Estação Ferroviária de Abrantes

IPA.00032991
Portugal, Santarém, Abrantes, União das freguesias de São Miguel do Rio Torto e Rossio ao Sul do Tejo
 
Estação ferroviária da Linha da Beira Baixa e inicial da Linha do Leste, construída no séc. 19 pela Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses, conservando o edifício de passageiros, com implantação lateral, paralela às linhas férreas, o das instalações sanitárias, um cais coberto, servido por um cais descoberto com guindaste e gabarit de via, antigas casas do bairro ferroviário (habitação para pessoal braçal), armazém de víveres e cocheira. O edifício de passageiros tem linhas depuradas, mas uma dimensão considerável, com planta retangular, composta por três corpos regularmente dispostos, o central seccionado em três e de dois pisos e os laterais de apenas um, terminados em platibanda plena. As fachadas possuem silhar de azulejos, de padrão policromo, colocados no séc. 20, e são rasgadas por vãos retilíneos, à exceção do pano central da principal e da posterior, de esquema semelhante, onde se abrem vãos em arco de volta perfeita, conferindo maior dinamismo ao edifício, percorrendo a fachada posterior marquise em ferro sobre a plataforma. A toponímica da estação surge em painéis de azulejos, em todas as fachadas, e as vedações em cimento armado foram executadas pela Divisão de Via e Obras da CP. O edifício das instalações sanitárias apresenta programa semelhante ao edifício de passageiros.
Número IPA Antigo: PT031401120262
 
Registo visualizado 440 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Transportes  Apeadeiro / Estação  Estação ferroviária  

Descrição

Conjunto composto por edifício de passageiros (EP), as instalações sanitárias (WC), erguidas a norte, o cais coberto (CC) (armazém), a sudeste do edifício de passageiros, cobertura de uma das plataformas de passageiros, antiga cocheira retangular, antigo armazém de víveres, casas do antigo bairro ferroviário, depósito de água, depósitos de gasóleo, toma de água e gabarit de via, existindo, na restante área, outros elementos caraterísticos da paisagem ferroviária, como linhas férreas, plataformas de passageiros, postes de catenária e vedações de delimitação do domínio público ferroviário, em cimento armado. EDIFÍCIO DE PASSAGEIROS, disposto paralelamente à linha férrea, de planta retangular composta por três corpos, o central seccionado em três, sensivelmente mais avançado e de dois pisos, e os laterais de apenas um. Volumes escalonados, com massas dispostas na horizontal e coberturas diferenciadas, em telhados de quatro águas, no corpo central, e de três, nos corpos laterais. Fachadas rebocadas e pintadas de branco, percorridas por soco de cantaria e silhar de azulejos de padrão vegetalista, policromos, com cunhais apilastrados, em silharia fendida, e remates em friso e cornija, de cantaria, e platibanda plena. A fachada principal, virada a nordeste, e a posterior, à linha, são semelhantes, possuindo cinco panos, o central com os pisos separados por friso e rasgado por três eixos de vãos, em arco de volta perfeita, com fecho saliente, correspondendo, no piso térreo, a portas e, ao nível do segundo piso, a janelas de peitoril, possuindo sobre a porta central painel de azulejos com toponímia. Os restantes panos são rasgados por vãos retilíneos, surgindo nos intermédios, também de dois pisos, porta entre janelas de peitoril, no piso térreo e janelas de peitoril, no superior, que surgem também panos de topo, de apenas um piso. A fachada posterior é percorrida em toda a extensão por pala ou marquise avançada na plataforma de passageiros, em ferro, pintada de azul, sobre colunas. Nas fachadas laterais abrem-se duas portas e existe painel de azulejos com toponímia. INSTALAÇÕES SANITÁRIAS de planta retangular simples e cobertura de uma única água. As fachadas são rebocadas e pintadas de branco, percorridas por soco de cantaria e silhar de azulejos de padrão policromo, com cunhais apilastrados e remates em cornija de massa e platibanda plena. A fachada principal surge virada a sudoeste, rasgada por duas portas, de acesso ao interior, protegidas por anteparo, também com silhar de azulejos, e encimadas por painel de azulejos com toponímia. CAIS COBERTO (armazém) de planta retangular simples, com massa disposta na horizontal e cobertura em telhado de duas águas, em chapa metálica, sobre estrutura e asnas de madeira, prolongando-se em longas abas corridas. Possui as fachadas em alvenaria rebocada e pintada de branco, com a zona superior em madeira, pintada de cinzento. ARRANJOS EXTERIORES: plataformas de passageiros em placas de cimento com seixos. Mobiliário de estação: teleindicador de plataforma, bancos e candeeiros de iluminação pública. RESTANTES ÁREAS: postes de catenária, vários tipos de vedação para delimitação do domínio público ferroviário, um dos quais em cimento armado, e sinalética específica para passageiros.

