Palácio de Alvaiázere

IPA.00003360
Portugal, Santarém, Tomar, União das freguesias de Tomar (São João Baptista) e Santa Maria dos Olivais
 
Casa urbana senhorial, com características estilísticas maneiristas no traçado rectilíneo dos muros e na simplicidade das molduras.
Número IPA Antigo: PT031418120027
 
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Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Residencial unifamiliar  Casa  Palacete  

Descrição

Planta rectangular, massa simples disposta na horizontal, de 2 pisos, cobertura em telhado de quatro águas com clarabóia de grande dimensão ao nível da cumeeira e na prumada do núcleo central, que se abre sobre a escadaria que interliga os pisos e sotão. Fachadas de 2 pisos, rebocadas e pintadas a branco, com embasamento em cantaria pintada a ocre, divididas por moldura em cantaria pintada; delimitadas por cunhais angulares com bases e capiteis, remate em cornija moldurada e beirado saliente, moldura dos vãos, cunhais e cornija continuada, de cantaria pintada. Fachada principal a S., de 2 registos e um pano; no registo inferior, porta rasgada no eixo da fachada, com vão rectangular, ladeada por pilastras duplas perspectivadas, assentes em pedestais, encimada por janela de sacada com balcão pouco saliente, com guardas em ferro, rasgada simetricamente dos dois lados, por três janelas de bandeira com avental em cantaria, moldura lisa e arquitrave saliente; igual fenestração no piso térreo, mas com janelas de bandeira de vão rectangular com gradeamento, de moldura lisa em cantaria. Fachada posterior, com enquadramento, fenestração e modinaturas, de características idêntica à fachada principal, com seis janelas e uma porta no piso térreo, sete janelas de avental no superior. Fachada O. com sete janelas em ambos os pisos de características iguais às da fachada principal e posterior. Fachada E. com quatro janelas no piso superior e cinco no inferior, de iguais características às das outras fachadas, que se abrem para pátio com anexos, do antigo Quartel-General. INTERIOR: De dois pisos interligados por escadaria central de dois lanços, com os átrios de distribuição para os vários serviços em torno deste núcleo central; sótão, com acesso por elevador no enfiamento da escadaria da ligação do R/C com o piso superior, e por escadaria de 2 lanços, que parte do átrio do 2° piso que deita para fachada principal. Pavimento em granito polido nos átrios e escadaria. As dependências dos vários serviços encontram-se dispostas em torno do átrio do R/C e do piso superior que envolve o vão da escadaria de acesso.

Acessos

Avenida General Tamagnini de Abreu

Protecção

Categoria: IM - Interesse Municipal, Decreto n.º 28/82, DR, 1.ª série, n.º 47 de 26 fevereiro 1982

Enquadramento

Urbano. Com fachadas para a antiga Várzea Grande e para a R. dos Arcos, adossado a edifício de 2 pisos que era anexo ao antigo Quartel-General, funcionando como posto rádio; destacava-se no antigo Rossio do seu lado O; a parte do Convento de São Francisco a S. ocupa ainda posição de destaque no urbanismo envolvente.

Descrição Complementar

A fenestração do edifício é ritmada e simétrica em todas as fachadas excepto na E., que devido a abrir para o antigo anexo do Quartel-General, se apresenta com 4 janelas no piso superior e, 5 janelas num pequeno espaço do piso térreo.

