Área urbana de Alcântara

IPA.00034138
Portugal, Lisboa, Lisboa, Alcântara
 
Setor urbano. Área urbana situada em encosta. Área rural medieval de jurisdição régia, com expansão moderna e contemporânea. Núcleo inicial formado junto à ribeira, crescendo no século 17 por via da fundação dos mosteiros (clarissas xabreganas e clarissas urbanistas) e do paço real. Eixo paralelo à margem do rio traçado no início do século 18, permitindo a ligação centro - periferia e o crescimento urbano em direcção a ocidente. Instalação das primeiras fábricas na época industrial junto à margem ribeirinha e ao vale, originando a construção de vilas operárias. Consolidação da malha urbana junto ao núcleo inicial, através da implantação de um bairro planeado em meados do século 20. A ribeira de Alcântara cedo se contituiu como limite natural do termo da cidade de Lisboa, depois revelando uma vocação industrial devido à força motriz dos seus caudais. Estruturação urbana conjugando a edificação de edifícios monacais e a instalação de um paço real. Integra o Bairro de Santo Amaro planeado por Frederico Ressano Garcia, mas construído em duas fases, proposto quando o engenheiro ainda trabalhava para a Câmara de Belém. Tecido urbano drasticamente interrompido pelas obras de construção dos acessos à ponte sobre o Tejo. A poente da Calçada de Santo Amaro, as quintas e terrenos foram ocupados por grandes equipamentos públicos desarticulados da malha urbana.
Número IPA Antigo: PT031106021749
 