Acessos

São Miguel do Rio Torto, Rua da Estação de Abrantes; Linha da Beira Baixa - Ponto quilométrico 134,919 (PK); Linha do Leste - Ponto quilométrico 0,00 (PK). WGS84 (graus decimais) lat.: 39,440286; long.: -8,194147

Protecção

Inexistente

Enquadramento

Urbano, isolado. Implanta-se a sul do rio Tejo, no denominado Rossio de Abrantes, a alguma distância do centro urbano da cidade, onde se faz a bifurcação para a linha do Leste e nas imediações da EN2. Possui largo frontal pavimentado a empedrado e, na envolvente, erguem-se vários silos de cereais.

Descrição Complementar

Em todas as fachadas do edifício de passageiros surge, ao nível do piso térreo, painel de azulejos branco, com moldura e letras a azul, da toponímia da estação: "ABRANTES". Nas instalações sanitárias, existe painel de azulejos semelhante com a inscrição "RETRETES".

Utilização Inicial

Transportes: estação ferroviária

Utilização Actual

Transportes: estação ferroviária

Propriedade

Pública: estatal

Afectação

Infraestruturas de Portugal (conforme do artigo 6º, nº 2 e 5, e artigo 11º, n.º 1, ambos do DL 91/2015, e com a regras definidas pelo regime jurídico do Domínio Público Ferroviário que constam do DL 276/2003)

Época Construção

Séc. 19 / 20

Arquitecto / Construtor / Autor

ARQUITETO: Bernardino Coelho (1936). PROJETISTA: Divisão de Via e Obras da CP (séc. 20).

Cronologia

1862, 07 novembro - abertura à exploração do troço da Linha de Leste, entre Ribeira de Santarém e Abrantes; 1885, dezembro - início das obras de construção da Linha da Beira Baixa, entre Abrantes e Guarda; 1886 - data inscrita no guindaste da estação; 1891, 06 setembro - abertura à exploração do troço da Linha da Beira Baixa entre Abrantes e Covilhã; 1923 - construção da casa junto à passagem de nível; 1936, janeiro - desenho de projeto para o Armazém de Víveres, assinado por (Bernardino) Coelho, mas segundo conceção de Cottinelli Telmo, da Divisão de Via e Obras da C.P.; a vedação para delimitação do domínio público ferroviário, tem desenho da Divisão de Via e Obras da CP;. 1973, 22 janeiro - diagrama da estação composta por edifício de passageiros, jardim, instalações sanitárias públicas, cais coberto servido por cais descoberto, com guindaste de 6 T, garagem, reservatório, forno, várias casas de habitação, báscula de 30 T, gabarit, e outras estruturas.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes.

Materiais

Estrutura rebocada e pintada; soco, cunhais, frisos, cornija e molduras dos vãos em cantaria de calcário; cornijas em massa; silhar de azulejos policromos; portas e caixilharia de madeira; vidros simples; cobertura de telha.

Bibliografia

ALVES, Rui Manuel Vaz - Arquitectura, Cidade e Caminho de Ferro. Tese de doutoramento em Arquitetura apresentada na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra. Coimbra: texto policopiado, 2015, vol. 1 e 2; ABRAGÃO, Frederico de Quadros - Apontamentos para a História dos Caminhos de Ferro. 1956; CALADO, Rafael Salinas, ALMEIDA, Pedro Vieira de - Aspectos Azulejares na Arquitectura Ferroviária Portuguesa. [Lisboa]: Caminhos de Ferro Portugueses, EP, 2001; FINO, Gaspar Correia - Legislação e disposições regulamentares sobre caminhos de ferro. Lisboa: Imprensa Nacional, 1903; 1908; FRAILE, Eduardo Gonzalez - Las primeras estaciones de ferrocarril: su tipologia; HUMBERT, Georges-Charles - Traité Complet des Chemins de Fer. Paris: Baudry, 1891; LOPEZ GARCIA, Mercedes Lopez - MZA - Historia de sus estaciones. Coleccion de ciências, humanis y enginieria, n.º 2). Madrid: Ediciones Turner, S.A., 1986; MARTINS, João Paulo do Rosário - Cottinelli Telmo/1897-1948. A obra do arquitecto. Dissertação de Mestrado em História Contemporânea. Lisboa: texto policopiado, 1995, vol. 1; PEVSNER, Nicolaus - Historia de las tipologias arquitectónicas; PIRES, António Pinto - Linha da Beira Baixa. 2016; PEREIRA, Hugo Silveira - «Caminhos-de-ferro da Beira (1845-1893)». In Revista de História da Sociedade e da Cultura. 2011.

Documentação Gráfica

Arquivo Técnico da IP-Infraestruturas de Portugal (solicitação através do site www.infraestruturasdeportugal.pt)

Documentação Fotográfica

DGPC: SIPA; Arquivo Técnico da IP-Infraestruturas de Portugal (solicitação através do site www.infraestruturasdeportugal.pt); CMAbrantes

Documentação Administrativa

Arquivo Técnico da IP-Infraestruturas de Portugal (solicitação através do site www.infraestruturasdeportugal.pt); Arquivo Histórico da CP-Comboios de Portugal

Intervenção Realizada

Observações

Autor e Data

Paula Azevedo e Ana Sousa 2018 / 2019 (no âmbito do Protocolo de colaboração DGPC / Infraestruturas de Portugal)

Actualização

 
 
 
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