Padrão do Campo Pequeno

IPA.00003052
Portugal, Lisboa, Lisboa, Areeiro
 
Arquitectura comemorativa, trecentista. Padrão comemorativo composto por uma pedra com a inscrição alusiva a um facto histórico, relacionado com Portugal, mais precisamente com o episódio em que a rainha Isabel aplacou as tropas afectas a D. Dinis e ao príncipe D. Afonso, futuro D. Afonso IV. Padrão que não parece ser o original, mas talvez uma cópia seiscentista, resultando numa simples lápide com inscrição, mas que integrava um plinto, encimado por coluna de fuste liso e rematado por uma esfera. Possui uma alusão a uma intervenção no reinado de D. Carlos I e, actualmente, surge enquadrado num anfiteatro e zona ajardinada, onde surgem esculturas metálicas alusivas ao episódio que o Padrão comemora.
Número IPA Antigo: PT031106430030
 
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Registo

 
Edifício e estrutura  Estrutura  Comemorativo  Memória    

Descrição

Inserido no muro direito do anfiteatro, surge o padrão, propriamente dito, composto por uma lápide em calcário liós, onde surge, delimitada por uma moldura em forma de sulco, a inscrição: " SANTA IZABEL RAINHA DE PORTVGAL MANDOV COLLOCAR ESTE PADRAM NESTE LVGAR EM MEMORIA DA PASCEFICACAO QVE NELLE FEZ ENTRE SEV MARIDO EL REI D DNIS ESEV FILHO DOM AFONSO 4º ESTANDO PARA SE DAREM BATALHA NA ERA DE / 1323." Sob esta, surge, uma segunda inscrição, delimitada por um sulco na cantaria, formando uma moldura com os ângulos côncavos: " NO REINADO DE D. CARLOS I SENDO MINISTRO DA GERRA O GENERAL L. A. PIMENTEL FOI RESTAURADO ESTE PADRAO JULHO DE 1904." Sob este, surge, inscrito na placa em cantaria que reveste a estrutura, a inscrição incisa e avivada a negra: "ESTE PADRÃO, QUE É PATRIMONIO DO ESTADO, RECORDA A ACÇÃO PACIFICADORA DA RAINHA SANTA ISABEL, NA PRIMAVERA DE 1323. QUANDO DUAS FACÇÕES DE PORTUGUESES INICIAVAM UM COMBATE FRATRICIDA, ELA ACORREU AO LUGAR DE ALVALADE, E CAMINHANDO ENTRE AS FILEIRAS INIMIGAS FOI ONDE EL-REI ESTAVA, E DONDE EL-REI ESTAVA TORNOU AO INFANTE, E POR VEZES VINDO DE UMA PARTE PARA OUTRA TRATOU ENTRE ELES POR TAL MANEIRA QUE O INFANTE FOSSE BEIJAR AS MÃOS DE SEU PAI, E EL-REI BENZESSE O SEU FILHO, E PARTIRAM DALI AMIGOS (RELAÇAM DA VIDA DA GLORIOSA SANTA ISABEL, TEXTO PORTUGUÊS DO SÉC. XIV)".

Acessos

Rua do Arco do Cego

Protecção

Categoria: MN - Monumento Nacional, Decreto de 16-06-1910, DG, 1.ª série, n.º 136 de 23 junho 1910

Enquadramento

Urbano, inscrito num pano murário, construído para o efeito, isolado e destacado da demais zona envolvente. Surge em amplo largo, elevado relativamente à via pública, composto por uma zona ajardinada, com dois canteiros recortados, protegidos por muros de cantaria calcária, relvados e com vários ciprestes e tipos de pinheiro; nestes, surgem, em metal, vários cavaleiros estilizados, alusão ao episódio a que alude o marco. Os canteiros encontram-se separados por um pequeno passeio, pavimentado a calçada, de acesso a um anfiteatro em cantaria de calcário liós, que se encontra sustentada pelos canteiros anteriormente referidos. Frontal ao anfiteatro, um amplo palco, com o fundo semicircular, tendo, nas ilhargas, escadas de acesso a um jardim que se ergue numa cota mais elevada do terreno. No lado direito, surge a seguinte inscrição: "ESTE JARDIM COM AUDITÓRIO DE AR LIVRE, CONSTRUÍDO EM TERRENO PROPRIEDADE DA CAIXA GERAL DE DEPÓSITOS E INICIALMENTE DESTINADO A UMA ALA DO SEU EDIFÍCIO-SEDE, É COLOCADO AO SERVIÇO DA CIDADE PARA AQUI SE ABRIR MAIS UM ESPAÇO DE CULTURA E DE LAZAER. JULHO 1995". O largo é encerrado por edifícios de rendimento, no lado O, pelo Bairro do Arco Cego (v. PT031106430303) nos lados E. e S., surgindo, no lado N., o Edifício da Caixa Geral de Depósitos (v. PT031106430932).

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Comemorativa: memória

Utilização Actual

Comemorativa: memória

Propriedade

Pública: estatal

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 14 / 20

Arquitecto / Construtor / Autor

CONSTRUTOR CIVIL: António Domingos Esteves (1938).

Cronologia

Séc. 14 - data da sua construção, por ordem da Rainha Santa Isabel; 1862 - uma gravura mostra o Padrão envolvido por uma estrutura de colunas e uma grade metálica *1; 1904 - restauro do padrão por ordem do Rei D. Carlos I; 1938 - o padrão que estava afecto ao Ministério da Guerra (prédio militar nº 68-A) passa para o Ministério das Finanças (DGPE); 1968 - encontrava-se embutido num muro, encimado pela coluna, que fazia parte do Padrão; 1986, 6 Junho - considerando que o padrão se encontra em mau estado de conservação, sugere-se a sua mudança para o Jardim Público existente nas imediações; 19 Agosto - o IPPC acolhe favoravelmente esta ideia; 1988, 23 Maio - verifica-se que o Jardim não é um sítio condigno, pensando-se manter o monumento onde se encontrava, mas restaurando-o; 1990, 31 Maio - é referido que o Edifício da Caixa Geral de Depósitos está a ser construído, sendo necessário repensar a localização do padrão; 1992 - encontrava.-se embebido num muro, pertencente à Câmara Municipal de Lisboa; 1995 - projecto de reabilitação da zona, com construção de um anfiteatro ao ar livre e uma zona ajardinada, em terrenos cedidos pela Caixa Geral de Depósitos à Câmara de Lisboa; Julho - inauguração da estrutura, como consta numa inscrição na mesma.

Dados Técnicos

Estrutura autónoma.

Materiais

Estrutura em cantaria de calcário.

Bibliografia

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DRMLisboa

Documentação Fotográfica

IHRU: SIPA, DGEMN/DSID, DGEMN/DRMLisboa

Documentação Administrativa

IHRU: DGEMN/DSID-001/011-007-1650/1-1650/2, DGEMN/DSARH-010/125-0175/01-0175/02

Intervenção Realizada

DGEMN: 1938 - Arranjo do padrão, por António Domingues Esteves.

Observações

*1 - O padrão encontrava-se mais a N, estando integrado na face frontal do plinto que sustentava uma coluna, encimada por uma esfera; esta estrutura encontrava-se flanqueada por colunas, encimadas por esferas, unidas por um gradeamento de perfil semicircular que o envolvia, colocados em depósito municipal.

Autor e Data

João Silva 1992 / Paula Figueiredo 2008

Actualização

 
 
 
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