Igreja Paroquial de São Paulo / Igreja de São Paulo

IPA.00003101
Portugal, Lisboa, Lisboa, Misericórdia
 
Arquitectura religiosa, pombalina. Igreja paroquial, integrada na malha urbana e confundindo-se com ela, de planta longitudinal composta por nave, capela-mor mais estreita, flanqueada por anexos em ambos os lados, com coberturas interiores diferenciadas, em tecto plano de madeira pintada em "trompe l'oeil", na nave, e em abóbada de lunetas, na capela-mor, revestida a estuque decorativo. Fachada principal harmónica, composta por corpo central e duas torres sineiras, estas com cobertura em coruchéu bolboso; o corpo remata em frontão triangular, sendo rasgado por três eixos de vãos, os inferiores correspondendo a portas de verga recta e os superiores a janelas rectilíneas; o portal axial é de maiores dimensões e está flanqueado por colunas, que sustentam frontão interrompido. Fachadas circunscritas por cunhais apilastrados colossais, rematadas por friso e cornija e rasgadas por janelas rectilíneas que iluminam uniformemente o interior. Este possui coro-alto em cantaria, assente em três arcos de volta perfeita, sustentados por pilastras toscanas, e quatro capelas laterais, três à face e uma profunda, no lado do Evangelho, dedicada ao Santíssimo Sacramento, protegida por grades metálicas. O baptistério surge sob o coro-alto, na base da torre do lado S., possuindo pia em cantaria e tela com a representação do "Baptismo de Cristo", protegido por grades metálicas. A nave possui as paredes em cantaria de várias tonalidades, marcada por apainelados, num recurso comum à arquitectura religiosa pombalina, e por portas e janelas ornamentadas profusamente, tendo, confrontantes, dois púlpitos quadrangulares, com guarda em cantaria vazada e acesso por porta de verga recta. A nave é percorrida por teia balaustrada, que protege um corredor elevado e as capelas laterais. Capela-mor com retábulo tipicamente pombalino, em cantaria, com tribuna expositiva, flanqueada por colunas que sustentam frontão interrompido, encimado por anjos de vulto.
Número IPA Antigo: PT031106490338
 
Registo visualizado 1115 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Templo  Igreja paroquial  

