Igreja Paroquial da Torre do Terrenho / Igreja de Nossa Senhora do Pranto
| IPA.00002994 |
| Portugal, Guarda, Trancoso, União das freguesias de Torre do Terrenho, Sebadelhe da Serra e Terrenho |
| |
| Igreja paroquial de raiz medieval de que restará, apenas, o portal axial, se bem que transformado, possuindo portas travessas e arco triunfal com as arestas boleadas. É de planta retangular composta por nave e capela-mor, integrando sacristia adossada à fachada lateral esquerda, com coberturas internas diferenciadas, de dois panos em madeira, na nave, e em falsa abóbada de berço abatido com caixotões, na capela-mor, iluminada por amplas janelas rectilíneas, rasgadas nas fachadas laterais. Fachada principal em empena truncada por dupla sineira, rasgada por portal em arco de volta perfeita. Fachadas laterais rasgadas por portas travessas de verga recta. Interior com coro-alto, púlpito quadrangular no lado da Epístola e arco triunfal de volta perfeita, flanqueado por retábulos colaterais de talha dourada maneirista, os quais denunciam a construção num período de transição do maneirismo para o barroco nacional, tendo colunas semelhantes às do retábulo-mor, mas mantendo uma estrutura arreigada à tratadística de Vignola, reproduzindo os desenhos dos portais do mesmo, com o remate em tabela, famqueada por quarteirões e aletas. Capela-mor joanina, decorada om caixotões pintados, envolvidos por molduras de talha, que é interrompido pelo retábulo, que seguindo uma estrutura do estilo nacional, com o recurso às colunas torsas ornadas por pâmpanos, possui remate mais elaborado, com amplo baldaquino, drapeados a abrir em boca de cena e quarteirões a prolongar os suportes do corpo da estrutura. |
|
| Número IPA Antigo: PT020913230011 |
| |
| Registo visualizado 275 vezes desde 27 Julho de 2011 |
|
| |
|
|
|
Edifício e estrutura Edifício Religioso Templo Igreja paroquial
|
Descrição
|
| Planta longitudinal composta por nave e capela-mor mais estreita, com remate semi-circular, tendo sacristia de planta rectangular adossada à fachada lateral esquerda, de volumes articulados e coberturas diferenciadas em telhados de duas águas na nave e de três águas na capela-mor. Fachadas em cantaria de granito aparente, em aparelho isódomo, com as juntas preenchidas a argamassa saliente, rematadas em friso e beiral, excepto a principal, em cornija. A fachada principal, voltada a O., remata em empena truncada por dupla sineira em arcos de volta perfeita, assentes em impostas salientes, rematada em cornija, cruz latina no centro e dois pináculos piramidais com bola; é rasgada por portal em arco de volta perfeita, assente em impostas salientes e tendo moldura simples. Fachada lateral esquerda virada a N., rasgada, no corpo da nave por porta de verga recta com moldura de meia-cana e janela rectilínea, de moldura lisa. Fachada lateral direita virada a S., marcada por um lanço de degraus de acesso ao campanário, em cantaria e guarda de ferro; possui porta travessa e janela idênticas às da fachada anterior. Fachada posterior em empena, cega. INTERIOR rebocado e pintado de branco, percorrido por ladrilho monócromo, formando lambril, com cobertura de madeira em dois panos, tendo tirantes metálicos, e pavimento em lajeado de granito. Coro-alto de madeira. No lado da Epístola, púlpito quadrangular, desactivado, com bacia de cantaria e acesso por escadas do mesmo material, adossadas à parede, no lado esquerdo. Arco triunfal de volta perfeita, assente em impostas salientes e com moldura boleada, flanqueado por retábulos colaterais, dedicados ao Sagrado Coração de Jesus (Evangelho) e Imaculado Coração de Maria (Epístola). Através de um degrau, acede-se à capela-mor, com paredes e pavimento semelhantes ao da nave, tendo cobertura em falsa abóbada de berço abatido, em caixotões pintados, com molduras em talha e assente em friso, cornija e mísulas equidistantes; os caixotões, em número de 21, possuem decoração hagiográfica. Sobre supedâneo de três degraus centrais, com a zona lateral decorada com losangos, surge o retábulo-mor, de talha dourada e pintada de vermelho, de planta recta e três eixos definidos por quatro