Mosteiro de Santa Maria de Cós

IPA.00003313
Portugal, Leiria, Alcobaça, União das freguesias de Coz, Alpedriz e Montes
 
Mosteiro cisterciense feminino, de nave única coberta por tecto de madeira de berço com caixotões pintados com emblemática. Porta manuelina de arco polilobado com decoração de grutescos, vegetalista e heráldica, na parede fundeira do coro. Volumetria e fachadas simples e austeras vazadas por janelas rectangulares e óculo elíptico. No interior paredes dinamizadas pelo emprego de azulejo de padrão e figurativo, retábulos de talha dourada maneirista, de estrutura essencialmente arquitectónica, emoldurando pinturas, e barroca, da 1ª fase do estilo nacional e de transição para a 2ª fase, empregando nichos com imagens entre colunas pseudo-salomónicas em que se conjuga decoração de parras e cachos de uvas com folhas de acanto e possuindo raios de talha a unir as arquivoltas que, no entanto, não são torsas. Igreja com ábside a O., pouco proeminente; volumetria exterior e coberturas unificadas, não correspondente à modelação do espaço interior, dividido em nave e coro por gradeamento; a capela-mor é mais elevada, no mesmo plano do coro, particularidade decorrente da necessidade de visibilidade do altar pelas monjas; as instalações conventuais situavam-se a S. e E. da igreja *3. O portal manuelino, hoje localizado na parede E. do coro, foi transferido de outro local, possuindo uma estrutura e decoração indiciadoras de que estaria volvido para o exterior, em local protegido (talvez no Claustro), dando passagem para dependência conventual. Está montado sobre plintos de talhe diferente, com losangos, e no intradorso os pés-direitos apresentam marcas de ferragens. Na Sacristia interessante conjunto de azulejos de composição figurativa da vida de S. Bernardo.
Número IPA Antigo: PT031001070010
 
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Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Convento / Mosteiro  Mosteiro feminino  Ordem de Cister - Cistercienses

