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Edifício e estrutura Edifício Religioso Convento / Mosteiro Convento masculino (casa-mãe) Ordem de São Francisco - Franciscanos Capuchos (Província de Santo António)
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Descrição
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De planta rectangular, volumetria paralelepipédica e com cobertura de telhado a 2 águas. Alçado principal (SE) ostenta, ao nível térreo, um arco abatido de acesso à galilé, sobre o qual se observam 2 cartelas sobrepostas centradas; no nível superior encontram-se 3 janelas rectangulares coroadas de ática, terminando-se a fachada por frontão triangular com uma fresta ao centro. A galilé, defendida por grade setecentista de ferro forjado, é coberta por abóbada abatida e revestida de azulejos azuis e brancos historiados, datáveis do 2º quartel de Setecentos. O interior da igreja, actualmente funcionando como arquivo dos H.C.L., apresenta a sua nave única - para onde abrem capelas laterais profundas e comunicantes entre si coberta por abóbada de berço decorada com pintura ornamental monócroma, do séc. 20. A restante decoração da igreja resume-se ao lambril de azulejo azul e branco, de meados do séc. XVIII. A capela-mor, profunda e ladeada por altares de cabeceira, é igualmente coberta por abóbada de canhão decorada com estuques. O claustro apresenta ainda revestimento azulejar ao nível do lambril. Trata-se de azulejos do tipo albarradas e golfinhos com barra de volutas, datáveis da 1ª metade do séc. 18. |
Acessos
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Alameda de Santo António dos Capuchos; Rua de Santo António dos Capuchos; Calçada de Santo António |
Protecção
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Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto n.º 1/86, DR, 1.ª série, n.º 2 de 03 janeiro 1986 (igreja) *1 / Incluído na classificação do Campo dos Mártires da Pátria (v. IPA.00005967) |
Enquadramento
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Urbano, destacado, isolado |
Descrição Complementar
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Num pátio é visível a boca oitavada de uma cisterna revestida de azulejos azuis e brancos da 2ª metade de Setecentos, a qual funciona como base de um relógio de sol de 3 quadrantes onde é legível a data de 1586 e as iniciais F.P.L. |
Utilização Inicial
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Religiosa: convento masculino |
Utilização Actual
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Saúde: hospital civil |
Propriedade
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Pública: estatal |
Afectação
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Sem afetação |
Época Construção
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Séc. 16 / 17 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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João Crisóstomo Policarpo da Silva. |
Cronologia
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1570 - colocação da 1ª pedra para a fundação do convento de Santo António dos padres Recolectos da Custódia de Santo António; 1579 - rezada a 1ª missa no convento erigido com reduzidos meios (que incluíram dádivas da Coroa) em terrenos doados designadamente por Diogo Botelho; séc. 16 - 17 - no reinado de D. Filipe I, o convento passa a receber da Câmara uma esmola anual de 64$800, a cuja renda se junta um conjunto de dádivas de elementos da aristocracia e do alto funcionalismo da Coroa; séc. 18, 1ª metade - campanha de decoração azulejar em lambris do claustro; 1755, 01 novembro - o terramoto causa grandes estragos, tendo danificado a abóbada da nave da igreja, a capela do Beato, a Capela de Santo Cristo da cerca e a capela do Presépio, que fora realizado por João Crisóstomo Policarpo da Silva; os religiosos ficam abarracados na cerca; 1758 - concluída a reedificação, com grandes melhoramentos, graças à generosidade do Conde de Povolide, que detinha então o padroado da capela-mor; 1836 - na sequência da expulsão das ordens religiosas, o convento é transformado em Asilo da Mendicidade, para mendigos de ambos os sexos; c. 1890 - 1900 - restauro da igreja ; 1903 - é englobado nos anexos ao Hospital de São José, tornando-se propriedade dos Hospitais Civis de Lisboa; 1928 - o Asilo é instituído como Hospital; 1946, 20 abril - publicação da Lei n.º 2011, que definiu o Plano de Construções Hospitalares; 30 Abril - por Decreto n.º 35621 é criada a Comissão de Construções Hospitalares, para execução do Plano de Construções Hospitalares; 1950 - a Direcção dos Serviços de Construção e Conservação estuda e dirige as obras realizadas no hospital; 2006, 24 agosto - o edifício está em vias de classificação, nos termos do Regime Transitório previsto no n.º 1 do Artigo 1.º do Decreto-Lei n.º 173/2006, DR, 1.ª série, n.º 16, tendo esta caducado, visto o procedimento não ter sido concluído no prazo fixado pelo Artigo 24.º da Lei n.º 107/2001, DR, 1.º série A, n.º 209 de 08 setembro 2001. |