Descrição

Planta rectangular simples, composta por igreja de planta longitudinal, constituída por nave única, para a qual abrem capelas laterais, duas torres sineiras quadrangulares, e capela-mor rectangular, a que se adossam vários anexos ao lado esquerdo e posterior, tendo como resultante uma volumetria paralelepipédica, de disposição horizontal, com coberturas diferenciadas em telhados de duas águas no templo e de uma e três nos anexos. Fachadas rebocadas e pintadas de bege, excepto a principal, em cantaria de calcário lioz aparente, com cunhais em forma de pilatras toscanas colossais e remate em friso e cornija no templo e em cornija e platibanda plena nos anexos. Fachada principal, virada a E., de disposição harmónica, com o corpo central flanqueado por duas torres sineiras, o primeiro rematando em frontão triangular, com o tímpano decorado por almofadados circulares e triangulares, com o vértice sobrepujado por plinto galbado, flanqueado por volutas, que sustenta uma cruz latina metálica, surgindo, nos ângulos inferiores, fogaréus. A fachada é rasgada por três eixos de vãos, o central correspondente ao portal axial, de disposição côncava, de verga recta e moldura simples, flanqueado por colunas de fuste liso e capités coríntios, sobre dados, que sustentam friso, cornija e frontão interrompido por espaldar curvo e sobrepujado por cornija, onde surge, em relevo, a representação da "Conversão de São Paulo". O portal é flanqueado por duas portas de verga recta e molduras recortadas, rematando em espaldar curvo, encimado por cornija e ornado por almofada de perfil curvo, encimada por vieira invertida. Sobre estes, evoluem falsos plintos relevados, que sustentam dois nichos em arco de volta perfeita, com fecho saliente e com moldura recortada e rematada em empena com os vértices inferiores volutados, contendo as imagens de São Pedro (lado esquerdo) e São Paulo (lado direito), os quais sustentam os seus atributos e estão sobre pequeno plinto com inscrições identificadoras. Os portais estãos protegidos por portas de duas folhas de madeira almofadadas e são encimados por três janelões de iguais dimensões, o central curvo, com os ângulos superiores encurvados, com fecho saliente, moldura recortada e remate em cornija angular; os laterais são semelhantes, rectilíneos, com molduras recortadas e com pingentes laterais, rematando em espaldar curvo, com elementos de cantaria relevados, formando falsas mísulas com pingentes, sobrepujados por cornija de perfil curvo; nos três janelões, as molduras prolongam-se inferiormente, formando falsos brincos e possuem caixilharias de madeira pintada de branco, com vidro simples. As torres sineiras são semelhantes, ligeiramente recuadas, com cobertura em coruchéu bolboso, encimado por pináculo, onde se rasgam óculos ovalados. Estão divididas em três registos, divididos por friso e cornija, o inferior rasgado por três ordens de janelas rectilíneas e molduras salientes em cantatria; o intermédio, de pequenas dimensões, apresenta relógios circulares, sendo o terceiro marcado pelas quatro ventanas de volta perfeita, assentes em pilastras toscanas, enquadradas por moldura rectilínea saliente, tendo, nos ângulos, colunas de fuste liso e capitéis jónicos. Ambas rematam em cornija e apresentam fogaréus nos ângulos. O espaço da nave compreendido entre as torres possui cobertura autónoma, sobre a qual se vê a empena da parede fundeira, rasgada por pequeno vão. No lado esquerdo e levemente recuado, um corpo adossado, de dois pisos, com dois vãos em eixo, compondo um portal de verga recta, com moldura de cantaria saliente e sobreporta do mesmo material, onde surgem representadas, em relevo, as iniciais "AM", encimadas por coroa fechada e cruz latina, envolvida por moldura ovalada; sobre este, janela de peitoril rectilínea. As fachadas laterais são semelhantes nos corpos do templo, cada uma delas rasgada por quatro janelas rectilíneas na nave e duas na capela-mor. Ambas são marcadas pelos corpos adossados, o da fachada lateral esquerda de dois pisos separados por frisos de cantaria e dois panos, definidos por pilastra toscana colossal, rasgados, em cada piso, por seis janelas de peitoril, rectilíneas e com molduras de cantaria, protegidas por grades de ferro; dois dos vãos encontram-se entaipados. Sobre o corpo, junto ao ângulo SO., um cupulim, com janelas rectilíneas. O corpo adossado à capela-mor tem uma porta e quatro frestas, apresentando o segundo piso recuado, formando um terraço, para onde abrem três janelas rectilíneas com molduras de cantaria. A fachada lateral direita, virada a N., divide-se em quatro panos por pilastras toscanas colossais, os dois centrais semelhantes, cada um deles rasgado por duas janelas rectilíneas em cada piso, o do lado direito com fresta no segundo piso e um óculo ovalado no primeiro; o pano da direita possui uma janela rectilínea em cada piso; o pano mais elaborado é o do lado esquerdo, com uma janela semelhante às demais em cada piso e, no primeiro, um portal de verga recta e moldura recortada, criando uma tabela assente em pingentes, rematada por cornija contracurva; encontra-se encimado por janela de varandim com guarda metálica vazada por três módulos geométricos, e vão rectilíneo, com moldura recortada, elevando-se em espaldar ornado por concha e rematado por cornija