Descrição

Igreja de planta longitudinal rectangular simples, estreitando na cabeceira, a O., em rectângulo menor, justaposto. Não coincidência exterior/interior, correspondendo o rectângulo maior ao 1º tramo da capela-mor, nave e coro das monjas. A N. adossadas Sacristia e 2 salas rectangulares; a S. Portaria encimada pela torre sineira, inscritas em corpo rectangular; perpendicularmente uma ala do Dormitório, truncada, rectangular. Volumes articulados de massa horizontalista e torre verticalista. Coberturas diferenciadas de telhados a duas águas na Igreja e Dormitório, a 1 água na Sacristia e dependências anexas, e domo acantonado de coruchéus na torre. Igreja não orientada. Fachada O: pano da ábside com contrafortes nos cunhais, pequena janela de moldura rectangular e remate em frontão triangular encimado por cruz pétrea. Fachada S.: panos da ábside e do corpo da igreja marcados por contrafortes superiormente vasados por nichos em arco pleno com baldaquinos de concha, com estátuas de São Bento e São Bernardo, sobre lápides epigrafadas; no 1º pano janela rectangular e no 2º 4; sob a 4ª janela portal de moldura rectangular com data de 1671 inscrita no lintel, encimado por arquitrave e frontão triangular interrompido; no tímpano brasão real emoldurado por cartela de volutas; à direita corpo avançado da Portaria e torre com 5 registos separados por frisos: no 1º porta de verga superiormente ondeada, nos 2º e 3º janelas gradeadas de moldura rectangular, no 4º relógio ladeado por vão cego em arco pleno, o 5º é menor, rasgado por 4 sineiras em arco pleno. Seguem-se para E. corpo saliente baixo, quadrangular, vazado por arco pleno; pano do coro das monjas com 4 janelas de moldura rectangular; corpo saliente rectangular com arco pleno entaipado. Fachada E.: 2 registos marcados por saiméis e vãos em arco pleno e rectangulares, entaipados; no 3º registo 3 janelas rectangulares; remate em empena angular com óculo central. Fachada N.: no 1º registo corpos da Sacristia e salas anexas com 7 janelas rectangulares de várias dimensões e em planos distintos; no 2º panos do coro das monjas e da nave com 10 janelas rectangulares divididas a meio por janelão; à direita contraforte e pano da abside, cego. A S. da Portaria corpo do Dormitório com 2 registos separados por friso: no 1º fresta encimada por 2 pequenos óculos elípticos e 1 vão em arco pleno; no 2º 2 janelas de moldura rectangular. Segue-se área arruinada rasgada por vãos de janelas correspondentes às celas, voltados a O. e a E., e um corredor abobadado em berço. INTERIOR: Dividido em nave única e coro das monjas por 2 degraus e grande arco em asa-de-cesto com gradeamento dourado, encimado por passadiço com balaustrada alta e gradeamento, deitando para a nave e coro, iluminados por janelas rectangulares a S., E. e N. e janelão a meio da parede N. e óculo a E. No pavimento uma tampa sepulcral epigrafada. O coro é revestido de azulejos de padrão, azuis e brancos e circundado por cadeiral monumental. Ao centro da parede E. portal entaipado em arco polilobado, de cantaria, decorado com grutescos, motivos vegetalistas e heráldica. A S. porta para dependências conventuais, entaipada, encimada pela tribuna do órgão. Nas paredes S. e N. da nave, painéis de azulejo formando silhares intercalando as capelas laterais pouco profundas preenchidas com retábulos de talha dourada. Do lado do Evangelho: altar da Árvore de Jessé, com retábulo que conjuga pilastras e colunas decoradas com florões; altar das Almas, de talha simples a envolver tela de Josefa de Óbidos, inferiormente com cartela epigrafada; capela de Santo António (originalmente São José) com retábulo arquitectónico sem pinturas, com ornatos vegetalistas e cabeças aladas; do lado da Epístola: altar com crucifixo de madeira envolvido por retábulo com colunas torsas decoradas por cachos de uvas e parras encimadas por arquivoltas unidas por raios de talha; altar do Sagrado Coração de Jesus (originalmente de São João Baptista), com retábulo de talha maneirista com ornatos vegetalistas e molduras com cenas da vida de São João Baptista, entre colunas com decoração floral e ramagens, rematadas por acantos; altar de Nossa Senhora de Fátima (originalmente de Santo António) com 3 painéis com cabeças de anjo sob colunas com ramagens a ladear 4 molduras com 2 pinturas de São Bernardo e Santa Lutegarda. Na parede N. púlpito. Cobertura unitária de falsa abóbada de berço revestida de caixotões de madeira, com 89 painéis contendo emblemática, figurações sacras e alegorias, emoldurados de talha dourada e polícroma. Capela-mor pouco profunda sobre 2 degraus, com grande retábulo de talha dourada tendo na base 2 portas de acesso à tribuna, ladeada por colunas pseudo-salomónicas decoradas com parras e cachos de uvas e encimadas por capitéis com folhas de acanto, intercalando nichos com imagens de São Bento e São Bernardo sobre mísulas com mascarões e cabeça de menino; ao centro tribuna com balaustrada, conjunto escultórico da Fuga para o Egípto, ladeado por "virtudes" e trono com imagem de Nossa Senhora, entre 2 anjos; superiormente as arquivoltas são lisas, decoradas com motivos florais, unidas por raios de talha, sob sanefa polícroma com lambrequim com 2 anjos tenentes e escudo partido com armas reais e dos cistercienses. Perifericamente envolvem o retábulo telas com ciclo da vida de São Bernardo e, superiormente, 5 pinturas com cenas eucarísticas. SACRISTIA: paredes revestidas de painéis de azulejos de composição figurativa com episódios da vida de São Bernardo; nas paredes E. e O. vestígios de pinturas murais. PORTARIA: tecto de madeira pintado com emblema mariano emoldurado por cartela de volutas com cabeças de anjo; no chão está o antigo sino.

Acessos

Rua de Santa Rita; Rua Professor José dos Santos Teodoro; Rua António Barbosa

Protecção

Categoria: MN - Monumento Nacional, Decreto n.º 13/2021, DR, 1.ª série, n.º 109 de 07 junho 2021 (ampliação e reclassificação) *1

Enquadramento

Peri-urbano. No extremo N. da povoação, junto de estrada e ponte sobre a Ribeira de Cós, em terreno plano. Isolada, tendo nas proximidades quintais e casas de habitação de tipo rural com logradouro a S. e E.; pomar e terras de lavoura a NE. Pequeno adro murado com portão de ferro a S. da Igreja, com palmeiras, dando acesso à Portaria e dependências monacais, das quais apenas resta um corpo a S. (Dormitório e Claustro).