colunas torsas, ornadas por pâmpanos, e duas pilastras exteriores, todas assentes em consolas, que descarregam em altos plintos paralelepipédicos com anjos atlantes e decoração de acantos; no centro, ampla tribuna em arco de volta perfeita, com o interior entalhado, com remate circular e cobertura em semicúpula, contendo trono expositivo de quatro degraus; na base desta, sacrário embutido, envolvido por acantos; nos eixos laterais, nichos encimados por sanefas com lambrequins; remate marcado por pequenas pilastras e quarteirões de atlantes, que prolongam os suportes do corpo da estrutura, emoldurando fragmentos de cornija, querubins, acantos e, ao centro, amplo baldaquino com drapeados a abrir em boca de cena, tendo lambrequins e festões; altar paralelepipédico. |
Acessos
|
| Largo da Igreja |
Protecção
|
| Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto nº 129/77, DR, 1ª série, n.º 226 de 29 setembro 1977 |
Enquadramento
|
| Urbano, isolado, em local um pouco desnivelado, na confluência da estrada que atravessa a aldeia. Proximidade de construções descaracterizadas e de cruzeiro com base circular e hastes de remate trilobado. |
Descrição Complementar
|
| Os retábulos colaterais são semelhantes, de talha dourada, de planta recta e um eixo definido por quatro colunas torsas ornadas por pâmpanos, assentes em consolas, tendo, ao centro, amplo painel rectilíneo, pintado de azul, onde se integra mísula; remate em duplo friso, de querubins e acantos, o inferior, e em triglifos o superior, encimado por tabela vertical, flanqueado por quarteirões e aletas decoradas por acantos; nas tabelas, inscrevem-se tábuas pintadas, a do Evangelho, a representar Santa Luzia; altares paralelepipédicos. |
Utilização Inicial
|
| Religiosa: igreja paroquial |
Utilização Actual
|
| Religiosa: igreja paroquial |
Propriedade
|
| Privada: Igreja Católica (Diocese da Guarda) |
Afectação
|
| Sem afectação |
Época Construção
|
| Séc. 13 / 14 / 18 (conjectural) |
Arquitecto / Construtor / Autor
|
| ENTALHADOR: Manuel Machado (atr., séc. 18). |
Cronologia
|
| Séc.13 / 14 - hipotética construção do templo; 1320, 23 maio - bula do Papa João XXII concedendo a D. Dinis, por três anos, para subsídio de guerra contra os mouros, a décima de todas as rendas eclesiásticas do reino, sendo a comenda da igreja taxada em 200 libras; pertence á Ordem de Cristo e integra o bispado de Lamego; 1732 - reconstrução parcial da igreja,, execução do coro-alto, colocação do retábulo-mor e tecto de caixotões, com dinheiro doado por Luís de Figueiredo Montarroio, capitão-mor da Armada e Provedor dos Quintos Reais das Minas de Ouro, sendo o retábulo atribuível a Manuel Machado; era abadia do padroado real. |
Dados Técnicos
|
| Paredes autoportantes. |
Materiais
|
| Estrutura, cornija, cruzes, modinaturas, pináculos, pavimento, supedâneo, base e escadas do púlpito, em cantaria de granito; coberturas, portas, retábulos, coro-alto de madeira; coberturas exteriores em telha de aba e canudo; guarda da sineira em ferro; janelas com vidro simples. |
Bibliografia
|
| LEAL, Pinho, Portugal Antigo e Moderno, Lisboa, 1873; CASTRO, José Osório da Gama e, Diocese e Distrito da Guarda, Porto, 1902; BIGOTTE, José Quelhas, O Culto de Nossa Senhora na Diocese da Guarda, Lisboa, 1948; BARROCO, Joaquim Manuel, Panoramas do Distrito da Guarda, Guarda, 1978; TEIXEIRA, Irene Avilez, Trancoso, Terra de Sonho e Maravilha, Trancoso, 1982; ALVES, Alexandre, Artistas e Artifices nas Dioceses de Lamego e Viseu, vol. II, Viseu, 2001; http://www.patrimoniocultural.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/19250024 [consultado em 2 janeiro 2017]. |
Documentação Gráfica
|
| IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Fotográfica
|
| IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Administrativa
|
| IHRU: DGEMN/DSID |
Intervenção Realizada
|
| PROPRIETÁRIO: 1980, cerca de - obras de reparação: arranjo da cobertura exterior e substituição da cobertura interior da nave; repintura da talha retabular com efeito descaracterizador. |
Observações
|
| |
Autor e Data
|
| Margarida Conceição 1992 |
Actualização
|
| |
| |
| |
|
|
| |