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Registo

 
Conjunto urbano  Setor urbano  Área topográfica      

Descrição

Área composta por malha urbana heterogénea, cuja formação se iniciou no século 17 com a edificação das casas religiosas e do paço real no sítio do Calvário. A mudança da corte para o alto da Ajuda, com o terramoto de 1755, acentuou a tendência para as famílias nobres mudarem a sua residência do centro para as quintas nos subúrbios. O grande desenvolvimento de Alcântara foi fomentado pela indústria no século 19, originando num aumento populacional exponencial que teve como consequência o aparecimento dos primeiros bairros operários e escolas comerciais. Foi neste contexto que surgiu o plano do Bairro do Calvário desenhado por Ressano Garcia e a sua posterior expansão para Santo Amaro com o loteamento do Casal do Roldão. Povoamento inicial, relacionado com o eixo viário que ligava Lisboa à Ajuda e que até ao fim do século 16 constituía a única forma de aceder por terra da capital aos subúrbios ocidentais. O eixo começava junto às portas de Santa Catarina, passava por São Bento, Rua das Janelas Verdes, Pampulha, Sacramento até Alcântara e continuava pela azinhaga, a atual Calçada da Tapada, prosseguindo pela Rua do Cruzeiro até ao rio Seco, subindo ao alto da colina onde se encontrava a ermida de Nossa Senhora da Ajuda, a sede da paróquia. O núcleo edificado cresceu junto à ponte de Alcântara e ao paço do Fiúza (v. PT031106021141), num entroncamento de três vias: estrada da Tapada, estrada do Alvito e a estrada da Fábrica da Pólvora, que davam acesso respetivamente à Ajuda, à serra de Monsanto e a Sintra. Um pouco mais distante encontrava-se o morgado da Junqueira que, a par da Quinta da Cesária dos Condes de S. Lourenço (v. PT031106021056) e da Quinta dos Condes da Ponte, constituía um território rural. No séc. 17 Alcântara ganhou uma nova dinâmica, em particular no lugar do Calvário, graças à fundação de duas casas religiosas: a primeira de freiras provenientes da Flandres (v. PT031106020229) e a segunda o mosteiro de clarissas (v. PT031106020812), que deu o nome ao sítio. A compra de uma quinta em Alcântara, junto ao mosteiro do Monte Calvário, por Filipe I, trouxe um novo interesse ao subúrbio ocidental, já que o monarca aí fez albergar um paço régio, que se situava a N. da Rua Direita de Alcântara (antiga Rua Direita do Ferrador), em frente ao largo onde se encontram as antigas cocheiras reais. No decorrer de Seiscentos outros casais e quintas foram comprados por D. João IV para a constituição da Real Tapada da Ajuda (v. PT031106021118), destacando-se entre eles a Quinta da Ninfa e do Casal do Rio Seco. No início do século 18 foi aberto o caminho até Belém pelo sítio da Junqueira (v. PT031106320747) e foi autorizado o aforamento de terras junto à estrada, muitas delas adquiridas por famílias nobres para residência de veraneio. Com o terramoto de 1755 a corte mudou-se para a zona do alto da Ajuda, reforçando a escolha feita pelos anteriores monarcas nas zonas de Alcântara e Belém. Foi a partir desta época que a indústria começou a desenvolver-se ao longo da ribeira e nos sapais em terrenos conquistados ao Tejo. A partir de meio do século 19 estabeleceram-se companhias de transporte coletivo que contribuíram em grande parte para o crescimento desta área: primeiro, a Companhia de Carruagens Lisbonense com os Americanos, que tinha uma com uma filial em Alcântara situada em terrenos dos Condes da Ponte e, mais tarde, a Companhia de Caminho de Ferro que, para além do transporte de pessoas e mercadorias, foram responsáveis pelo encanamento da ribeira e consequente salubridade de Alcântara. Neste contexto foi criada em Alcântara a primeira Escola Industrial (v. PT031106020149) e o primeiro bairro associado a uma fábrica (v. PT031106021308), para alojamento de operários e suas famílias. O aumento populacional gerou a necessidade de criar novas áreas habitacionais, tendo a Câmara Municipal de Belém promovido, nos terrenos da Quinta do Calvário cedidos pela coroa e com a orientação de Ressano Garcia, um loteamento destinado a um bairro operário, mas que foi ocupado pela classe média. O plano do bairro do Calvário foi apenas cumprido numa primeira fase, com a proposta de ruas ortogonais largas à semelhança dos loteamentos feitos na Estefânia e em Campo de Ourique; enquanto isso a segunda fase de loteamento, já executada após a extinção do concelho de Belém, começou por propor um bairro económico para a quinta do casal do Roldão, mas após dificuldades de financiamento municipal os lotes foram vendidos para prédios de rendimento, seguindo o esquema da fase anterior na ortogonalidade das ruas e no alinhamento dos quarteirões até à calçada de Santo Amaro. A O. desta calçada os terrenos e quintas foram ocupados por grandes equipamentos públicos, formando um espaço desarticulado da malha urbana. A travessia sobre o Tejo tornou necessária a expropriação de terrenos para acessos e construção da ponte, rompendo o traçado preexistente, isolando o núcleo inicial e o bairro da quinta do Jacinto. Ainda junto à tapada localizam-se dois bairros de habitação social (o Bairro do Alvito, v. PT031106020743 e o Bairro do Casalinho da Ajuda) e, ao longo da Avenida de Ceuta, situa-se a vila operária da Quinta do Cabrinha. No final do século 20 a preocupação em requalificar o espaço de fábricas desativadas, transformando-o em zonas residenciais, de comércio ou serviços, reflectiu-se em intervenções limitadas às áreas de ocupação fabril, sem articulação com o tecido urbano preexistente.

Acessos

Avenida de Ceuta, Avenida da Índia, Calçada da Tapada

Protecção

Incluí a Zona Especial de Protecção do Palacete da Rua Jau / Capela de Santo Amaro (v. PT031106020014) / Palácio da Ega (v. PT031106020065) / Palácio Burnay (v. PT031106020121) / Jardim do Palácio Burnay (v. PT031106021152) / Escola Industrial do Marquês de Pombal (v. PT031106020149) / Instalações da Standard Elétrica (v. PT031106020197) / Palácio Vale-Flor (v. PT031106020310) / Conjunto arquitetónico da Tapada da Ajuda (v. PT031106020320) / Palácio Sabugosa (v. PT031106021056) / Palacete na Rua Jau n.º 62 a 62B (v. PT031106021164); Ponte 25 de Abril (v. IPA.00009862)