contracurvada. Fachada posterior, virada a O., com as empenas visíveis da nave, em ângulo, e da capela-mor, recta. INTERIOR em cantaria de calcário branco e rosa, dividido em cinco panos por pilastras toscanas colossais, e três registos definidos por cornijas, o superior marcado pelas janelas que iluminam o interior do templo, rectilíneas e com falso fecho ornado por elemento vegetalista; tem pavimento em lajeado e cobertura em tecto plano, assente em cornija de cantaria, pintado em "trompe l'oeil", formando uma estrutura arquitectónica que prolonga as pilastras da nave, tendo ao centro, um painel plano, representando "São Paulo em glória, recebido pela Santíssima Trindade". A nave é percorrida por uma teia balaustrada, em cantaria de calcário, que protege dois corredores laterais, mais elevados e pavimentados a cantaria. Coro-alto em cantaria, sustentado por três arcos de volta perfeita, divididos por três pilastras toscanas, o central de maiores dimensões e todos assentes em duplas pilastras toscanas, tendo guarda balaustrada e acesso pelo lado da Epístola, através de porta de verga recta. No lado oposto, surge um órgão e, ao centro, um candeeiro de trevas. O coro-alto encontra-se pintado de rosa, cinzento e branco, formando motivos geométricos, a imitar cantaria. Sob este, o portal axial está protegido por guarda-vento de madeira e vidro e, de cada lado, uma pia de água benta hemisférica e concheada, assente em coluna ornada por vários motivos vegetalistas. No lado do Evangelho, o baptistério, com acesso por porta de verga recta e moldura recortada, encimada por espaldar curvo, contendo tabela rectilínea, ostentando falsas mísulas com pingentes, rematada por cornija curva; encontra-se protegido por grade de ferro forjado, pontuada por rosetões e acantos dourados. No interior, a pia baptismal, de perfil campaniforme invertido, sustentada por coluna galbada, encimada por uma tela pintada a representar o "Baptismo de Cristo". As paredes da nave são semelhantes, tendo os panos extremos rasgados por portas de verga recta e molduras recortadas, encimadas por espaldares curvos, contendo tabelas rectilíneas, com falsas mísulas e pingentes, que sustentam as cornijas do remate; sobre estas, surgem janelas de varandim, com guardas balaustradas e vãos com molduras recortadas, as exteriores interrompidas, superiormente, por volutas e motivo fitomófico, profusamente ornadas por festões. A porta O. do lado da Epístola constitui a Capela do Senhor dos Passos. Entre estas, situam-se as capelas laterais, à face, excepto a última do Evangelho, bastante profunda, dedicadas a São João Baptista e ao Santíssimo Sacramento (lado do Evangelho) e a São Miguel e Nossa Senhora da Piedade (lado da Epístola). Entre as capelas, situam-se uma porta de verga recta, os púlpitos, quadrangulares, assentes em bacia gomada, tendo guarda de cantaria vazada e perfil convexo, ostentando decoração de acantos, com acesso por porta de verga recta e moldura recortada, alteada superiormente e sobrepujada por cornija angular; sobre estes, surgem painéis almofadados. Arco triunfal de volta perfeita, com pedra de fecho saliente e assente em pilastras toscanas, de fustes e arco almofadados, flanqueado por quatro pilastras, as exteriores de ângulo, que criam dois eixos de almofadados rectilíneos laterais, sustentando friso, cornija e frontão interrompido por nicho em arco de volta perfeita, assente em pilastras e flanqueado por aletas, contendo a imagem do Crucificado. Capela-mor elevada por um degrau, com pavimento em lajeado de calcário e cobertura em abóbada de lunetas, totalmente revestida a estuque decorativo, com o fundo azul, onde se formam cartelas e medalhões brancos e dourados, com reserva central pintada, representando uma "Adoração do Santíssimo", assente em cornija. As paredes laterais são semelhantes, divididas em dois registos por cornija e rasgadas por duas portas de verga recta, com molduras recortadas, encimadas por espaldar ornado por elementos fitomórficos e sobrepujadas por cornija curva; sobre estas, janela de verga recta, com os ângulos superiores curvos, com moldura recortada, que se prolonga inferiormente em falsos brincos e com pequeno avental, tudo ornado por motivos vegetalistas. Entre estes elementos, surge um módulo de apainelados de cantaria, o superior com losango central contendo um rosetão. A parede testeira forma um nicho côncavo, assente em pilastras toscanas colossais, onde se insere, sobre supedâneo de três degraus, o retábulo-mor, em cantaria de calcário de várias tonalidades (branco, vermelho e azul), de planta côncava e um eixo formado por duas colunas de fustes lisos e capitéis coríntios, assentes em plintos paralelepipédicos, com falsos almofadados, formados por embutidos de pedras de várias tonalidades; ao centro, a tribuna com moldura contracurvada, encimada por concheados, folhas de palma e querubim, com o interior pintado e contendo trono expositivo de cinco degraus, com baldaquino, tudo em talha dourada; o ático é composto por frontão interrompido, encimados por anjos de vulto, que centram cornija de perfil contracurvado de inspiração borromínica, sobrepujada por resplendor dourado. Altar paralelepipédico, flanqueado por pilastras volutadas, onde assenta sacrário em forma de templete, com colunas e cobertura em cúpula.