Descrição Complementar

A meio da parede E. do coro das monjas, flanqueado pelo cadeiral, está um portal manuelino, entaipado, em arco policêntrico emoldurado por colunelos sobre bases facetadas, providos de capitéis com rosetas, bagas e nastros. Os colunelos interiores prolongam-se em arco festonado e os periféricos, mais grossos, em arco polilobado, decorado no extradorso com cogulhos de acanto e 2 esferas armilares sob as quais se forma um círculo com uma flor inscrita. O arco remata-se em pentágono curvilíneo com os vértices laterais unidos por florões, a enquadrar escudo real encimado por coroa e cruz da Ordem de Cristo. A decoração dos pés-direitos arranca de um cesto e é constituída por uma sucessão de pares de golfinhos semi-vegetalistas com bocas e caudas unidas por cordões; junto ao fecho os golfinhos abocanham campânulas e flores da aboboreira. AZULEJO: NAVE: Silhares de azulejo de padrão, 4 x 4 azulejos; barra formada por azulejos de padrão, 2 x 2 azulejos; monocromia: azul de cobalto em fundo branco; alguns azulejos desemparelhados; CORO: Paredes totalmente revestidas de azulejo organizado em dois registos: até cerca de 2m (altura do cadeiral) azulejo de figura avulsa: flores, animais, figuras humanas; monocromia: azul cobalto em fundo branco; no registo superior: azulejo de padrão, 6 x 6 azulejos; monocromia: azul cobalto em fundo branco; todas as janelas são delimitadas por barra e friso com motivos ornamentais vegetalistas; parede E.: enquadramento arquitectónico da janela em "trompe l'oeil": mísulas, volutas, consolas, entablamento, figuras infantis; na parte superior da janela, em cartela central, a data 1715; monocromia: azul de cobalto em fundo branco; SACRISTIA: Revestimento de azulejos de composição figurativa; organizado em dois registos: 1. Registo inferior: painéis de composição ornamental, formando silhar; monocromia: azul de cobalto em fundo branco; temática: composição seriada alternando balaústres e albarradas; 2. Registo superior, 8 painéis de composição figurativa ilustrando cenas da vida de São Bernardo, separados por barras de motivos vegetalistas, enrolamentos de folhagem e carrancas nos cantos; monocromia: azul de cobalto em fundo branco; nas duas paredes do topo da sacristia, as armas papais de Sisto V (à esquerda da porta de entrada) e as da Ordem de S. Bernardo (sobre a porta da ante-sacristia); A ordem sequêncial dos painéis tem início na porta da sacristia avançando para a direita: painel 1: Predição do Nascimento de São Bernardo, 10 x 9 azulejos; painel 2: Tentação de São Bernardo, 10 x 9 azulejos; painel 3: Caridade de São Bernardo e Aparição do Menino ao Santo, 9 x 22 azulejos; painel 4: Conversão e Absolvição de Guilherme de Aquitânia, 9 x 22 azulejos; painel 5: Reconhecimento por Henrique de Beauclerc, Rei de Inglaterra, de Inocêncio II como Papa, 9 x 9 azulejos; painel 6: Cura Milagrosa de S. Bernardo, 9 x 9 azulejos; painel 7: Viagem de São Bernardo, 9 x 10 azulejos; painel 8: Milagre da Carroça, 9 x 10 azulejos; ca 1716; este conjunto de painéis foi realizado a partir de gravuras de António Tempesta que ilustram o livro "Vita et Miracula D. Bernardi Clarevalensis Abbatis" *1, publicado em Roma em 1601. INSCRIÇÕES:1. Inscrição identificativa da estátua colocada no 1º nicho da fachada S. gravada no arco do mesmo; Calcário; Tipo de Letra: Capital Quadrada; Leitura: SANCTUS BENEDICTUS; Tradução: São Bento. 2. Inscrição gravada numa lápide localizada sob o nicho da fachada S.; moldura dupla em resalto; Calcário; Tipo de Letra: Capital Quadrada; Leitura: OB PATERNITATIS AMOREM 1670; Tradução: Por amor da paternidade, 1670; 3. Inscrição identificativa da estátua colocada no 2º nicho da fachada S. gravada no arco do mesmo; Calcário; Tipo de Letra: Capital Quadrada; Leitura: SÃO BERNARDO; 4. Inscrição gravada numa lápide colocada sob o arco do 2º nicho; moldura dupla em resalto; Calcário; Tipo de Letra: Capital Quadrada. Leitura: OB HUIUS OPERIS PATROCINIUM 1669; Tradução: Obra feita sob o seu patrocinio 1669; 5. Inscrição funerária gravada numa tampa de sepultura com moldura simples e decoração central em forma de peanha com volutas, onde assenta a última linha do texto epigrafado. Dimensões: 1,82 x 73; Campo epigráfico: 165,5 x 56,5; moldura: 7; Tipo de Letra: Capital Quadrada. Leitura: AQUI JAZ O REVERENDO PADRE TEODÓSIO DE AGORRETA TESOUREIRO-MOR QUE FOI DA SÉ DE LEIRIA E COMISSÁRIO DO SANTO OFÍCIO QUE FALECEU A 1[2] DE JUNHO DE 1709; 6. Inscrição gravada em relevo no sino*2 Dimensões: 93,5x3; Campo Epigráfico: (?). Tipo de Letra: Capital Quadrada. Leitura: MANDADO FAZER PELA PARÓQUUIA DE CÓS NA VILA DE SANTA CATARINA POR ANTÓNIO FERNANDES AMADEU EM 1884. PADRE NOSSO AVÉ MARIA. ANGELORUM MANDUCAVIT HOMO.

