Sistema fortificado da Praça de Elvas / Fortificações de Elvas

IPA.00003245
Portugal, Portalegre, Elvas, Caia, São Pedro e Alcáçova
 
Sistema fortificado com cerca de 10km de perímetro, composto por castelo, de construção medieval, possivelmente implantado onde terá existido uma fortificação islâmica, três cercas urbanas, desenvolvidas a partir do mesmo, as duas primeiras de construção islâmica, e a terceira medieval, circundados por fortificação moderna, edificada em meados do séc. 17, com traçado abaluartado, complementado pelo Forte de Santa Luzia, a sul, contemporâneo, pelo Forte da Graça, a norte, Setecentista, ambos de traçado abaluartado, e quatro fortes mais pequenos, construídos, no início do séc. 19, a sul da praça e do Forte de Santa Luzia, de que subsistem apenas três. A estrutura do castelo resulta das obras realizadas entre o séc. 14 e o 16 e insere-se na tipologia dos castelos góticos, de planta regular, com torres retangulares nos ângulos e a meio das frentes mais expostas, criando pátio central, à volta do qual se construíram os aposentos. Tem os paramentos aprumados, rematados em parapeito com ameias de corpo largo, rasgadas na sua base por seteiras, interiormente percorrido por adarve, acedido por escadas adossadas. A torre de menagem, reformada em finais do séc. 15, integra o circuito da muralha, num ângulo da frente principal, defendendo a porta da vila, de arco apontado, encimada por balcão disfuncional, construído na década de 1940. Tem dois pisos sobre o térreo com cisterna, atualmente entulhada, o primeiro abobado, acedida por vãos, ao nível do adarve, que corre no seu interior. No ângulo oposto tem torre poligonal, de arquitetura de Transição, por concluir em 1509, rasgada por dois níveis de troneiras, o superior entaipado pela construção posterior do domo. A noroeste abre-se a porta falsa, em arco apontado, protegida na face interna por corredor fechado, com paramentos rasgados por troneiras, coberto com arcos diafragmas, sobre os quais se construiu, depois do início do séc. 16, uma cisterna. Ambas as portas eram defendidas por barbacã, a da porta falsa, porque virada à zona extramuros, maior e mais complexa. As duas cercas islâmicas delimitam a alcáçova e a medina e receberam alguns melhoramentos e reformas na sua fase final, antes da conquista cristã. Apesar de alguma descaracterização, conservam longos troços de muralha entre o casario e logradouros. Têm planta ovalada irregular, de paramentos aprumados, em taipa, rebocados na Idade Média, por questões de conservação, e depois na Moderna, normalmente sem remate ou de feitura recente. A cerca da alcáçova, possui vestígios de várias fases construtivas, mesmo dentro do período islâmico. Por exemplo, a porta da alcáçova ou do Miradeiro, que reutiliza grandes silhares graníticos, de construções anteriores, da época romana ou tardo-romana, tinha um sistema de entrada em linha reta, arco ultrapassado, sem alfiz, entre dois cubelos quadrangulares, talvez da fase inicial de ocupação islâmica. Já a porta do Templo tem estrutura mais complexa e tardia, em cotovelo simples, formado por duas portas, cada uma com dois arcos ultrapassados com alfiz, e corredor intermédio. A cerca da medina conserva várias torres retangulares e duas facetadas, normalmente maciças e, quando têm compartimento, esse surge apenas acima da cota do adarve, com seteiras. Tem três portas, ainda que os atuais vãos tenham sido abertos, à posteriori, na muralha islâmica. Destaca-se a torre da Porta Nova, inicialmente uma torre albarrã facetada, e que hoje tem a face interior plana, devido a uma reforma, talvez já sob o domínio cristão, tipologicamente semelhante à Torre de Espantaperros, da alcáçova de Badajoz, do período almóada. Sob a torre foi rasgado, em finais do séc. 16, um arco, posteriormente encimado por nicho na face interna. Para poente, existe o Arco da Praça, apontado e biselado, rasgado em 1569 sob os Paços do Concelho, conservando no seu interior pequeno pano de muralha, em taipa, semelhante à muralha almóada de Sevilha. Nas imediações, a muralha integra a Torre Nova ou da Cadeia, que talvez fosse uma torre maciça em taipa da época islâmica aproveitada como alicerce, ou como miolo, revestida a cantaria e alteada em 1367, pelo Concelho, ou no séc. 16, após a construção da cadeia adossada. Tem três pisos, os dois primeiros comunicando por escadas de caracol, cobertos por abóbadas de berço e rasgados por arcos biselados de volta perfeita ou apontado, alguns entaipados, e retilíneos, mais tardios. Mais a poente abre-se o arco do Bispo, de volta perfeita, de feitura pós medieval, encimado por corredor fechado, ladeado por torre, descaracterizada, mas que talvez pertencesse à primitiva porta islâmica. Na Rua João de Pereira de Abreu a muralha integra uma provável torre albarrã, muito modificada, com construção maciça destacada da muralha, mas a ela ligada por um arco. A terceira cerca urbana, com grande perímetro e extremidades apoiadas na cerca islâmica, teve início ainda durante o reinado de D. Afonso IV e estava concluída no 3.º quartel do séc. 15, compondo-se por 22 torres e 11 portas. Mas, porque a fortaleza Seiscentista foi construída parcialmente sobre o seu traçado, subsistem poucas estruturas e é difícil localizar as portas. As estruturas mais significativas encontram-se na zona do Museu Militar, onde existe longo pano de muralha, formando corredor de circulação no topo; uma torre retangular, bastante reformada e um postigo de arco apontado, ladeado por troneiras cruzetadas. O Hospital de São João de Deus mantém também uma das torres das portas de Évora, mas muito alterada. A fortaleza que envolve a cidade, projetada por João Paschasio Cosmander, segue as principais características da Escola Holandesa, do Primeiro Método Holandês de Fortificação, constituindo um dos melhores exemplares a nível mundial e conservando grande parte das estruturas originais intactas. Apresenta planta poligonal irregular, composta por sete baluartes, um com orelhão direito, quatro meios-baluartes e um redente, interligados por cortinas, formando doze frentes, duas delas ocupando outeiros de fácil domínio pelo sitiante, circundada por fosso, escavado na rocha, com várias obras exteriores. Os paramentos em talude e com ressalto, rematam em cordão e parapeito liso ou em merlões e canhoneiras, integrando guaritas prismáticas, cilíndricas ou quadrangulares. A implantação em terreno acidentado, sobre grande parte da muralha fernandina, e a predefinição da localização das portas, determinam o seu traçado, cujo desenho Cosmander teve algumas dificuldades em adaptar às características geográficas. Tal é notório no redente do Cascalho, no meio baluarte da Corujeira onde, para resolver o problema do declive de quase 30 m, se construiu com três flancos sobrepostos, pouco eficazes, e no meio baluarte do Príncipe. Em contrapartida, na frente nascente, onde a muralha fernandina foi conservada separadamente, Cosmander projetou com grande regularidade, seguindo as medidas dadas pelo tratadista Samuel Marolois. Dos três baluartes com dois níveis de fogo de artilharia, apenas o cavaleiro do baluarte de São João de Deus é do início da construção, datando o do baluarte da Praça de Armas (curvo) e o do baluarte do Casarão (poligonal) da 2.ª metade de setecentos. A obra coroa, sem seguir a tratadística da primeira escola holandesa e projetada por Nicolau Langres, teve início em 1650, possuindo uma forma elegante e longa. A praça possui apenas três portas, estrategicamente colocadas, cobertas por revelins, em ambos existindo corpos da guarda à prova, interiormente com abóbadas de berço abatido, acedidos no transito ou na escarpa interior, com as casas do oficinal, na magistral, de acesso individualizado. A porta de Olivença, a sul, e a de São Vicente, a nordeste, seguindo a tratadística maneirista, possuem estrutura semelhante, em arco sobre impostas, entre pilastras ou panos clássicos, rematadas em entablamento definido por cordão, sendo as da magistral em silharia almofadada e fendida, coroadas por aletas com figuras híbridas, panóplias militares ou nicho. Destaca-se a porta da Esquina, a poente, com jogos cromáticos de mármore preto e branco, de dois registos, de ordens sobrepostas, a inferior toscono-jónica, com três eixos, os laterais com nichos, e a superior coríntia, rematada em frontão interrompido e com nicho, atualmente fechado por janela da Capela de Nossa Senhora da Conceição, adossada na face interna e com decoração rococó. O transito das portas tinha portas duplas e, a meio, um rastrilho, completando-se a sua a defesa por bueiras na cobertura. A praça tem oito poternas, de estrutura semelhante, em arco de volta perfeita sobre os pés direitos, exceto as que foram remodeladas em data posterior, sendo flanqueadas por revelins, capoeira e praça de armas ou só por praça de armas. No início do séc. 19 deve ter-se construído as latrinas geminadas, integradas nos parapeitos, com acesso individualizado, rasgadas por frestas, com assento ergonómico e escoamento dos dejetos para o fosso por caneiro saliente da escarpa. Os paióis de bateria surgem à superfície, com planta retangular, composta por armazém e casa de ressalva, cobertura em abóbada de berço abatido, à prova, e rasgados por porta de verga reta e frestas molduradas. Ao longo da escarpa interior, corre a estrada de armas, para facilitar a circulação e o abastecimento de homens e de munições. O Forte de Santa Luzia, construído entre 1643 e 1648, para defender a frente sul e a mais vulnerável da praça, com projeto decidido por João Paschasio Cosmander e Jean Gilot, depois de vários traçados polémicos, não segue uma escola de fortificação específica, mas introduz características inovadoras que o singularizam e que antecipam o sistema definido pelo Conde de Pagan. Apresenta planta poligonal irregular, composta por cortinas a formar um retângulo, quatro baluartes poligonais nos ângulos, contendo no interior e separado por fosso, reduto central retangular, sobreposto pela casa do governador, e exteriormente circundada por fosso e várias obras exteriores. Os paramentos são em talude, rematados por cordão e parapeito liso ou em merlões e canhoneiras, integrando guaritas prismáticas e quadrangulares, cobertas por falso domo, de panos contracurvos. Na frente norte, os parapeitos são menos espessos e não têm canhoeiras, para poderem ser destruídos a partir da cidade. A porta da magistral, na cortina virada à cidade, tem arco de volta perfeita, em silharia almofadada e fendida, entre pilastras toscanas, sustentando espaldar recortado, com lápide e brasão real, encimada por compartimento mais tardio, albergando o mecanismo da antiga ponte levadiça. Na frente sul, onde se rasga poterna, há maior reforço militar, tendo nos baluartes barbetas e a gola reforçada, no séc. 19, por dois traveses, com canhoneiras acasamatadas, existindo também sobre o reparo da cortina nascente, poente e a sul um través. No fosso interior, desenvolvem-se adossadas as dependências de apoio e um quartel, de um piso, sendo os compartimentos sob o reparo sul do séc. 19. O reduto central, descentrado e coberto em terraço, tem acesso sobrelevado a norte, a partir do adarve da magistral, por ponte levadiça. Integra pátio retangular de distribuição, tendo a sul, a antiga capela de Santa Luzia, com planta retangular e eixo longitudinal interno, composta por nave e capela-mor, abobadadas; a poente ficam as dependências dos soldados, em L irregular, e a nascente, a área dos oficiais, antigo paiol e as comunas. No topo do reduto sobressai a casa do governador, de planta quadrada, formando terraço, com lanterna central. As fachadas, simétricas, têm maior cuidado decorativo, com trabalhos de massa, marcando três panos, o central contendo vieira sobre os vãos. O interior é organizado por um corredor em cruz grega. O recinto magistral é circundado por fosso, aberto na rocha, com dois revelins irregulares virados a Espanha, um à frente da poterna, onde também existe capoeira e, no alto da contra escarpa, desenvolve-se caminho coberto, com tenalhas bastante avançadas nas frentes mais expostas, onde possui nos ângulos salientes barbetas, e tendo a sul e poente sistema de galerias de contramina. Na frente norte, sob a proteção da praça, o caminho coberto possui apenas uma pequena tenalha a flanquear a porta da magistral e uma outra por onde se faz o acesso. No início do séc. 19, a defesa foi complementada com a construção de trincheiras de pedra, de perfil curvo, a nascente e a sul, e angulosas a poente, abertura de covas de lobo e a construção de uma galeria subterrânea de comunicação com a praça, integrado paiol circular. O forte comunicava com a cidade ainda por caminho coberto, em linha reta a partir da porta de acesso ao forte, construído em 1644. O Forte da Graça foi construído na segunda metade do séc. 18, com projeto do Conde de Lippe, e obras dirigidas por Étienne e depois por António de Valleré, que introduziu várias alterações significativas, constituindo o forte Setecentista mais importante do país e com características ímpares no mundo, nas palavras de Christian, Príncipe de Waldeck, em 1798, "uma obra-prima de fortificação, cuja arte se esgotou aqui completamente". Foi projetado com traçado abaluartado, da escola de fortificação francesa, do primeiro método do Marquês de Vauban, contudo diversas características revelam uma evolução sobre o sistema de Vauban e antecipam inovações surgidas na transição do século 18 para o 19. O Conde de Lippe optou por um traçado de grande racionalidade e excelente aproveitamento do terreno, e com grande simetria e regularidade planimétrica, mas as alterações de Valleré conferiram-lhe um grau de excelência e grande sofisticação defensiva, permitindo ultrapassar as limitações do terreno. O recinto magistral tem planta quadrangular, com quatro baluartes poligonais nos ângulos, paramentos em talude rasgados por frestas de tiro, e, nos extremos das cortinas, poternas em arco, flanqueadas por canhoneiras elípticas nos flancos dos baluartes, correspondendo no interior à galeria da escarpa, desenvolvida ao longo de todo o seu perímetro, exceto nas faces dos baluartes reforçados pelo hornavaque. Na cortina virada à cidade abre-se a porta principal, em arco, entre pilastras em silharia fendida, suportando o entablamento e o remate, com lápide, brasão real, vários motivos decorativos e panóplias militares. O transito, com vários mecanismos de defesa e vãos decorados, comunica a salas circulares, a do corpo da guarda com pilar central e sala circular contígua de aquecimento, às galerias da escarpa e destas às salas capitais, hexagonais, na frente sul, e em T, no baluarte nordeste, a outros compartimentos e ao fosso interior. A nascente e poente deste, partem escadas para o terrapleno, dispondo-se sobre os baluartes canhoneiras cobertas de duplo tiro, adaptados a quartéis dos oficiais, de planta simples ou composta por três secções, e fachadas de dois pisos, constituindo exemplares únicos do tipo nas fortificações nacionais e talvez o maior conjunto em bom estado de conservação no mundo. À escarpa interior do recinto magistral, adossam-se de ângulo armazéns e paióis, e, no meio, ergue-se o reduto central encimado pela casa do governador, alteração de Valleré ao projeto original, possivelmente inspirado no Forte de Santa Luzia, e de grande raridade nas fortificações da época. Segundo Tiago Prazeres, o reduto constitui uma transição entre o método de Vauban e o de Montalembert, da primeira metade do séc. 19, com uma planta octogonal, de faces menores viradas ao meio das cortinas e aos revelins, com três níveis de casamatas rasgadas por frestas de tiro e canhoneiras, aumentando a sua eficácia defensiva. Remata em parapeito abobadado, integrando balcões cobertos com matacães, entre casamatas, sobreposto por duplo parapeito para fuzilaria, na frente norte e sul. No interior, a organização espacial do reduto e da casa do governador têm uma lógica comum, com compartimentos distribuídos à volta de um núcleo central circular integrado numa cruz grega estruturadora. O reduto alberga cisterna subterrânea, com grande capacidade de armazenamento e invulgar planimetria, de compartimentos em cruz grega, interligados por outros e comunicando por anel circular. O piso térreo tem os braços da cruz marcados por arcos, decorados com denticulados, pavimento de mármore, com motivos geométricos e cobertura em abóbada de berço, ornada com apainelados, tendo a zona central, onde se colocava o altar-mor, coberta por cúpula, com apainelados e óculos circulares, que também funcionavam como canhoneiras. A casa do governador tem as fachadas rebocadas, formando apainelados, com dois pisos, rasgadas por portas e janelas de sacada sobrepostas, com molduras e remate, em cornija sobre cachorrada e platibanda, decoradas. A comunicação entre os pisos faz-se por escada interior e uma exterior, virada à cidade, com patamar alpendrado. No interior, a sala central do piso inferior tem pinturas, de 1939, alusivas à construção do forte, e as do segundo piso são decoradas com estuques relevados, com motivos vegetalistas e geométricos. O recinto magistral é circundado por fosso geral, bastante alto, e grande profusão de obras exteriores, sobretudo na frente norte, onde o relevo era mais suave e propício a ataque, aí tendo hornaveque e respetivo revelim, separados por três outros fossos, fechados por capoeiras acasamatadas, todos eles percorridos interiormente ao longo da contraescarpa por galeria acasamatada, coberta em abóbada de berço e com frestas de tiro. Cada uma das cortinas é flanqueada por um revelim, a sul e a poente com pequenos flancos e os outros simples, tendo no terrapleno paiol e casa da guarda, barbeta no ângulo flanqueado e banquetas; no revelim sul tem a porta do Dragão, em arco abatido, entre largas faixas em silharia fendida e almofadada, e remate com dragão e panóplias militares. À frente do ângulo flanqueado dos baluartes, meios baluartes e revelim norte, existem contraguardas, as últimas de tipo tenalha. No alto da contraescarpa do fosso, desenvolve-se caminho coberto, de traçado tenalhado, protegido por parapeito, percorrido por banquetas e tendo nos ângulos salientes barbetas, sobre pequenos paióis. Nas praças de armas salientes mais a norte e a sul existem traveses, de vários tipos. Sob o terrapleno do caminho coberto, existem poternas, tipo canhoneiras, flanqueadas por pequenas casamatas abobadadas, destacando-se a de acesso à Fonte do Marechal, com longo túnel abobadado e escada; nos ângulos salientes da frente norte, existem contraminas. Nas zonas de menor inclinação do terreno e em frente das poternas, existem três filas paralelas de covas de lobo. O traçado da esplanada, da autoria de Valleré, é único no território nacional, tendo a elevação sido moldada segundo a planta das estruturas do forte, seguindo a sua regularidade geométrica, numa grande extensão e com grande inclinação. O sistema fortificado foi completado com a construção de quatro pequenos fortes, por ordem do Duque de Wellington, seguindo as características dos fortes das denominadas Linhas de Defesa de Lisboa. Implantados em outeiros, o da Piedade e o de São Francisco a flanquear o Aqueduto da Amoreira, têm planta poligonal, de pequenas dimensões, composta por reduto, fosso e esplanada. Os redutos, de traçado adaptado ao terreno, têm diferente número de faces, orientadas para onde se esperava o inimigo, com gola em posição oposta, ao centro da qual se faz o acesso, excetono da Piedade, cuja gola aproveita troço do Aqueduto da Amoreira, determinando algumas características distintas. Por exemplo, o aproveitamento de uma inflexão do aqueduto faz com que a gola não seja completamente retilínea, como nos outros fortins, e crie como que mais uma face abrindo-se, no ângulo de inflexão, uma canhoneira. Além disso, o acesso faz-se por um dos ângulos do polígono, junto à gola, tendo muros a criar corredor interno. Têm os paramentos da escarpa exterior em ressalto e remates em parapeito com canhoeiras, e no terrapleno interior possui um (São Mamede e São Francisco), dois (São Pedro) ou três traveses (Piedade), na frente mais exposta, ruínas do corpo da guarda, de planta retangular, e um armazém adossado à gola. Ao contrário do marcado em planta oitocentista, os paramentos interiores não são percorridas por banqueta. No Forte da Piedade e no de São Francisco, demolido depois de 1920, o paiol nunca chegou a ser construído, ao contrário do que aconteceu nos Fortes de São Pedro e de São Mamede, onde esse tem armazém e casa de receção. O reduto é circundado por fosso, com contraescarpa em alvenaria, e esplanada.
Número IPA Antigo: PT041207020011
 