Acessos

Largo de São Paulo

Protecção

Incluído na classificação da Lisboa Pombalina (v. IPA.00005966) e na Zona de Proteção dos Banhos de São Paulo (v. IPA.00003170)

Enquadramento

Urbano, parcialmente isolado, implantado em zona plana, em plena Baixa Pombalina, abrindo para um largo fechado por edifícios residenciais plurifamiliares, e pelo edifício da Igreja, no lado O.. O largo é formado por quatro eixos viários, o do lado N. de maiores dimensões, que rodeiam uma plataforma pavimentada a calçada portuguesa, criando elementos geométricos, orlada por árvores de médio porte e candeeiros metálicos de iluminação pública, surgindo, no ângulo NE., um quiosque em ferro (v. PT031106491240) e, ao centro, o Fontanário-Obelisco de São Paulo / Chafariz de São Paulo (v. PT031106490856). O espaço é pontuado por bancos de jardim. A igreja adossa-se a edifício de habitação e comercial na fachada posterior. Em frente à mesma, um pequeno adro, de planta sinuosa, em cantaria de calcário, tendo dois bancos adossados às torres sineiras.

Descrição Complementar

As capelas laterais são semelhantes, formadas por nicho em arco de volta perfeita, assente em pilastras toscanas, onde se inserem as estruturas retabulares, em cantaria de calcário de várias cores (azul, vermelho e branco), de planta convexa e um eixo definido por quatro colunas de fustes lisos e capitéis coríntios, assentes em dados; ao centro, painéis de perfis contracurvados, com fechos volutados, contendo telas pintadas alusivas ao orago, e seguintes ornadas por elementos vegetalistas, surgindo, na base, acantos; as estruturas rematam em frisos, cornijas e frontões interrompidos, onde surgem anjinhos de vulto, os quais centram espaldares contracurvados, ornados por acantos e painéis alusivos ao orago. Altares paralelepipédicos, ornados por cruz. O altar de São João Baptista possui uma tela com o Santo a pregar no deserto, surgindo, no remate, um "Agnus Dei"; o retábulo dedicado a São Miguel apresenta uma tela com o Santo a resgatar almas do Purgatório; o retábulo de Nossa Senhora da Piedade possui uma tela a representar a "Lamentação de Cristo morto", surgindo, no remate, o Santo Lenho envolvido pelo Sudário. A Capela do Santíssimo tem acesso por arco de volta perfeita, com fecho saliente e assente em pilastras toscanas, estando protegida por grade dourada, flanqueada por estípides, encimadas por fogaréus, que ladeiam uma falsa platibanda, onde surge cartela com a inscrição "CARO MEA VERA EST CIBUS", rodeada por festões e sobrepujada por um delta luminoso em glória. A capela tem cobertura em cúpula cega, assente em pendentes, com os panos ornados por apainelados e rosetões. As paredes laterais têm portas de verga recta, encimadas por espaldar e cornija contracurvados, o primeiro ornado por elementos fitomórficos, encimado por apainelados decorados por rosetões bastante volumosos. O retábulo é de cantaria, planta convexa e um eixo definido por quatro colunas de fustes lisos e capitéis coríntios, as exteriores assentes em dados e as interiores sobre o altar; ao centro, apainelado contracurvado, rematado por elementos concheados e assente em falsas mísulas, com o fundo pintado de branco; possui remate em frontão interrompido, encimado por duas figuras alegóricas femininas, representando a Fé (Evangelho) e a Esperança (Epístola), com os seus respectivos atributos, o cálice e a âncora; estas centram espaldar recortado e rematado em cornija, onde surge representado, em relevo, um "Agnus Dei", envolvido por resplendor e encimado por concheado; altar paralelepipédico, flanqueado por pilastras volutadas, ornado por cruz frontal. No coro-alto, órgão com caixa de madeira, com pequenos frisos dourados, de planta rectangular, composto por um castelo central, pouco proeminente e encimado por reserva ovalada, vazada, preenchida com instrumento musical, e dois nichos laterais, ambos com as gelosias ornadas por acantos e douradas, as do castelo a abrir em boca de cena, e as laterais em harpa; são divididos por pilastras, encimadas por cornija e fogaréus. As ilhargas possuem nichos com tubos de montra, com gelosias a abrir em boca de cena. Possui consola em janela.

