Convento de Nossa Senhora das Neves de Olinda

IPA.00030665
Brasil, Pernambuco, Pernambuco, Olinda
 
Arquitectura religiosa, setecentista. Convento franciscano de planta composta e volumes articulados, com eixo maior orientado de O. para E., tendo ao centro a igreja com eixo longitudinal de nave única, capela da Ordem Terceira de São Francisco aberta do lado do Evangelho, capela-mor e sacristia no eixo da anterior. A N., as dependências da Ordem Terceira de São Francisco, e a S. o convento com claustro e pátio, ao redor dos quais se desenvolvem as demais dependências conventuais.
Número IPA Antigo: BR921701120013
 
Registo visualizado 192 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Convento / Mosteiro  Convento masculino  Ordem de São Francisco - Franciscanos (Província de Santo António do Brasil)

Descrição

Complexo conventual de planta composta e volumes articulados, com eixo maior orientado de O. para E., tendo ao centro a igreja com eixo longitudinal de O. para E., apresentando nave única, capela da Ordem Terceira de São Francisco aberta do lado do Evangelho, capela-mor e sacristia logo atrás. A N., as dependências da Ordem Terceira de São Francisco, e a Sul o convento com claustro e pátio, ao redor dos quais se desenvolvem as demais dependências conventuais. Coberturas diferenciadas em telhados de duas, três e quatro águas. Fachadas rebocadas e pintadas, com os elementos estruturais em cantaria. Fachada principal marcada pelo corpo das dependências dos Terceiros, avançado em relação à igreja conventual e rasgado por vãos rectangulares. A IGREJA conventual remata em empena contracurva de volutas com pináculos, rasgado ao meio por um nicho com imagem e encimada por uma cruz, possuindo dois registos, ladeados por pilastras sobre as quais assentam entablamentos. No primeiro piso abrem-se três arcos de volta perfeita, ladeados por dois paramentos lisos, tendo o do lado esquerdo uma porta entaipada, e o da direita um pequeno óculo. No piso superior sobre os arcos abrem-se três janelas para iluminação do coro, decoradas com volutas e concheados, e sobre os paramentos laterais duas enormes volutas. No lado esquerdo e recuada está a torre sineira de planta quadrada, composta por dois pisos delimitados por cunhais apilastrados, conija no primeiro, e entablamento no segundo. No primeiro piso abre-se uma janela para a fachada, e no segundo abrem-se nos quatro lados, vãos de volta perfeita para os sinos. INTERIOR com as paredes marcadas por painéis de azulejos figurativos, em monocromia azul sobre fundo branco, formando silhar, com cobertura em caixotões com painéis historiados. As paredes rasgam-se por tribunas com guardas de talha dourada e pintada e janelas. Coro-alto com cadeiral, tendo o sub-coro pintado em quadratura, assente sobre a antiga galilé de planta quadrilátera irregular. Do lado do Evangelho, Capela da Ordem Terceira, tendo, no lado oposto, o púlpito em talha dourada e pintada. Arco triunfal de volta perfeita, ladeada por dois retábulos sobrepujados por sanefas do mesmo material. A capela-mor tem um retábulo de talha pintada e dourada. De ambos os lados da capela-mor da igreja conventual correm Vias Sacras que levam à SACRISTIA, com cobertura em caixotões pintados e nos espaços entre os vãos distribuem-se painéis de azulejo figurativo, em monocromia, azul sobre fundo branco. Na parede que se encosta à capela-mor, entre as duas portas de acesso, está o arcaz com espaldares de madeira entalhada e pinturas, interrompido por oratório, surgindo, na parede oposta, um armário embutido em madeira entalhada. Nas paredes N. e S. estão dois compartimentos com cobertura em abóbada de berço. CONVENTO com o corpo da portaria situado à direita da igreja, e dividido em três pisos, rasgados por vãos rectangulares, sendo o da porta de entrada ladeado por duas pilastras. A estrutura desenvolve-se em torno de CLAUSTRO de planta quadrada de dois pisos separados por uma cornija que corre sobre os arcos do piso inferior, ao redor de todo o espaço, e uma outra que corre no peitoril do segundo. Cada um dos lados é constituído por cinco colunas de pedra que no primeiro piso são mais altas e largas, sustentando arcos abatidos com fecho central em voluta, e no segundo sustentam vãos rectilíneos sobre os quais assenta a cobertura de madeira e telha. Nas paredes das alas do piso inferior estão painéis de azulejo de perfis recortados, figurativos e em monocromia, azul sobre fundo branco, formando silhares. PORTARIA de planta quadrangular com acesso directo à fachada principal e ao claustro conventual. A cobertura é em tecto de madeira pintada, e pelas paredes vão-se intercalando painéis de azulejos recortados, em monocromia, azul sobre fundo branco, formando silhar, com um retábulo de talha dourada e pintada. A SALA DO CAPÍTULO encontra-se no lado S. do claustro, com pavimento em tijoleira, integrando lápide tumular brasonada em pedra, cobertura em caixotões pintados e o restante espaço coberto de talha dourada e policroma, as paredes com nichos contendo imaginária e, fronteiro à entrada, um retábulo com frontal. A ESCADARIA conventual parte da Via Sacra que corre do lado esquerdo da igreja. É composta por degraus de pedra, e as suas paredes estão cobertas de painéis de azulejo de padrão, em policromia azul, branco e amarelo. A CAPELA DOS TERCEIROS tem nave rectangular com nicho na parede fundeira e cobertura em caixotões de madeira policromada e dourada com painéis historiados. Nas paredes laterais, iluminados por janelas de peitoril com guardas de talha dourada e policroma, estão o cadeiral, dois retábulos de talha dourada e policroma. O arco triunfal encontra-se integralmente revestido e decorado com obra de talha dourada e policroma, que se estende pelos dois retábulos colaterais, sobrepujados por dois medalhões com imagens. O tecto de caixotões do nicho e o retábulo-mor da capela são igualmente em talha dourada e policroma.