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Registo

 
Conjunto arquitetónico  Edifício e estrutura  Militar  Sistema fortificado    

Descrição

O sistema fortificado de Elvas é composto por: castelo, duas linhas de muralha árabes, desenvolvidas a partir do mesmo para sul, de uma terceira muralha, denominada fernandina, envolvidos por fortificação abaluartada, tendo a sul o forte destacado de Santa Luzia, a norte o Forte da Graça, completado por três pequenos fortes nas imediações da praça e do Forte de Santa Luzia: o de São Mamede, o de São Pedro e da Piedade. CASTELO de planta quadrangular irregular, composta por muralhas, torre de menagem retangular, no ângulo poente, dois cubelos retangulares na frente noroeste, um maciço interior retangular no ângulo nascente, e duas torres na frente sudoeste, uma poligonal facetada no ângulo sul, criando pátio central descoberto. Tem os paramentos aprumados, rematados em parapeito de ameias de corpo largo, rasgadas na sua base por seteiras, interiormente percorrido por adarve, acedido por escadas adossadas. Possui duas portas, a da vila, a sudoeste, e a porta falsa a noroeste, em arco apontado, de aduelas regulares, a da vila encimada pelas armas reais e falso balcão. A torre de menagem, acedida pelo adarve, que corre no ângulo interior, tem dois pisos, sobre um térreo maciço, rasgados por seteiras, com portais em arco apontado, biselado e de aduelas largas, para as salas, a inferior quadrangular, coberta por abóbada de ogiva, e a superior, retangular, tem teto de madeira. A torre sudoeste tem seteira nas várias faces e a poligonal é rasgada por dois níveis de troneiras e portal em arco de volta perfeita, sendo coberta por domo com lanternim. Ao cubelo do ângulo norte adossa-se pequeno corpo torreado cilíndrico, com cupulim e, na frente nordeste, abrem-se vãos dos antigos paços sobradados, com molduras decoradas, e avança ruína consolidada, quadrangular, com arcos. No recinto interior, a rampa entre a porta falsa e o pátio é protegida por dois corpos, com fachadas rasgadas por troneiras, uma seteira, uma fresta e um portal, de arco apontado, e coberta por arcos diafragmas, que sustentam cisterna. Nos ângulos norte e sul, o pátio possui alicerces das antigas edificações e cisterna quadrangular, e, no ângulo nascente, ergue-se casa novecentista, de planta retangular irregular, com dois corpos e fachadas de um e dois pisos. A MURALHA DA ALCÁÇOVA tem planta ovalada, integrada ou absorvida no casario. Junto ao castelo tem troço de muralha com cubelo retangular, em alvenaria de granito à fiada, reutilizando alguns grossos silhares. A sudeste subsiste a porta da alcáçova ou do Miradeiro, em arco de volta perfeita, flanqueado por dois cubelos quadrangulares, com entrada em linha reta, superiormente interligados por arco em asa de cesto, coberto por abóbada de aresta. Para sul, a muralha conserva os arranques de três cubelos e na casa da Travessa da Alcáçova n.º 10, um cubelo com compartimento sobre zona inferior maciça e, no quintal, troços da barbacã. A sudoeste, fica a Porta do Templo, com entrada em cotovelo simples, em ângulo de 90º, com acessos de duplo arco em ferradura sobre impostas. Junto, abre-se na muralha o arco de Santa Clara, de volta perfeita. A MURALHA DA MEDINA, também ovalada e integrada no casario, conserva três portas e várias torres ou cubelos maciços, quadrangulares, e dois facetados. A nascente, uma torre foi adaptada a torre sineira da Igreja de São Pedro. Para sul, tem duas torres, a menor com seteiras sobrepostas, e a maior com zona inferior maciça e um compartimento ao nível do adarve, também com seteira. A torre da Porta Nova ou de Nossa Senhora da Encarnação é poligonal, inferiormente rasgada por arco de volta perfeita encimado, na face interna, por oratório. Na Rua da Cadeia abre-se o Arco da Praça, apontado e biselado, sob os antigos Paços do Concelho que, no interior conservam pequeno pano de muralha em taipa, rematado em ameias retilíneas e abertas. Para poente, existe vestígios de uma torre retangular e a torre Nova ou da Cadeia, com paramentos em alvenaria de pedra e cunhais em cantaria, rasgados por vãos em arco de volta perfeita ou apontado, de aduelas regulares e biseladas, alguns entaipados, e na face posterior, janelas retilíneas. No interior tem três pisos, cobertos por abóbada de berço e interligados por escadas de caracol, até ao piso intermédio. Para poente abre-se o Arco do Bispo, de volta perfeita sobre os pés direitos, junto ao qual existe torre descaracterizada e, no quintal da casa da Rua João Pereira de Abreu n.º 17, um cubelo maciço, destacado da muralha mas ligado a ela por um arco, parcialmente entaipado. A muralha conserva o arranque de uma outra torre facetada, sobreposta por construção descaracterizante, desaparecendo sob o Edifício do Conselho de Guerra. A MURALHA FERNANDINA desenvolve-se a partir da cerca da medina, aproveitando parte do seu percurso. A nordeste, no interior do Museu Militar, subsiste torre retangular, com as fachadas assemelhadas ao Quartel do Casarão, portal ao nível do pavimento, a partir do qual se desenvolvendo transito em curva até à Porta da Torre Velha, integrada no flanco coberto do baluarte. Esta tem arco apontado, biselado, sobre impostas, atualmente entaipado, ladeado por troneiras cruzetadas, uma transformada em canhoneira. A sudeste existe pano de muralha com 365m, a que se adossou as cavalariças do quartel, formando corredor de circulação no topo. A sudoeste, integrada no edifício do Hospital de São João de Deus, existe ainda uma torre da Porta de Évora, retangular, muito alterada, rematada em ameias de corpo largo e dupla sineira. FORTALEZA: composta por magistral de planta poligonal irregular, com sete baluartes poligonais, desiguais, quatro meios-baluartes e um redente, interligados por cortinas, formando doze frentes, e várias obras exteriores. Tem paramentos em talude, com a escarpa exterior em ressalto, rematados em cordão e parapeito liso ou de merlões e canhoneiras, tendo nos ângulo e a meio de algumas cortinas, guaritas cilíndricas, pentagonais, hexagonais ou quadrangulares, precedidas por corredor e cobertas por domo. A MAGISTRAL tem três portas e oito poternas. A sul, rasga-se a Porta de Olivença, em arco de volta perfeita, entre panos em silharia almofadada e fendida, rematados em cordão e entablamento semelhante, integrando lápide inscrita, espaldar definido por aletas, ornadas com guerreiros, brasão real e panóplias militares. Transito com abóbada de berço abatido, seccionado quase a meio, onde existia rastrilho, e bueiras, flanqueado pela casa da guarda, esquema que se repete nas outras portas. O baluarte de São João de Deus tem cavaleiro poligonal, com o flanco esquerdo e a gola fechados pelo edifício do Hospital Militar. A poente, o redente do Cascalho tem duas casamatas ovais na escarpa da face sul e a escarpa interior da face norte é reforçada por arcos de descarga e contrafortes. A Porta da Esquina tem estrutura em mármore, branco e preto, com três eixos, o central definido por pilastras almofadadas de capitéis jónicos, vão em arco de volta perfeita, sobre pilastras, encimado por aletas, volutas, festões e cartela inscrita, e, nos laterais tem nichos facetados, encimados por concheados e festões. Remata em espaldar, definido por pilastras coríntias, de terço inferior liso, e aletas com figuras híbridas, terminado em cornija volutada interrompida, abrindo-se ao centro arco integrando janela da capela de Nossa Senhora da Conceição que sobrepuja a porta. O baluarte da Conceição conserva três canhoeiras acasamatadas e o meio baluarte da Corujeira tem três flancos sobrepostos e escalonados. A nascente, na cortina dos Terceiros, abre-se a Porta de São Vicente, em arco de volta perfeita, entre panos de cantaria almofadada e fendida, rematada em platibanda de igual modinatura, com brasão real e lápide inscrita, coroada por nicho retilíneo, entre aletas com figuras híbridas. O baluarte da Porta Velha, com orelhão direito no flanco esquerdo, integra pano da muralha Fernandina, com poterna acedida por transito a partir da Torre Velha. A partir deste baluarte e prolongando-se ao longo de duas cortinas e gola do baluarte intermédio do Casarão, com cavaleiro pentagonal, desenvolve-se o Quartel do Casarão, adossado à escarpa interior. O perímetro da praça fecha com o baluarte de São Pedro, com través e cavaleiro curvo, contendo paiol. Em geral, as poternas têm arco de volta perfeita, sobre os pés direitos, tendo na escarpa pano saliente, transito inclinado, coberto por abóbada de berço e com dupla porta. No baluarte de Olivença e em algumas cortinas, o parapeito integra latrinas retangulares, com dois compartimentos individualizados, cobertura em domo, as bem conservadas tendo no interior assento ergonómico e orifício circular, de onde arranca caneiro saliente na escarpa, para descarga dos dejetos no fosso. Junto a cada uma das portas, erguem-se à superfície paióis de bateria retangulares, com armazém e casa de ressalva, cobertos em abóbada de berço, e rasgados por porta de verga reta e vãos quadrangulares; o paiol da porta da Esquina tem dois pisos. OBRAS EXTERIORES: a fortaleza é circundada por fosso, tendo no alto da contraescarpa o caminho coberto, protegido por parapeito e com algumas praças de armas, saliente ou re-entrante. Em frente da porta principal, dispõe-se o revelim da Porta de Olivença, triangular, de trânsito curvo e casa da guarda à esquerda, interiormente em abóbada de berço abatido com bueiras no trânsito. A porta exterior tem arco de volta perfeita, entre largas pilastras toscanas, sustentando entablamento, com cartela e panóplias militares. Em frente da face esquerda do baluarte de Olivença, dispõe-se contraguarda, com duas faces e pequeno flanco, barbeta e acesso por rampas. A poterna de São Pedro e a do Jardim são flanqueadas por capoeira, de ligação ao caminho coberto e ao revelim da poterna, o último de planta irregular, e o redente do Cascalho por meia lua com barbeta. O revelim da Porta da Esquina, irregular, tem trânsito em curva e casa da guarda a norte; a porta exterior, rebocada e pintada de ocre, tem arco de volta perfeita, entre falsas pilastras, de alvenaria, com apainelados de cantaria, sustentando entablamento e remate em empena de segmentos. O baluarte da Conceição é flanqueado por meia lua e, a norte do meio baluarte do Trem, existem duas praças de armas, uma saliente e outra re-entrante, havendo uma outra saliente em frente do ângulo de espalda esquerdo do baluarte de Santa Bárbara. O revelim da Porta de São Vicente, triangular, tem a porta exterior em arco de volta perfeita, entre largos panos de silharia fendida, rematado em platibanda com brasão real, aletas e uma figura de vulto masculina. Em frente do baluarte da Porta Velha desenvolve-se a obra coroa, com barbetas em cada ângulo e gola curva fechada, flanqueada por duas tenalhas desiguais, na cortina esquerda por um revelim triangular e na cortina direita por praça de armas re-entrante. O baluarte do Casarão é flanqueado por meia lua e duas contraguardas, e a cortina entre o baluarte do Casarão e o meio baluarte de São Domingos por pequeno revelim triangular, tal como a cortina entre o meio baluarte de São Domingos e o baluarte da Parada, onde também existe praça de armas, retangular, lajeada. Para além do caminho coberto, desenvolve-se a esplanada, numa extensão de 300m. FORTE DE SANTA LUZIA: planta poligonal irregular, composta por recinto magistral retangular, com quatro baluartes poligonais nos ângulos, possuindo no interior, separados por fosso, reduto central retangular encimado pela casa do governador, e por várias obras exteriores. Tem paramentos em talude, com a escarpa exterior