Utilização Inicial

Religiosa: mosteiro feminino

Utilização Actual

Religiosa: igreja

Propriedade

Pública: estatal

Afectação

Sem afetação

Época Construção

Séc. 16 / 17 / 18

Arquitecto / Construtor / Autor

CARPINTEIRO: António Pires (1554). MARCENEIRO: Domingos Lopes, (1679). MESTRE-DE-OBRAS: Diogo Frade (1519-1527); Diogo Salvado (1519-1527). PINTOR: Josefa de Óbidos (séc. 17). PINTOR DE AZULEJO: Teotónio dos Santos (atr., 1714). PINTOR - DOURADOR: João Mota (1684).

Cronologia

Séc. 12 - o Mosteiro de Alcobaça adquire propriedades em Cós, que inclui nos seus Coutos, e Gregório IX confirma-as como uma das granjas que alimentavam a comunidade religiosa; 1241 - o primitivo núcleo monástico fundado pelo Abade de Alcobaça, D. Fernando, em cumprimento de um legado de D. Sancho I, de que não existem vestígios, destinado a viúvas que desejavam levar vida religiosa; séc. 13 - 14 - D. Dinis, D. Pedro I e D. Fernando, tomam o Mosteiro sob proteção régia; 1519 - a abadessa requere a presença de Vasco de Pina, vedor e administrador das obras e rendas de Alcobaça, e de João de Castilho, mestre de obras do mesmo, tendo o primeiro escrito ao rei sobre a pobreza da igreja e dependências conventuais existentes; 1519-1527 - campanha de obras respeitante ao corregimento e fazimento de muros, paredes estruturais e coberturas, em que se poderá incluir o portal manuelino, hoje no coro; 1520 - compra de ornamentos para o mosteiro e pagamento a Diogo Afonso de 450 reais por 1 milheiro de telha que fez para o relego e forno do Mosteiro; 1527, 23 e 25 dezembro - conhecimento de Diogo Salvado, oficial das obras do Mosteiro, em como recebeu 1.000 reais do vedor das obras do mesmo, e conhecimento dos restantes oficiais das obras em como receberam 14.112 reais da sua empreitada; 1532 - visitação de D. Edme Saulieu, depois de algumas obras feitas, tendo sido conduzido a um oratório novo, no entanto aquele refere o miserabilismo da casa; 1554, 30 março - Alvará de D. joão III a António Pires, carpinteiro das obras do Mosteiro; 1560-1562 - campanha de obras promovida pelo Abade, Cardeal-Infante D. Henrique: Dormitório, Claustro (mais tarde designado "o velho") e a Igreja, que ficava a S. da igreja nova, aonde hoje está a Capela de Nossa Senhora do Carmo (FIGUEIREDO);1566 - Bula de Pio IV confirma os dotes dados pelo Cardeal-Infante D. Henrique que separam o Mosteiro da Abadia de Alcobaça; 1669 e 1679 - Datas inscritas no exterior da ábside, assinalando campanhas de obras; 1671 - data inscrita sobre o portal; construção do Claustro novo (COCHERIL, 1983); conclusão da cobertura da nave e coro; 1679, 09 março - contrato com o marceneiro Domingos Lopes para a feitura do retábulo-mor da igreja (FERREIRA, vol. II, p. 497); 1684, 22 janeiro - as religiosas contratam João Mota para dourar o retábulo-mor, por 800$000 (FERREIRA, vol. II, p. 588); 1709 - o Padre Teodósio de Agorreta é sepultado na nave; 1714 - revestimento azulejar das paredes da sacristia e coro, atribuídos com reservas a Teotónio dos Santos (José MECO); 1715 - pintura do teto; 1776 - construção do novo Dormitório, com 4 celas em 2 andares, do lado S., e casa para residência dos padres, a mando do Abade D. Manuel de Mendonça (FIGUEIREDO); 1834 - encerramento do Mosteiro e venda das instalações conventuais; a igreja passa ao serviço da paróquia; 1884 - António Fernandes Amadeu faz o sino, segundo inscrição; 1946, 02 janeiro - classificação como Imóvel de Interesse Público, pelo Decreto n.