Estação Ferroviária de Torre da Gadanha

IPA.00033875
Portugal, Évora, Montemor-o-Novo, São Cristóvão
 
Arquitetura de transportes, do séc. 20. Antiga estação de origem do Ramal de Montemor; o canal ferroviário foi desativado, constituindo atualmente a Ecopista do Montado. Atual estação de passagem da Linha do Alentejo, só com serviço de mercadorias. Integra a ciclovia Baldios-Torre da Gadanha. Está composta por edifício de passageiros, edifício das instalações sanitárias, cais descoberto, plataforma de embarque e algumas construções devolutas. Edifício de Passageiros de planta poligonal, em T, composta por dois corpos, de um único piso, com as fachadas de maior dimensão dispostas paralelamente, de nível com a linha e do seu lado esquerdo. Volumes simples com cobertura diferenciada em dois telhados independentes; fachadas de pano e registo únicos, rebocadas e pintadas de branco, com cornijas e soco ligeiramente salientes em reboco pintado de cinzento. Originalmente era composto vestíbulo central, segundo o eixo NE.-SO., para acesso do público, quer a partir do largo da estação quer da plataforma, à bilheteira e despacho de bagagens, estando estes dois compartimentos por sua vez conectados, a SE., com espaços de apoio aos funcionários: gabinete do chefe/telefónico, casa de jantar, quartos, cozinha; a instalação sanitária e a despensa, a NE. com acesso pelo exterior; a partir do vestíbulo e para NO. sala de espera de 1ª. e 2ª. classes, dormitórios do pessoal graduado e do pessoal jornaleiro, este com ligação a uma cozinha. Atualmente o interior do edifício está em parte ocupado por salas técnicas. A NO. do edifício de passageiros situavam-se o cais coberto, a báscula de 20T, uma das duas gruas de água, o gabarito de carga, estes junto ao cais coberto e para SE. o reservatório de água e a outra grua de água, instalações que, entretanto, foram desmanteladas.
Número IPA Antigo: PT040706060173
 
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Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Transportes  Apeadeiro / Estação  Estação ferroviária  

