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Edifício e estrutura Edifício Militar Forte
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Descrição
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Parapeito que parece coincidir parcialmente com o bastião ou bateria do antigo forte de Nossa Senhora da Conceição *3. |
Acessos
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Palácio dos Duques de Palmela, entre a Praia da Conceição e os Almagreiros |
Protecção
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Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto n.º 129/77, DR, 1.ª série, n.º 226 de 29 setembro 1977 *1 / ZEP, Portaria n.º 740-S /2012, DR, 2.ª série, n.º 248 de 24 dezembro 2012 *2 |
Enquadramento
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Urbano, marítimo. O antigo forte erguia-se sobre num esporão rochoso no arco desenhado pela baía de Cascais, sob o actual Palácio dos Duques de Palmela (v. PT031105030064). O parapeito merloado existente é contornado pelo paredão de circulação entre as praias. Nas imediações erguem-se várias estruturas hoteleiras e a estação ferroviária de Cascais. |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Militar: forte |
Utilização Actual
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Cultural e recreativa: marco histórico-cultural |
Propriedade
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Privada: pessoa singular |
Afectação
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Sem afectação |
Época Construção
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Séc. 17 / 19 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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D. António Luís de Meneses (plano de fortificação da costa de Cascais - 1640, cerca). |
Cronologia
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1640, depois de Dezembro - época provável da sua construção, tendo sido um dos primeiros a ser construídos sob as ordens do governador da praça de Cascais, D. António Luís de Meneses, a quem D. João IV encarregara de dirigir os planos de fortificação da costa entre São Julião da Barra e o Cabo da Roca; 1648 - o forte, então designado como Baluarte do Rio do Bode, encontrava-se operacional, sendo servido por 3 artilheiros e 12 soldados sob o comando de um cabo, que faziam a despesa anual de 338$000; 1675, 2 Novembro - data do relatório de inspecção ao forte, então conhecido como Forte dos Inocentes, pelo marquês de Fronteira, referindo ter de artilharia três peças de bronze, de calibres 18, 16 e 12, e três peças de ferro, de calibre 14, operacionais; 1693 - data da planta levantada pelo arquitecto Mateus do Couto que assinala a presença de bataria ampla com faces ajustadas ao material de artilharia; 1720 - encontrava-se em bom estado de conservação, necessitando apenas de ser betumado o lajedo do terraço; estava fechado e sem guarnição, sendo assistido por um cabo e dispunha de 1 peça de bronze, de calibre 16, e 3 de ferro, de calibre 12, capazes de servir, embora estivesses "apeadas por não ter reparos"; séc. 18, meados - vistoria indica que a muralha a E. ameaçava ruína, devido a deficiência na fundação batida pelo mar; 1751 - orçamento no valor de 80$000 para proceder às reparações necessárias; 1762 / 1763 - renovação da artilharia, que passou a ser composta por 6 peças de ferro, 4 de calibre 24 e 2 de calibre 9; nesta altura já era designado por Forte de Nossa Senhora da Conceição; 1793, final - obras de remodelação: beneficiação geral, reorganização da divisão dos espaços, com criação de novas zonas de serviço e de aquartelamento de tropas e ampliação da bateria, que passou a dispor de quatro faces na parte voltada ao mar, alteração do parapeito em torno da bateria com abertura de 9 canhoneiras intercaladas por merlões; reedificação da linha de fuzilaria que ligavam o forte aos fortes contíguos; foi guarnecido por um contingente de 6 soldados comandados por um cabo; o forte passou a funcionar como local de "Registo e paiol geral de Cascais"; 1823 - o forte necessitava de reparações; 1829 - havia necessidade urgente de intervenção principalmente no reboco de paredes e parapeitos e reparação das 5 peças que constituíam o material de artilharia; 1808 - ocupação do forte por forças francesas e sua utilização na defesa de Cascais contra a armada inglesa do almirante Sidney Smith; 1813 / 1815 - deixa de ter importância defensiva; 1830, Março - a artilharia já estava operacional e era constituída por 7 peças, 4 de calibre 24, 1 de 12 e 2 de 9; 1831, Dezembro - as estruturas encontravam-se em bom estado de conservação, excepto o paiol; 1834 - despojado da artilharia, estava-lhe afecto apenas um militar para guarda e conservação do mesmo; 1854, 26 Março - o forte