Chafariz do Rossio das Hortas

IPA.00032397
Portugal, Évora, Viana do Alentejo, Viana do Alentejo
 
Tipologia: Arquitetura infraestrutural, renascentista. Fonte de espaldar, com caixa de água retangular, de alvenaria, rebocada e caiada, com frontispício de pano único, delimitado por pilastras e rematado por frontão triangular; possui três bicas jorrando a partir de carrancas antropomórficas, em metal fundido, idênticas às da vizinha Fonte das Freiras (v. PT040713020028); ao centro do espaldar escudo régio de mármore, do tipo francês, com moldura de massa; tanque retangular, de alvenaria e capeamento pétreo, muito comprido e baixo, com recorte em U diante da caixa de água; murete de suporte, acompanhando todo o correr do tanque, de alvenaria rebocada e caiada, com decoração do tipo escaiola a fingir cantaria. Adro em meia-lua, calcetado, com 15 frades cónicos, de pedra, para amarração dos animais; os tanques laterais destinavam-se a bebedouro do gado e a zona central para abastecimento da população.
Número IPA Antigo: PT040713020029
 
Registo visualizado 70 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Estrutura  Hidráulica de elevação, extração e distribuição  Chafariz / Fonte  Chafariz / Fonte  Tipo espaldar

Descrição

Planta composta por murete de suporte da caixa de água, axial, tanque retangular e adro fronteiro de planta em meia-lua. Estruturas de alvenaria rebocada e caiada. Murete extenso, com c. de 1m de altura, em cantaria fingida, do tipo escaiola, caiada, com remate em cornija boleada, pintada de amarelo-ocre; a N. É prolongado por banco de alvenaria, com encosto, muito baixo, e assento caiados e frontal pintado de amarelo ocre; junto ao ângulo, plinto pétreo. Caixa de água de planta retangular, saliente face ao murete, com espaldar de pano único, disposto em dois registos, rematado por frontão triangular de massa, pintado a amarelo-ocre; no registo inferior, ligeiramente saliente, três carrancas antropomórficas, em metal fundido, encastradas em tabelas quadrangulares, pétreas, com os ângulos em chanfro; da boca das carrancas saem as três bicas metálicas, cilíndricas, descrevendo segmento de círculo; no registo superior, delimitado por pilastras pintadas a amarelo-ocre, o escudo régio ao centro, terminado em ponta (do tipo francês), de mármore e com moldura de massa pintada a amarelo-ocre, com as cinco quinas verticais, postas em cruz, cada uma carregada por cinco besantes, escavados, postos em cruz; à esquerda placa retangular, de acrílico com inscrição; no tímpano, axial, interrompendo a moldura inferior do frontão, lápide de pedra calcária, com inscrição. Tanque retangular, baixo, a todo o comprimento do murete, interrompido, frente à caixa de água, por recorte em U, pintado a amarelo -ocre, com capeamento pétreo em chanfro, com juntas cimentadas e ângulos boleados; embebido na sua face S. lance de 4 degraus. Adro em calçada granítica, irregular, com vertente, inclinada para escoamento de águas pluviais, delimitada por 13 frades cónicos, de pedra; frente ao tanque S., alçapão quadrangular de esgoto e, entre o 2.º e 3.º frade *1, sarjeta com grade metálica.

Acessos

Rua do Rossio / EN 257, junto do nó com a Rua António José de Almeida.

Protecção

Inexistente

Enquadramento

Urbano, adossado, no limite NO. da urbe, à beira da antiga Estrada Real de Alcáçova e no fim da Carreira da Fonte Coberta, em terrenos sobranceiros ao Convento de Jesus (v. PT040713020021) que se localiza a uma centena de metros a NE.; afronta pequena rotunda, relvada, que constitui uma das principais entradas da povoação e da qual parte a Rua do Rossio (EN 257) onde se localizam o Jardim Público e a Fonte das Freiras (v. PT040713020028). Murete incorporado na berma da estrada, diante do casario térreo, com embasamentos e molduras de vãos pintados a amarelo ocre; entre as casas e o tardoz da fonte e murete, corre faixa larga de passeio largo, com pavimento de cimento, que dá acesso ao adro da fonte por lance de escadas de 4 degraus, de alvenaria rebocada e pintada a amarelo ocre; a S. duas cabines telefónicas, de alumínio.