Descrição

EDIFÍCIO DE PASSAGEIROS: planta poligonal, em T, composta por dois corpos, de um único piso, com as fachadas de maior dimensão dispostas paralelamente, de nível com a linha e do seu lado esquerdo. Volumes simples com cobertura diferenciada em telhado, em telha de barro vermelho, de duas águas no corpo a SO. e de quatro águas no corpo a NE. com duas chaminés paralelepipédicas, na sua aba NE., dispostas transversalmente em relação à fachada principal (NE.), rebocadas e pintadas de branco com frisos pintados de cinzento; no corpo a NE.: beiral simples nas quatro águas, com um deles drenando para a caleira da aba NE. do telhado do corpo a SO., o qual apresenta beirais encobertos por platibanda contínua, pintada de branco, rematada por cornija pintada de cinzento. Dois outros corpos, de menor dimensão, a NO. e a SE., têm planta retangular, estão apostos aos originais, sendo o que se situa a NO. de construção posterior, ambos com fachadas complanares com as dos corpos originais. Todas as fachadas e platibandas estão rebocadas e pintadas de branco, com cornijas e soco ligeiramente salientes em reboco pintado de cinzento. Fachada principal e no corpo mais avançado: vão de porta, centrado, com bandeira em semicírculo, vidro dividido em quatro partes iguais, segundo os raios; caixilharia fixa em alumínio termo lacado a verde-escuro, folhas (sem vidros? opacas, cegas?) em alumínio termo lacado a branco; moldura ligeiramente saliente e pedra de fecho em reboco pintado de cinzento; degrau em pedra pintada de cinzento, à face da moldura. Candeeiro de iluminação pública, sobre a porta. Símbolo da REFER, normalizado, com caixa de luz, colocado à esquerda, sobre a parede e abaixo do beiral; fachada principal, e no corpo mais recuado: lado NO., (corpo mais recente /ampliação) duas pequenas janelas alinhadas com as restantes janelas do edifício pela face superior, sem moldura, com peitoril ligeiramente saliente, pintado de cinzento; lado SE.: dois vãos, de porta e de janela, entaipados, na fachada do edifício original, com molduras em reboco pintado de cinzento, ligeiramente salientes. Fachada SE., corpo mais alto: empena truncada com dois panos (registos?) separados por friso; dois tubos de queda de águas pluviais em pvc com saída direta da caleira de drenagem através de furação na empena; painel de azulejos de fundo branco e filete azul-escuro com o nome da estação Torre da Gadanha em letras maiúsculas também azuis, escrito numa única linha, colocado acima do friso; no corpo mais baixo (instalação sanitária), vão de janela a SE., com caixilharia fixa em alumínio termo lacado a verde-escuro, folha fixa de reixa pintada a branco; moldura ligeiramente saliente pintada de cinzento; neste alçado é visível o alpendre para cobertura da plataforma de passageiros. Fachada SO., virada à linha: seis portas dão acesso à plataforma de passageiros, caixilharia fixa e móvel em alumínio de cor verde e branca: bandeiras fixas e folhas com vidros simples acima das almofadas. Painel de azulejos centrado na fachada, com fundo branco e filete azul-escuro com o nome da estação Torre da Gadanha em letras maiúsculas também azuis, escrito numa única linha. Três retângulos assinalados a tinta cinzenta na fachada, correspondendo aos locais de antigas lanternas para iluminação da plataforma; papeleira de parede, de ferro. Alpendre em estrutura metálica constituída por viga triangulada, perfis transversais e longitudinais pintados de verde assentes em quatro pilares de ferro fundido pintados de amarelo ornamentados com mísulas, também em ferro fundido pintadas de branco; bases e capitel pintados de preto; cobertura do alpendre, em duas águas de diferente dimensão, apoiada na cornija inferior da fachada SO., com revestimento em chapa metálica pintada de branco; caleira para drenagem das águas pluviais sobre a viga triangulada. Fachada NO., corpo a SO.: empena truncada com dois panos (registos?) separados por friso, onde, ao cimo, está colocado um painel de azulejos, que acompanha o recorte da empena; tem fundo branco e filete azul-escuro com o nome da estação Torre da Gadanha em letras maiúsculas também azuis, escrito em três linhas; no corpo a NE, vão de porta com folha cega e vão de janela, com duas folhas de abrir; porta de contador ao centro; vão de porta, no corpo mais baixo (instalação sanitária) do lado SE. do edifício; todos os caixilhos fixos são em alumínio de cor verde-escuro e os caixilhos móveis em alumínio de cor branca; a janela tem vidros simples com portadas interiores. EDIFÍCIO DAS INSTALAÇÕES SANITÁRIAS E FAROLARIA: planta quadrangular, de um único piso, disposta paralelamente, de nível com a linha e do seu lado esquerdo, a NO. do edifício de passageiros; volume simples com cobertura em telhado de quatro águas e beirais simples; revestimento em telha de barro vermelho; alheta (?, de grande dimensão) entre as fachadas e a placa da cobertura onde assentam os beirais. Todas as fachadas estão pintadas de branco, acima dos lambris de azulejo estampado formando padrão (módulo=flor sobre um X adaptado à dimensão dos vários vãos de portas e janelas; oito fiadas e meia de azulejos de cor branca, amarela (ocre?) e manganês rematados superiormente por faixa com desenho diferente; emolduramento inferior dos lambris, em pedra, por prolongamento, e à face, das molduras dos vãos de porta, e saliente em relação ao soco, também em pedra. Fachada principal (NE.): janela bífora, acima do lambril de azulejos e centrada na fachada; moldura formando peitoril e septo em pedra; caixilho fixo em madeira pintada de verde-escuro e folha de reixa pintada de branco; tubo