Museu Militar

IPA.00003142
Portugal, Lisboa, Lisboa, Santa Maria Maior
 
Arquitectura cultural, pombalina e neoclássica. Museu.
Número IPA Antigo: PT031106360072
 
Registo visualizado 2016 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Cultural e recreativo  Monumento e museu  Museu  

Descrição

Planta rectangular, distribuindo-se os compartimentos em torno de um pátio central quadrado. Cobertura diferenciada de telhados a 2 águas articulados nos ângulos. O alçado principal O. desenvolve-se em 3 pisos, e nele se destacam: o portal, as janelas com emolduramento calcário e o remate superior em platibanda. Possui um grupo escultórico a representar "A Pátria". O alçado lateral S. é dinamizado por uma arcada, que se destaca relativamente ao plano da fachada, assente em colunas monumentais de ordem compósita e delimitada lateralmente por pilares de secção quadrada. No alçado E. destaca-se um portal ladeado por colunas de capitéis coríntios e encimado por um frontão interrompido pela presença de um grupo escultórico alegórico (A Pátria), da autoria de Teixeira Lopes (1860 - 1942). Os cunhais do edifício são sobrepujados por representações de guerreiros em bronze. Merece menção a alternância cromática resultante do contraste entre elementos construtivos em cantaria e superfícies rebocadas, pintadas num amarelo luminoso. INTERIOR: organiza-se a partir de um vestíbulo de onde parte a escadaria nobre de acesso aos pisos superiores, onde se sucedem compartimentos notáveis sobretudo pela componente de decoração aplicada que ostentam.

Acessos

Largo do Museu de Artilharia; Rua Teixeira Lopes e Calçada do Forte

Protecção

Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto n.º 45 327, DG, 1.ª série, n.º 251 de 25 outubro 1963 / ZEP, Anúncio n.º 205, DR, 2.ª série, n.º 194 de 06 outubro 2023 / Parcialmente incluído na Zona de Proteção do Castelo de São Jorge e restos das cercas de Lisboa (v. IPA.00003128)

Enquadramento

Urbano, destacado, isolado de outras construções pelos espaços abertos, mas adossado ao talude da colina. Espaço aberto do Largo de Santa Apolónia, a N., o edifício da Estação do Caminho de Ferro (v. PT031106291099), a S., a Ermida do Senhor Jesus da Boa Nova (v. PT031106360443) e a Associação de Protecção à Primeira Infância (v. PT031106360495). Nas proximidades do edifício da Alfândega do Trigo (v. PT031106361030). No Largo surge um busto do Coronel Aboim de Ascensão (1859-1930), oficial do exército, o qual fundou a Associação Protectora da Primeira Infância de Lisboa, monumento executado por Raul Xavier, mandado erigir por um grupo de amigos, em 1931; surge, ainda, o busto de José Luís Morais, fundador da Associação Protectora da 1.ª Infância, de bronze, mandado erigir por um grupo de amigos, em 1906, bem como o Grupo do Emigrnte Português, de Dorita Castelo Branco, datado de 1981, e inaugurado em 10 Junho, por iniciativa do semanário O Tempo, feito com contribuições oficiais e particulares.

Descrição Complementar

No interior destacam-se: o vestíbulo, em cujo tecto se observam 3 composições alegóricas dos Descobrimentos portugueses da autoria de M. Oliveira, Adolfo Sousa Rodrigues (1876-1908) e Alves Cardoso; a Sala Vasco da Gama, que alberga um busto do navegador português de Simões de Almeida e telas de Carlos Reis (1863 - 1940) e Luigi Manini; a escadaria nobre, apresenta uma composição no centro do tecto, figurando A Pátria, da autoria de Bruno José do Vale (m. 1780), ladeada por alegorias das 4 partes do mundo, de Berardo Pereira Pegado e Pedro Alexandrino (1730 - 1810); as Salas da Guerra Peninsular, com telas de António Ramalho (1858 - 1916) e Luciano Freire (1864 - 1935); as Salas da 1ª Grande Guerra, onde se observam composições pictóricas alusivas ao conflito, da autoria de Adriano Sousa Lopes (1879-1944) e José Veloso Salgado (1864-1945); a Sala D. Maria, com telas de A. Sousa Lopes e o tecto pintado por Feliciano Narciso (m. 1777); a Sala D. José, decorada com talha de Leandro Braga (1839 - 1897) e onde se destacam 4 estátuas de madeira dourada (alegorias do Valor e da Felicidade e representações de Vulcano e de Marte) do escultor Francisco António (m. década de 90 séc. XVIII); a Sala D. João V, igualmente decorada com talha dourada e com telas de Luciano Freire e Artur Napoleão Vieira de Melo; a Sala Afonso de Albuquerque, com talha ornamental e telas de Ernesto Ferreira Condeixa (1857 - 1933) e Jorge Colaço (1868 - 1942); a Sala D. João de Castro, onde se observa um retrato daquele vice-rei da Índia por João de Melo Trigoso (1879 - 1956); as Salas Europa, África, Ásia e América, todas com tectos de temática alegórica pintados por Columbano Bordalo Pinheiro (1857 - 1929); a Sala das Campanhas da Liberdade, igualmente detentora de um tecto pintado por Columbano e com uma tela de Veloso Salgado; a Sala Camões, cujo tecto apresenta uma pintura ornamental em torno de motivos heráldicos da autoria de Domingos Costa (1867 - 1954); a Sala Restauração, com tecto de João Vaz (1859 - 1931) e uma tela de Veloso Salgado; a Sala Infante D. Henrique, cujo tecto foi decorado pelo pintor Domingos Costa e apresenta telas de José Malhoa (1855 - 1933) nas paredes; a Sala Brasil, com tecto de Artur N. V. Melo. Na cave merecem menção 4 painéis de azulejos realizados em 1904 na Fábrica de Cerâmica das Caldas segundo desenho de Manuel Gustavo Bordalo Pinheiro e ainda as salas Nuno Álvares Pereira e D. Carlos, esta última decorada com 13 painéis de azulejos realizados com base em desenhos do monarca por Leopoldo Battistini (1865 - 1936) na sua fábrica Cerâmica Constância