Enquadramento

Situada em encosta. Inclui-se na área urbana de Lisboa Ocidental (v. PT031106321736) e é delimitada pela Rua de Cascais, Avenida de Ceuta, A5, englobando a Tapada da Ajuda, Rua do Sítio do Casalinho da Ajuda, Rua do Rio Seco, Rua Diogo Cão, Calçada da Boa-Hora, Rua da Junqueira, Rua Mécia Mouzinho de Albuquerque e Avenida da Índia. Alcântara confronta a E. com a área das Necessidades (v. PT031106021741), a S. com a área ribeirinha do Tejo (v. PT031106191041) e a O. com a área Belém / Ajuda (v. PT031106011748). Implantada entre a cota 120 m e o rio Tejo, caracteriza-se por uma encosta virada a S., cortada abruptamente pelo vale que a separa da área central da cidade, sendo circunscrita a E. pela ribeira de Alcântara, o rio Seco a O e a N. o Parque Florestal de Monsanto (v. PT031106081742). O vale de Alcântara foi fonte de rendimento e principal via de acesso em direção a Queluz / Sintra. A ribeira de Alcântara, agora encanada, nasce perto de Belas e entra em Lisboa junto às portas de Benfica fazendo um percurso de cerca de 10 km, ao longo do qual circunda a área N. de Monsanto até receber em Campolide um dos seus principais afluentes. A bacia hidrográfica de Alcântara recolhe as águas de pluviais de quase meia Lisboa incluindo as águas do vale de Benfica, mas o seu maior afluente nasce no Lumiar, passa pelo Campo Grande, Rego e desce a Sete Rios onde entronca com a ribeira. O vale foi ocupado por quintas e mais tarde por fábricas, revelando-se essencial no acesso de pessoas e bens à capital. A partir dos finais do sec. 19 a conquista de terrenos ao rio foi fundamental para o desenvolvimento fabril, bem como para o incremento dos transportes coletivos e a construção do eixo ribeirinho de Lisboa.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Não aplicável

