Palácio do Marquês de Angeja

IPA.00003062
Portugal, Lisboa, Lisboa, Belém
 
Arquitectura residencial, barroca. Palácio urbano organizado dentro de um quadrilátero irregular, integrando capela como entidade semi-autónoma e tratamento diferenciado ao nível do alçado
Número IPA Antigo: PT031106020294
 
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Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Residencial senhorial  Casa nobre  Casa nobre  

Descrição

Planta centralizada composta mas irregular. Pode reconhecer-se ainda a justaposição do edifício principal (planta em quadrilátero irregular em torno de pátio) e de um conjunto de construções anexas (sensivelmente organizado em U). Distingue-se, na ala O., o corpo da capela, dedicada a São João Baptista, integrado no conjunto e com acesso próprio. Volumes articulados. O núcleo principal apresenta volumetria paralelepipédica e coberturas diferenciadas a 4 águas na ala E. e a 2 águas nas restantes. O alçado principal a N., de 2 andares, animados por janelas de peito ao nível do piso térreo e de sacada no andar nobre, de emolduramento de cantaria simples, verga recta, apresenta-se lateralmente delimitado por cunhais de cantaria. No interior do piso térreo, na parte do palácio ocupada pela escola primária, observam-se silhares de azulejos setecentistas. Na sua estruturação interna, os compartimentos principais desenvolvem-se ao longo das paredes exteriores, servindo o perímetro interior as zonas de circulação. No pátio, a capela apresenta a sua fachada principal animada pelo portal e janela iluminante, a eixo, e remate em frontão triangular com acrotérios encimados por fogaréus.

Acessos

Rua da Junqueira, n.º 73 - 77; Largo do Marquês de Angeja, n.º 16 - 18

Protecção

Incluído na Zona Especial de Proteção do Palácio Nacional de Belém (v. IPA.00006547)

Enquadramento

Integrado no conjunto urbano da Freguesia de Santa Maria de Belém, assume um lugar de destaque no plano de rua isolando-se através de um muro com gradeamento de ferro. Com um carácter de excepção, o edifício é limitado a Norte pela Rua da Junqueira, a Sul e a Este pelo Largo do Marquês de Angeja e a Oeste pelo corpo do quarteirão em que se insere que se encontra numa situação de completa descaracterização urbana. Situa-se nas proximidades do Prédio da Rua da Junqueira, n.º 225 ( v.PT031106320233 ) e do Palácio da Rua da Junqueira (v. PT031106320657 ).

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Residencial: casa nobre

Utilização Actual

Residencial: casa

Propriedade

Privada: pessoal singular

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 18

Arquitecto / Construtor / Autor

Cronologia

1755 - edificação neste local, por D. Pedro António de Noronha e Albuquerque, 1º marquês de Angeja e 2º conde de Vila Verde (1661 - 1731), de um palácio cuja parte posterior assentava sobre os restos do forte de São João ou da Estrela, os quais lhe foram cedidos pela Casa Real, tendo em consideração o estado de completa ruína em que o terramoto deixou o palácio deste titular no centro da cidade; 1758 - o rei D. José I recolhe-se no palácio, ferido, vítima de um atentado, quando regressava à residência real da Ajuda; 1768 - casamento do 4º marquês de Angeja, D. José Xavier de Noronha Camões de Albuquerque de Sousa Moniz, com a filha dos marqueses do Lavradio, D. Teresa Francisca de Almeida, acabando por ser a família da esposa a edificar a capela do palácio; Séc. 19, 1ª metade - venda do palácio pelos marqueses de Angeja; reside na parte principal do palácio o escritor João Baptista da Silva Leitão de Almeida Garrett, Visconde de Almeida Garrett (1799 - 1854); Séc. 19, 2ª metade - habita o palácio D. Henrique Reed, bispo de Trajanópolis, com 2 irmãos, Séc. 19, último quartel - é subtraída à propriedade a área do actual Lg. do Marquês de Angeja, que era até então pátio do palácio; 1909 - habita na ala. O D. José Inácio de Castel-Branco, o qual efectua obras responsáveis pelo desaparecimento dos últios vestígios do forte de São João ou da Estrela; 1910 - instalação de uma escola primária em parte do piso térreo; 1912 - a propriedade é pertença de Manuel Joaquim Alves Diniz, encontrando-se o palácio já convertido em prédio de rendimento, no qual residiram algumas personalidades ilustres como o comendador Manuel Pereira, o Par do Reino Mendonça Cortês, o Dr. Bernardino Machado e o visconde de São Luís, Eduardo Pinto de Soveral; 1913 - demolição da última guarita sobrevivente do primitivo forte de São João ou da Estrela; 1968 - 1969 - são proprietários do edifício Manuel Luís Alves Diniz e António José Alves Diniz; 1974 - falecimento do último capelão que oficiava na capela, ficando a mesma sem culto desde esta data; 1991, 18 janeiro - proposta de classificação do IPPC; 07 fevereiro - Despacho de abertura do processo de classificação pelo presidente do IPPC; 1999, 23 Junho - elaboração da Carta de Risco do imóvel pela DGEMN; 2012, 09 outubro - publicação do encerramento do processo de classificação, em Anúncio n.º 13528/2012, DR, 2.ª série, n.º 195.

Dados Técnicos

Paredes autoportantes

Materiais

Alvenaria mista, reboco pintado, cantaria de calcário, mármore, ferro forjado.

Bibliografia

ARAÚJO, Norberto de, Peregrinações em Lisboa, Livro 9, Lisboa, s.d.; SANCHES, José Dias, Belém e Arredores Através dos Tempos, Lisboa, 1940; VIDAL, Frederico Gavazzo Perry, Os Velhos Palácios da Junqueira, in Olisipo, Ano XVIII, Nº 70, Abr. 1955; ATAÍDE, M. Maia, (dir. de), Monumentos e Edifícios Notáveis do Distrito de Lisboa, Lisboa-Tomo III, Lisboa, 1988; GONÇALVES, José Manuel Carranca, Velhos Palácios da Rua da Junqueira, in Casa e Decoração, Lisboa, Maio de 1990.

Documentação Gráfica

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID, Carta de Risco

Documentação Administrativa

IHRU: DGEMN/DSID, Carta de Risco; CML: Arquivo de Obras:, Pº nº 6.916, 6.917, 6.918; 3ª Conservatória do Registo Predial de Lisboa, Reg. nº 14.633

Intervenção Realizada

1926 - alargamento do portão nº 277; 1930 - obras de manutenção; 1932 - alteração da compartimentação interna do r/c; 1938 - reparação de muros; 1940 - obras de pintura exterior; 1941 - construção de uma pérgula no quintal do nº 281; 1952 - obras de manutenção; 1952 - abertura de porta na fachada E.; 1968 / 1969 - obras de manutenção; 1972 - alteração do muro E..

Observações

Autor e Data

Teresa Vale e Carlos Gomes 1995 / João Marques e Ricardo Porfírio 2003

Actualização

 
 
 
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