Moinho de Água da Assenha / Moinho de Água da Azenha / Moinho de Água da Praia da Amália

IPA.00033795
Portugal, Beja, Odemira, São Teotónio
 
Estação de moagem composta por moinho de água de roda horizontal, de rodízio, disposto paralelamente ao leito do curso de água (pequena ribeira), açude, levada, caldeira, cubo e enxogadouro. Pequeno moinho de planta retangular simples, com fachadas de pano único, de aparelho de pedra irregular, conjugando blocos de grandes dimensões, alguns afeiçoados, com pedra miúda para travamento; possuía fortes rebocos dos quais restam alguns vestígios; embasamentos alicerçados na rocha; escassos vãos, rasgados na espessura dos muros, com molduras interiores de madeira e peitoris ou soleiras pétreos; cabouco em arco adintelado de 3 pontos com o inferno totalmente pétreo no qual existe ainda a cale e seteira pétreas e restos do lobete e pela de madeira. Caldeira delimitada por robusto muro de pedra com comporta e cubo totalmente de pedra a jusante. Insere-se na tipologia de moinhos de água da região, de um único aferido. A existência de cubo, totalmente pétreo, elemento pouco comum na região. A magnífica localização, sobre a praia.
Número IPA Antigo: PT040211090114
 
Registo visualizado 86 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Extração, produção e transformação  Moagem    

Descrição

Estação de moagem composta por moinho, virado à ribeira a 3,5m da margem N. da ribeira, açude a E., caldeira, levada e cubo. MOINHO: planta simples, quadrangular, massa disposta na horizontal, de cuja cobertura restam apenas as telhas de canudo no topo das paredes e que seria em telhado de uma água dado o remate das fachadas laterias em meia empena; fachadas em aparelho argamassado de pedra rústica, mista, com blocos de maiores dimensões nos cunhais e embasamento, apresentando ainda vestígios de fortes rebocos. Fachada principal a SO., parcialmente derrocada do lado direito; remate reto, com vestígios de beirado saliente; inferiormente, rasga-se, descentrado, cabouco adintelado, de perfil em arco de 3 pontos; superiormente, à esquerda, pequena janela quadrada, com molduras interiores de madeira e peitoril constituído por lage pétrea, já sem portada; à direita, dada a esquadria das faces terá existido janela semelhante. Fachada lateral SE. rasgada, à direita, pela única porta de acesso ao interior, de verga reta, com molduras interiores de madeira, soleira pétrea e já desprovida de portada. Fachada lateral NO. idêntica, mas cega. Fachada posterior cega, semienterrada e parcialmente derrocada a E.; junto ao ângulo E., nove degraus talhados na rocha conduzindo ao cubo e ao açude. INTERIOR: cabouco totalmente pétreo, de paredes laterais curvas, acompanhando o perfil da cobertura em abóbada, em aparelho insonso de blocos afeiçoados e interstícios preenchidos com pedra miúda de travamento; do lado NO. rasga-se a abertura rectangular, disposta na vertical, do aliviadouro; na parede fundeira, em aparelho ciclópico, à esquerda a cale e seteira pétreas; cobertura em aparelho fortemente rebocado, em pedra miúda irregular, disposta em cunha; do lado esquerdo o orifício onde corre o veio vendo-se ainda vestígios do lobete e pela; pavimento coberto por blocos e fragmentos de pedra. No piso superior, uma única divisão, com paredes em aparelho insonso, irregular, conjugando pedra miúda para travamento, blocos afeiçoados ou irregulares e fragmentos de tijolo, com vestígios de rebocos e caiações; na parede NE., junto ao ângulo N., nicho rectangular com a parede fundeira apresentando vestígios de rebocos e caiação; pavimento de areia invadido por Chorão-das-praias (Carpobrotus edulis); ao centro casal de mós e à sua esquerda a abertura quadrada para o aliviadouro; a mó fixa, semi-tombada, apoia-se em dois blocos de pedra, afeiçoados, permitindo ver o veio da pela, em ferro; no olho da mó andadeira, a segurelha de ferro. ESTRUTURAS DE CAPTAÇÂO, ADUÇÃO E CONTROLO DA ÁGUA: Açude a montante encoberto pela vegetação; caldeira delimitada a NE. pela escarpa rochosa da encosta e a S. por robusto muro, disposto em curva no sentido SE. - NO., em aparelho insonso de pedra irregular de grandes blocos conjugados com pedra miúda para travamento e paredes interiores com fortes rebocos; a O. a comporta e o cubo totalmente de pedra com duas aberturas rectangulares no topo, talhadas na rocha, onde corriam os fechos da comporta; a abertura que leva à sétia é rectangular de ângulos redondos; o interior do cubo possui as paredes em talude para mais fácil escoamento da água.

Acessos

E. N. 120. Na Herdade Amália Rodrigues, com acesso a partir do Brejão: passando a povoação, no cruzamento para a Praia do Carvalhal, seguir pela estrada na direcção SO. e tomar depois o 3.º caminho de terra batida à mão direita; passando as estufas o caminho é feito a pé, por caminho vicinal que margina pequena ribeira.

Protecção

Incluído no Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina e no Plano Setorial da Rede Natura 2000: Sítio de Interesse Comunitário Costa Sudoeste (PTCON0012).

Enquadramento

Rural, marítimo, isolado, na Praia da Amália (antiga Praia da Assenha), a c. de 50m do areal, a S., afrontando a Ponta da Caiadoura. O moinho localiza-se em pequeno vale, alicerçado em terreno rochoso, na margem N. de pequena ribeira (que deriva da Ribeira de Seixe (Ribeira de Odeceixe) e do Barranco do Sobralinho), a c. de 60m da sua foz, feita através de pequena cascata, atravessada por estreito caminho aberto que percorre toda a falésia e a partir do qual se acede ao moinho contornando a sua fachada posterior. Local aprazível, com acesso por caminho estreito de terra batida, com percurso parcialmente feito entre denso túnel de canaviais, intransitável em períodos de chuva. Junto ao moinho predomina o Oleandro (Nerium oleander) e o Chorão-das-praias (Carpobrotus edulis).

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Extração, produção e transformação: moagem

Utilização Actual

Devoluto

Propriedade

Privada: fundação

Afectação

Sem afetação

Época Construção

Época moderna (conjectural)

Arquitecto / Construtor / Autor

Desconhecido

Cronologia

Época moderna - da provável de construção do moinho; 1927 - o topónimo Assenha surge no Plano Hidrográfico da Costa Portuguesa daqui decorrendo que já existiria um moinho de água no local; 1952 - na Carta Militar de Portugal levantada neste ano mantem-se o topónimo Assenha; 1965, c. de - Amália Rodrigues adquire uma vasta propriedade no local, com c. de 10ha e que englobava o moinho, para utilizar como refúgio entre as suas tournées; habita inicialmente uma das 3 casas existentes propriedade, pintando nas paredes brancas malmequeres e flores coloridas; 1960, finais da década de - Amália idealiza e constrói, conjuntamente com o seu marido César Seabra, uma nova casa projectada pelo arquitecto Conceição Silva.

Dados Técnicos

Estrutura de paredes portantes

Materiais

Pedra, tijolo, ferro, telha de canudo

Bibliografia

Documentação Gráfica

Documentação Fotográfica

IHRU: SIPA

Documentação Administrativa

Intervenção Realizada

Observações

Autor e Data

Rosário Gordalina 2012

Actualização

 
 
 
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