Utilização Actual

Não aplicável

Propriedade

Não aplicável

Afectação

Não aplicável

Época Construção

Séc. 17 / 19 / 20

Arquitecto / Construtor / Autor

ENGENHEIRO URBANISTA: Frederico Ressano Garcia

Cronologia

Época islâmica - ocupação deixou vestígios na toponímia de lugares como Alcântara, que significa "ponte"; época medieval - Alcântara pertencia à paróquia de Santa Maria dos Mártires e ao reguengo régio de Ribamar; doação de D. Pedro do Casal do Roldão (Alto de Santo Amaro) a Rui Pais; 1549 - construção da ermida de Santo Amaro pelos frades da ordem de Cristo; 1554 / 1591 - o território de Alcântara pertencia à freguesia da Ajuda; 1580 - batalha de Alcântara entre D. António Prior do Crato e Filipe II de Espanha; 1583, 29 outubro - fundação do mosteiro de clarissas por Filipe I e aquisição do terreno para o novo edifício para as religiosas provenientes da Flandres; 1585 - notícia de uma casa nobre no local do pátio ou palácio do Saldanha; séc. 16 - a Calçada da Tapada, antiga azinhaga da Ponte ou azinhaga de Alcântara, era a via de acesso à Ajuda, sendo a sua existência anterior à Rua de Alcântara que apareceu para dar serventia aos palácios e conventos (FREIRE, 1929); o lugar da Junqueira constituía um ermo (LAMAS, 1922); 1600 - instituição do morgado da Junqueira na quinta homónima, por Aires de Saldanha, vice-rei da Índia, por casamento com D. Joana de Albuquerque; fundação do mosteiro do Monte Calvário por D. Violante de Noronha, mulher de D. Manuel Teles de Meneses, no local da Quinta do Porto; 1603 - João Baptista Rovelasco perdeu a quinta no Calvário por dívidas à fazenda real, tendo o monarca nomeado Teodósio de Frias para transformar a casa da quinta em paço real; o Paço de Alcântara encontrava-se situado no lado direito da rua que sai do Arco para Santo Amaro, seguindo a Rua Direita do Ferrador, atual Rua Direita de Alcântara; em frente ao paço, encontravam-se as grandes cocheiras reais e a E. ficava a Quinta Real limitada por um muro alto (FREIRE, 1929); 1645 - aquisição da quinta da Ninfa e do casal do Rio Seco por D. João IV, indemnizando o conde de Basto e o enfiteuta André Jorge com a cedência do casal do Alvito; era seu objetivo anexar mais terrenos ao paço do Calvário ou de Alcântara, o que permitiu a constituição da Real Tapada da Ajuda como parque de caça da família real (v. PT031106021118, PT031106020320); a Real Quinta do Calvário era constituída pelo Calvarinho, pela quinta do Teixeira, pela quinta do Cemitério, pela quinta da Ninfa e pela fazenda dos Quartos de El-Rei; 1662 - mudança de residência D. Afonso VI do paço da Ribeira para o paço de Alcântara (FREITAS, 1946); 1690 - construção da pábrica da pólvora junto à ribeira de Alcântara, na quinta do Cabrinha, que tinha pertencido a Francisco Manuel de Melo; séc. 17 - o território de Alcântara pertencia à freguesia de Nossa Senhora da Ajuda; edificação do palácio do desembargador José Fiúza Correia, hoje conhecido como Pátio do Fiúza; aquisição da quinta Cesária ou quinta dos condes de São Lourenço, por Luís César Meneses, área que abrangia o atual palácio Sabugosa; a jusante da ponte as margens ribeirinhas alargaram-se formando uma caldeira, que funcionava como reservatório de água para o moinho de maré; na banda de terra havia fornos de cal que recebiam a matéria-prima das várias pedreiras do vale de Alcântara (CUSTÓDIO, 1981); 1701, 15 janeiro - alvará de D. Pedro II autorizando João Saldanha, presidente do senado da Câmara de Lisboa, a "aforar umas tantas braças de terreno à face da estrada que liga a escadinhas de Santo Amaro até Belém", proporcionando o aparecimento de alguns edifícios