em ressalto, rematados em cordão e parapeito liso ou em merlões e canhoneiras, e com guaritas prismáticas no ângulo flanqueado dos baluartes, ou quadrangulares, a meio das cortinas e nos ângulos do reduto central, cobertas por falso domo, de panos contracurvos. MAGISTRAL: na cortina norte rasga-se porta, em arco de volta perfeita, em silharia almofadada e fendida, entre pilastras toscanas, sustentando entablamento e espaldar recortado, com lápide e brasão real. É sobreposta por compartimento, albergando o mecanismo da ponte levadiça, acedido pelas rampas existentes ao longo da cortina, comunicando ainda com o reduto central. Na frente sul abre-se poterna, em arco, com transito abobadado e porta dupla. Na cortina nordeste, sob a rampa do adarve, vão abatido acede a galeria subterrânea, que ligava à cidade, com cobertura em lajes de pedra dispostas em ângulo e tendo paiol circular, coberto por cúpula. Os baluartes de Santo António e de São Pedro têm barbetas no ângulo flanqueado e, na gola dois traveses, com canhoneiras acasamatadas. Sobre o reparo, junto à escarpa interior dispõem-se a nascente, poente e a sul traveses perpendiculares à cortina. Ao longo destas três frentes, surgem edifícios de apoio, retangulares e de um piso. O reduto central tem paramentos em talude, rematados em cordão e parapeito, liso a norte, tendo a nordeste quatro frestas de tiro, e em merlões e canhoneiras nas restantes frentes, que são mais espessas. Tem cobertura em terraço, com caleiras para recolha de águas pluviais para as duas cisternas. O acesso faz-se a norte, por porta de verga reta, rasgada em corpo retangular saliente, precedida por passadiço. Pátio retangular faz a distribuição espacial; a sul tem porta para a capela, de planta retangular e eixo interior longitudinal, com nave e capela-mor, pouco profunda, cobertas em abóbada de cruzaria de ogivas e de nervuras, respetivamente. Arco triunfal boleado, encimado por friso almofadado e com pequenos motivos vegetalistas, e no intradorso formando apainelados de estuque. Na parede do Evangelho, um vão na nave acede a paiol, muito rebaixado, retangular e abobadado. A poente do pátio, as dependências do corpo da guarda têm duas naves, cobertas por abóbada de aresta, e cozinha, e, a nascente existe compartimento dos oficiais, antigo paiol e as comunas. Sobre o reduto central ergue-se a casa do governador, de planta quadrada e cobertura em terraço, sobreposta por lanterna quadrangular. As fachadas, rebocadas e pintadas, têm três panos, definidos por pilastras de massa, sustentando o remate, em frisos e cornijas, alteada ao centro para conter vieira, e platibanda plena. São rasgadas ao centro, por portais ou janelas de varandim entre apainelados. No interior, corredor em cruz grega define quatro salas, tendo a meio escada vertical para o terraço e a lanterna. OBRAS EXTERIORES: a magistral é circundada por fosso com revelins irregulares à frente da cortina nascente e sul, neste último tendo ainda capoeira. No alto da contra escarpa, desenvolve-se o caminho coberto, de traçado tenalhado, protegido por parapeito, tendo nos ângulos salientes das frentes nascente e sul barbetas e, a sul e poente, contraminas, interiormente de alto pé direito, cobertas por abóbada de berço, em tijolo maciço. Nos ângulos re-entrantes do caminho coberto a nascente e a sul surgem duas trincheiras curvilíneas e, a poente, duas de perfil angular. Existem ainda três fiadas de covas de lobo, abertas na rocha, e, entre o meio baluarte e a tenalha noroeste, caminho coberto de ligação à praça, com parapeitos e banqueta. FORTE DA GRAÇA: planta poligonal regular, composta por recinto magistral quadrangular, com quatro baluartes poligonais nos ângulos, possuindo no interior, separado por fosso, reduto central octogonal sobreposto pela casa do governador, e por grande número de obras exteriores. Tem os paramentos em talude, rematados em cordão e parapeito de merlões e canhoneiras, e com guaritas cilíndricas, cobertas por domo, no ângulo flanqueado dos revelins e baluartes, no ângulo de espalda destes, no hornaveque e sobre alguns ângulos salientes do caminho coberto. A MAGISTRAL tem os paramentos rasgados por frestas de tiro, exceto nas faces dos baluartes da Malefa e de Badajoz e por poternas em arco, nos extremos das cortinas, flanqueadas por canhoneiras elípticas nos flancos dos baluartes, correspondendo no interior às galerias da escarpa, abobadadas e conservando pinturas murais alusivas à última função do forte. A sul, abre-se porta em arco de volta perfeita, entre pilastras em silharia fendida, sobreposta por vários elementos decorativos, como cartelas, festões, concheados, motivos vegetalistas, lápide inscrita, brasão real e panóplias militares. Transito seccionado a meio por arcos, onde corria rastrilho, encimado por canhoneira e com bueira na abóbada da cobertura. Na primeira secção tem portas, de moldura decorada e encimadas por canhoneira quadrangular, para as galerias da escarpa e, na segunda secção portas, de moldura convexa, para salas circulares; a da esquerda rebaixada, coberta por cúpula com bueira e a da direita, do corpo da guarda, com pilar circular a sustentar abóbada tornejante, com pequena zona de aquecimento circular. As salas capitais dos baluartes são hexagonais, na frente sul, com pilar a sustentar abóbada tornejante, e em T, a nordeste, havendo ainda outros compartimentos. No fosso interior existem paióis e armazéns de ângulo, portas de verga abatida, destacando-se a da cortina sul, e escadas para o terrapleno. Este é circundado por banqueta e tem a frente norte mais elevada e com ponte de ligação ao reduto central. Sobre os baluartes erguem-se canhoneiras cobertas de duplo tiro ou os quartéis dos oficiais, de planta retangular, simples nas faces dos baluartes, ou compostas de três tramos nos flancos, interiormente abobadados Reduto central com cobertura em terraço e paramentos em talude suave, rasgados por três registos de frestas de tiro e, a meio, por canhoneiras elípticas e janela, rematados em cordão e parapeito, acasamatado, com frestas de tiro e balcões com matacães. Nas faces menores, com dupla ordem de tiro, rasgam-se portais, o virado a sul em arco de volta perfeita, com motivos denticulados, cruz e festão, encimados por dois vãos elípticos. No interior os compartimentos organizam-se à volta de um eixo estruturador em cruz grega com zona central circular. Tem cisterna subterrânea, com centro octogonal, piso térreo com pavimento de mármore, paredes marcadas lateralmente por arcos, cobertura em abóbada de berço com apainelados e, na zona central, onde se colocava o altar-mor, em cúpula, com óculos que também funcionavam como canhoneiras. O segundo piso tem pé-direito mais baixo, com o espaço organizado à volta da cúpula da capela. A casa do governador tem cruz grega e cobertura em terraço. As fachadas, rebocadas e formando apainelados, têm dois pisos, rasgadas por portas e janelas de sacada retilíneas, de molduras decoradas, rematadas em cornija, sobre cachorrada decorada, e platibanda plena e vazada. A sudeste tem escada exterior. Interior com compartimentos intercomunicantes, decoradas a estuques relevados, mais rica no segundo piso, que tem pé direito mais alto. OBRAS EXTERIORES: fosso profundo percorrido, ao longo da contraescarpa, por galeria acasamatada, rasgada por frestas de tiro e portas retilíneas, interiormente abobadadas, seccionadas por muro com frestas de tiro, e conservando pintura mural. A sul dispõe-se o revelim da Cidade, com faces e flancos, rasgado pela porta do Dragão, de arco abatido, ladeado por largas faixas em silharia fendida e almofadada, sobreposta por vários motivos decorativos, cartela com dragão e troféus militares. As restantes cortinas são flanqueadas por revelins, o poente com flancos, tendo no terrapleno paiol e casa da guarda, barbeta, banquetas e a contraescarpa com porta e frestas de tiro. A norte tem hornaveque de braços compridos, com cortaduras, canhoneira acasamatada e revelim, com estruturas semelhantes aos revelins, e separados por fossos, fechados por capoeiras acasamatadas. À frente dos ângulos flanqueados existem contraguardas, a norte, tipo tenalha, com barbetas. No alto da contraescarpa dos fossos desenvolve-se caminho coberto, de traçado tenalhado, com parapeito percorrido por banqueta, barbetas sobre pequenos paióis, e com traveses distintos. Sob o terrapleno do caminho coberto existem poternas, tipo canhoneiras, flanqueadas por pequenas casamatas abobadadas, destacando-se a de acesso à Fonte do Marechal, com longo túnel sob o reparo. A norte, nos ângulos salientes do caminho coberto, existem contraminas. Em frente das poternas e da frente norte, existem covas de lobo em três filas paralelas. Esplanada de grande comprimento, ocupando uma área significativa do monte, que foi modelado segundo o traçado do forte. FORTE DE SÃO MAMEDE: planta poligonal composta por reduto de quatro faces desiguais, com gola virada a noroeste, circundado por fosso e esplanada. O reduto tem os paramentos em alvenaria mista rebocada, com a escarpa exterior em ressalto, rematado em parapeito liso, sem reboco e cobertos de vegetação. Tem acesso a meio da gola, precedido por ponte de alvenaria. É circundado por fosso, com contraescarpa em alvenaria mista rebocada, muito danificada; a partir da crista da contraescarpa, também rebocada, desenvolve-se a esplanada. No interior tem través perpendicular ao reparo; à esquerda, casa da guarda, retangular e com fachadas de um piso, rasgadas por vãos retilíneos e cobertura de uma água, integrando chaminé; paiol, retangular, com armazém e sala de receção, volumetricamente mais baixa, com fachadas em ligeiro talude, abrindo-se na virada a nordeste janela quadrangular e, na sudoeste da sala de receção, porta de verga reta. FORTE DE SÃO PEDRO: planta poligonal composta por reduto de três faces desiguais, com gola virada sensivelmente a norte, circundado por fosso e esplanada, exceto a poente. O reduto tem os paramentos de alvenaria com a escarpa exterior em ressalto e remates em parapeito liso, na gola, e com canhoeiras, nas faces. O acesso faz-se a meio da gola, precedido por ponte de alvenaria. É circundado por fosso, com a contraescarpa em alvenaria mista, desenvolvendo-se a partir da crista da mesma, a esplanada, interrompidos a poente por acentuado declive rochoso. No interior tem, a sul, dois traveses, perpendiculares ao reparo e separados do paramento. À esquerda erguem-se estruturas da casa da guarda, retangular, sem cobertura e fachadas de um piso, com vãos retilíneos e dois em arco abatido. À direita, ergue-se paiol, retangular, com armazém e sala de receção, mais baixa, com fachadas em ligeiro talude, abrindo-se na poente da sala de receção porta de verga abatida, entaipada. FORTE DA PIEDADE: planta poligonal composta por reduto de cinco faces desiguais, com gola virada a nordeste e parcialmente formada pelo aqueduto, circundado em quase toda a extensão por fosso e esplanada. O reduto tem paramentos em alvenaria mista, com a escarpa exterior em ressalto, muito derruídos, rematados em parapeito com canhoeiras, tendo uma outra no ângulo norte da gola, em frente da inflexão do aqueduto. Tem acesso a sudeste com muros para o interior a formar pequeno corredor. Ao longo das faces e no troço norte da gola é circundado por fosso, com contraescarpa em alvenaria mista, muito danificada. A partir da crista da contraescarpa, desenvolve-se a esplanada que, no troço da gola formada pelo aqueduto, fica a norte do mesmo. No interior tem a sul três grandes traveses, perpendiculares ao reparo. Adossa-se ao aqueduto estruturas da antiga casa da guarda, retangular, com pequeno corpo interiormente com falsa abóbada de berço abatido.