metálico NO. para abastecimento de água para a instalação sanitária masculina, através de furação na parede, à altura da parte superior da janela. Fachada SE: o lambril de azulejo é interrompido por um painel/lambril de pedra reentrante (?), formando moldura para dois vãos de porta e um de janela, este centrado, sob o qual se encontram dois apoios, também em pedra, que terão eventualmente sustentado uma prateleira/floreira; caixilharia fixa dos vãos de porta em alumínio termo lacado a verde-escuro e folhas de abrir no mesmo material, em branco, com almofada inferior cega (?) com quatro vidros superiores (?) e portada interior; caixilho fixo do vão de janela em madeira pintada de verde-escuro e folha de reixa pintada de branco; pequeno canteiro, em pedra, à porta da instalação sanitária feminina; sobre o painel de pedra e os três vãos, as palavras senhoras e farolaria (lettering), em ferro, escritas em letras maiúsculas espaçadas; ambas as palavras separadas por um ponto, em ferro (?) pintado de preto. Fachada SO.: igual à fachada NE. exceto no tubo metálico, a SE. cuja furação na parede é feita logo acima do lambril de azulejos, correspondendo ao abastecimento de água para a instalação sanitária feminina. Fachada NO.: o lambril de azulejo é interrompido por um painel/lambril de pedra reentrante (?), formando moldura para um vão de porta, sem folha, e um de janela, basculante, sob o qual se encontram dois apoios, também em pedra, que terão eventualmente sustentado uma prateleira/floreira; caixilho fixo do vão de janela em madeira pintada de verde-escuro; quatro vidros simples em caixilho móvel também em madeira pintada de branco; pequeno canteiro, em pedra, da instalação sanitária; sobre o painel de pedra e os dois vãos, a palavra homens, em ferro pintado de preto, escrita em letras maiúsculas espaçadas. CASAS: quatro antigas casas de apoio às atividades ferroviárias, situadas no quadrante NO.NE., devolutas e com vão entaipados; todas as casas têm planta retangular e estão dispostas paralelamente em relação à linha de caminho-de-ferro; volumes simples de pano e registo únicos e cobertura em telhado de duas águas com revestimento em telha de barro vermelho; todas as chaminés são paralelepipédicas, colocadas transversalmente em relação às fachadas mais compridas, nas abas NE. dos respetivos telhados; fachadas em reboco pintado a branco com molduras, cornijas (somente nas fachadas mais compridas e envolvendo as esquinas) e socos pintados de ocre. INTERIOR: duas das casas tinham compartimentação igual: cozinha, casa de jantar, dois quartos e a instalação sanitária com entrada independente, pelo exterior através de um pequeno avançado. Localizada entre estas duas, uma outra casa de construção mais recente, albergava três quartos, corredor, despensa, instalação sanitária e uma cozinha mais espaçosa com telheiro. A SO. destas três casas, uma outra, maior, albergava quatro habitações independentes, cada uma constituída por dois quartos, cozinha, despensa e instalação sanitária com entrada independente, através de alpendre. PLACA GIRATÓRIA: localizada a SE. do edifício de passageiros, com 12,50m de diâmetro; murete topejado a faixas de tijolo burro alternando com blocos de pedra calcária; ao centro, ainda está patente o mecanismo que fazia girar a placa; acesso ao interior por escada com degraus em madeira (azobé ou carvalho) e guarda metálica pintada de branco; pavimento em terra batida. ARRANJOS EXTERIORES: o recinto da estação propriamente dita é constituído pelos restantes elementos tradicionais da paisagem ferroviária, ie, pela antiga plataforma de passageiros e feixe de linhas da Linha do Alentejo, equipamento/postes de catenária e de sinalização e, ainda, pelo cais descoberto, que servia o cais coberto, demolido, ambos a NO. do edifício de passageiros e do das instalações sanitárias; instrumentos de comando de sinalização mecânica desativados. O piso da plataforma de embarque em retalhos de placas de cimento e calçada de vidraço branco, rematada por lancil pétreo sobre blocos de pedra idêntica pintados de branco; faixa de segurança, na bordadura, em frente do edifício, com tiras pintadas de amarelo e preto. O canal ferroviário correspondente ao Ramal de Montemor foi desativado, constituindo atualmente a Ecopista do Montado cujo início/terminus se localiza perto da placa giratória; parque de merendas como infraestrutura de apoio, equipado com mesas, cadeiras e papeleiras, em estrutura de ferro e madeira, com fixação ao pavimento; terra batida e mato no piso da Ecopista. O largo da estação, sem configuração definida, é delimitado pelo edifício de passageiros, a SO., por uma casa que alberga um restaurante/cafetaria, com esplanada coberta e, ainda, por uma outra casa, habitada, que fecha o espaço a SE.; algumas mesas de apoio à ecopista, no meio do largo, idênticas às que se encontram perto da placa giratória e um bloco de caixas de correio junto a uma das casas devolutas; o pavimento é em cubos grandes de vidraço preto e basalto e areia; vedação em prumos de madeira e painéis de rede metálica e dispositivos para estacionamento de bicicletas, em aço inox, com fixação ao pavimento, perto do edifício de passageiros; portão para acesso ao cais descoberto em ferro com folha única de abrir constituída por perfis (?), travessas e diagonais (?) com pináculo em ferro fundido, com sinal de proibição de entrada colocado ao centro do portão. Painéis com informação sobre a ecopista encostados à fachada principal do edifício de passageiros e outros perto da placa giratória. Celeiro da EPAC a SO. do feixe de linhas, servido por um cais descoberto.