Utilização Inicial

Residencial: casa

Utilização Actual

Política e administrativa: direção-geral

Propriedade

Publica: estatal

Afectação

Ministério da Justica

Época Construção

Séc. 18

Arquitecto / Construtor / Autor

ARQUITETO: José Barros Gomes (* 1); ENGENHEIRO: Thimóteo Lecussan Verdier

Cronologia

1771 - Noel le Maitre realiza obras de adaptação, instalando aqui a sua fábrica de meias; paga renda à Misericórdia de Tomar, proprietária do edificio; 1789 - o edificio é vendido pela Misericórdia a Jácome Ratton, que pretendia tomar conta da fábrica; 1790 - restauro da fábrica velha, instalada no edifício e início da construção da Fábrica Grande; 1808 - Timóteo de Verdier é expulso do país, ficando sua mulher Helena Frigoni de Verdier como procuradora; 1853 - João Vieira da Silva de Vasconcelos, segundo barão de Alvaiázere (1820), casa com Dª Henriqueta da Mota Garcia de Vasconcelos de Mascarenhas, filha de Dª Rita Verdier da Mota, passando o edifício a ser conhecido a partir do enlace, por Palácio de Alvaiázere; 1874 - com a criação da Companhia da Real Fábrica de Fiação de Tomar e renovação total do equipamento da primitiva Real Fábrica de Algodões Lençaria e Meias de Tomar, o Palácio Alvaiázere passa a funcionar apenas como escritório; 1911 - Dª Aurora da Piedade Coelho de Macedo, filha de José Coelho Pereira (residente em Versailles) cede gratuitamente por 18 meses o palácio para aí se instalar o Quartel-general, tendo sido autorizado o Presidente da Câmara Municipal de Tomar a assinar e outorgar o documento de cedência; Junho 1911 - o Quartel-General da 7ª Divisão instala-se no Palácio (mantendo-se até 1926); 1914 - A Câmara resolve adquirir a Dª Aurora de Macedo (viúva de João Baptista Macedo) por 6.900 reis o palácio; 1926 / 1961 - O palácio é Quartel-General da 3ª Região Militar; 1961 / 1970 - O palácio é Quartel-General da 3ª Região Militar; 1970 / 1975 - O palácio é Quartel-General da Região Militar de Tomar; 1975, 29 de Maio - um incêndio destrói a cobertura e interior do edifício; 1975, 30 Abril - Data da extinção do Quartel-General da Região Militar de Tomar por Dec-Lei nº 181/77 de 4 de Maio; 1979, 07 de Junho - Data do Auto de Devolução, lavrado na Repartição de Finanças do concelho de Tomar que devolve o Palácio ao Ministério das Finanças e do Plano; 1990 - Iniciou-se o processo visando a recuperação do palácio e a reinstalação da Repartição de Finanças e Tesouraria da Fazenda Pública, sob a tutela do Ministério das Finanças; 1993- A Direcção-Geral do Património de Estado informa que a Direcção-Geral de Contribuições e Impostos e a Direcção-Geral do Ministério da Justiça tinha solicitado a cedência do palácio para instalação de Serviços de Registo de Notariado; 1996 - A Câmara Municipal aprova o projecto base e de esgotos do palácio, para a instalação dos Serviços de Registo e Notariado; 1997 - A Direcção-Geral do Património comunica à Câmara Municipal, que o palácio foi cedido à Secretaria-Geral do Ministério da Justiça; 2001 - Instalação dos Serviços de Registo e Notariado.

Dados Técnicos

Paredes autoportantes

Materiais

Cantaria de calcário pintada no embasamento, molduras dos, vãos, cunhais e capiteis; granito no pavimento interior, colunas, rodapé e escadarias; madeira na porta da fachada, janelas e caixilhos; alvenaria rebocada e pintada nas paredes exteriores; vidros duplos nas janelas e portas de acesso às Repartições; ferro no gradeamento das janelas; metal no vão das escadas e portas de elevador; telha de meia cana nas coberturas

Bibliografia

ROSA, Alberto de Sousa Amorim, Anais do Município de Tomar 1900-1925, vol. IX, Tomar, 1967; GUIMARÃES, Manuel da Silva, História de uma Fábrica - A Real Fábrica de Fiação de Tomar, Santarém, 1976; ROSA, Alberto de Sousa Amorim, História de Tomar, vol. II, Santarém, 1982; NOGUEIRA, Luís Franco (Coronel do Exército), Notícia Histórica das Guarnições Militares e Policiais de Tomar, Lisboa, 1993; MILICIANO, Isabel, Palácio Alvaiázere com Recuperação Adiada Jornal Cidade de Tomar de 27 de Março, Tomar, 1998; MILICIANO, ISABEL, Palácio de Alvaiázere já tem Concurso para Obras, Jornal Cidade de Tomar de 04 de Junho, Tomar, 1999.

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

IHRU: DGEMN/DSID

Intervenção Realizada

1915 - A Inspecção de Fortificações e Obras Militares efectuou obras no edifício; 1985 / 1986 - Projecto de Remodelação para a instalação de Serviços de Finanças e outros Serviços Públicos, elaboração e fornecimento dos estudos técnicos; 986 - foi aberto concurso público para adaptação do interior do edifício a futuras instalações da Repartição das Finanças. O projecto previa a construção de 5 andares, incluindo cave e sótão. O concurso ganho pela firma Hagen foi anulado; 1999 / 2000 / 2001- Projecto e obras de reconstrução do Palácio.

Observações

O edifício primitivo foi remodelado por Thimóteo Lecussan Verdier depois de desfeita a sociedade com Jácome Ratton, transformando-o em sua residência e dando-lhe a traça que hoje tem; em 1975 todo o interior do edifício principal, a S., ardeu, mantendo-se apenas de pé as fachadas. (* 1) Arquitecto responsável pelo projecto restauro e reconstrução do palácio, para o Ministério da Justiça / Direcção-geral dos Serviços de Registo e Notariado

Autor e Data

Isabel Mendonça 1991 / Salomé Baptista 2005

Actualização

 
 
 
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