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Edifício e estrutura Edifício Residencial senhorial Casa nobre Casa nobre
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Descrição
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Planta centralizada composta mas irregular. Pode reconhecer-se ainda a justaposição do edifício principal (planta em quadrilátero irregular em torno de pátio) e de um conjunto de construções anexas (sensivelmente organizado em U). Distingue-se, na ala O., o corpo da capela, dedicada a São João Baptista, integrado no conjunto e com acesso próprio. Volumes articulados. O núcleo principal apresenta volumetria paralelepipédica e coberturas diferenciadas a 4 águas na ala E. e a 2 águas nas restantes. O alçado principal a N., de 2 andares, animados por janelas de peito ao nível do piso térreo e de sacada no andar nobre, de emolduramento de cantaria simples, verga recta, apresenta-se lateralmente delimitado por cunhais de cantaria. No interior do piso térreo, na parte do palácio ocupada pela escola primária, observam-se silhares de azulejos setecentistas. Na sua estruturação interna, os compartimentos principais desenvolvem-se ao longo das paredes exteriores, servindo o perímetro interior as zonas de circulação. No pátio, a capela apresenta a sua fachada principal animada pelo portal e janela iluminante, a eixo, e remate em frontão triangular com acrotérios encimados por fogaréus. |
Acessos
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Rua da Junqueira, n.º 73 - 77; Largo do Marquês de Angeja, n.º 16 - 18 |
Protecção
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Incluído na Zona Especial de Proteção do Palácio Nacional de Belém (v. IPA.00006547) |
Enquadramento
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Integrado no conjunto urbano da Freguesia de Santa Maria de Belém, assume um lugar de destaque no plano de rua isolando-se através de um muro com gradeamento de ferro. Com um carácter de excepção, o edifício é limitado a Norte pela Rua da Junqueira, a Sul e a Este pelo Largo do Marquês de Angeja e a Oeste pelo corpo do quarteirão em que se insere que se encontra numa situação de completa descaracterização urbana. Situa-se nas proximidades do Prédio da Rua da Junqueira, n.º 225 ( v.PT031106320233 ) e do Palácio da Rua da Junqueira (v. PT031106320657 ). |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Residencial: casa nobre |
Utilização Actual
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Residencial: casa |
Propriedade
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Privada: pessoal singular |
Afectação
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Sem afectação |
Época Construção
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Séc. 18 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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Cronologia
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1755 - edificação neste local, por D. Pedro António de Noronha e Albuquerque, 1º marquês de Angeja e 2º conde de Vila Verde (1661 - 1731), de um palácio cuja parte posterior assentava sobre os restos do forte de São João ou da Estrela, os quais lhe foram cedidos pela Casa Real, tendo em consideração o estado de completa ruína em que o terramoto deixou o palácio deste titular no centro da cidade; 1758 - o rei D. José I recolhe-se no palácio, ferido, vítima de um atentado, quando regressava à residência real da Ajuda; 1768 - casamento do 4º marquês de Angeja, D. José Xavier de Noronha Camões de Albuquerque de Sousa Moniz, com a filha dos marqueses do Lavradio, D. Teresa Francisca de Almeida, acabando por ser a família da esposa a edificar a capela do palácio; Séc. 19, 1ª metade - venda do palácio pelos marqueses de Angeja; reside na parte principal do palácio o escritor João Baptista da Silva Leitão de Almeida Garrett, Visconde de Almeida Garrett (1799 - 1854); Séc. 19, 2ª metade - habita o palácio D. Henrique Reed, bispo de Trajanópolis, com 2 irmãos, Séc. 19, último quartel - é subtraída à propriedade a área do actual Lg. do Marquês de Angeja, que era até então pátio do palácio; 1909 - habita na ala. O D. José Inácio de Castel-Branco, o qual efectua obras responsáveis pelo desaparecimento dos últios vestígios do forte de São João ou da Estrela; 1910 - instalação de uma escola primária em parte do piso térreo; 1912 - a propriedade é pertença de Manuel Joaquim Alves Diniz, encontrando-se o palácio já convertido em prédio de rendimento, no qual residiram algumas personalidades ilustres como o comendador Manuel Pereira, o Par do Reino Mendonça Cortês, o Dr. Bernardino Machado e o visconde de São Luís, Eduardo Pinto de Soveral; 1913 - demolição da última guarita sobrevivente do primitivo forte de São João ou da Estrela; 1968 - 1969 - são proprietários do edifício Manuel Luís Alves Diniz e António José Alves Diniz; 1974 - falecimento do último capelão que oficiava na capela, ficando a mesma sem culto desde esta data; 1991, 18 janeiro - proposta de classificação do IPPC; 07 fevereiro - Despacho de abertura do processo de classificação pelo presidente do IPPC; 1999, 23 Junho - elaboração da Carta de Risco do imóvel pela DGEMN; 2012, 09 outubro - publicação do encerramento do processo de classificação, em Anúncio n.º 13528/2012, DR, 2.ª série, n.º 195. |
Dados Técnicos
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Paredes autoportantes |
Materiais
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Alvenaria mista, reboco pintado, cantaria de calcário, mármore, ferro forjado. |
Bibliografia
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ARAÚJO, Norberto de, Peregrinações em Lisboa, Livro 9, Lisboa, s.d.; SANCHES, José Dias, Belém e Arredores Através dos Tempos, Lisboa, 1940; VIDAL, Frederico Gavazzo Perry, Os Velhos Palácios da Junqueira, in Olisipo, Ano XVIII, Nº 70, Abr. 1955; ATAÍDE, M. Maia, (dir. de), Monumentos e Edifícios Notáveis do Distrito de Lisboa, Lisboa-Tomo III, Lisboa, 1988; GONÇALVES, José Manuel Carranca, Velhos Palácios da Rua da Junqueira, in Casa e Decoração, Lisboa, Maio de 1990. |
Documentação Gráfica
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Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID, Carta de Risco |
Documentação Administrativa
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IHRU: DGEMN/DSID, Carta de Risco; CML: Arquivo de Obras:, Pº nº 6.916, 6.917, 6.918; 3ª Conservatória do Registo Predial de Lisboa, Reg. nº 14.633 |
Intervenção Realizada
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1926 - alargamento do portão nº 277; 1930 - obras de manutenção; 1932 - alteração da compartimentação interna do r/c; 1938 - reparação de muros; 1940 - obras de pintura exterior; 1941 - construção de uma pérgula no quintal do nº 281; 1952 - obras de manutenção; 1952 - abertura de porta na fachada E.; 1968 / 1969 - obras de manutenção; 1972 - alteração do muro E.. |
Observações
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Autor e Data
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Teresa Vale e Carlos Gomes 1995 / João Marques e Ricardo Porfírio 2003 |
Actualização
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