Utilização Inicial

Religiosa: igreja paroquial

Utilização Actual

Religiosa: igreja paroquial

Propriedade

Privada: Igreja Católica (Diocese de Lisboa)

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 18

Arquitecto / Construtor / Autor

ARQUITECTO: Remígio Francisco Abreu (1768). ESCULTOR: António Machado (1768). ESTUCADOR: João Grossi (1768). PINTORES: Gaspar José Raposo (1768); Joaquim Manuel da Rocha (séc. 18); Jerónimo Andrade (1768); José Tomás Gomes (1768); Marcos da Cruz (séc. 17); Pedro Alexandrino de Carvalho (1768); Vicente Paulo (1768).

Cronologia

1412 - provável fundação da freguesia, que se instalou na Capela do Espírito Santo, situado no Beco do Carvão; 1572 - primeiros registos em que surge referida a igreja; séc. 17 - pinturas por Marcos da Cruz; 1626 - a igreja está em obras, não tendo telhado, o que pode provocar o estrago dos retábulos, situação que se arrastava há três anos; 26 julho - alvará régio ordena que Teodósio de Frias vá verificar a necessidade de obras; lançamento de uma finta para terminar a obra da igreja; 1755, 1 novembro - a igreja ficou muito destruída pelo terramoto, tendo sido necessário construir uma nova, a expensas da população da freguesia; 1759, 22 dezembro - nas Memórias Paroquiais, assinadas pelo pároco Francisco Xavier Baptista, é referido que a paróquia está a funcionar numa barraca de madeira, junto a igreja antiga, com quatro altares, o mor, o de Nossa Senhora da Boa Viagem, Nossa Senhora da Piedade e São João Baptista; tem as irmandades do Santíssimo, a de São Miguel e Almas, a de Nossa Senhora da Boa Viagem, a de Nossa Senhora da Piedade e a de São João Baptista; o pároco é vigário apresentado pelo arcebispo e rende 350$000; 1768 - início da construção da nova igreja paroquial em terreno que foi adjudicado à Irmandade do Santíssimo Sacramento, recorrendo a esmolas e à subscrição pública; o pároco passou a ser nomeado pelo Confraria do Santíssimo Sacramento; o edifício foi executado conforme projeto de Remígio Francisco de Abreu, invertido relativamente à igreja antiga, com orientação O. / E.; feitura das esculturas e do medalhão da fachada por António Machado; pintura do teto da nave por Jerónimo de Andrade (1715 - 1801), ajudado por José Tomás Gomes, Vicente Paulo e Gaspar José Raposo; execução dos estuques da capela-mor e sacristia por João Grossi (1718-1781); pintura dos quadros dos altares laterais e do batistério por Pedro Alexandrino de Carvalho (1729-1810); pintura da tela da boca da tribuna por Joaquim Manuel da Rocha; 1759, 22 dezembro - nas Memórias Paroquiais, assinadas pelo vigário, Francisco Xavier Baptista, é referido que a freguesia tinha 220 moradores, estando a freguesia situada numa praia; a paróquia funciona numa barraca junto à Igreja antiga, com cinco altares, o mor, o de São Miguel, de Nossa Senhora da Boa Viagem, Nossa Senhora da Piedade e São João Baptista; tinhas as Irmandades do Santíssimo Sacramento, de São Miguel e Almas, de Nossa Senhora da Boa Viagem, de Nossa Senhora da Piedade e de São João Baptista; tinha uma associação caritativa para apoiar os paroquianos necessitados; o pároco é vigário, apresentado pelo Ordinário, tendo de rendimento 350$000; 1874 - existem as Irmandades de Nossa Senhora da Boa Viagem e de São João Baptista, dos Calafates *1; 1911 - a Irmandade é proprietária do edifício da igreja.

