Escola Primária D. Luís I
| IPA.00029682 |
Portugal, Lisboa, Cascais, União das freguesias de Cascais e Estoril |
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Arquitectura educativa, do séc. 20. Escola primária do projecto-tipo Adães Bermudes, mista, de duas salas, duas residências e dois gabinetes laterais, de planta rectangular composta por três volumes principais escalonados, o central mais alto e de dois pisos, destinado à residência dos dois professores, e os laterais com as salas de aula, antecedidas por vestíbulos, com os alpendres e corpos perpendiculares correspondentes às instalações sanitárias adossados à fachada posterior. O edifício é rasgado, na fachada principal, por vãos em arco abatido no piso inferior, de aduelas calçadas, simples, em tijolo, e pedra de fecho em cantaria, e rectilíneos no superior, com moldura na verga e parte superior da ombreira em cantaria de granito, típico da região nortenha, com pedra de fecho fingida e saliente. O corpo central, mais avançado, possui, no piso térreo, duas janelas centrais e duas portas, para individualizar as dependências dos professores, a que correspondem, no superior, quatro janelas, e os panos extremos, com entrada para a sala de aula e um gabinete da professora, também mais avançados, terminam em empena, de friso e cornija sobre falsas mísulas, truncada por sineira. Fachada posterior rasgada nas alas laterais por duas portas e janelas rectangulares jacentes, e corpo central tendo adossado perpendicularmente no primeiro piso as casas de banho, criando pequeno pátio fechado para os professores, e sendo rasgado no segundo piso por duas janelas e, nas fachadas laterais, por três lumes escalonadas com moldura comum. Cada uma das salas de aula possui três amplas janelas em arco abatido, que permitem a iluminação unilateral daquele espaço de estudo. Junto à fachada posterior desenvolve-se pátio, murado, que constituía a zona de recreio descoberto. |
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Número IPA Antigo: PT031105030296 |
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Registo visualizado 368 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Educativo Escola Escola primária Tipo Adães Bermudes
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Descrição
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Acessos
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Avenida Vasco da Gama |
Protecção
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Categoria: MIP - Monumento de Interesse Público / ZEP, Portaria n.º 740-BJ /2012, DR, 2.ª série, n.º 248 de 24 dezembro 2012 |
Enquadramento
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Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Educativa: escola primária |
Utilização Actual
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Educativa: escola básica |
Propriedade
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Pública: municipal |
Afectação
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Sem afectação |
Época Construção
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Séc. 20 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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ARQUITECTO: Arnaldo Redondo Adães Bermudes (séc. 20, autor do projecto-tipo). |
Cronologia
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1872, 06 Junho - a Câmara solicita ao Governador Civil de Lisboa auxilio para a abertura de uma escola feminina no concelho; 1880, 07 Outubro - uma carta do professor indica que um dos pilares do portão se encontrava arruinado; 1881, 15 Setembro - nomeação da Junta Escolar de Cascais pela Câmara Municipal; 1890, 30 Outubro - A Câmara decide construir, através de uma subscrição pública, uma escola feminina, que se denominaria D. Luís I, prontificando-se o Marquês de Franco a doar a verba para aquisição do terreno; 1891, 09 Abril - Jaime Artur da Costa Pinto informa que um amigo pagaria os custos do edifício da escola feminina, oferecendo-se o empreiteiro António Pinto dos Santos para fazer o projecto e acompanhar a construção; 26 Novembro - criação de uma comissão composta pelo Marquês de Franco e o Barão de Matosinhos para a construção da escola feminina; 1895, 28 Março - disposição do terreno no Largo da Nazaré para a construção da escola; 1897 - Congresso Pedagógico de Lisboa argumenta que perante o analfabetismo de 4,5% da população portuguesa, a inversão de tal