Descrição Complementar

EPIGRAFIA: lápide no tímpano, em letras pintadas a negro "COMMISSÃO / DOS / PASTOS. / 1904."; placa à esquerda do escudo: em letra cursiva, a azul, "Água / não controlada" e por baixo, em capitais e fonte menor, " CÂMARA MUNICIPAL DE VIANA DO ALENTEJO".

Utilização Inicial

Hidráulica: chafariz

Utilização Actual

Hidráulica: chafariz

Propriedade

Pública: municipal

Afectação

Sem afetação

Época Construção

Séc. 14 / 15 / 16 / 20

Arquitecto / Construtor / Autor

Desconhecido

Cronologia

1319, 08 junho - compromisso da Confraria dos Ovelheiros de Viana do Alentejo também designada por Confraria dos Homens Bons Ovelheiros de Viana do Alentejo; os pastores da confraria, possuíam por postura municipal, o benefício de abastecerem os seus gados no chafariz; 1357 - fundação da Albergaria de Nossa Senhora da Graça (v. PT040713020047) por Fernão Martins e a sua esposa D. Maior à qual estava anexa, por vontade dos instituidores, a Confraria dos Ovelheiros, tendo estes o benefício de se abrigarem no telheiro contíguo; 1473, 18 agosto - Carta régia dada em Évora pela qual D. Afonso V concede ao município 7.000 reis para "obras de alargamento da carreira pública que se havia feito nos terrenos patrimoniais de Constança Beatriz, impondo, todavia, ao concelho, o pagamento das expropriações que se haviam executado sob coação e sem licença da chancelaria real" (ESPANCA, p. 463); Séc. 15, finais - Séc. 16, 1.º quartel - obras de reparação durante o reinado de D. Manuel e afixação do escudo *2; Séc. 16, a partir de - passa a designar-se também por Fonte do Rossio das Freiras; 1904 - reconstrução pela Comissão dos Pastos segundo a lápide do espaldar, coincidindo com a abertura do Chafariz da Praça da Palha (v. PT040713020026); 1965, c. de - demolição do remate em ameias do murete.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes

Materiais

Alvanaria rebocada e caiada, pedra, mármore, metal fundido.

Bibliografia

ESPANCA, Túlio, Inventário Artístico de Portugal - Distrito de Évora, Vol. IX, Lisboa, ANBA, 1978, p. 463; TAVARES, Maria José Pimenta Ferro Tavares, “Para o estudo das confrarias medievais portuguesas: os compromissos de três confrarias de homens bons alentejanos”, Estudos Medievais, Vol. 8, Porto, 1987, pp. 55 - 72.

Documentação Gráfica

Documentação Fotográfica

IHRU: SIPA

Documentação Administrativa

Arquivo Histórico Municipal de Viana do Alentejo; DGARQ: Núcleo Antigo, 273 (Tombo dos Bens do Hospital de Nossa Senhora da Graça de Viana)

Intervenção Realizada

Comissão dos Pastos: 1904 - obras de reconstrução; 1965, c. de - obras de recosntrução.

Observações

*1 - Túlio Espanca refere a existência de 15 frades, encontrando-se a sarjeta muito possivelmente no lugar de um deles; *2 - segundo Túlio Espanca ao tempo o espaldar era anteriormente "enobrecido por pórtico de colunata ou pelo sistema cupular corrente na região, a exemplo do da vizinha vila de Aguiar" (v. PT040713030023).

Autor e Data

Rosário Gordalina 2012

Actualização

 
 
 
Termos e Condições de Utilização dos Conteúdos SIPA
 
 
Registo| Login