Utilização Inicial

Cultural e recreativa: museu

Utilização Actual

Cultural e recreativa: museu

Propriedade

Pública: estatal

Afectação

Ministério da Defesa Nacional

Época Construção

Séc. 18 / 19

Arquitecto / Construtor / Autor

ARQUITECTO: José Teixeira Lopes (1895-1908). ENGENHEIRO MILITAR: Fernando de Larre (n. 1689) (pórtico da fachada O.); Fernando de Chegaray. ESCULTOR: Teixeira Lopes (1908). PINTOR: Luigi Manini (pintura da Sala Vasco da Gama)

Cronologia

1760 - início da construção do edifício actual, sobre as ruínas das antigas tercenas das Portas do Sol (fundição régia e arsenal do exército); 1764 - obras estariam concluídas e o edifício é então designado arsenal do exército; 1851 - instituição do Museu de Artilharia, na sequência da organização desenvolvida pelo Barão de Monte Pedral, José Baptista da Silva Lopes (1784 - 1857), então Inspector-geral do Arsenal do Exército, sendo 1º director Eduardo Ernesto de Castelo Branco (1840 - 1905); 1895 - obras de ampliação, fechando-se o lado nascente do pátio, e de restauro das antigas dependências do edifício da Fundição, conforme projecto de José Teixeira Lopes; 1900 - remodelação do museu com abertura de novas salas e criação de acesso pelo Largo dos Caminhos de Ferro; 1908 - execução do grupo escultórico "A Pátria", de Teixeira Lopes, e colocado na fachada; 1926 - passa a designar-se Museu Militar; 1928 - remodelação do museu com abertura de novas salas; 2003, 08 fevereiro - rotura de conduta de abastecimento de água da EPAL, junto ao Jardim do Tabaco, provoca inundação com danos graves em algumas salas do Museu; 2006, 22 agosto - parecer da DRCLisboa para definição de Zona Especial de Proteção conjunta do castelo de São Jorge e restos das cercas de Lisboa, Baixa Pombalina e imóveis classificados na sua área envolvente; 2011, 10 outubro - o Conselho Nacional de Cultura propõe o arquivamento de definição de Zona Especial de Proteção; 18 outubro - Despacho do diretor do IGESPAR a concordar com o parecer e a pedir novas definições de Zona Especial de Proteção.

Dados Técnicos

Paredes autoportantes

Materiais

Alvenaria mista, reboco pintado, cantaria de calcário, estuque pintado, madeira, bronze, ferro forjado e fundido, azulejos.

Bibliografia

ALMEIDA, D. Fernando de, (coord. de), Monumentos e Edifícios Notáveis do Distrito de Lisboa, Lisboa - Tomo 1, Lisboa, 1973; ARAÚJO, Norberto de, Peregrinações em Lisboa, Vol. III, Livro 10, Lisboa, s.d.; BERGER, Francisco José Gentil, Lisboa e os Arquitectos de D. João V, Lisboa, 199; FERREIRA, Rafael Laborde, VIEIRA, Victor Manuel Lopes, Estatuária de Lisboa, Lisboa, Amigos do Livro, Lda., 1985; JORGE, Filipe, (coord. de), Lisboa Vista do Céu, Lisboa, 1994; MARQUES JÚNIOR, Henrique, O Museu Militar, in Olisipo, nº 61, Lisboa, 1953; Museu Militar. Roteiro, Lisboa, 1979; Ministério das Obras Públicas, Relatório da Actividade do Ministério no Ano de 1961, 1º Vol., Lisboa, 1962; PEDREIRINHO, José Manuel, Dicionário de arquitectos activos em Portugal do Séc. I à actualidade, Porto, Edições Afrontamento, 1994; PINTO-COELHO, Maria João, Projecto de design de iluminação do Museu Militar, Lisboa, in Monumentos, n.º 10, Lisboa, DGEMN, 1999, pp. 94-97.

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DRELisboa/DIE/DRC/DEM, DGEMN/DSARH; AHMOP, Desenhos nº 11 A e 71 A

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DRMLisboa

Documentação Administrativa

IHRU: DGEMN/DSID

Intervenção Realizada

DGEMN: 1961 - conclusão da 1ª fase das obras de adaptação do museu, pelos Serviços de Construção e de Conservação; 1965 - obras de beneficiação urgentes devido a infiltrações de água; 1971 - reparação de tectos; 1978 - obras de beneficiação exteriores; 1981 - reparação da instalação eléctrica; 1983 / 1984 / 1985 / 1986 - melhoramentos da instalação eléctrica; 1985 - pintura exterior; 1987 - beneficiações diversas na instalação eléctrica; CML: 1998 - projecto de iluminação das fachadas do museu.

Observações

Autor e Data

Eva Antunes e Paula Noé 1987 / Paula Noé 1990 / Teresa Vale e Carlos Gomes 1995

Actualização

 
 
 
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