º 35 443, DG, 1.ª série, n.º 1; 1955 - 1961 - a igreja encontra-se em mau estado, com o teto e a parede E. a cair, infiltrações de água, vidraças quebradas; a talha, o cadeiral e as pinturas de Josefa de Óbidos necessitam de restauro e as dependências estão arruinadas; 1963 - continua a degradação em virtude de inundações provocadas pelo ribeiro próximo; 1969 - infiltrações de água da chuva, deteriorando o teto; 1970 - 1971- na Sacristia continua a chover, arruinando mobiliário, talha e azulejos; há uma porta quebrada e as bancadas do coro e as madeiras do teto estão a apodrecer; 1972 - deterioração dos tetos pintados da Sacristia, motivando deslocação de brigada móvel do I.J.F.; 1977 - azulejos, cadeiral, talha e pinturas em risco de destruição; 2017, 29 março - publicação do anúncio de abertura do procedimento de ampliação da classificação da Igreja de Santa Maria de Cós, de forma a incluir a ala arruinada do antigo dormitório, de reclassificação como Monumento Nacional (MN), em Anúncio n.º 42/2017, DR, 2.ª série, n.º 63/2017.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes.

Materiais

Estrutura em alvenaria de pedra e cantaria de granito; fachadas com reboco bastardo; cobertura: telha cerâmica e chapa de zinco; azulejos; pavimentos: madeira e granito; janelas com caixilhos em ferro, portas de madeira e vidro; Talha; estuque pintado; azulejos; escadaria de granito.

Bibliografia

COCHERIL, Maur, Les Azulejos de l'abbaye cistercienne de Cós, in Arquivos do Centro Cultural Português, vol. VIII, Paris, 1974; COCHERIL, Dom Maur, Note sur la décoration de l'église de l'abbaye cistercienne de Santa Maria de Cós, Alcobaça, 1983; FERREIRA, João Palma, A Abadia de Santa Maria de Cós carece de reparações mais amplas, in A Capital, 4 de Julho de 1988; FERREIRA, Maria Augusta Trindade, O sentido da decoração do painel do espaldar do cadeiral de Cós, Alcobaça, 1978; FERREIRA, Sílvia Maria Cabrita Nogueira Amaral da Silva, A Talha Barroca de Lisboa (1670-1720). Os Artistas e as Obras, Lisboa, Dissertação de Doutoramento em História da Arte apresentada à Faculdade de Letras de Lisboa, 2009, 3 vols.; GIL, Júlio, As mais belas igrejas de Portugal, vol. II, Lisboa, 1989; MECO, José, O Azulejo em Portugal, in História de Arte em Portugal, Lisboa, 1989; PAIS, Alexandre, A imagem de S. Bernardo em azulejos do mosteiro de Santa Maria de Cós, in Azulejo, nº3-7, Lisboa, 1999; RASQUILHO, Rui, Guia Turístico da Região da Alcobaça, Alcobaça, s.d.; SEQUEIRA, Gustavo de Matos, Inventário Artístico de Portugal, vol. V, Lisboa, 1955; SIMÕES, J. M. dos Santos, Azulejaria em Portugal no séc. XVII, Lisboa, 1971; SMITH, Robert, Cadeirais de Portugal, Lisboa, 1958; SOUSA, Cristina Maria André de Pina e e GOMES, Saul António, Intimidade e Encanto. O Mosteiro Cisterciense de Santa Maria de Cós, Leiria, 1998; Tesouros Artísticos de Portugal, Lisboa, 1976; http://www.patrimoniocultural.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/75039 [consultado em 5 agosto 2016].