Dados Técnicos

Paredes autoportantes.

Materiais

Estrutura em alvenaria mista, rebocada e pintada; pilastras, fachada principal, colunas, frontões, apainelados, espaldares, cornijas, pavimentos, retábulos, pia baptismal, pias de água benta, teia da nave, coro-alto, escultura em cantaria de calcário de várias tonalidades (branco, vermelho e azul); cobertura, portas, caixilharias em madeira; grades em ferro forjado e bronze; cobertura exterior em telha.

Bibliografia

ARAÚJO, Norberto de, Peregrinações em Lisboa, Vol. 3, Lisboa, s.d.; ARAÚJO, Norberto, Inventário de Lisboa, Lisboa, 1945 - 1956; CORDEIRO, Graça Índias, GARCIA, Joaquim, Lisboa. Freguesia de São Paulo, Lisboa, 1993; LEAL, Augusto Soares de Azevedo Barbosa de Pinho, Portugal Antigo e Moderno..., vol. 4, Lisboa, Livraria Editora de Matos Moreira & Companhia, 1874; FRANÇA, José-Augusto, Lisboa Pombalina e o Iluminismo, Lisboa, 1977; GOMES, Paulo Varela, A Cultura Arquitectónica e Artística em Portugal no Século XVIII, Lisboa, 1988; MATOS, Alfredo, PORTUGAL, Fernando, Lisboa em 1758. Memórias Paroquiais de Lisboa, Lisboa, Câmara Municipal de Lisboa, 1974; PEREIRA, Luis Gonzaga, Monumentos Sacros de Lisboa em 1833, Lisboa, 1924; PROENÇA, Raul, (dir. de), Guia de Portugal, Lisboa, 1924; RIBEIRO, Fernanda, Ácido e Purpurina no Restauro das Igrejas de São Paulo e da Encarnação. Métodos Pouco Ortodoxos em Obras da Igreja, in Público, 02.09.93; SERRÃO, Vítor, Um concurso de pintura do século XVII, in A Cripto-História de Arte, Lisboa, Livros Horizonte, 2001, pp. 75-100; SILVA, Augusto Vieira da, Notícias Históricas das Freguesias de Lisboa, in Lisboa. Revista Municipal, Ano V, n.º 16, 2º Trimestre 1943; VITERBO, Sousa, Diccionario Historico e Documental dos Architectos, Engenheiros e Construtores Portuguezes ou a serviço de Portugal, Lisboa, Imprensa Nacional, 1904, vol. III.

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

Intervenção Realizada

PROPRIETÁRIO: 1993 - limpeza das cantarias da fachada; 1996 - obras de restauro no tecto da capela-mor.

Observações

*1 - até ao terramoto de 1755, a Irmandade dos Calafates encontrava-se sediada numa capela no topo N. do transepto da Sé de Lisboa (v. PT031106520004), dedicada a Santa Ana.

Autor e Data

Teresa Vale e Carlos Gomes 1996 / Paula Figueiredo 2007

Actualização

 
 
 
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