Sporting Clube de Cascais / Museu do Mar - Rei D. Carlos

IPA.00029690
Portugal, Lisboa, Cascais, União das freguesias de Cascais e Estoril
 
Arquitectura recreativa, oitocentista. Clube recreativo.
Número IPA Antigo: PT031105030304
 
Registo visualizado 54 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Desportivo  Clube desportivo    

Descrição

Planta rectangular simples, com cobertura homogéna em telhado de duas águas. Fachadas rebocadas e pintadas de amarelo, de um único piso, com coberturas em aba nas laterais. Fachada principal em empena simples, rasgada por portal central de verga recta, ladeado por duas janelas longilíneas e com o mesmo perfil. INTERIOR composto por vários espaços de exposição, com acesso pela SALA OCTOGONAL, que liga às diferentes salas, como a Sala das Gentes do Mar e Pescaria, Sala de Navegação e Marinharia e D. Carlos e a Ciência Oceanográfica.

Acessos

Rua Júlio Pereira de Melo. WGS84 (graus decimais) lat.: 38,695211, long.: -9,423482

Protecção

Incluído na Zona Especial de Proteção da Escola Primária D. Luís I (v. IPA.00029682)

Enquadramento

Peri-urbano, isolado implantado na antiga Parada, junto à Casa das Histórias Paula Rego (v. PT031105030291). Acesso por portão rectilíneo.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Desportiva: clube desportivo

Utilização Actual

Cultural e recreativa: museu

Propriedade

Pública: municipal

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 19 / 20 / 21

Arquitecto / Construtor / Autor

MESTRE de OBRAS: Domingos Teixeira dos Santos (1908).

Cronologia

1818 - criação do campo de treinos da Parada, sendo comandante o tenente-coronel Francisco José da Costa do Amaral, onde foi construído um chafariz e o padrão; 1873, 18 Dezembro - escritura entre a Câmara e o Exército, para destinar alguns caminhos e o campo da Parada para terrenos de semeadura, para apascentar gado caprino e ovino; 1879, 15 Outubro - criação do Sporting Club de Cascais, fundado pelo príncipe D. Carlos, um clube restrito; instalação do Clube na antiga Parada da Cidadela, que passou a ser conhecida como Parada; séc. 19, final - o edifício principal é em empena com aba corrida, ornada por lambrequins, com acesso por porta em arco abatido; junto a esta, campo de ténis; séc. 20, último quartel - Ramalho Ortigão descreve a existência de um Salão de Baile, octogonal, com cobertura de madeira escura, com vidraças altas e um lustre; 1888 - nasce o jogo de futebol na zona, que se desenrolou num campo, no local da Parada; 1889, 03 Agosto - referência a melhoramentos gerais no funcionamento do Clube; 1892 - referência à entrega à Câmara do terreno n.º 6, para ajardinamento da Parada; o tiro aos Pombos é utilizado, a partir desta data, como carreira de tiro desportivo; 1890 - a Câmara deliberou dar ao Jardim da Parada o nome de Jardim Serpa Pinto, sendo o lago alimentado pelos chafarizes do Largo do Gama e do Largo da Assunção; 1895, 18 Julho - autorização do Exército para a construção de um viveiro florestal no terreno da Parada; 19 Dezembro - cedência de um terreno à Câmara para a construção de uma estrada que delimita a Parada no lado O, até à estrada que liga Cascais à Guia; 1897, Agosto - a Casa Real decide legalizar a utilização do tiro aos pombos como carreira de tiro; 1901, 28 Dezembro - escritura de arrendamento dos terrenos da Parada por 30 anos, formando um círculo de 57m de raio com centro no pavilhão existente no local, por 50$000, à pessoa do Marquês do Faial, como presidente da Direcção da Sociedade Sporting de Cascais; 1904, 31 Dezembro - aprovação em Assembleia Geral de se transformar em Sociedade Anónima de Responsabilidade Limitada; criação de uma Comissão composta pelo Marquês do Faial, Jorge O'Neil, Jaime Artur da Costa Pinto, Carlos Ferreira Pinto, João de Resende, D. Manuel de Menezes, Dr. José dos Passos Vela, Conde da Guarda, José Correia Sasseitti e Rodrigo Pereira Peixoto; aprovação da lei orgânica da Associação; 1905, 14 Junho - um dos concessionários do clube, Bonifácio Casales y Montaner, solicita autorização para a construção de um pavilhão de jogos nos terrenos do clube; o pavilhão tinha um vestíbulo, um salão de jogos, um escritório, dois gabinetes e instalações sanitárias; 29 Julho - escritura de confirmação do aluguer dos terrenos da Parada à Companhia Sporting Club de Cascais; 04 Novembro - escritura de autorização à Companhia Sporting Clube de Cascais a manter o pavilhão que mandara construir no terreno arrendado ao Ministério da Guerra, no Campo da Parada; 1907, 18 Agosto - elaboração de um regulamento para exploração de clube, definindo as condições de admissões de associados, taxas de jogos; 1908, 17 Agosto - construção de um ringue de patinagem, pelo mestre-de-obras Domingos Teixeira dos Santos; 26 Setembro - estão concluídos os trabalhos de montagem do moinho, construção de um depósito de água e canalização; as regas do jardim eram feitas com água extraída do poço; decisão de ampliação da estufa; 1910, 06 Março - petição ao rei pela direcção pedindo a carreira de tiro, que sempre funcionara com a protecção do rei D. Carlos; 10 Março - licença provisória ao Sporting Club de Cascais para usarem a carreira do "Tiro aos Pombos"; 11 Julho - escritura concedendo, provisoriamente, ao Real Sporting Clube de Cascais continuar com a carreira de tiro situada a E. da esplanada da Cidadela; em troca, o clube teria que fazer obras de reparação da tribuna existente no terrapleno e que ficava anexa à carreira de tiro; 1918, 17 Março - informação do caserneiro militar de Cascais, que gatunos haviam arrancado e levado o soalho em parquet, o vigamento, a balaustrada e telhas do vestíbulo e instalações sanitárias do pavilhão de tiro aos pombos; 1920 - a Câmara tenta, junto do Campo Entrincheirado de Lisboa transformar em benefício comum e logradouro público o antigo recinto de tiro aos pombos, mas não obtém o espaço; 1923 - um grupo de sócio decide activar a carreira de tiro, mas então só aos pratos; 1931, 01 Junho - o oficial da Direcção da Arma da Engenharia, encarregue de verificar o estado de conservação do pavilhão de tiro aos pombos, verifica que o Sporting Clube não fizera obras de manutenção, após os roubos de 1918, tendo mandado fazer um simples telheiro; as canalizações de chumbo da iluminação pública desapareceram; é retirado ao Sporting Clube a utilização do pavilhão de tiro aos pombos, de que nada resta; 1974, 25 Abril - após esta data, o Sporting Club da Parada foi tomado pela população; 1976 - aquisição do edifício pela Câmara Municipal de Cascais, pelo Ministério de Guerra, por valor simbólico; 1978, 25 Janeiro - início da criação do Museu no local, sendo mentor do projecto Francisco Reiner, que liderava um grupo de pescadores submarinos que foram recolhendo várias peças, que serviriam de base ao museu; previsto a existência de departamentos de Paleontologia, Ictiologia, Ornitologia, Carcinologia, Mamologia, Etologia e Arqueologia Subaquática; o mentor desejava ser director do Museu, mas a Câmara não acedeu, tendo o mesmo levado todo o espólio recolhido para a Docapesca; 1988, 23 Fevereiro - faltavam peças no Museu, tendo-se decidido a elaboração de um relatório sobre as mesmas; 8 Março - criação de uma Comissão Instaladora do Museu, composta por um museólogo, um biólogo e um arqueólogo; 1992, 7 Junho - inauguração oficial do Museu, com espólio doado pela população local, que foi envolvida no seu projecto, sendo o primeiro director o Dr. João Camacho; o projecto contou com a colaboração de várias instituições, como o Aquário Vasco das Gama, Museu de Marinha, The Natural History Museum of London, Musée Oceanographique do Mónaco; 1997 - inauguração de um novo núcleo sobre etnografia marítima; 17 Julho - é criado o Grupo dos Amigos do Museu do Mar; 2006 - abertura da sala Cascais na Rota dos Naufrágios; 2008 - renovação da Sala Octogonal e da sala dedicada à faina pesqueira; 2009 - renovação dos conteúdos expositivos de três salas.