ao longo da estrada depois denominada Rua da Junqueira (v. PT031106320747); 1701 / 1734 - construção do palácio Burnay; 1706, 9 dezembro - morte de D. Pedro II em Alcântara, último monarca que habitou o paço; 1707 / 1724 - instalação de um moinho de cereal a vapor por Jácome Ratton, sem sucesso, levando-o a descrever a praia do Calvário como um inútil sapal (FREIRE, 1929); 1712 - a freguesia de Nossa Senhora da Ajuda incluía 532 vizinhos e cerca de 2.200 pessoas, registando em Alcântara 140, na Pimenteira 11 (COSTA, 1712); 1743 - remodelação da ponte de Alcântara, aumentada para 13,50 m de largura e ornamentada por uma estátua de S. João Nepomuceno (FREIRE, 1929); 1746 - projeto de Carlos Mardel e Custódio Vieira com proposta de regularização da frente ribeirinha entre o Cais Novo de Pedrouços e o Cais de Santarém; 1755 - destruição de grande parte do paço de Alcântara; mudança da residência real para os altos da Ajuda; 1758 - Memórias Paroquiais referem que o mosteiro do Monte Calvário ficou totalmente arruinado com o terramoto e que o mosteiro de Nossa Senhora da Aquietação das Flamengas não sofreu danos; 1770 - plano de divisão das freguesias no qual foi desanexado da freguesia da Ajuda um território correspondente à nova freguesia de São Pedro em Alcântara; a sede paroquial passou a funcionar na ermida da Caridade, erguida junto à igreja do convento do Calvário; 1780 - edificação da igreja paroquial de São Pedro em Alcântara por transferência da freguesia de São Pedro de Alfama, em terrenos da coroa (contíguos à denominada Quinta da Ninfa), doados por D. Maria I à Irmandade do Santíssimo Sacramento de São Pedro; 1786 - instalação da sede da paróquia na nova igreja de São Pedro em Alcântara; fomento pombalino do desenvolvimento industrial em Alcântara, assumindo o estado a administração direta da fábrica da pólvora junto à ribeira e autorizando Guilherme Stephens a instalar-se nos fornos de cal no Alvito; 1807 - Francisco José da Costa referia ser sócio de duas fábricas de curtumes situadas junto à ribeira de Alcântara, na proximidade do aqueduto das Águas Livres; entulhamento da caldeira do moinho de Maré, que deu lugar à horta da marquesa de Pombal (CUSTÓDIO, 1981);1809 - o Livro dos Prédios do Arquivo do Conselho Superior de Finanças descreve as ruas do Bairro de S. Joaquim e refere os arruamentos com os números de polícia; a Rua Direita de Alcântara foi acrescentada para ocidente até ao mosteiro das Flamengas; o paço real ficava na mesma rua, com os números 66 a 77 (FREITAS, 1946); 1846 / 1847 - compra ao conde da Ponte de uns terrenos situados em Santo Amaro para a construção de uma fábrica de fiação e tecelagem, a Companhia de Fiação e Tecidos Lisbonense criada em 1838, tendo o projeto (da autoria do arquiteto João Pires da Fonte) sido desenvolvido de acordo com o modelo inglês das fábricas incombustíveis; 1849 - novas instalações da fábrica de tecidos Daupiás no Calvário (CUSTÓDIO, 1981); 1852, 11 setembro - extinção do termo de Lisboa; criação do concelho de Belém, englobando parte da freguesia de São Pedro de Alcântara; 1861 - autorização de D. Pedro V para instalação do observatório astronómico na Real Tapada da Ajuda; 1864 - 1870 - a Companhia de Carruagens Lisbonense tinha uma filial em Alcântara, em terrenos dos condes da Ponte, sendo inauguradas as primeiras carreiras de ónibus, os populares Americanos; 1865 - fundação da Companhia de União Fabril - CUF; pelo visconde da Junqueira; 1873 - construção do primeiro bairro operário (do tipo vila), nos terrenos da Fábrica de Tecidos Lisbonense, para albergar os funcionários e família; 1876 - demolição do paço real de