Dados Técnicos
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Estrutura mista |
Materiais
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Alvenaria mista, cantaria de calcário, reboco pintado, ferro forjado, azulejos, madeira, estuque pintado |
Bibliografia
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ALMEIDA, D. Fernando de, (coord. de), Monumentos e Edifícios Notáveis do Distrito de Lisboa, Lisboa - Tomo II, Lisboa, 1975; CAEIRO, Baltasar Matos, Os Conventos de Lisboa, Lisboa, 1989; CASTRO, João Baptista de, Mappa de Portugal, Lisboa, 1762 - 63; Escola Profissional de Recuperação do Património de Sintra, Relatório da intervenção nos azulejos azuis e brancos do nártex da Igreja, 4 vol., Cacém, 1999; MATOS, Alfredo, PORTUGAL, Fernando, Lisboa em 1758. Memórias Paroquiais de Lisboa, Lisboa, Câmara Municipal de Lisboa, 1974; Ministério das Obras Públicas, Relatório da Actividade do Ministério no ano de 1950, Lisboa, 1951; Ministério das Obras Públicas, Relatório da Actividade do Ministério no ano de 1951, Lisboa, 1952; Ministério das Obras Públicas, Relatório da Actividade do Ministério no ano de 1952, Lisboa, 1953; Ministério das Obras Públicas, Relatório da Actividade do Ministério no ano de 1954, Lisboa, 1955; Ministério das Obras Públicas, Relatório da Actividade do Ministério no ano de 1955, Lisboa, 1956; Ministério das Obras Públicas, Relatório da Actividade do Ministério no ano de 1956, Lisboa, 1957; Ministério das Obras Públicas, Relatório da Actividade do Ministério nos anos de 1957 e 1958, 1º Volume, Lisboa, 1959; Ministério das Obras Públicas, Relatório da Actividade do Ministério nos Anos de 1959, 1º Volume, Lisboa, 1960; PAIS, Alexandre Manuel Nobre da Silva, Presépios Portugueses Monumentais do século XVIII em Terracota [dissertação de Mestrado na Universidade Nova de Lisboa ], Lisboa, 1998; Monumentos, n.º 17, 19, Lisboa, DGEMN, 2002-2003; PEREIRA, E., RODRIGUES, G., Portugal Dicionário, Lisboa, 1905 - 1911; PEREIRA, Luis Gonzaga, Monumentos Sacros de Lisboa em 1833, Lisboa, 1927. |
Documentação Gráfica
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IHRU: DGEMN/DRMLisboa, DGEMN/DSARH, DGEMN/DRELisboa/DRC/DEM; Escola Profissional de Recuperação do Património de Sintra |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DRMLisboa; Escola Profissional de Recuperação do Património de Sintra |
Documentação Administrativa
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IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DSARH, DGEMN/DRMLisboa, pº 258; Escola Profissional de Recuperação do Património de Sintra |
Intervenção Realizada
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1940 - transformação do claustro; década de 50 - a igreja é adaptada a arquivo morto dos Hospitais Civis de Lisboa; DGEMN: 1956 - ampliação do Serviço de Neurologia, pelos Serviços de Construção e Conservação; 1957 - remodelação do bloco operatório do serviço 4 e ampliação do Serviço de Neurologia pelos Serviços de Construção e Conservação; 1958 - continuação da remodelação do bloco operatório do serviço 4; 1959 - beneficiação dos Serviço 1 - sala 1 e do Serviço 2 - sala 1; trabalhos de remodelação para instalação de um ascensor e diversos trabalhos, pelos Serviços de Construção e Conservação; 1996 - recuperação das coberturas e do exterior da igreja; Escola Profissional de Recuperação do Património de Sintra: 1999 - intervenção nos azulejos azuis e brancos do nártex da igreja, com limpeza, consolidação, preenchimento e fecho de juntas; assentamento de chacotas; reintegração cromática, manufactura e colocação dos azulejos em falta; 2002 - beneficiação das coberturas e fachadas da igreja; início do arranjo das coberturas e fachadas da sacristia e capela-mor; 2003 - tratamento dos estuques e pinturas da cobertura da capela-mor. |
Observações
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*1- DOF: Antiga Igreja do Convento dos Capuchos, bem como a boca de cisterna revestida a azulejo existente num dos pátios do hospital e ainda todas as dependências decoradas com lambrins de azulejo, incluindo o claustro e a escadaria nobre. |
Autor e Data
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Teresa Vale e Carlos Gomes 1994 |
Actualização
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Luisa Cortesão 2003 |
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