Dados Técnicos

Materiais

Bibliografia

CARDOSO, Guilherme, Cascais passado a preto e branco, Cascais, Biblioteca Municipal de Cascais, 1988; Cascais - aqui nasceu o futebol em Portugal, Cascais, Quimera Editora / Câmara Municipal de Cascais, 2004; Cidadela de Cascais (pedras, homens e armas), Lisboa, Estado-Maior do Exército Direcção de documentação e História Militar, 2003; ENCARNAÇÃO, José de, Cascais - Vila da Corte. Oito séculos de história, Cascais, Câmara Municipal de Cascais, 1964; ENCARNAÇÃO; José de, Cascais e os seus cantinhos, Lisboa / Cascais, Edições Colibri / Câmara Municipal de Cascais, 2002; HENRIQUES, João Miguel, História da Freguesia de Cascais: 1870-1908 (uma proposta de estudo), Lisboa / Cascais, Edições Colibri / Câmara Municipal de Cascais, 2004; JUSTINO, Ana Clara, Cascais, um centro histórico vocacionado para o turismo cultural, in II Fórum Ibérico sobre Centros Históricos, Cascais, Câmara Municipal de Cascais, 2005, pp., 133-149; Monografia de Cascais, Cascais, Câmara Municipal de Cascais, 1969; RAMALHO, Margarida de Magalhães, Uma Corte à beira-mar - 1870-1910, Lisboa / Cascais, Quetzal Editores/Bertrand Editora, Lda. / Câmara Municipal de Cascais, 2003; SOUSA, Maria José Pinto Barreira Rego, Cascais 1900, Lisboa, Medialivros, 2003; www.cm-cascais.pt/Cascais/Cascais/Equipam_Espacos_Culturais/Museus/Museu_do_Mar.htm , 24 Março 2010.

Documentação Gráfica

CMCascais

Documentação Fotográfica

IHRU: SIPA; CMCascais

Documentação Administrativa

DIE: Prédio Militar n.º 12, cx. 5, cx. 3; CMCascais

Intervenção Realizada

Observações

EM ESTUDO

Autor e Data

Paula Figueiredo 2010

Actualização

 
 
 
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