-mor da igreja; o sítio escolhido denominava-se Palhais, depois conhecido como Praça de São Bernardo; 1703, 8 Junho - o Colégio foi alargado com dádiva de terreno que contornava pelo exterior, a muralha medieval (obrigando ao entaipamento da Porta dos Apóstolos); 1715, 9 Abril - durante a noite, a igreja foi assaltada, tendo sido arrombado o sacrário e roubados 2 cálices de prata; 1755, 1 Novembro - destruída a primeira igreja com o terramoto, saindo ilesa a capela-mor que fica então a servir de igreja; 1755 - 1758 - o padre Malagrida, reitor do Colégio, empreende obras de reconstrução; os actos religiosos passaram a decorrer na Capela de São Francisco Xavier; a Igreja tinha a frente virada para o fundo da Igreja da Senhora da Graça; 1758, 2 Setembro - alvará régio leva à expulsão da Companhia de Jesus e ao abandono do Colégio; 1759, 7 a 11 Fevereiro - inventário dos bens do Colégio *1, onde se refere que auferia os rendimentos da Quinta do Esteval; foi ocupado, por algum tempo, pelas freiras de São Bernardo de Lisboa; 23 Junho - alvará extinguindo as classes e as escolas jesuíticas; 1772 - algumas obras pontuais no edifício; 1774, 4 Julho - provisão de D. José incorporando todos os bens da extinta Companhia de Jesus no património da Universidade de Coimbra, que assumiu a sua administração; 1781 - as freiras transitam para novo mosteiro, abandonando o imóvel; 1816 - 1827 - acrescento de um novo piso ao corpo lateral do edifício, que se elevou sobre a muralha medieval; 1860 - o imóvel foi adquirido, juntamente com outras casas religiosas da cidade, pelo comerciante de origem galega, Francisco José Pereira, Pai, que instalou um armazém e fabrico de produtos de cortiça; construção de vários anexos na zona envolvente, em tijolo e marcados "FJP", onde funcionam algumas oficinas; 1873 - reforma do imóvel, transformando-o em palacete, por Francisco José Pereira Júnior; 3 Dezembro - benção da Capela, após a sua reconstrução; foram empregues materiais de diversos edifícios religiosos, que estavam desmantelados, como os das ruínas do antigo convento de São Francisco (v. 151201027), reutilizando azulejos, portas, silhares; construção em parede de forcado; séc. 19, década de 60 - grande incêndio atinge o imóvel; 1982 - compra do edifício pelo Estado aos herdeiros de Francisco José Pereira, a Família Fryxell, para instalação do Instituto Politécnico de Setúbal; sucederam-se obras de adaptação no interior; 1984 - projecto de reabilitação do edifício, não concretizado; 2002 - Maio a Outubro - restauro do claustro, conforme projecto do arquitecto Pedro Quinta e engenheiro Francisco Silva Alves.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes.

Materiais

Estrutura em alvenaria de calcário e tijolo rebocada; modinaturas, cunhais, pilastras e cornijas em cantaria de calcário; vigamento do telhado, estrutura do mirante, pavimentos, guarda do coro-alto, teia, portas, cobertura da capela, retábulos e caixilhos das janelas de madeira; pavimento de algumas salas e cobertura do piso superior do terraço em tijoleira; pavimento de algumas salas em linóleo; caixilhos do claustro em alumínio; silhares de azulejo tradicional; janelas e guarda-vento da recepção em vidro simples; coberturas exteriores com telha; grade do logradouro e guardas do púlpito e das janelas em ferro.

Bibliografia

LEAL, Augusto Soares de Azevedo Barbosa de Pinho, Portugal Antigo e Moderno, vol. 9, Lisboa, 1880; Documentos para a História da Arte em Portugal, vol. 12, Lisboa, 1972, pp. 35-46; Setúbal Cultural, Roteiro Cultural da Cidade de Setúbal, Setúbal, s.d.; ALVES, Francisco Silva, Conservar, reabilitando a história do edifício. A propósito das obras no claustro do antigo Colégio dos Jesuítas em Setúbal (Palácio Fryxell), www.ips.pt..

Documentação Gráfica

IPS

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID; IPS

Documentação Administrativa

IPS; ATC: Cartório da Junta da Inconfidência - Companhia de Jesus (Colégio de São Francisco Xavier de Setúbal, mç. 35, n.º 133)

Intervenção Realizada

PROPRIETÁRIO: 1999 / 2000 - reparação das fachadas, substituindo-se as portadas de madeira, existentes na fachada lateral direita, por reixas conventuais; alargamento do passeio de acesso ao claustro; conservação do primeiro piso do corpo lateral; restauro das pinturas murais na capela; 2002 - impermeabilização do terraço superior do claustro, com substituição da tijoleira tradicional, e capeamento dos muros; substituição das vidraças nas arcadas; limpeza das cantarias do claustro e recuperação das inscrições; construção de instalações sanitárias; criação de sistema de drenagem nos jardins; introdução de instalação eléctrica.

Observações

*1 - segundo o Inventário, existiam, na Igreja, as imagens de Santo Cristo, de pequenas dimensões, em bronze e com cruz de pau preto, a de Santo Inácio de Loyola, de madeira pintada, a de São Francisco Xavier, de madeira pintada, uma lâmpada de folha da Flandres, por furto da primitiva, em prata, um sepulcro de madeira acharoada, onde se expõe o Senhor, 2 credências de madeira pintada, 6 castiçais de estanho grandes e 2 pequenos, 2 tocheiros de madeira dourada, 1 custódia de prata dourada, um braço-relicário de São Francisco Xavier, surgindo mais 6 braços-relicários; no altar de Santo Cristo, da Capela de D. Isabel, uma imagem de Cristo, de madeira, uma de Santa Quitéria e outra de São Francisco de Borja, ambas de madeira pintada; no altar de Nossa Senhora da Assunção, dos estudantes, uma imagem de vestir da Virgem, com coroa de prata e as imagens de madeira pintada de São Luís Gonzaga e São João Francisco Régis, com 2 castiçais pequenos de estanho; a igreja tinha, ainda, 2 confessionários e um púlpito de madeira; existe inventário dos bens achados nos cubículos do reitor, no do Padre Prefeito, mestre de Moral, no do Padre Luís Alberto, no do Padre Dispenseiro, Manuel da Rocha, no do Padre Gabriel Malagrida, no do irmão mestre escola, no do mestre de Latim, Padre Luís Correia, no do Padre Luís Alberto, num total de 8 cubículos; a livraria possuía um altar, com Crucificado de marfim e pau-preto, uma imagem de Nossa Senhora da Soledade e outra de São João Evangelista e um quadro de São Francisco Xavier.

Autor e Data

Albertina Belo 1996 / Paula Figueiredo 2005

Actualização

 
 
 
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