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Edifício e estrutura Edifício Saúde Termas
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Descrição
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Planta retangular, volume único, paralelepipédico, organizado em torno de um pátio retangular coberto por clarabóia em estrutura de ferro. A fachada principal,a N., é constituída por dois pisos, ritmados verticalmente por pilastras que definem cinco panos de muro desiguais: três vãos no pano central e nos dois extremos, dois vãos nos panos de ligação. No piso térreo, ao centro de cada um dos panos maiores, situam-se as portas de entrada, sob alpendre apoiado em quatro colunas toscanas sustentando varanda com plintos de cantaria e gradeamento em chapa perfurada. Todos os vãos têm bandeira semicircular emoldurada a cantaria. O remate da fachada é feito por platibanda e frontão triangular reto (correspondendo ao módulo central), cujas superfícies não enquadradas por cantaria são revestidas a espelho. A fachada lateral, a O., é inteiramente revestida em mosaico cerâmico, formando decoração abstracta; tem adossada a escada de emergência, em estrutura de aço. A fachada posterior, a S., apresenta três registos de quinze vãos (portas e janelas de peito) retangulares, seguindo-lhe um friso de cantaria e platibanda em mosaico cerâmico. No extremo E. desta fachada, ao nível da cobertura, destaca-se o volume cúbico do antigo depósito de água, bem como a alta chaminé cilíndrica das caldeiras, em tijolo. |
Acessos
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Travessa do Carvalho, n.º 21 a 25 |
Protecção
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Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto n.º 28/82, DR, 1.ª série, n.º 47 de 26 fevereiro 1982 / Incluído na classificação da Lisboa Pombalina (v. IPA.00005966) |
Enquadramento
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Urbano, adossado, destacado. |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Saúde: termas |
Utilização Actual
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Política e administrativa: sede de associação |
Propriedade
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Pública: municipal |
Afectação
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Sem afectação |
Época Construção
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Séc. 19 / 20 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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ARQUITECTOS: Egas José Vieira (1991-1994); Manuel Graça Dias (1991-1994). ENGENHEIROS: Alberto Souza Duarte (1991-1994); Pedro José Pézerat (1850) |
Cronologia
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1829 - descoberta de uma nascente de águas medicinais (cloretadas sódicas sulfidricadas) junto à ala poente da Praça do Comércio; a população de Lisboa começa a utilizar estas águas com fins curativos; construção de um balneário em madeira junto ao Tejo; 1850 - a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, adjudicatária da exploração daquelas águas, promove a construção do edifício dos Banhos, na freguesia de São Paulo; o projetista é o engenheiro francês Pedro José Pézerat (1800-1872), que na época realizava para a Câmara de Lisboa vários trabalhos relativos ao abastecimento de água e à reconstrução da rede de esgotos da capital; 1858 - a obra é concluída e inaugurada; 1910, outubro - os republicanos situam, no local, o seu comando das operações; 1975 - encerramento dos Banhos, decretado pela Direcção Geral de Saúde, devido a poluição da nascente; 1978 - o edifício é colocado à venda pela Companhia das Águas Medicinais do Arsenal, desencadeando-se o processo de classificação; 1980 - aquisição pela Câmara Municipal de Lisboa; 1983 - cedência à Junta de Freguesia de São Paulo, como espaço recreativo e ginásio infantil; 1990, 1 julho - a CML cede o imóvel à Associação dos Arquitetos Portugueses; 1991 - 1994 - obras de adaptação do edifício às novas funções, segundo projecto dos arquitetos Manuel Graça Dias e Egas José Vieira, sendo as obras comparticipadas pelo Ministério do Plano e Administração do Território e pelo FEDER (Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional); 2006, 22 agosto - parecer da DRCLisboa para definição de Zona Especial de Proteção conjunta do castelo de São Jorge e restos das cercas de Lisboa, Baixa Pombalina e imóveis classificados na sua área envolvente; 2011, 10 outubro - o Conselho Nacional de Cultura propõe o arquivamento de definição de Zona Especial de Proteção; 18 outubro - Despacho do diretor do IGESPAR a concordar com o parecer e a pedir novas definições de Zona Especial de Proteção. |
Dados Técnicos
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Paredes autoportantes / Estrutura autónoma |
Materiais
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Alvenaria de tijolo e mista, cantaria de calcário, reboco pintado, ferro fundido / alvenaria de tijolo, betão armado, mosaico cerâmico, alumínio lacado, aço, chapa inox, madeira, estuque pintado. |
Bibliografia
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AA.VV. - Guia da Arquitetura de Lisboa, 1948-2013. Lisboa: A+A Books, 2013, p. 72; Banhos de São Paulo, in Arquitectos, ano XII, Outubro 1994; CORDEIRO, Graça Índias, GARCIA, Joaquim, Lisboa. Freguesia de São Paulo, Lisboa, 1993; Guia Urbanístico e Arquitectónico de Lisboa, Lisboa, 1987; NUNES, Joaquim António, As Águas Termais de Lisboa, in Boletim da Comissão de Fiscalização das Águas de Lisboa, 4ª série, Nº 41, 1960; PERA, Francisco da Silva, Águas Passadas...Uma Reclamação Que o Tempo Não Atendeu, in Boletim da Comissão de Fiscalização das Águas de Lisboa, 4ª série, Nº 41, 1960; SILVA, J. Rodrigues da, Banhos de São Paulo. Novos Rumos, in DN. Magazine, 13.08.1989; VITERBO, Sousa, Diccionario Historico e Documental dos Architectos, Engenheiros e Construtores Portuguezes ou a serviço de Portugal, Lisboa, Imprensa Nacional, 1904, vol. II. |
Documentação Gráfica
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IHRU: DGEMN/Arquivo Pessoal de Daciano da Costa |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID, SIPA |
Documentação Administrativa
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CML: Arquivo de Obras (Proc. n.º 4.053) |
Intervenção Realizada
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1903 - cobertura do saguão; 1908, setembro - substituição do telhado, alteração da platibanda, ampliação das janelas do último piso da fachada posterior; 1919 - obras de manutenção; 1928 - substituição do depósito de água por um novo em betão armado; 1943 - pequenas reparações interiores e no telhado; 1950 - pinturas; 1964 - instalação de elevador na bomba da escada secundária E.; 1965 / 1970 - obras de manutenção; 1991 - 1994 - obras de adaptação a nova função (sede da Associação / Ordem dos Arquitetos), da autoria dos arquitetos Manuel Graça Dias e Egas José Vieira. |
Observações
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Autor e Data
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Teresa Vale e Carlos Gomes 1994 |
Actualização
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Rita Vale 2014 |
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