Acessos

Alcáçova, Assunção, São Pedro, Caia; EN 4; EN 246 (Forte da Graça); EN 327 (Forte da Piedade); Rua Colégio Britânico (Forte de São Pedro). WGS84 (graus decimais) lat.: 38,882188; long.: -7,163151

Protecção

Categoria: MN - Monumento Nacional, Decreto n.º 28 536, DG, 1.ª série, n.º 66 de 22 março 1938 (Muralhas de Elvas) / Decreto n.º 30 762, DG, 1.ª série, n.º 225 de 26 setembro 1940 (Muralhas e obras anexas) / Decreto n.º 37 077, DG, 1.ª série, n.º 228 de 29 setembro 1948 (Muralhas de Elvas) / MN - Monumento Nacional / ZEP, Aviso n.º 1517/2013, DR, 2.ª série, n.º 242 de 13 dezembro 2013 / Património Mundial - UNESCO, 2012

Enquadramento

Urbano, adossado ou isolado. O Castelo de Elvas implanta-se a norte, na zona de cota mais elevada, dominando a paisagem envolvente, e a partir do qual se desenvolviam três cercas urbanas, sucessivamente mais abrangentes, atualmente absorvidas pelas habitações do núcleo urbano. Este é envolvido pela fortaleza moderna, estando interrompida sensivelmente a sudoeste, junto ao baluarte de São João de Deus, pela denominada nova porta de Évora. A sul da cidade e a cerca de 400m, ergue-se, sobre um pequeno outeiro, o Forte de Santa Luzia, interligado com a praça por caminho coberto. A norte, e a menos de 2 Km da cidade, implanta-se, no cimo de um monte, o Forte de Nossa Senhora da Graça. A sudeste da Praça de Elvas e a cerca de 200m do Forte de Santa Luzia, ergue-se, o Forte de São Mamede, a poente do Forte de Santa Luzia e a sul da praça, a cerca de 600m do baluarte de Olivença, implanta-se o Forte de São Pedro, e ainda mais para poente, a cerca de 700m da praça, implanta-se o Forte da Piedade, nas imediações do Aqueduto da Amoreira (v. IPA.00003217) e do Convento de São Francisco (v. IPA.00003765). No interior da cidade, ergue-se grande número de equipamento militar adossado à escarpa interior, ou nas imediações desta ou da estrada militar.

