Casa Grande de Além-da-Ponte

IPA.00033952
Portugal, Viana do Castelo, Ponte de Lima, Arcozelo
 
Casa nobre de construção oitocentista, de planta retangular e fachadas evoluindo em dois pisos, sobrepostos por águas-furtadas desenvolvidas em cruz que, inicialmente, integravam mirante. As fachadas apresentam fenestração regular, com vãos retilíneos, correspondendo no andar nobre a janelas de sacada, sobre mísulas, e na fachada principal as águas furtadas rematam em frontão, contendo o brasão de família.
Número IPA Antigo: PT011607040268
 
Registo visualizado 246 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Residencial senhorial  Casa nobre  Casa nobre  Tipo planta retangular

Descrição

Planta em L, com o corpo principal retangular e cobertura formando cruz, em telhados de três e duas águas, rematadas em beirada simples. Fachadas evoluindo em dois pisos, sobrepostos por águas-furtadas, formando cruz. As fachadas, com cunhais apilastrados, têm os pisos separados por friso e cornija, o térreo percorrido por soco de cantaria e rematam em frisos e cornijas, nos cunhais sobreposta por gárgulas de canhão. A fachada principal surge virada a nascente, abrindo-se no primeiro piso, três portais, o central sensivelmente mais largo, intercaladas com quatro janelas de peitoril, com caixilharia de guilhotina, as exteriores com gradeamento formando papo de rola, e, no segundo, seis janelas de sacada, sobre mísulas, com guarda em ferro. Todos os vãos são retilíneos e as molduras terminam em cornija. As águas-furtadas apresentam largo pano central, definido por pilastras e rasgado por três janelas de sacada comum, com guarda em ferro, rematando em frontão triangular, com brasão de família no tímpano. São ladeadas por aletas, em alvenaria rebocada e pintada de branco e capeadas a cantaria, seccionadas em dois panos, por plintos, os exteriores coroados por vasos e os interiores por animais, em cantaria. Lateralmente, as águas-furtadas desenvolvem-se em plano recuado à frontaria, sendo rasgadas por janelas de arco abatido. Na fachada lateral esquerda, abre-se, no piso térreo, janela de peitoril e largo portal, e, no segundo, duas janelas de sacada, atualmente transformadas em janelas de peitoril, com pano de peito de cantaria. Superiormente, desenvolve-se as águas-furtadas, rematadas em empena reta, rasgada por cinco janelas de arco abatido, com caixilharia de vidrinhos, ladeadas por aletas.

Acessos

Arcozelo, Além-da-Ponte, Largo da Alegria (ou Alexandre Herculano); Rua Manuel Lima Bezerra; Rua Conde da Barca. WGS84 (graus decimais) lat.: 41,769694, long.: -8,589611

Protecção

Incluído na zona de proteção da Ponte sobre o Rio Lima (v. IPA.00000424)

Enquadramento

Urbano, isolado e destacado. Implanta-se de gaveto, num lote de terreno murado e arborizado, do lado poente de arruamento empedrado e de um largo triangular lajeado a granito reservado a peões, a que se acede, por nascente, à Ponte sobre o Rio Lima (v. IPA.00000424), cujo troço romano está apenas a cerca de 50 m. Em frente, a cerca de 30 m para nascente, localiza-se a Casa do Arnado, atualmente Albergue de Peregrinos e Museu do Brinquedo (v. IPA.00030078) e, nas margens do rio, a cerca de 150 m também para nascente, a Igreja de Santo António da Torre Velha (v. IPA.00002217) e a Capela do Anjo da Guarda (v. IPA.00002239).

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Residencial: casa nobre

Utilização Actual

Residencial: casa

Propriedade

Privada: pessoa singular

Afectação

Época Construção

Séc. 19

Arquitecto / Construtor / Autor

Desconhecido.

Cronologia

Séc. 19 - construção da casa grande; 1858 - é provável que seja a partir do mirante da casa que se tira a famosa fotografia da vila, num dia de feira; séc. 20, finais década 20 - fotografias desta época documentam a Casa Grande com a cobertura sobreposta ao centro por mirante quadrangular, com cobertura telhada, com janelas contendo caixilharia de vidrinhos e remate contracurvo; na fachada lateral esquerda, as janelas do segundo piso já estavam transformadas em peitoril, e na frontaria, as aletas eram coroadas por vasos; posteriormente, procede-se à remoção do mirante das águas-furtadas; séc. 20 / 21 - elaboração de proposta de classificação do imóvel pelo proprietário; 2001, 06 agosto - proposta de abertura do processo de classificação da DRPorto; 09 agosto - despacho de abertura do processo de classificação do Vice-Presidente do IPPAR; 2012, 31 maio - proposta da DRCNorte para arquivamento do procedimento de classificação e envio de cópia do processo à Câmara Municipal para ponderação da classificação como de Interesse Municipal; 25 julho - parecer favorável da SPAA do Conselho Nacional de Cultura; 10 setembro - despacho de arquivamento do diretor-geral da DGPC; 26 setembro - publicação do Anúncio n.º 13473/2012, em DR, 2.º série, relativo ao arquivamento do procedimento de classificação da Casa Grande; 2018, maio - o edifício encontra-se à venda.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes.

Materiais

Estrutura rebocada e pintada; soco, pilastras, frisos, cornijas, molduras dos vãos, brasão, vasos e animais em cantarias de granito; portas, caixilharia, pavimentos e escadas de madeira; janelas com vidros simples; grades em ferro; silhares de azulejos; telhado em telha cerâmica.

Bibliografia

ALMEIDA, Carlos A. Brochado de (Coord) - Ponte de Lima - Uma Vila Histórica no Minho. Município de Ponte de Lima. Ponte de Lima: pp. 270-272; Arquivo Municipal de Ponte de Lima. Ponte de Lima: 1981, vol. II, pp. 231-236; RAMALHO, André (https://www.abandonados.pt/casa-alem-do-rio/), [consultado em novembro 2018]; ROCHA, André - «Arquitectura desaparecida em Ponde de Lima (II)», (http://arquitecturaepontedelima.blogspot.pt/2009/02/arquitectura-desaparecida-em-ponte-de.html), [consultado em novembro 2018].

Documentação Gráfica

Documentação Fotográfica

DGPC: SIPA

Documentação Administrativa

Intervenção Realizada

Observações

EM ESTUDO. *1 - Segundo André Rocha (2009) e tal como documentado por fotografias de finais da década de 1920 patentes na publicação do blogue, o edifício vai ficando "sucessivamente mais transparente e construtivamente leve em altura. Esta filosofia foi levada ao seu expoente no remate superior do edifício, onde era pontuado por um miradouro/torre desenhado com uma caixilharia de trama quadrangular típica da época. Tudo indica que tenha sido a partir deste mesmo local que foi registada a célebre fotografia da vila num dia de feira de 1858".

Autor e Data

Paula Noé 2012

Actualização

João Almeida (Contribuinte externo) 2019
 
 
 
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