Igreja Paroquial de Águas Frias / Igreja de São Pedro

IPA.00033920
Portugal, Vila Real, Chaves, Águas Frias
 
Arquitetura religiosa, setecentista e oitocentista. Igreja paroquial de planta retangular composta por nave e capela-mor, interiormente com iluminação axial e bilateral. Fachadas de cunhais apilastrados e terminadas em friso e cornija, a principal terminada em empena de cortina truncada por dupla sineira e rasgada por portal de verga abatida e janela de capialço. Nas fachadas laterais rasgam-se amplas janelas de verga abatida, na nave, e de capailço, na capela-mor, abrindo-se ainda porta travessa na lateral direita. A posterior é cega e termina em empena. Interior com coro-alto de madeira, púlpito no lado do Evangelho, capelas laterais confrontantes e retábulo-mor tardo-barroco, de planta reta e três eixos.
Número IPA Antigo: PT011703010207
 
Registo visualizado 253 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Templo  Igreja paroquial  

Descrição

Planta retangular composta de nave única e capela-mor, tendo adossado posteriormente corpo em U invertido, mais baixo. Volumes escalonados com coberturas diferenciadas em telhados de duas águas na igreja e de uma no corpo adossado, rematadas em beirada simples. Fachadas rebocadas e pintadas de branco, com embasamento de cantaria, cunhais apilastrados, os frontais coroados por pináculos tipo pera com bolas, e terminadas em friso e cornija. Fachada principal virada a SO., terminada em empena de cortina truncada por dupla sineira, em arco de volta perfeita sobre pilares, rematada em cornija reta encimada por uma outra sineira, mais pequena e com a mesma modinatura, coroadas por pináculos tipo pera com bola, e por acrotério central sustentando cruz latina. É rasgada por portal de verga abatida, de moldura recortada e com cartela de inscrição delida na chave, encimado por janela de capialço e relógio circular. Fachadas laterais rasgadas, na nave, por duas janelas de verga abatida, molduradas e gradeadas e, na capela-mor, por janela de capialço, com fecho saliente, abrindo-se na lateral direita ainda porta travessa de verga reta; nos anexos rasgam-se lateralmente duas pequenas janelas de arco abatido e formando avental. Fachada posterior terminada em empena, a da capela-mor cega e a do anexo rasgada por duas pequenas janelas de arco abatido e moldura formando avental e, ao centro, pequeno vão quadrangular, gradeado. INTERIOR com as paredes rebocadas e pintadas de branco e com silhar de azulejos de padrão, recentes, pavimento em soalho de madeira e teto de contraplacado pintado, sobre cornija. Possui coro-alto de madeira sobre falso arco abatido, do mesmo material, quatro confessionários embutidos, de verga abatida, púlpito no lado do Evangelho com guarda plena em talha policroma a bege e quatro capelas laterais, confrontantes, com retábulos de talha policroma. Arco triunfal de volta perfeita sobre pilastras toscanas. Na capela-mor, o retábulo-mor, de talha policroma, apresenta planta reta e três eixos.

Acessos

Largo da Igreja

Protecção

Inexistente

Enquadramento

Urbano, isolado, no interior da povoação e no limite NE. da mesma. Ergue-se numa plataforma artificial, sobrelevada ao largo frontal, mas rebaixada relativamente à via paralela à fachada lateral direita, formando adro, vedado por muro rebocado e pintado de branco e capeado a cantaria. Possui acesso lateral e frontal, por portão de ferro, ladeado por plintos de cantaria coroados por pináculos piramidais com bola, o último precedido por escada. Em frente da igreja, dispõe-se dentro do adro cruzeiro de braços quadrangulares. Junto à fachada lateral esquerda e num plano rebaixado, ergue-se a Escola primária e cantina escolar de Águas Frias (v. PT011703010150).