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DRMLisboa

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DRMLisboa

Documentação Administrativa

IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DRMLisboa, DGEMN/DSARH; DGARQ/TT: Corpo Cronológico (Parte I, maço 26, doc. 73; Parte II, maço 92, doc. 116; maço 145, doc. 160; maço 145, doc. 168), Chancelaria de D. João III (Privilégios, Liv. 3, fl. 109v.); BNPortugal: FIGUEIREDO, Frei Manuel de, 1780, Cód.1494 e 1479

Intervenção Realizada

DGEMN: 1958 - Arranjo de altares, tectos, coberturas exteriores, guarda-pó, ripado, barrotes e portas na Igreja e Sacristia; demolição de grade de ferro e do pavimento de mosaico e madeira, substituindo-o por tijoleira na capela baptismal; 1959/1960 - Consolidação da empena E. com cintas de betão armado e enchimento de vãos com alvenaria hidráulica; levantamento de azulejos; limpeza, conservação e restauro da torre e dependências anexas; início do arranjo do telhado e madeiramentos sobre o cadeiral; demolição de dependência junto à torre; pavimentação de lajedo nos patamares da mesma; limpeza de altares e consolidação de peças de talha; assentamento de guarda-pó; 1963 - Revisão, limpeza e substituição de telhas e peças estruturais do madeiramento; reparação da porta principal; demolição e colocação de novas alvenarias junto de um vão a S.; 1965 - Restauro de parte da cobertura a E. da Igreja (telhas e estrutura); construção de guarda-pó;substituição dos pavimentos da torre com apoios de alvenaria hidráulica; 1967 - Reconstrução do telhado, ripado, varedo e guarda-pó, imunizando as madeiras com carbolinco; 1968 - Substituição total da cobertura, assentando-a sobre novo vigamento; levantamento e arranjo do telhado da Sacristia; 1972 - Reparação do telhado da Sacristia com cintagem de betão armado, esteira pré-esforçada, ripado de cimento e respaldo de paredes; 1973 - Apeamento das tábuas pintadas do tecto da Sacristia e 1ª sala anexa, ficando a aguardar restauro pelo I.J.F., com vista a exposição; substituição por tectos de madeira de castanho; reparação do arcaz; picagem e reconstrução de rebocos e reparação de janelas e portadas nos anexos; electrificação e instalação de som; reparação da porta exterior do coro; substituição de vidraças nas janelas da igreja e coro; revisão geral da cobertura da igreja; cintagem de paredes; demolição de alvenarias; capeado de cantaria em remate de muros no adro; assentamento de grades e portão de ferro; picagem e rebocos, limpeza de paramentos e cantarias e caiação; janelas com veda-luz de casquinha no anexo; restauro do óculo-rosácea, caixilharias, ferragens, portas, grade do coro, altares, tecto e cadeiral; pavimentação do adro, capela-mor, igreja e anexo; levantamento e reassentamento de azulejos; reconstrução da cobertura, pavimento e escada e picagem de rebocos da torre; 1977/ 1979 - Revisão geral do telhado; picagem e reconstrução de rebocos exteriores com aditivo impermeabilizante e caiação; apeamento de coberturas na área da torre; demolição de tabiques; tijoleira cerâmica em revestimento de cobertura do órgão; reparação de caixilhos, grades de ferro da Sacristia e porta principal; limpeza de pilastras e elementos de cantaria lavrada; rebaixamento e calcetamento do adro; demolição do muro da entrada e assentamento de murete em betão com degraus-soleira, grade de ferro e portão; reconstrução de rebocos e pavimentos na nave e anexos da torre, escada, abóbadas, patamares, pavimentos e coroamento de paredes desta; limpeza e consolidação de azulejos; levantamento, restauro e entaipamento do portal manuelino; colocação de portas e guarda-vento; limpeza, reparação