Descrição Complementar

No interior da praça de Elvas conserva-se grande número de equipamento militar, construído para suporte e sustentação do enorme contingente militar ali estacionado, tornando-a numa verdadeira cidade-quartel, de que se destacará o mais significativo. CONSELHO DE GUERRA: de planta retangular irregular, avançada numa das frentes de rua em que se insere, com as fachadas adaptadas ao grande declive do terreno e a revelar reformas posteriores. A fachada principal tem um único piso, com remate irregular e janelas rasgadas a diferentes níveis, devido às ampliações. O portal rasga-se descentrado, com verga reta e moldura recortada, protegido por duplo alpendre seiscentista, quadrangular, assente em pilares e pilastras toscanas, e com cobertura em cupulins, coroados por pináculos. O portal conserva porta com ferragens "flordelizadas" e integra postigo. No topo esquerdo, abre-se portal simples, encimado por brasão real. A fachada lateral esquerda, com forte talude para vencer o desnível do terreno, é rasgada no primeiro piso por janelas de sacada, encimadas por friso e cornija, a central de verga abatida, sobreposta por óculo circular, e, no segundo, por janelas de varandim, também com friso e cornija. No interior, sobre a porta da antiga sala de audiências existem as armas reais, em estuque policromo. A CASA DO COMANDO MILITAR DE ELVAS tem planta em "U" irregular, composta por vários corpos articulados. A fachada principal, formando curva, apresenta dois pisos, terminados em friso, cornija e platibanda plena, e é rasgada por janelas de peitoril ou de varandim e por um portal biselado, com aduelas em cunha. Nos corpos virados a nascente, rasga-se no pano esquerdo eixo de vãos, tendo a janela do piso intermédio decoração em aletas de estuque relevado. QUARTEL DA CORUJEIRA de planta retangular, adaptada ao declive acentuado do terreno, e fachadas compridas, ritmadas por amplas chaminés, dispostas paralelamente à cumeeira, sobre a beirada, tendo acesso individualizado para cada um dos vinte compartimentos. A fachada principal tem dois pisos, com porta encimada por pequena janela dos compartimentos superiores, que são iluminados diretamente, e brasão real na chaminé central. A fachada posterior possui apenas um piso. Interiormente, os compartimentos térreos são cobertos por abóbada de berço e os do segundo piso, por teto de madeira e tijoleira, todos eles com lareira a ladear a porta de acesso. QUARTEL DOS ARTILHEIROS de planta retangular alongada, formada por módulos de pequenos compartimentos quase quadrangulares, interiormente cobertos por abóbada de berço e sem iluminação, e, no exterior, com cobertura revestida a placas cerâmicas. A fachada principal comprida é marcada pelo ritmo sequencial das portas de acesso a cada compartimento e das pequenas chaminés, destacadas da platibanda plena do remate, correspondendo às lareiras existentes no interior. Dois compartimentos quase no topo poente são maiores, tendo uma ala oblíqua até à escarpa e acesso em arco. QUARTEL DE SÃO MARTINHO de planta retangular irregular e fachada principal evoluindo em dois pisos, rematada em platibanda plena, sobreposta por chaminés, em ritmo regular, paralelas à cumeeira, cada uma servindo dois compartimentos sobrepostos, à exceção da central, maior, que serve os quatro compartimentos centrais contíguos. No segundo piso desenvolve-se varanda corrida, sobre arcada, ao nível do piso térreo, que tem um ritmo um pouco irregular, com arcos em asa de cesto, ao centro dos quais se rasgam as portas para os compartimentos térreos; no seu alinhamento, abrem-se as portas dos compartimentos do segundo piso. A varanda, com guarda plena, tem acesso unilateral, por escada no extremo esquerdo do quartel. Interiormente, os compartimentos têm planta retangular ou trapezoidal (o do extremo esquerdo), de tamanho desigual, mas iguais entre os pisos, com cobertura em placas cerâmicas sobre travejamento de madeira. QUARTEL DO CASARÃO: é formado pelo edifício das casernas, adossado à escarpa interior, e o das cavalariças e palheiros, desenvolvido em posição confrontante, separados por ampla parada. As casernas apresentam planta poligonal, adaptada ao perfil da fortificação, com duas alas retangulares alongadas, formadas por módulos de compartimentos retangulares, interiormente cobertos por abóbada de berço, à prova, e corpo central, trapezoidal, destinado ao corpo da guarda e aos oficiais. Possuem a fachada muito comprida, em talude, com um único piso, terminada em cornija e platibanda plena, marcada pelo ritmo sequencial dos portais, retilíneos e moldurados a cantaria, decorados com falso fecho e pináculo tipo bola, encimados por apainelados, ligeiramente recortados e prolongados até ao remate, pintados em cores diferentes. Este ritmo é apenas interrompido, por dois túneis para o fosso. O corpo central tem arcada, de arcos em volta perfeita, sobre pilares, com fecho igual ao dos portais, encimados por almofadados, em que o central é sobreposto pelas armas reais entre panóplias, flanqueado pelas escadas de acesso ao terrapleno e ao cavaleiro do Baluarte do Casarão, em frente do qual existe a Fonte de São José. As casernas, de acesso individualizado, comunicam entre si, por vãos dispostos nos extremos das paredes laterais. Têm lareira no topo, exteriormente evidenciada pela chaminé no alinhamento posterior do compartimento, e várias cantareiras em arco. Nos extremos de cada uma das alas laterais e do corpo central dispunham-se paióis, compostos por armazém e sala de receção, acedidos pelos compartimentos contíguos. As cavalariças, desenvolvidas em frente das casernas, têm planta em "L" invertida e irregular. Têm fachadas de um piso, com cunhais de cantaria e remate em friso e cornija de massa, rasgada por vãos abatidos, moldurados a cantaria, sendo as janelas jacentes. A Porta de Badajoz, virada a poente e interrompendo a ala norte das cavalariças, apresenta arco de volta perfeita entre pilastras em silharia fendida, firmadas por armaduras metálicas e espaldar curvo central. ASSENTO DE PÃO de planta em trapézio irregular, concentrando à volta de pátio descoberto, triangular, os edifícios necessários à produção, como os fornos e as respetivas oficinas e zonas de armazenamento, o palheiro e o depósito de lenha. Na fachada virada à rua, destaca-se a porta carral, aberta no muro do pátio, em arco abatido, encimado por espaldar com cornija curva alteada ao centro, contendo brasão real, entre quartelões de massa coroados por pináculos. O edifício principal tem planta retangular irregular com a cobertura sobreposta por seis chaminés, correspondente ao primitivo número de fornos. As fachadas evoluem em dois pisos, com remates em friso e cornija de massa e vãos retilíneos, tendo ao centro escada de lanços opostos para o segundo piso. No interior, o piso térreo, acasamatado e coberto por abóbadas de berço com falsas lunetas, tem a antiga oficina de produção, retangular, ampla e com apenas três fornos, de câmara circular, encimada por zonas para guarda da lenha, de modo a mantê-la seca. Possui espaços de armazenamento e de habitação dos operários militares, com estreita escada de ligação ao segundo piso. Este tem os compartimentos divididos por amplos arcos, conservando em algumas dependências o típico revestimento em placas cerâmicas. O palheiro dispõe-se perpendicularmente, aproveitando a diferença de cota do terreno para criar um corpo retangular, com entrada ao nível da estrada militar, parcialmente subdividido em dois pisos, em que o piso térreo, ao nível do pátio, é acasamatado e prolongado até ao topo do edifício principal, com volumetria mais baixa. A fachada principal, de apenas um piso, é estreita, remata em empena curva, com friso e cornija de massa, encimada por espaldar recortado com aletas, ampla concha e motivo vegetalista. No interior tem planta retangular, de três naves, separadas por arcos, de volta perfeita, sobre pilares, cobertas por abóbadas de berço com falsas lunetas. O depósito de lenha surge num dos lados do pátio, confrontando com a cortina da praça, sob o terrapleno e a estrada militar, apresenta planta retangular, de espaço único e cobertura acasamatada, à prova. CASA DOS FORNOS de planta retangular e três naves, separadas por arcos de volta perfeita, sobre pilares, cobertas por abóbadas de berço à prova. A fachada principal, terminada em platibanda plena, é rasgada por amplos portais ladeando uma janela central, de vergas abatidas, molduradas a cantaria. A nave do fundo é ocupada pelos três fornos semelhantes, de planta circular, encimados por zonas para guarda da lenha, de modo a mantê-la seca, interiormente seccionadas. CISTERNA MILITAR composta por casa de entrada, quadrangular, cisterna retangular, desenvolvida numa cota muito rebaixada, e casa das bicas, disposta lateralmente, para fornecimento público de água. As fachadas confundem-se com a fortificação, sobretudo a lateral, e terminam em platibanda plena, na casa da entrada e na casa das bicas sobre cordão. A casa de entrada, coberta por telhado com claraboia e lanternim, é rasgada por portal de verga reta com frontão triangular, tendo no interior escadas de ligação a um núcleo central, onde se instalaram os mecanismos modernos de abastecimento público de água, e a um vão em arco, a partir do qual se desenvolve uma escada de cantaria, com guarda plena e colunas de arranque, sobre arco aviajado, de acesso à cisterna propriamente dita. A cisterna, em cantaria, possui doze tramos, definidos por pilastras toscanas, que se prolongam em arcos diafragmas na cobertura, em abóbada de berço, tendo os dois tramos do topo mais pequenos, o último dos quais de perfil curvo. Na cobertura existem três claraboias e uma arca de água albergando o registo de controle de enchimento da cisterna. Na fachada lateral desenvolve-se a Casa das Bicas, com fonte alimentada pela cisterna, atualmente de espaldar, com silhares de recorte lateral, e duas bicas carrancas, zoomórficas, que vertem para um pequeno tanque retangular, encimado por lápide com inscrição alusiva à construção. REAL HOSPITAL MILITAR E A VEDORIA GERAL: o Hospital é composto por um núcleo fundacional, fechando a gola do cavaleiro, aproveitando as estruturas preexistentes, e um corpo mais regular, disposto perpendicularmente, com o piso térreo destinado à Vedoria-Geral e o superior a enfermarias. O núcleo fundacional tem planta poligonal irregular e é formado pela área de culto e o centro orgânico