Acessos

Em Olinda. WGS84: lat.: 8º00'49.78"S, long.: 34º50'50.84"O.

Protecção

Enquadramento

Urbano, isolado, com fachada principal virada a um terreiro e parte da antiga cerca conventual por trás.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Religiosa: convento masculino

Utilização Actual

Religiosa: igreja

Propriedade

Privada: Igreja Católica

Afectação

Época Construção

Séc. 18

Arquitecto / Construtor / Autor

ARQUITECTO: Frei Francisco dos Santos (atr., 1585). PINTOR DE AZULEJOS: António de Oliveira Bernardes (atr., 1715-1725).

Cronologia

1585 - Chegam a Olinda os frades fundadores do convento, liderados por Frei Melchior de Santa Catarina; os terrenos são doados por D. Maria da Rosa e provavelmente é delineado o primitivo projecto do complexo conventual por Frei Francisco dos Santos; 1714 - reconstrução da igreja e do claustro; 1715-1725 - período de actividade de António de Oliveira Bernardes, a quem os azulejos da sacristia conventual estão atribuídos; 1754 - data presente na fachada da portaria do convento; séc. 18 - execução do mobiliário da sacristia conventual.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes.

Materiais

Paredes rebocadas e caiada; modinaturas, pavimentos, colunas em cantaria; painéis de azulejo; púlpito, portas, vigamentos, arcazes, retábulos de madeira; cobertura exterior em telha.

Bibliografia

JABOATÃO, António de Santa Maria, O.F.M. Novo Orbe Seráfico Brasílico, ou Chronica dos Frades Menores da Província do Brasil (5 vols.), Rio de Janeiro: Typ. Brasiliense de Maximiano Gomes Ribeiro, 1858-62, vol. I, 1: pp. 228; vol. I, 2: pp. 176, 407, 408; ROËWER, Basílio, O.F.M. A Ordem Franciscana no Brasil, Petrópolis: Vozes, 1947 (2ª edição revista), pp. 51 e 52; SENOS, Nuno, Franciscan Art and Architecture in Colonial Brazil 1650-1800, Dissertação de doutoramento apresentada ao Institute of Fine arts, New York University, 2006, pp. 27, 63, 64, 75-77, 97, 109, 126-129, 134; SIMÕES, João Miguel dos Santos, Azulejaria Portuguesa no Brasil (1500-1882), Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1965, pp. 31.

Documentação Gráfica

Documentação Fotográfica

Arquivo pessoal (Nuno Senos)

Documentação Administrativa

Intervenção Realizada

Nada a assinalar.

Observações

Autor e Data

Manuel Apóstolo (Centro de História Além-Mar - CHAM) 2010

Actualização

 
 
 
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