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Edifício e estrutura Edifício Educativo / Cultural e recreativo Escola / Associação cultural e recreativa
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Descrição
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De planta rectangular, apresenta volumetria composta paralelepipédica, sendo a cobertura efectuada por telhados a 2 águas. Edifício em reboco pintado e soco em cantaria, organizado em função do declive do terreno. Fachada principal (O.) é constituída por 3 corpos, desenvolvendo-se os laterais em 3 andares e o central em 4, apresentando-se recuado - atrás de 2 pilares de ordem monumental sobre os quais repousa frontão curvo com inscrição - até ao penúltimo piso. O corpo principal, compartimentado em 3 módulos, dos quais o central se apresenta destacado, ostenta fenestração diversificada (janelas rectangulares ou de verga curva) e, ao nível do piso térreo, 3 portas iguais em arcaria de volta perfeita. No 4º andar, acima do já mencionado frontão curvo com inscrição (Sociedade de Instrução e Beneficência A Voz do Operário) reconhece-se grande janela circular preenchida por vitral. Os corpos extremos, compositivamente simétricos, apresentam andares separados por frisos de cantaria, vazados no piso térreo por janela rectangular tripartida por colunas em cantaria, inscrita em arco abatido com moldura em silharia; os pisos superiores ostentam cada um, 3 janelas de peito de bandeira curva. |
Acessos
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Rua Voz do Operário, n.º 13 - 15; Travessa de São Vicente, n.º 1 - 1B |
Protecção
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Categoria: MIP - Monumento de Interesse Público / ZEP, Portaria n.º 740-BU/2012, DR, 2.ª série, n.º 248 de 24 dezembro 2012 |
Enquadramento
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Urbano, destacado, flanqueado |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Educativa: escola / Cultural e recreativa: associação cultural e recreativa |
Utilização Actual
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Educativa: escola / Cultural e recreativa: associação cultural e recreativa |
Propriedade
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Privada: sociedade |
Afectação
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Sem afectação |
Época Construção
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Séc. 20 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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ARQUITECTO: Manuel Joaquim Norte Júnior (1912-1914). |
Cronologia
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1879, 11 de Outubro de 1879 - criação do jornal A Voz do Operário (dos operários da indústria tabaqueira); 1883, 13 de fevereiro, nasce a Sociedade Cooperativa A Voz do Operário, com os objetivos não só da manutenção do jornal mas "estabelecer escolas, gabinete de leitura, caixa económica e tudo quanto, em harmonia com a índole das sociedades desta natureza, e com as circunstâncias do cofre, possa concorrer para a instrução e bem-estar da classe trabalhadora em geral e dos sócios em particular"; 1887, julho a Sociedade muda-se da Calçada do Froes para a Calçada de S.Vicente; 1890 - converte-se na Sociedade Cooperativa em Sociedade de Instrução e Beneficência A Voz do Operário; 1906 - a Sociedade propõe ao governo a cedência de um terreno para construção de edifícios para escolas e serviços da Sociedade; 1907, 27 maio - decreto de João Franco a conceder o terreno; 1912 - lançamento da primeira pedra na presença do Presidente da República; projeto do arquitecto Manuel Joaquim Norte Júnior (1878-1962); 1917 - instalação, no 3º piso do edifício, de uma sala destinada à projeção de filmes; 1931 - sendo presidente da comissão administrativa da Voz do Operário Raul Esteves dos Santos, procedem-se a significativas obras no 3º piso, de molde a instalar uma sala destinada à projeção de filmes com condições adequadas;1932 - conclusão das obras; 1933 - instalação da aparelhagem de projecção sonora no cinema da Voz do Operário; 1987, 18 fevereiro - Despacho de abertura do processo de classificação do presidente do IPPC; 2000 - os responsáveis pela Sociedade encetam contactos políticos no sentido de obterem auxílio financeiro para o projecto de reabilitação da sua sede, orçado em cerca de 1 milhão de contos: além das obras na empena e cobertura, a intervenção pontua-se por uma readaptação do edifício para actividades de natureza assistencial, escolar e cultural, em continuidade com as práticas seculares desta sociedade; 2003 - a instituição faz 120 anos; 2004, 05 agosto - proposta de classificação como Imóvel de Interesse Público pela DRLisboa; 2005, 04 maio - parecer favorável do Conselho Consultivo do IPPAR; 2012, 21 março - projeto de decisão de classificação do edifício como Monumento de Interesse Público e fixação da respetiva Zona Especial de Proteção, em Anúncio n.º 6250/2012, DR, 2.ª série, n.º 58. |
Dados Técnicos
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Estrutura autónoma |
Materiais
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Alvenaria mista, reboco pintado, cantaria de calcário, estuque |
Bibliografia
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FRANÇA, José-Augusto, A Arte em Portugal no Século XIX, Vol. II, Lisboa, 1966; RIBEIRO, M. Felix, Os Mais Antigos Cinemas de Lisboa 1896-1939, Lisboa, 1978; FERREIRA, Fátima, e OUTROS, Guia Urbanístico e Arquitectónico de Lisboa, Lisboa, 1987; FERNANDES, José Manuel, e OUTROS, A Arquitectura do Princípio do Século em Lisboa (1900 - 1925), Lisboa, 1991; Voz do Operário quer é actos, in Diário de Notícias, 18 Jan. 2000; |
Documentação Gráfica
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IHRU: DGEMN/DSID; DRCLisboa e Vale do Tejo |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID; DRCLisboa e Vale do Tejo |
Documentação Administrativa
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DRCLisboa e Vale do Tejo; CML: ARQUIVO DE OBRAS, Proc. nº 46.275 |
Intervenção Realizada
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1915 - construção de um anexo dentro dos limites do lote; 1917 - alterações internas ao nível do 3º piso com vista à instalação de uma sala de cinema; 1927 - obras de infraestruturas; 1928 - obras gerais de beneficiação e limpeza; 1931 / 1932 - obras internas: ampliação da sala de cinema instalada no 3º andar, construção de reservatório de água; 1932 - abertura de vão no muro que delimita o lote; 1935 - alterações internas; 1936 - instalação de portão de ferro; obras gerais de beneficiação e limpeza; 1945 - reparações das caixilharias; 1947 - instalação de novas cabinas de projecção na sala de cinema (3º piso); renovação das instalações sanitárias; 1950 - obras gerais de beneficiação e pinturas; construção de anexo (refeitório infantil) em terreno disponível na parte posterior do lote; 1951 - alteração dos muros delimitativos da propriedade; 1952 - obras gerais de beneficiação e limpeza; 1955 - construção de alpendre; 1957 - alteração dos muros delimitativos da propriedade; 1958 - obras de beneficiação das instalações sanitárias e da rede de abastecimento de água; 1963 - reparação do muro dando para a Tv. de São Vicente; 1964 - obras gerais de beneficiação e limpeza; 1968 - obras gerais de beneficiação e limpeza; 1991 - obras gerais de beneficiação e limpeza. |
Observações
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Autor e Data
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Teresa Vale e Maria Ferreira 1997 |
Actualização
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