Alcântara; 1877 - o Plano de Urbanização do Calvário, de Frederico Ressano Garcia, incluía a Real Quinta de Alcântara e parte dos terrenos do casal do marquês de Sabugosa, o casal do Roldão e da cerca do convento das Flamengas (SILVA, 1989); 1878 - construção do primeiro grupo de casas para operários da Fábrica de Estamparia e Tinturaria de Algodão, cujos vestígios se encontram junto à Rua da Cruz; 1885, 18 julho - os territórios da Ajuda, Belém e Alcântara passaram a fazer parte da cidade de Lisboa; 1887, 2 abril - inauguração da linha de caminho-de-ferro que ligava Alcântara a Sintra; 31 outubro - inauguração do novo edifício da primeira Escola Industrial de Lisboa, Marquês de Pombal, atual Escola Fonseca Benevides, criada por Emídio Navarro, Ministro das Obras Públicas, segundo projeto de Luís Caetano Pedro de Ávila; projeto para a extensão do Bairro do Calvário até ao Casal Roldão e Santo Amaro; 1889 -aquisição municipal dos terrenos do casal do Roldão destinados à construção de prédios de rendimento para a classe operária; 1890, 19 março - abandono da proposta de urbanização do casal Roldão para um bairro operário, em favor de venda de lotes para construção de prédios de rendimento, com uma solução urbanística aproximada ao Bairro do Calvário e destinada ao mesmo estrato social; 16, agosto - conclusão da cobertura do caneiro de Alcântara com 815 metros, o que fez desaparecer a antiga ponte, tendo o trabalho sido efetuado pela Companhia Real dos Caminhos de Ferro;1891 - a linha de caminho-de-ferro de Alcântara-Terra foi prolongada até Alcântara-Mar, edificada nos aterros começados em 1876; 1898 - conclusão dos aterros e abertura da Avenida da Índia; inauguração da fábrica de adubos Quimigal, que pertencia à CUF; 1905 - construção do Mercado de Alcântara, atualmente desaparecido; 1909, 12 março - inauguração por D. Manuel II da refinaria de Alcântara SIDUL, Sociedade Industrial do Ultramar, pertencente à Companhia do Açúcar de Moçambique; 1917 - construção do edifício do Instituto Agrícola de Lisboa com projeto dos arquitetos Adães Bermudes e L. Pedro de Ávila; 1925 - instalação da 28.ª esquadra da PSP na igreja do Mosteiro do Monte Calvário; 1937 - construção do Bairro do Alvito com projeto de Paulino Pereira Montez; 1944 - conclusão da construção do viaduto Duarte Pacheco no vale de Alcântara; 1945-1948 - construção da Standard Elétrica com projeto do arquiteto Cottinelli Telmo; 1946, 10 março - criação da Academia de Santo Amaro; início da construção do Bairro para Famílias Pobres, o atual bairro da Quinta do Jacinto; 1949 - inauguração do liceu D. João de Castro com projeto de Cottinelli Telmo; 1956 - inauguração do edifício da Escola Técnica Industrial Marquês de Pombal, hoje Escola C+S Francisco de Arruda com projeto do arquiteto António José Pedroso; 1957 - inauguração do recinto da Feira das Indústrias Portuguesas com projeto de Francisco Keil do Amaral e Alberto Cruz; 1958, 12 dezembro - inauguração do Instituto de Medicina Tropical; 1966, 6 agosto - abertura ao tráfego rodoviário da ponte sobre o Tejo construída pela United States Steel Export Company; 2008 - inauguração do espaço LxFactory, com cerca de 2 ha, na antiga Companhia de Fiação e Tecidos Lisbonense, pela empresa Mainside Investments; 2015, 1 outubro - publicação do Anúncio n.º 228/2015, DR, 2.ª série, n.º 192 da classificação do Palacete na Rua Jau, incluindo o jardim e todos os anexos, e à fixação da zona especial de proteção (ZEP) do Palacete da Rua Jau como monumento de interesse público (MIP), incluindo o jardim e todos os anexos, e do Palácio Vale Flor (conjunto), incluindo o palácio e Casa da França.