e funcional do hospital. A capela tem nave e capela-mor, interiormente cobertas em falsa abóbada de berço e cúpula, respetivamente. Na fachada principal, o pano da nave é bastante elevado, devido à sobreposição de dependências sobre a mesma, com portal de verga reta simples, de acesso direto à nave e à capela-mor, a primeira encimada por nicho, com imagem do orago, em terracota, e a capela-mor com janela retangular e cobertura em domo telhado com lanternim. No interior da nave conserva, no lado do Evangelho, púlpito em cantaria, com bacia retangular e guarda em balaustrada e acrotérios, ornados de losangos, acedido por porta de verga reta, e silhar de azulejos policromos de padrão vegetalista, também maneiristas. No topo da nave, possui dois retábulos laterais, confrontantes, e arco triunfal decorado a marmoreados fingidos. Na capela-mor existem vãos retangulares, com molduras de talha a formar nichos para relíquias. O retábulo-mor, tal como os laterais, tem corpo côncavo, em marmoreados fingidos e decoração relevada em estuque, com um eixo e mísulas ou nichos para imaginária nas ilhargas. A sacristia comunica com pátio murado, tendo, entre dois nichos, fonte tipo nicho, rematada em frontão interrompido com iconografia da Ordem Hospitaleira no tímpano, e tanque curvo com vieiras relevadas. A fachada principal do hospital, com remate moderno a prolongar-se pelo corpo da nave, tem portal de verga reta encimado por janela de varandim, rematada em cornija, e galeria alpendrada, com acrotérios iguais aos do púlpito. Interiormente é coberta por falsa abóbada de berço, de quatro tramos, tendo no topo oratório, com nicho e cobertura em falsa abóbada de aresta, conservando vestígios de pintura mural. Mantém os antigos espaços funcionais, alguns seccionados por arcos e com coberturas em falsas abóbadas de berço, como a cozinha, com grande lareira, e dependências adjacentes, uma delas com sineira. A escada para o segundo piso tem silhar de azulejos vegetalistas, que surgem também noutras dependências. A ala que se prolonga para sudeste, mais estreita e regular, era igualmente seccionada, nos dois pisos, por amplos arcos diafragmas, que hoje marcam os corredores laterais e se prolongam pelos quartos. A ala ampliada tem planta retangular, com coberturas em tesoura, sobre travejamento de madeira, revelando a divisão espacial interior das enfermarias. As fachadas evoluem em dois pisos, integrando, no ângulo interno do térreo, túneis de circulação. A fachada principal, tem composição regular, rasgada no primeiro piso por um portal retilíneo, inicialmente centrado, encimado por falso frontão com brasão real, e altas janelas de peitoril, e, no segundo piso, por janelas de varandim, encimadas por cornijas, friso e óculos circulares. Na fachada posterior, a Vedoria tem o mesmo esquema de vãos, mas de modinatura mais simples. Avançada à estrutura, existe uma arcada sobre pilares, formando, ao nível do segundo piso, galeria de convalescença. No interior, o piso térreo é bastante iluminado e apresenta um espaço amplo, com quatro naves, separadas por arcos abatidos, sobre colunas toscanas, de cinco tramos cada, cobertas por falsa abóbada de aresta. O segundo piso apresenta seis naves, separadas por arcos, de volta perfeita, tendo-se construído recentemente estruturas sob os mesmos, criando quatro alas de quartos. Eram acedidas pela ala fundacional, sobre o túnel, ou por escada integrada no edifício da botica, na parede norte. A antiga cerca do hospital, corresponde hoje ao jardim do hotel, sendo delimitada pelo cavaleiro do baluarte. QUARTEL DO TREM: de planta poligonal irregular e amplas dimensões, composta por vários corpos adaptados à estrutura militar, com fachadas desenvolvidas num ou em dois pisos, à volta de pátio central descoberto. A ala principal, virada à via, desenvolve-se em dois pisos, com estrutura bastante possante. A fachada principal, é firmada por pilastras, rematada em friso e cornija, de massa, alteada ao centro, formando falso frontão curvo, e com fenestração regular. O primeiro piso, em talude, é rasgado por janelas jacentes, com grande enxalço interior, algumas tendo servido de canhoneiras, separando-se do andar nobre por cordão, o qual é iluminado com janelas de varandim, de moldura encimada por friso e cornija reta. Este esquema é apenas interrompido ao centro, decorativamente mais rico, e em plano intermédio, onde se abrem portais de acesso à capela e a dois vestíbulos, com arco de volta perfeita sobre pilastras, de aparelho rusticado. A capela tem o portal entre duplas pilastras, sustentando entablamento, encimado por janela de sacada de verga reta, entre duas pilastras e aletas, sobreposta por tabela retangular e as armas reais, também entre aletas e pináculos, em bola. A porta de madeira tem bandeira decorada em ferro recortado, com as armas de Portugal e cartela epigrafada. A guarda da janela, em ferro forjado e perfil recortado, tem balaústres, arcos e guarnições decoradas com vários motivos incisos, data inscrita e esferas armilares igualmente ornadas. Interiormente, a capela tinha espaço único, marcando na parede testeira a zona da estrutura retabular, em arco de volta perfeita, realçado com decoração em estuque. Nos eixos intermédios, o portal surge entre contrafortes, encimado por janela de sacada, com esferas armilares nos ângulos da guarda. Os vestíbulos, de eixo longitudinal, acedem lateralmente a salas, espaços de arrumos (a poente) ou às escadas para o andar nobre (a nascente), respetivamente por portais em arco abatido ou de volta perfeita, sobre pilastras. As quatro salas são amplas, cobertas por abóbadas de berço, as do topo nascente conservando as antigas manjedouras. O andar nobre, que se organizava numa única sala, denominada de sala de armas, encontra-se subdividido. Os restantes edifícios do Trem, à volta do pátio, têm um ou dois pisos, adaptados ao declive do terreno, e linguagem mais simples. Interiormente são cobertos por falsas abóbadas de berço e iluminados por janelas retilíneas que, no segundo piso, são conversadeiras, sendo os antigos acesso feitos por portais em arco sobre pilastras. Conserva o espaço da casa do cofre, coberto por falsa abóbada de aresta, na intercessão da ala sul com a poente, e a cisterna do pátio, com boca octogonal. PAIOL GERAL DA CONCEIÇÃO tem planta circular, composta por armazém e corredor de ressalva, interiormente cobertos, respetivamente, por abóbada tornejante e em cúpula, com volumes escalonados, envolvido por alto muro corta-fogo poligonal. As fachadas terminam em friso, ou friso e cornijas, de massa, tendo empena alteada, rematada em cornija contracurva de inspiração "borromínica", a rematar o corpo do corredor de ressalva, no enfiamento do portal do muro corta-fogo. Sob a empena abre-se janela retilínea com cornija e no corredor vãos abatidos e portal de verga reta. No interior, a face interna do corredor é circundado por bailéu. Sobre a porta do armazém surgem as armas reais. O armazém, numa cota mais elevada, estrutura-se em amplos nichos, em arco de volta perfeita, sobre pilares, rasgados no topo por frestas de arejamento em ritmo regular, a partir dos quais se desenvolve a cobertura. Esta é coroada exteriormente por pináculo com inscrições latinas, de inspiração cristológica, pedindo a proteção divina. PAIOL GERAL DE SANTA BÁRBARA de planta retangular, composta por armazém, precedido por duas salas intercomunicantes, a casa de recebimento e a de ressalva, interiormente abobadadas, envolvidos por alto muro corta-fogo. Este muro, em alvenaria rebocada a imitar cantaria, tem a frontaria com cunhais apilastrados, coroados por pináculos, remate em friso, cornija e elementos volutados, e, ao centro, portal em arco, ladeado de pilastras, que sustentam entablamento e as armas reais. Nas fachadas laterais, o muro tem recortes retilíneos, contornando os pilares dos para-raios e na fachada posterior é alteado ao centro, para proteção da janela do armazém. As fachadas do paiol são firmadas por falsas pilastras de massa e rematam em platibanda plena, com friso e cornija, ritmada por gárgulas para escoamento das águas da cobertura, que é de duas águas diferenciadas, em correspondência com os espaços interiores, e revestida a placas de cantaria. A fachada principal, em empena, é rasgada por três amplas janelas retilíneas, entaipadas, e por porta no extremo esquerdo, tendo ao centro, em plano superior, nicho em arco, entre pilastras e aletas, rematado em frontão curvo. À direita adossa-se uma casa de entrada, facetada e mais baixa, com portal em arco sobre impostas. À fachada lateral direita adossa-se escada de acesso à cobertura e existem arcos de travamento. No interior, as duas salas que precedem o armazém possuem abóbada apontada e o armazém é acedido por porta de verga reta. O armazém é coberto por abóbada de berço, tem as paredes com talude inferior e conserva o sistema de ventilação com respiradouros em chicana apenas em dois lados. PAIOL GERAL DA PORTA VELHA de planta quadrangular, composta por armazém quadrangular, interiormente octogonal, coberto por cúpula, e de volumes exteriores escalonados, com falso domo coroado por lanternim, precedido por casa de recebimento retangular, envolvidos por muro corta-fogo da mesma altura. As fachadas do muro corta-fogo terminam em friso e platibanda plena, a virada à parada em talude e com cunhais em cantaria; tem duas faces coincidentes com as do armazém, e numa outra, integra dois contrafortes do armazém; na fachada noroeste, é rasgado por vão de acesso, em arco, e por janela retilínea, da casa de recebimento. Uma das fachadas do armazém tem três arcos estruturais. A casa de recebimento é acedida por porta de verga reta e comunica com o armazém por alto vão retilíneo. Interiormente o armazém possui cinco amplos nichos, em arco, o central maior, e três respiradouros tubulares. CASA DAS BARCAS de planta retangular, composta por três naves, de eixo longitudinal, separadas por arcos de volta perfeita sobre possantes pilares e cobertas por abóbadas de berço, à prova, exteriormente com coberturas em tesoura. A fachada principal apresenta três panos em empena, separados por falsas pilastras, revelando a divisão espacial interior, as centrais integrando gárgulas em meia cana, e rasgadas por amplos portais ladeando janela central, adaptada a portal, encimada pelas armas reais. As fachadas laterais terminam em cornija e platibanda plena, e possuem janelas de feitura recente.