estava bem conservado; 1867, 26 Junho - Carta de Lei autoriza a venda do forte; 14 Outubro - o duque de Palmela propõ-se a comprar o forte, que estava abandonado e em ruína progressiva, para no local construir uma residência; 22 Outubro - a bateria foi considerada inútil para a defesa, podendo ser alienado, desde que disponha de parapeitos que pudessem ser guarnecidos por soldados de infantaria, segundo o parecer do coronel Rufino António de Morais e do capitão do estado-maior de Engenharia Domingos Pinheiro Borges; 12 Novembro - portaria define as condições de alienação do forte; 18 Novembro - portaria estabelece as condições da avaliação do imóvel em 600$000; 25 Novembro - auto de avaliação do forte no valor de 600$000; 1868, Junho - compra do forte pelo duque de Palmela, por 2.611$000; 1868, final - já se encontrava demolido; construção de um parapeito ameado, voltado ao mar, para que em tempo de guerra fosse guarnecido "com soldados de inffantaria ... para que não fique interrumpida a Linha de fuzilaria que segue deste forte até esta Villa"; 1873 - construção no local do Palacete dos Duques de Palmela, com projecto do arquitecto inglês Thomas Henry Wyatt; 2011, 12 julho - proposta de fixação da Zona Especial de Proteção Conjunta do Chalet Faial, do Palácio Palmela e dos restos do Forte de Nossa Senhora da Conceição; 10 outubro - parecer do Conselho Nacional de Cultura a concordar com a delimitação de três Zonas Especiais de Proteção idênticas, coincidente; 2012, 28 março - projeto de decisão relativo à fixação das três Zonas Especiais de Proteção semelhantes, uma delas a do Forte, Aviso n.º 4682/2012, DR, 2.ª série, n.º 63. |
Dados Técnicos
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Sistema estrutural de paredes autoportantes. |
Materiais
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Cantaria calcária |
Bibliografia
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LOURENÇO, Manuel Acácio Pereira, As Fortalezas da Costa Marítima de Cascais, Cascais, 1964; MOREIRA, Rafael, Do Rigor Teórico À Urgência Prática: A Arquitectura Militar in História da Arte em Portugal, vol. 8, Lisboa, p. 66 - 85; BARROS, Maria de Fátima Rombouts, BOIÇA, Joaquim Manuel Ferreira, RAMALHO, Maria Margarida Magalhães, As fortificações marítimas da costa de Cascais, Lisboa, Quetzal, 2001. |
Documentação Gráfica
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IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Administrativa
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Intervenção Realizada
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1762 / 1763 - obras de reparação. |
Observações
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*1 - Forte de Nossa Senhora da Conceição (restos das muralhas). A designação do Forte adveio-lhe da ermida de Nossa Senhora da Conceição dos Inocentes, construída nas proximidades. *2 - Classificação conjunta do Chalet Faial (incluindo toda a área de terraço e muros) (v. PT031105030141), Palácio Palmela (v. PT031105030064) e fixa uma Zona Especial de Proteção conjunta que abrange o Forte de Nossa Senhora da Conceição (v. PT031105030009). *3 - O forte tinha planta rectangular, tendo na face posterior os alojamentos, que ocupavam a área sensivelmente igual à bateria. Na face virada a O. rasgava-se ao centro a porta do forte que acedia a ampla divisão, que comunicava com a bateria e os compartimentos destinados ao quartel, cozinha, casa da palamenta e paiol de pólvora, todos abobadados; superiormente possuía terraço com parapeito, acedido por escada a partir da plataforma da bateria e que servia para tiro de mosqueteria; adossado ao muro O. dos alojamentos existia ainda uma dependência exterior. Num relatório datado de 26 de Março de 1854, o Brigadeiro José G. F. Passos e do Capitão Engenheiro Joaquim A. E. Vaz, descrevem o forte como tendo planta pentagonal, apresentando uma das faces para E. de 76 palmos de comprimento com 3 canhoneiras, 2 para S., de 36 palmos cada uma onde existiam 3 canhoneiras e 1 para O., igualmente com 76 palmos comprimento e 3 canhoneiras. Os parapeitos tinham 5 palmos de grossura. Um lajedo geral formava o terrapleno e plataforma com inclinação para o parapeito. Na bateria havia um pequeno paiol abobadado, ficando a sua entrada virada a S. Um través de alvenaria de 50 palmos de extensão e de suficiente espessura forma o 5º lado do pentágono para o lado N. e servia para cobrir os quartéis onde se podia alojar 18 praças, a casa da palamenta e outro paiol maior que o primeiro tudo coberto de telhados armassados. |
Autor e Data
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Paula Noé 1991 / Curso Inventariação KIT01 (2.ª ed.) 2009 |
Actualização
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