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Conjunto arquitetónico Estrutura Religioso Via Sacra
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Descrição
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Planta rectangular, de massa simples e cobertura em telhado de duas águas, rematadas em beirada simples. Fachadas rebocadas e pintadas de branco, com pilastras toscanas de ângulo nos cunhais frontais, coroadas por pináculos tipo pêra, sobre plintos paralelepipédicos. Fachada principal terminada em empena, de friso e cornija, coroada por cruz latina de cantaria, com braços flordelizados, sobre acrotério volutado; é rasgada por vão de arco abatido, lateralmente recortada e terminada em pequena cornija, cerrada por porta tipo grade de ferro, pintada de verde. Faces laterais cegas. INTERIOR com as paredes em alvenaria de granito aparente, com as juntas tomadas e cimentadas, pavimento em lajes de granito e tecto de madeira, de duas águas. Frontalmente, possui amplo painel de azulejos, monocromo azul sobre fundo branco, representando o Encontro de Cristo com a Virgem a caminho do Calvário; neste, Cristo surge de pé, com a mão direita em posição de Palavra, com a cruz segura por Simão de Cirene, falando com sua mãe, que lhe toca no braço; esta é acompanhada por uma outra Santa Mulher. Sob o painel, possui mesa de altar, capeada a cantaria. No pavimento surgem vasos de flores. |
Acessos
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Largo do Principal |
Protecção
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Inexistente |
Enquadramento
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Urbano, adossado à Igreja de São Vicente (v. PT010402420086), sobre plataforma artificial adaptada ao declive acentuado do terreno. Integra-se na malha urbana do centro histórico de Bragança, virada a um dos principais largos, calcetado com cubo granítico, definido por confluência de arruamentos. À face direita adossa-se a Fonte do Largo do Principal (PT010402420295) e junto à face esquerda dispõe-se plinto igual ao que ladeia a fonte. No mesmo largo ergue-se a chamada Casa do Principal (v. PT010402420030), o edifício da antiga Cadeia Civil e, ao centro, o obelisco em homenagem aos Mortos da Grande Guerra. |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Religiosa: Via Sacra |
Utilização Actual
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Religiosa: Via Sacra |
Propriedade
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Privada: Misericórdia |
Afectação
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Sem afectação |
Época Construção
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Séc. 18 / 20 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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FÁBRICA DE CERÂMICA: Santa Ana (1990). PINTOR DE AZULEJO: E. Leal (1990). |
Cronologia
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1641 - já se fazia a procissão do Senhor dos Passos, pelo que já tinha de existir imagem e passos; 1740, 13 Dezembro - na sequência do pedido de António Doutel de Almeida, cavaleiro professo da Ordem de Cristo, sargento-mor da Comarca e Provedor, o Papa Bento XIV concede 100 dias de indulgências aos que cinco vezes rezassem o Pai-Nosso e Ave-Maria, de joelhos ao toque do sino e aos que nas sextas-feiras fizessem piedosa romaria de paixão e agonia de Jesus Cristo; 1788 / 1805, entre - foi provedor da Santa Casa da Misericórdia de Bragança o general Manuel Jorge Gomes de Sepúlveda; O Provedor Manuel Jorge Gomes de Sepúlveda construiu capela do Senhor dos Passos; 1795 - construção da capela do Senhor dos Passos, adossada à igreja da Misericórdia (v. PT010402420052) por acção do provedor, e, mais ou menos pela mesma data, construíram-se os passos da via sacra, espalhados pela cidade; o passo do Pretório fazia-se de improviso na capela do Senhor dos Passos e o do Calvário erguia-se na Igreja de São Francisco; os outros eram definitivos e foram construídos: uma na esquina da Rua dos Oleiros e da Rua do Passo, outro no lugar onde se ergue o Lactário, outro num altar da Sé, outro em frente da Igreja de São Vicente, ao lado do chafariz e outro na esquina da Igreja de São Bento, onde principiava a grade do Largo do Governo Civil; 1836 - até esta data fez-se ininterruptamente a procissão do Senhor dos Passos; 1851 - não se realizou a procissão por causa das obras que a Misericórdia fazia no hospital; 1856 - data do Compromisso da Misericórdia, onde se torna facultativo a realização da procissão do Senhor dos Passos; 1877 - a procissão do Senhor dos Passos passou a ser obrigatória com sermão do Pretório e do Calvário, no segundo domingo da Quaresma ou no dia para que foi transferida pela Mesa; 1887 - a Mesa da Misericórdia oficiou o Reitor do Seminário para reparar os prejuízos no passo causados com as obras; 1890 - a Mesa entre em negociações com a Junta Geral do Distrito por causa do Passo de São Bento; o presidente da Junta, João António Pires Vilar, oficiou a Mesa dizendo que o Largo de São Bento devia ser vedado por um gradeamento, não podendo, por isso, reconstruir-se o Passo que ali existia na parede do mirante, e que havia sido recentemente demolido; o mesmo propôs reconstruí-lo noutro lugar ou dar o dinheiro para a Santa Casa o reconstruir; a Misericórdia aceitou a segunda hipótese e recebeu 36$000, sabendo que podia fazer um Passo provisório sempre que fosse preciso; 1914, 15 Fevereiro - Mesa oficiou à Câmara a perguntar que destino dera aos materiais do Passo da Sé demolido sem autorização de Santa Casa; a Câmara respondeu que não dera autorização para o demolir; a Mesa replicou que deliberasse incluir no orçamento 30 escudos para a reconstrução do Passo destruído; 1990 - data da colocação do painel de azulejos no Passo junto à Igreja de São Vicente, pintado por E. Leal e produzido na Fábrica de Cerâmica Santa Ana, em Lisboa. |
Dados Técnicos
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Sistema estrutural de paredes portantes. |
Materiais
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Estrutura em alvenaria de granito exteriormente rebocada e pintada e interiormente aparente; cunhais, pináculos e plintos, moldura do vão e soco em cantaria de granito; grades em ferro; painel de azulejos; pavimento em lajes de granito; tecto de madeira; cobertura de telha. |
Bibliografia
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CASTRO, Monsenhor José de, A Santa Casa da Misericórdia de Bragança, Lisboa, 1948. |
Documentação Gráfica
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Documentação Fotográfica
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IHRU: SIPA |
Documentação Administrativa
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Intervenção Realizada
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Santa Casa da Misericórdia de Bragança: 1845 - reparação do Passo de São Vicente; 1860 - pintura e obras de conservação dos Passos; 1877 - conserto do Passo existente fora de Portas; 1894 - reparação do paço de São Vicente; 1930 - colocação de portas novas no Passo da Rua do Passo, pagos pela Misericórdia (555 escudos). |
Observações
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Autor e Data
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Paula Noé 2010 |
Actualização
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