e pintura da teia e balaustrada da nave, púlpito e grade do coro; reconstrução do pavimento do órgão; restauro do cadeiral; instalação eléctrica; 1979 - Substituição do telhado da igreja; picagem, reconstrução e caiação de rebocos; montagem dos elementos de cantaria que enquadram o portão; desentaipamento da porta manuelina e novo entaipamento com parede de tijolo rebocada; picagem e reconstrução de rebocos em salas sob a tribuna do órgão; colocação de chapa de alumínio e suportes de latão na base e encosto do cadeiral; revestimento de pavimento na Sacristia; degraus na entrada da igreja, torre, portão e altar-mor; consolidação de azulejos; 1980 - Restauro de 10 painéis do tecto da igreja com apoio do I.J.F. e da F.R.E.S.S.; substituição da estrutura de madeira; limpeza da estrutura do telhado; picagem de reboco, lavagem de paredes e reboco hidrofugado para fixação do cadeiral; estrutura do varandim do órgão em betão armado; revestimento do tecto sob o púlpito com tábuas de forro; desmonte da teia longitudinal da nave; substituição de portas; arranjo do muro exterior com assentamento de grade; soleira na Sacristia; restauro do relógio; instalações eléctricas e sonoras; 1981 - Restauro parcial do tecto com apoio da F.R.E.S.S. e do I.J.F., e da estrutura de 2 tramos; 1982 - Tratamento da armação do telhado e do tecto da nave com insecticida; 1984 - Consolidação da talha do altar-mor, restauro da pintura das molduras de 35 painéis do tecto da nave, desmontagem de 45 painéis do tecto do coro para fixação das pinturas sob orientação do I.J.F. e reparação da estrutura de suporte; picagem e reconstrução de rebocos nas paredes da capela-mor; 1985 / 1986 - Apeamento da estrutura de suporte dos painéis do tecto com substituição por cambotas e regularização dos apoios e amarrações para fixação dos painéis e molduras, sob orientação do I.J.F.; desmontagem do caixilho do óculo do coro e demolição da alvenaria de tijolo envolvente; picagem e execução de rebocos dos enxalços do vão, novo caixilho e pintura da rede; montagem dos painéis restaurados no tecto do coro e restauro da pintura das molduras dos painéis, sob orientação do I.J.F.; 1989 - Reparação do telhado da Sacristia e anexos com execução de novo ripado em cimento; reparação do telhado da igreja em várias zonas e limpeza de caleiras; 1998 - Manutenção do cadeiral; restauro de telas; consolidação e limpeza de altares laterais; 1999 - Consolidação e limpeza do altar do Sagrado Coração de Jesus e de 2 nichos laterais; 2002 - Estudo das pinturas decorativas dos caixotões do tecto da sacristia para posterior colocação; 2003 - Conservação e restauro das talhas e pinturas do altar-mor; 2004 - Reparação da cobertura da sacristia por meio de aplicação de subtelha e substituição total da telha; beneficiação da instalação eléctrica do altar-mor, altares laterais e tecto da nave e coro; 2005 - Beneficiação da instalação eléctrica na sacristia e ante-câmara e colocação de moedeiro na torre para visitas turísticas; conservação e restauro do altar do Senhor dos Passos, portas do côro e colocação de porta no arco polilobado.

Observações

*1 - DOF: Igreja e parte do antigo dormitório e restantes dependências do Mosteiro de Santa Maria de Coz. *1 - existe um exemplar deste livro na Biblioteca do Mosteiro de Alcobaça. *2 - desactivado devido a uma fenda; serviu de molde ao actual sino. *3 - o Dormitório corria de N. a S., com 2 registos vazados por 11 janelas cada um (Fr. Manuel de FIGUEIREDO).

Autor e Data

Isabel Mendonça 1991 / Paula Correia, Lina Marques e Filipa Avellar 2002

Actualização

Júlio Grilo 2006
 
 
 
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