Acessos

Estrada Comporta a Montemor-o-Novo, por caminho municipal. Linha do Alentejo, ao Pk075,200. Início/terminus da Ecopista do Montado, com aproximadamente 12Km de extensão, até Montemor-o-Novo. Por ciclovia, no percurso de 7Km entre Baldios e Torre da Gadanha.

Protecção

Incluído na Rede Natura 2000: Sítio de Interesse Comunitário de Monfurado.

Enquadramento

Rural, isolado, em planície. Piso plano, sem desníveis, como nos restantes troços da Ecopista, que ocupa o antigo canal ferroviário, até Montemor-o-Novo. Alguma vegetação, árvores dispersas e canaviais. O percurso entre Baldios e Torre da Gadanha, com uma extensão de 7Km, tem início no Núcleo de Interpretação Ambiental dos Sítios de Cabrela e Monfurado e termina na Estação Ferroviária de Torre da Gadanha; decorre em terreno relativamente plano, por estradas de terra batida e 2Km de estrada asfaltada. No Núcleo de Interpretação Ambiental dos Sítios de Cabrela e Monfurado, este percurso une-se aos Percursos da Cabrela e de São Cristóvão e, na estação de Torre da Gadanha, liga-se à Ecopista do Montado.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Transportes: estação ferroviária

Utilização Actual

Transportes: ciclovia / Devoluto

Propriedade

Pública: estatal

Afectação

Proprietário: Rede Ferroviária Nacional - REFER E.P.E., Estação de Santa Apolónia, 1100-105 Lisboa, tel. 211 022 000, fax 211 021 719, ci@refer.pt).

Época Construção

Séc. 20

Arquitecto / Construtor / Autor

Cronologia

1861, 23 janeiro - inauguração da Linha do Alentejo; 1861, 01 de fevereiro - abertura à exploração pública do troço entre o Barreiro e Vendas Novas e Pinhal Novo e Setúbal, na Linha do Sul, com a bitola de 1,44 m, construído pela companhia Nacional dos Caminhos de Ferro ao Sul do Tejo; 1864 - alteração da bitola da Linha do Sul de 1,44 m para 1,67 m; 1907, 12 junho - Decreto autorizando a Câmara Municipal de Montemor a contrair um empréstimo de 170 contos para a construção do Ramal de Montemor; 1907, 16 setembro - início da construção da linha; 1909, 02 setembro - abertura à exploração pública do Ramal de Montemor-o-Novo, entre as estações de Torre da Gadanha e Montemor-o-Novo (v. PT040706030076), quilómetros 75,200 e 88,059 respetivamente, integrando o apeadeiro de Paião (v. PT040706040172), ao quilómetro 81,025 e a Ponte Ferroviária sobre o rio Almansor (v. PT04070603011), à entrada da estação de Montemor-o-Novo (a linha era de via única, de bitola ibérica, com 1668mm, e entroncava na rede ferroviária existente na estação de Torre a Gadanha, Linha do Sul (atual Linha do Alentejo); 1992, junho - publicado o Decreto Lei n 116/92 que estabelece uma nova nomenclatura para as linhas e ramais da rede ferroviária nacional, passando a Linha do Sul a denominar-se Linha do Alentejo; 1987, 27 setembro - última viagem realizada entre Montemor-o-Novo e a Torre da Gadanha; 1989 - desativação do Ramal de Montemor-o-Novo com levantamento dos carris e travessas; 2002, novembro - Inauguração da ciclovia entre o Núcleo de Baldios e a Torre da Gadanha; 2003, julho - já não se efetuava serviço de passageiros; 2004, 10 dezembro - assinatura do contrato de concessão de utilização entre a REFER e o Município de Montemor-o-Novo, para utilização da plataforma da via com vista à sua adaptação e utilização como ecopista, válido por um período de 25 anos, renovável por períodos sucessivos de 5 anos; 2009, 08 março - Inauguração da Ecopista do Montado.

Dados Técnicos

Materiais

Bibliografia

Documentação Gráfica

Documentação Fotográfica

IHRU: SIPA

Documentação Administrativa

Intervenção Realizada

Observações

EM ESTUDO

Autor e Data

Paula Azevedo (REFER) 2012 (no âmbito da parceria IHRU/REFER)

Actualização

 
 
 
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