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Religiosa: igreja paroquial

Utilização Actual

Religiosa: igreja paroquial

Propriedade

Privada: Igreja Católica (Diocese de Vila Real)

Afectação

Sem afetação

Época Construção

Séc. 18 / 19

Arquitecto / Construtor / Autor

Desconhecido.

Cronologia

1273 - o território foi abrangido pelos forais concedidos por D. Afonso III à antiga vila de Monforte de Rio Livre; 1512, 1 junho - foral de D. Manuel; a freguesia era abadia do padroado real; 1737 - data do primeiro registo de óbito e de testamento documentado; 1754 - data do primeiro registo de batismos documentado; 1757, 24 abril - segundo o relato do abade António Luís Nogueira nas Memórias Paroquiais, a igreja matriz de Monforte de Rio Livre, dedicada a São Pedro, erguia-se na vila desenvolvida intra-muros, no alto da serra, à distância de 1/4 de meia légua, junto ao Castelo de Monforte (v. PT011703010007); a vila tinha apenas 14 moradores e era donatário o Conde de Atouguia; a igreja tinha como filiais as igrejas de Nossa Senhora da Natividade de Aullelos, Nossa Senhora da Expectação de Mairos, Santo António de Curral de Vacas e Santa Maria de Casas; exteriormente, a igreja tinha pouca altura e estava enterrada mais de 2 côvados; era de cantaria com campanário de dois sinos pequenos e o campanário muito baixo, mas forte, tudo ao antigo e não tinha porta travessa a O. devido aos ventos fortes; no interior tinha quatro altares: na capela-mor, primorosamente adornada, o retábulo-mor formoso, com tribuna, à moderna, bem dourado, com o Santíssimo, adornado de cruz e seis castiçais, albergando as imagens do Menino Deus, no alto da tribuna, e, lateralmente, as de São Pedro e São Paulo; o teto era pintado com tintas finas e as paredes com tintas menos finas; os retábulos colaterais, dedicados à Senhora da Graça e a São Bernardino, estavam pouco decentes pela pobreza dos moradores e, do lado da Epístola, tinha ainda uma capela de arco, na penúria e notável indecência, mandada fazer pelo padre João de Prada, com grades, albergando retábulo dedicado ao Senhor Jesus crucificado, e junto à qual se fizera sepultar, deixando-lhe fábrica para rezarem anualmente 104 missas (faleceu a 17 janeiro 1717); 1769 - data do primeiro registo de casamento documentado; séc. 18, finais - início da construção da igreja paroquial no sítio de Águas Frias; 1796 - referência à vila estar quase despovoada e arruinada, não tendo mais de cinco moradores, três no interior dos muros e dois no exterior, razão que levou os moradores a mudarem-se para o lugar de Águas Frias; séc. 19, princípio - a vila encontrava-se completamente desabitada; 1853, 31 dezembro - extinção do concelho de Monforte de Rio Livre, onde se integrava, passando a pertencer ao de Chaves; séc. 19 - conclusão da igreja paroquial.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes.

Materiais

Estrutura em cantaria de granito rebocada e caiada; cunhais, pináculos, frisos, cornija, molduras dos vãos, pias de água benta, pia batismal e outros elementos em cantaria de granito; portas de madeira; grades de ferro; vidros simples; retábulos e guarda do púlpito em talha policroma; pavimento em soalho de madeira; teto de contraplacado; cobertura e beiral em telha.

Bibliografia

CAPELA, José Viriato, BORRALHEIRO, Rogério, MATOS, Henrique, As Freguesias do Distrito de Vila Real nas Memórias Paroquiais de 1758. Memórias, História e Património, Braga, 2006; MARIZ, José (Coordenação), Inventário Colectivo dos Registos Paroquiais, vol. 2 - Norte, s.l., 1994.

Documentação Gráfica

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

Arquivo Distrital de Vila Real: Arquivo Paroquial (datas extremas: 1737 - 1889)

Intervenção Realizada

Observações

EM ESTUDO.

Autor e Data

Paula Noé 2012

Actualização

 
 
 
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