Utilização Inicial

Militar: sistema fortificado

Utilização Actual

Cultural e recreativa: marco histórico-cultural

Propriedade

Pública: municipal / Pública: estatal / Privada: pessoa singular

Afectação

Época Construção

Séc. 12 / 13 / 14 / 15 / 16 / 17 / 18 / 19

Arquitecto / Construtor / Autor

ENGENHEIROS MILITARES: António Rodrigues (1644), Charles Lassart (1642), Étienne (1763-1764), Guilherme Luiz António de Valleré (1764-1792), Guilherme Schaumburg-Lippe (1763-1764), Jean Gilot (1643), João Ballesteros (1643), Luís Serrão Pimentel (1662), Matias de Albuquerque (1641), Nicolau Langres (1648), P. Robert de Bassenond (1763), Philipe Guitau (1643), Rui Correia Lucas (1643), Tomás de Vila Nova e Sequeira (1769). INDETERMINADO: Diogo Gomes de Figueiredo (1644). PROJETISTA: João Paschasio Cosmander (1643).

Cronologia

Séc. 08 - conquista e ocupação muçulmana de Elvas, com respetiva fortificação da povoação; séc. 12 - o geógrafo al-Idrîsî diz que Elvas é uma "madîna" e um "lugar fortificado"; séc. 13 - época provável da consolidação das muralhas da povoação, durante o período almóada, abrangendo a alcáçova, com alguns reforços pontuais, a muralha da medina, e reforço e ampliação do al-qasaba; 1229, maio - carta de foral, dada por D. Sancho II; 1229 - 1230 - conquista definitiva de Elvas por D. Sancho II, após várias tentativas; 1267 - referência à porta dos Banhos; 1280 - a 2.ª linha de muralhas, entre as portas de Santiago e a do Bispo, conserva a cárcava ou fosso e uma barbacã, havendo referência ao fosso também junto à porta dos Banhos; 1285, 01 janeiro - D. Dinis doa a povoação ao Infante D. Afonso, seu irmão; 1292 - estabelecimento de paz entre D. Dinis e D. Afonso; séc. 13 - 14 - reconstrução do castelo e cercas urbanas; 1325 - 1337 - D. Afonso XI de Castela cerca várias vezes Elvas, no âmbito da Guerra entre Portugal e Castela; 1340, 23 agosto - batalha do Salado, em que as forças portuguesas e castelhanas lutam contra os mouros; 1348, cerca - D. Afonso IV manda construir o primeiro paiol de raiz de que há notícia em Elvas, aos Cantos da Carreira, encostado à 2.ª cerca e à Torre do Relógio; séc. 14, meados - início da construção da cerca fernandina, cerca nova ou "çerqua de fora", durante o reinado de D. Afonso IV; 1367 - data inscrita numa lápide colocada na torre da cadeia, construída sobre o espaço da feira, comemorando a sua construção ou reforma pela câmara; 1381, 13 julho - cerco de Elvas pelo Infante D. João, filho de D. Pedro I e de D. Inês de Castro, acompanhado pelos Mestres de Santiago e Alcântara; 1382, 09 agosto - Tratado de Elvas, pondo fim à 3ª guerra luso-castelhana; 1383 - paz entre D. Fernando de Portugal e D. João I de Castela, firmada em Elvas; 1385 - cerco de Elvas por D. João de Castela; séc. 15, início - a 2.ª cerca de Elvas já é conhecida como cerca velha, ou "çerqua do meyo"; 1448 - os procuradores do concelho de Elvas referem a barbacã da porta do castelo; séc. 15, meados - a barbacã da cerca da medina ainda se mantém em alguns pontos; séc. 15, 3.º quartel - conclusão da 3.ª cerca ou cerca fernandina; 1469 - D. Afonso V outorga ao "povo miúdo" a direção dos trabalhos de reparação das muralhas e do castelo; 1488 - 1490 - obras de reconstrução no castelo, nomeadamente na torre de menagem, feitura da torre poligonal e colocação das armas de D. João II sobre a porta; alterações na torre hexagonal da 2.ª cerca; séc. 16, início - o castelo, pelo menos parcialmente, é rodeado de uma "cava", encostando-se a ela algumas casas de habitação; reparação dos muros do castelo e de três torres; 1507, 03 março - confirmação do foral por D. Manuel; 1509, cerca - desenho do castelo e da cidade de Elvas por Duarte de Armas, estando a torre poligonal por acabar; 1512, 01 junho - Foral Novo de D. Manuel; 1513, 20 ou 21 abril - o rei eleva Elvas a cidade; 1569, 26 fevereiro - alvará régio determina a abertura do arco da praça; 1571, 15 janeiro - a câmara propõe ao rei alterar a porta nova, para se se fazer "ao direito", devido aos "perigos de transito", o que é autorizado, mas não concretizado; 1580 - ocupação de Elvas sem combate, por D. Sancho de Ávila, general espanhol; 1581, 09 - 28 fevereiro - presença de D. Filipe I em Elvas; 1589, 22 setembro - alvará manda cumprir a abertura na porta nova, que é feito sem cotovelo, através de túnel rasgado sob a torre albarrã; possivelmente, procede-se também à alteração das faces posteriores da torre, que mais tarde passa a chamar-se Arco de Nossa Senhora da Encarnação ou Porta Nova do Salvador; 1607, abril - bombardeamento de Elvas durante a Guerra da Sucessão; 1619, abril - maio - visita solene de D. Filipe II; 1640, 01 dezembro - declaração da independência de Portugal face a Espanha; 11 dezembro - D. João IV cria o Conselho de Guerra para tratar dos assuntos militares; pouco depois são formados os Governos de Armas do Minho, Trás-os-Montes, Beira, Estremadura, Alentejo e Algarve; D. Afonso de Portugal, 5.º conde de Vimioso, é escolhido para governador das Armas do Alentejo, que elege Elvas como praça de armas da província; depois da sua chegada a Elvas, fecham-se as portas menos necessárias, reduzindo a circulação da cidade a três; 1640 - 1668 - Guerras da Restauração ou Aclamação; 1641, março - D. Afonso e Matias de Albuquerque inspecionam as muralhas de Elvas e mandam proceder a algumas reparações e construção de várias estruturas para reforço da defesa; no outeiro de Santa Luzia manda-se cortar as árvores à volta para não embaraçarem a defesa e Matias de Albuquerque abre "minas" para a construção de um reduto, "capaz de trezentos soldados"; pouco depois Sebastião Frias redefine o seu traçado para ter a forma de estrela; agosto - Martim Afonso de Melo, Conde de São Lourenço, escreve a D. João IV a queixar-se da paralisação das obras no outeiro de Santa Luzia por não haver engenheiros capazes de levantar a muralha; outubro - estando a obra de Santa Luzia adiantada, encarrega-se D. Diogo de Menezes de a defender e nomeia-se Manuel Godinho Castelo Branco como governados do forte; ainda não concluído, é considerado inútil por ser demasiado pequeno para bater as zonas de cota mais baixa à volta do padastro; 1642 - o governador lança imposto de $002 aos moradores da cidade para as obras de defesa; 01 março - início da construção de um "forte real" no outeiro de Santa Luzia, com projeto do engenheiro Jeronymo Rozetti, que origina alguma polémica; Charles Lassart, engenheiro-mor do reino, visita o local e manifesta discordância com o projeto adotado, considerando-o irregular e com uma geometria desadequada; 22 junho - câmara decide elevar o imposto do real de água para custeamento das despesas das fortificações; 1643, início - chega a Elvas Jan Ciermans, em Portugal conhecido como João Paschasio Cosmander, para superintender as obras da fortificação moderna, o tenente general Rui Correia Lucas e 100 pedreiros; chegam ainda outros engenheiros militares, como Philipe Guitau, João Ballesteros e Jean Gilot; Cosmender desenha a nova fortaleza de Elvas que, grosso modo, segue o perímetro da muralha fernandina e dirige a sua construção; o rei manda formar uma junta composta por Cosmander, João Ballesteros, Lassart e Rozetti, para estudar o melhor traçado da fortificação de Santa Luzia, que continua parada; adota-se por uma "fortificação externa", ou seja, mais pequena do que o pretendido "forte real", mas com a mesma potência, e sem os perigos deste, sendo a face virada à cidade passível de fácil destruição caso fosse ocupado pelo inimigo; 01 abril - lançamento e bênção da primeira pedra do novo forte de Santa Luzia, imprimindo Rui Correia Lucas grande dinâmica nas obras; construção do núcleo fundacional do Hospital Militar; 1644 - data inscrita na porta de São Vicente; novembro - primeiro cerco a Elvas pelo exército espanhol, comandado pelo general Torrecusa; o forte de Santa Luzia, ainda que inacabado, já se encontra em estado de defesa; o engenheiro António Rodrigues é encarregue das "estradas incobertas"; após o inimigo retirar, faz-se a ligação entre a praça e o Forte de Santa Luzia por caminho coberto, sob a responsabilidade de Diogo Gomes de Figueiredo; 1646 - nomeia-se Pedro Fernandes, quartanário da Sé de Elvas e conhecedor da arte da fortificação, para ajudar Cosmander nas obras da praça; início da construção do Quartel da Corujeira; 1647 - 1650 - construção da Cisterna militar, com projeto de Rui Correia Lucas e sob a direção do engenheiro Nicolau de Langres; 1648 - Nicolau Langres projeta a obra coroa do Casarão; 05 maio - D. João IV manda destruir o Convento de São Paulo e a parte do aqueduto que ficasse a um tiro de mosquete da praça e dificultasse a obra da fortificação, receando poderem abrigar o inimigo; 15 julho - carta de Martim Afonso de Mello ao rei referindo as duas obras de "grandíssima importância pera a segurança desta Praça": a cisterna e "A outra obra he a do cazarão que sem ella he hum grande Padrasto que esta praça tem"; data sobre a porta do forte de Santa Luzia, assinalando a conclusão da obra; 1650 - início da construção da obra coroa no outeiro do Siso ou do Casarão; 1654, 28 outubro - a fortaleza ainda não tem os muros do perímetro fechados; 1656 - está em construção o Quartel de São Martinho; ampliação do Hospital Militar, reservando o piso térreo para a Vedoria Geral; 1658, 15 outubro - 1659, 13 janeiro - D. Luís de Haro cerca Elvas e ocupa as colinas do Convento de São Francisco e de Nossa Senhora da Graça, no qual se constrói uma fortificação de campanha e instala duas peças de artilharia; durante o cerco, segundo Luís Serrão Pimentel, devido às más fundações da muralha, a cortina de São Vicente "se abrio, & arruinou, & tambem por baixo da porta da Esquina, onde cahio (...) hum grande lanço com o laborar de huas Peças que allí plantei"; o engenheiro António Rodrigues "fasendo por sua defença hua brecha e assistir athe se acabar com sua estacada e parapeito fazendo accomodar a pólvora e mais petrechos de fogo em vários logares aonde se levava dos armasens (...)"(Sepulveda, p. 459); 14 janeiro - vitória dos portugueses na batalha das Linhas de Elvas; 23 fevereiro - rainha D. Luísa de Gusmão agradece a constância dos elvenses durante o cerco; 1661, 07 novembro - carta sobre acudir-se às fortificações; 1662 - obras nas muralhas por Luís Serrão Pimentel; 1663, 08 julho - portugueses derrotam o exército de D. João de Áustria, na Batalha do Ameixial; 1682 - o quartel dos Artilheiros já se encontra construído; 1685 - data inscrita na porta de Olivença; 1706, 14 abril - exército franco-espanhol ataca Elvas, no âmbito da Guerra da Sucessão de Espanha; 1712 - cerco pelo Marquês de Bay; 1713 - abertura da poterna de São Francisco; 1714 - tropas castelhanas e francesas atacam e bombardeiam Elvas; 1757 - planta da praça e equipamento militar, pelo capitão de engenharia Miguel Luiz Jacob, na visita geral de 1755; 1758 - descrição parcial da fortaleza, nas Memórias Paroquiais das freguesias da Sé e de São Pedro; 1763 - Guilherme Schaumburg-Lippe ou Conde de Lippe é encarregue de inspecionar as fortificações do Reino, sugerindo a construção de uma fortificação no Monte da Graça; julho - tenente-coronel engenheiro P. Robert de Bassenond, que superintendia na engenharia militar sob as ordens de Lippe, dá ordem para o início da construção do forte, com projeto de Lippe e direção das obras pelo engenheiro Étienne; 1764 - o Conde de Lippe e o engenheiro Étienne partem para a Alemanha, assumindo a direção da obra do forte no Monte da Graça o Coronel Guilherme Luiz António de Valleré, que introduz alterações significativas ao projeto inicial; 1767 - construção dos Quartéis do Casarão, com projeto ou direção de Guilherme Luís António de Valleré; início da obra da construção do atual Quartel do Casarão, ordenada pelo Conde de Lippe (Gama, 1963, p. 63), e com projeto ou direção do coronel de artilharia Guillaume Louis Antoine de Valleré; o Conde de Lippe volta a Portugal, por um período de seis meses, e aprova as alterações feitas por Valleré no Forte da Graça e outras ainda por executar; 1769, 02 dezembro - o engenheiro militar Tomás de Vila Nova e Sequeira é agraciado com benesses após a sua obra de reforço das muralhas modernas; 1777 - 1778 - breve interrupção nas obras de construção do forte da Graça; 1792 - data normalmente apontada para o término das obras do Forte da Graça, orçadas no total de 769:199$039 reais; 1797 - relatório do governador da praça revela que as obras no Forte da Graça ainda não estão concluídas; construção de duas casamatas no redente do Cascalho, em comunicação com as casernas existentes; séc. 18, finais - 1814 - construção das covas de lobo, das trincheiras, galerias, barbetas, traveses e das casernas do fosso sul no Forte de Santa Luzia; 1801 - no âmbito da Guerra das Laranjas, as tropas de Miguel Gody intimidam a rendição da praça; 1802 - na planta da praça de Elvas com seus fortes adjacentes, delineada por Francisco D'Alincourt, já existem cavaleiros nos baluartes de São João de Deus, da Praça de Armas e do Casarão, e a poterna junto ao meio baluarte do Trem é identificada por São Francisco; 1802 - 1815 - construção da Casa dos Fornos; 1805 - o forte de Santa Luzia passa a ser considerado como bateria da praça, extinguindo-se o cargo de governador do mesmo; 27 setembro - alvará atribui ao forte da Graça um governador, distinto do da praça, com posto de coronel; 1807, 01 dezembro - no âmbito das Guerras Peninsulares, o exército comandado pelo general Francisco Solano, capitão-general da Andaluzia, entra em Elvas e a cidade é tomada; 1808, 11 março - os franceses assumem o governo da praça; 01 maio - Portugal declara guerra a França; 1808, final - com a saída dos franceses, estabelece-se em Elvas uma junta governativa chefiada pelo bispo da cidade, D. José Joaquim da Cunha Azeredo Coutinho; 1809, janeiro - os ingleses saem da cidade; 1810 - em preparação para a nova invasão francesa, o governador Francisco de Paula Leite ordena a demolição das construções e arvoredo até 200 braças da esplanada da praça; 1811 - construção do forte da Piedade, de São Mamede, de São Pedro, e de São Francisco, pelos ingleses e por ordem do marechal Arthur Wellesley, Duque de Wellington, quando comanda o exército anglo-luso da fronteira do Alentejo, o General Rowland Hill; construção de dois traveses e de sete espaldões no Forte de Santa Luzia, passando os que fecham as golas dos baluartes a ter uma canhoneira abobadada; 1815, cerca - demolição de uma torre do castelo por colocar em perigo um armazém adossado à muralha; 1819 - planta da Praça de Elvas, levantada pelo capitão de engenheiros António José da Cunha Salgado, representa as duas linhas de muralha islâmica; 1825, 24 agosto - projeto de uma latrina na cortina entre os baluartes de Santa Bárbara e de São João da Corujeira, de Manuel Marta da Rocha; 1828 - 1834 - guerra civil, passando o Forte de Santa Luzia a funcionar como prisão e o forte da Graça como prisão política; 1844 - constituição do jardim da praça, numa parte do fosso, entre o baluarte de Olivença e o redente do Cascalho; 1854, 22 fevereiro - portaria manda a Fazenda tomar posse do castelo, pertencente à alcaidaria da cidade; 01 maio - auto de entrega do castelo ao Ministério da Guerra; no âmbito de um surto de cólera em Badajoz, estabelece-se um lazareto no Forte de Santa Luzia; 1856 - cria-se uma "companhia de correção" no Forte da Graça; 1875 - segundo relatório do governador da Praça, o general Francisco Xavier Lopes, os fortes destacados da praça estão "completamente abandonados"; 1876, 04 outubro - por ordem do governador da Praça de Elvas, entrega-se ao respetivo caserneiro vários quartéis, nomeadamente os quartéis velhos do castelo e respetivo pátio; 1884 - fotógrafo polaco documenta a porta do Miradeiro com arco em ferradura, sobreposta por casa de habitação; 1887 - demolição do arco do Miradeiro para alargamento da porta, por ordem do dono do edifício; 1892 - abandono da capela do Forte de Santa Luzia; 1894 - dissolução da "companhia de correção" e criação de um "depósito disciplinar" no Forte da Graça; 1909 - demolição da ala sul do Quartel de São Martinho, para alargamento da via; 1911, antes - demolição do Quartel do Castelo; 1911, 25 maio - Decreto declara que a Praça de Elvas e suas dependências são fortificações de 2.ª classe; 1920, década - vários elvenses de renome manifestam-se favoráveis à destruição das muralhas da cidade, pois só assim se conseguiria terminar com o aperto que a cidade sentia e possibilitaria a construção de novas habitações fora do centro; 1927 - tendo conhecimento da possível destruição das muralhas, um artigo de Lacerda Machado, publicado no Diário de Notícias, alerta os portugueses para a destruição de uma "peça preciosa do museu universal"; na sequência, a Associação dos Arqueólogos Portugueses escreve em protesto à Câmara de Elvas; o Ministério de Guerra encarrega uma comissão de engenheiros militares para avaliar a abertura das muralhas, que considera inaceitável a solução do Município; 1929, 26 novembro - auto de entrega ao governo Militar de Elvas da fortificação de Elvas e suas dependências, constituída pelo recinto abaluartado e obras anexas com exclusão do que já fora entregue por auto e se encontra na posse das unidades de guarnição; 1938 - a Câmara pede autorização para proceder a uma abertura na parte oeste da fortificação da cidade; 1940, 31 dezembro - o valor patrimonial da fortaleza é de 12.000.000$00 e o do Forte de Santa Luzia de 2.500.000$00; 1948, 08 março - início da demolição do Arco do Relógio da 2.ª cerca islâmica; 1951, 18 julho - inauguração do viaduto da nova Porta de Évora, orçado em 1.894.401$50; 1967, 23 novembro - Decreto-lei n.º 48.059 autoriza a devolução e cessão simultânea do Forte de Santa Luzia, a título precário e gratuito, à Câmara Municipal de Elvas, para instalação de um albergue de juventude e museu arqueológico; 1973 - câmara solicita a cedência da casa do castelo para instalação de um museu militar; 1976, 16 fevereiro - auto de devolução do Forte de Santa Luzia pelo Ministério do Exército ao Ministério das Finanças e, simultaneamente, cedido, a título precário e gratuito, à Câmara Municipal de Elvas; 1987, 08 julho - extinção do Conselho Administrativo do Forte da Graça; 1989, 01 julho - desativação do forte da Graça; 2001, 18 novembro - abertura do Forte de Santa Luzia ao público com um museu militar; 2013, 26 novembro - auto de cedência e aceitação do Forte da Graça entre o Estado (Direção-Geral do Tesouro e Finanças e a Direção Geral de Armamento e de Infraestruturas de Defesa) e o Município de Elvas; 2015, 27 novembro - abertura do Forte da Graça ao público.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes.