Dados Técnicos

Não aplicável

Materiais

Não aplicável

Bibliografia

AA.VV. - Guia Urbanístico e Arquitetónico de Lisboa. Lisboa: Associação dos Arquitectos Portugueses, 1987; Atlas da Carta Topográfica da cidade de Lisboa sob a direcção de Filipe Folque: 1856 - 1858, Lisboa: Arquivo Municipal de Lisboa, s.d., fl. 39, 47, 56; ARAÚJO, Norberto - Peregrinações em Lisboa. Lisboa: Edições Vega, 1992, Livro IX; Belém, Reguengo da Cidade. Câmara Municipal de Lisboa: Edições Asa, 1990; Relatório de caracterização biofísica de Lisboa, Revisão PDM, Câmara Municipal de Lisboa, fevereiro 2010, http://www.cm-lisboa.pt/fileadmin/VIVER/Urbanismo/urbanismo/planeamento/pdm/docs/revisao/estudos/Relatorio_sintese_Caracterizacao_Biofisica.pdf (março 2013); CARDOSO, António Muñoz - Os edifícios da Tapada da Ajuda. Lisboa, Instituto Superior de Agronomia, 1992; CONSIGLIERI, Carlos (et al.) - Pelas freguesias de Lisboa. Lisboa Ocidental (São Francisco Xavier, Santa Maria de Belém, Ajuda, Alcântara). Lisboa: Câmara Municipal de Lisboa, 1996; COSTA, António Carvalho da - Corografia Portuguesa. Lisboa, 1712, tomo III, p. 649; CUSTÓDIO, Jorge, RIBEIRO, Isabel, SANTOS, Luísa - Arqueologia Industrial do Bairro de Alcântara: Estudos e Materiais. Associação de Arqueologia Industrial da Região de Lisboa, Lisboa: Companhia Carris de Ferro, 1981; FREIRE, João Paulo - Alcântara: apontamentos para uma monografia. Coimbra: Imprensa da Universidade, 1929; Idem - Alcântara 1945. Revista Municipal. Câmara Municipal de Lisboa, 1945, 1.º e 2.º trimestre, n.º 24 e 25, pp. 8, 10; FREITAS, Jordão de - Paço Real de Alcântara - sua localização, elementos para a história desde o domínio Filipino. Olissipo, Editorial Império, 1946, n.º 36; Grandes Problemas de Lisboa: Caneiro de Alcântara. Revista Municipal. Câmara Municipal de Lisboa, 1945, 1º trimestre, nº 27, pp. 41, 46; LAMAS, Artur - A Rua da Junqueira, cartas compiladas e anotadas. Lisboa, 1922; Levantamento da Planta de Lisboa: 1904-1911 (dir. Júlio da Silva Pinto), Lisboa, Arquivo Municipal de Lisboa, (2005), fl. 6E, 7E; MARQUES, Beatriz Rosa de Abreu Pereira - O vale de Alcântara como caso de estudo: Evolução da morfologia urbana, dissertação de mestrado. Lisboa; Instituto Superior Técnico, Universidade Técnica de Lisboa, 2009; MATOS, Alfredo, PORTUGAL, Fernando - Lisboa em 1758, Memórias Paroquiais de Lisboa. Câmara Municipal de Lisboa, 1974; MOITA, Irisalva (dir.) - O Livro de Lisboa. Lisboa: Livros Horizonte, 1994; PAES, Miguel Carlos Correia - Valle de Alcântara, sua importância no movimento ordinário e acelerado de Lisboa. Lisboa: Tipografia Universal, 1881; SANTANA, Francisco, SUCENA, Eduardo (dir.) - Dicionário da História de Lisboa. Lisboa, 1994; SANTANA, Francisco - Lisboa na segunda metade do século XVIII: plantas e descrições das suas freguesias. Lisboa, s.d., pp. 36, 37; SILVA, Augusto Vieira da - As freguesias de Lisboa, estudo histórico. Câmara Municipal de Lisboa, 1943; SILVA, Isabel Maria Rodrigues da - Prédios de rendimento das Avenidas de Ressano Garcia 1889-1926: Caracterização Construtiva. Lisboa, 2000; SILVA, Raquel Henriques da (dir.) - Lisboa de Frederico Ressano Garcia 1874 - 1909. Câmara Municipal de Lisboa e Fundação Calouste Gulbenkian, 1989.

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DNISP, Plano urbanístico da área marginal ocidental CML (doc.00040985); BNP: Planta da real tapada da Ajuda, José António de Abreu, 1849 (cc-94-v); CML, ACML e MC: Duarte José Fava, dir. - Carta topographica de Lisboa e seus suburbios… levantada no Anno de 1807… (Museu da Cidade); Filipe Folque, dir., Carta Topográfica da cidade de Lisboa...em 1856 - 1858, J.A.V. Silva Pinto, dir., Levantamento topográfico de Lisboa.... 1904-1911 (dir. Júlio da Silva Pinto), disponível em Lisboa Interactiva, www.lxi.cm-lisboa.pt; GEAEM: Plano dos subúrbios de Lisboa de Alcântara até Pedrouços, s.a., séc. 19, (3852-1-3-5); Mapa da cidade de Lisboa e de Belém em 1812, s.a., 1814 (3935-2-16-22); Carta topográfica da cidade de Lisboa e bairro de Belém até à bateria do Bom Sucesso, Duarte José Fava (dir.), Luís António de Melo, João Pedro Duarte Pereira, João Damasceno da Cunha Pinto, séc. 19, (2301-2-16-22); Idem, Idem, 1827, (2304 e 2305-2-16-22); (Esboço da planta do vale de Alcântara), s.a., cerca 1815-1839, (3827/XVI-1-5-9); (Da Torre de Belém a Alcântara e do Rio Tejo ao Largo do Calvário), s.a., 1865 (10899/2º-3-45-59).

Documentação Fotográfica

IHRU: SIPA, DGEMN/DRML; CML: Arquivo Municipal de Lisboa, núcleo histórico; BFCG: Espólio Estúdio Mário Novais

Documentação Administrativa

IHRU: DGEMN/DSID.

Intervenção Realizada

Observações

Autor e Data

Rita Vale 2013

Actualização

 
 
 
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