Materiais

Estrutura em alvenaria de pedra à fiada e argamassa de cal rebocada; betão armado e cofragens; cunhais, cordão, guaritas, mísulas, portas e molduras de vãos em cantaria; lápides em mármore; canhoeiras e parapeitos em alvenaria de tijolo e com formigão de terra e cal; abóbadas à prova, em tijolo maciço; pavimentos cerâmicos, em tijolo maciço de barro vermelho, em lajes de cantaria, em mármore e em soalho; portas e caixilharia de madeira; grades em ferro; decoração em estuques relevados e pinturas murais; cobertura exterior em telha ou placas cerâmicas; terraplenos e esplanadas com terra batida.

Bibliografia

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Documentação Gráfica

DGPC: DGEMN:DSID, DGEMN:DREMS; Direção de Infraestruturas do Exército: Gabinete de Estudos Arqueológicos de Engenharia Militar, SIDCarta; Câmara Municipal de Elvas

Documentação Fotográfica

DGPC: DGEMN:DSID, DGEMN:DREMS, SIPA

Documentação Administrativa

DGPC: DGEMN:DSID, DGEMN:DREMS; Direção de Infraestruturas do Exército: Gabinete de Estudos Arqueológicos de Engenharia Militar, Tombo dos vários Prédios Militares

Intervenção Realizada

DGEMN: 1958 - reparação da casa da guarda das Portas de Olivença; DGEMN / Câmara Municipal de Elvas: 1959 / 1960 - reparação da Torre da Cadeia; DGEMN: 1962 - reconstrução do muro de um baluarte junto ao Quartel de Lanceiros 1; 1963 - consolidação de cortinas na zona dos aquartelamentos; 1964 / 1965 - conservação de fortificações abaluartadas na zona sul com reconstrução de guaritas; 1965 - restauro da Torre da Cadeia; 1966 - reparação de muros junto à Porta da Esquina; 1967 - conservação e restauro de muros junto à Porta da Esquina e ao Castelo; 1971 - conservação de muros e reconstrução de guaritas na Rua das Muralhas (Lanceiros 1); 1972 - reparação de coberturas nas Portas de São Vicente; restauro de uma guarita; 1976 / 1977 - consolidação de cortinas e reconstrução de uma guarita no Quartel de Caçadores; 1980 / 1982 / 1984 - obras de consolidação do Fortim de São Pedro; 1983 - consolidação de muros; 1986 - consolidação de panos de muralha na Rua Sá da Bandeira e junto ao Arco do Bispo; 1994 - obras de conservação no troço da muralha fernandina na Rua das Escadinhas e na guarita pertencente à Porta dos Terceiros; 1996 - reparação de rombo na muralha fernandina (logradouro da Sociedade da Banda 14 de Janeiro); 1998 / 1999 / 2000 / 2001 / 2002 - reparação panos muralha e coroamentos; 1999 - obras de estabilização do baluarte junto à Porta de Olivença; 2000 - remoção de vegetação, preenchimento de rombos, com pedra idêntica à existente e assente com argamassa de cal e areia, e refechamento e juntas com argamassa de cal e areia; reparação pontual de rebocos e caiação túneis das Portas de São Vicente e de Olivença; recuperação dos fortins: reparação de paramentos, reconstrução de troços em ruína, recuperação do acesso, limpeza e remoção de vegetação nos panos de muralha e fosso do Forte de São Mamede; conservação e recuperação do acesso e limpeza do fosso no Forte de São Pedro; 2001 - obras de recuperação na frente abaluartada da Porta de Olivença; 2002 - limpeza de vegetação, refechamento de juntas, consolidação de coroamentos; 2004 - conclusão recuperação de um pano de muralha; 2013 - requalificação ambiental e paisagística da envolvente às muralhas da Praça de Elvas, entre as portas de Olivença e o baluarte do Trem; trabalhos de conservação e requalificação dos diversos troços e plataformas do sistema abaluartado da cidade; iluminação cénica e ambiental; 2015 - projeto de arquitetura de conservação e restauro da muralha na Av. de São Domingos, entre as portas de Olivença e o Museu Militar, do baluarte de São Vicente; obras de conservação, restauro e reabilitação do forte da Graça.

Observações

Autor e Data

Paula Noé 2018

Actualização

 
 
 
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