situação deveria começar pela construção de escolas; refere a urgente dotação de edifícios apropriados a todas as povoações com escolas primárias num período de 5 anos, seguindo um plano de construção estudado por uma comissão de engenheiros, que o Governo delegou à Associação dos Engenheiros Civis Portugueses; a equipa era constituída por Augusto Simões de Carvalho, Severino da Fonseca Monteiro, Polycarpo José da Costa Lima, António Teixeira Júdice e Joaquim Renato Baptista; 1898, 3 Janeiro - assembleia extraordinária aprova o projectos de edifícios destinados a escola primária, elaborado pela Associação dos Engenheiros Civis Portugueses; no texto, reconhecia a necessidade de difusão da instrução e a influência que a disposição adaptada nos edifícios escolares exercia no desenvolvimento físico, intelectual e moral das populações; 10 Janeiro - entrada no Ministério das Obras Públicas dos programas do Concurso para apresentação de projectos de edifícios destinados a escolas de instrução primária e o respectivo relatório; 2 Março - abertura oficial do concurso público por anúncio no Diário de Governo, estipulando-se um prazo de 6 meses para admissão dos projectos concorrentes; os trabalhos teriam de ser entregues na 1ª Repartição da Direcção-Geral de Instrução Pública; era obrigatório o uso de pseudónimos; estipulavam-se 3 prémios de mérito relativo para os projectos que satisfizessem todas as condições do concurso e tivessem sido aprovados com mérito absoluto: 750$000 rs, 450$000 rs e 300$000 rs, respectivamente *1; 31 Outubro - júri aprova projecto do arquitecto Arnaldo Redondo Adães Bermudes, sob o pseudónimo Fiat Lux, que fora o único candidato *2; 10 Novembro - homologação do parecer técnico, pelo Ministro do Reino e confirmação da atribuição do 1º prémio; 23 Novembro - Adães Bermudes é oficialmente nomeado delegado por Lisboa à Exposição Universal de Paris e convidado por Ressano Garcia a apresentar o projecto dos edifícios escolares como concorrente; 09 Dezembro - Direcção-Geral de Instrução Pública expediu circular aos governadores civis de todos os distritos em que se perguntava: "quantas e quaes são, as escolas primárias officiaes do distrito que não têm casa propria; quaes as escolas que, na conveniente distribuição dos edificios escolares, devem ser preferidas, e com que auxílio poderá o governo contar da parte das corporações administrativas ou dos particulares para a diminuição dos seus encargos na construção dos edifícios"; 1900 - Adães Bermudes obtém a medalha de ouro da Secção Escolar na Exposição Universal de Paris; 19 Maio - aquisição de um terreno com 1600m2 na Avenida Vasco da Gama para a construção da escola; 20 Maio - foi cedido o terreno, referindo-se a existência de dinheiro destinado à construção da mesma; 12 Setembro - o Ministério da Justiça autoriza a transição de um quadro de D. Luís do Tribunal do Comércio para a escola; 1901 - início da construção do imóvel, conforme projecto do arquitecto Arnaldo Redondo Adães Bermudes; a escola importou, com a aquisição de terreno e mobiliário, em 6:750$000; oferta do busto de D. Luís I para a fachada principal por António Augusto de Carvalho Monteiro; 17 Novembro - o imóvel estava concluído; 1902, 5 Janeiro - terraplanagens na zona destinada a recreio, onde se introduziriam duas palmeiras; 1903, 8 Novembro - inauguração da escola, com a presença da Família Real; séc. 20 - a biblioteca que estava na escola passa para o Museu Condes de Castro Guimarães; 1996 - o arquivo municipal de Cascais passa a estar instalado no edifício; 2007, 04 junho - Deliberação da Assembleia Municipal de Cascais a classificar o edifício como Imóvel de Interesse Municipal; 2008, 04 setembro - Despacho de abertura do processo de classificação nacional pela sud-diretora do IGESPAR; 2011, 15 setembro - proposta da DRCLVTejo para classificação do edifício como Monumento de Interesse Público e fixação da Zona Especial de Proteção; 26 outubro - parecer favorável à classificação pelo Conselho Nacionald e Cultura; 28 novembro - projecto de decisão relativo à classificação como Monumento de Interesse Público e fixação da respectiva Zona Especial de Proteção do edifício, Anúncio 18227/2011, publicado em DR, 2. série, n.º 235. |
Dados Técnicos
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Materiais
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Bibliografia
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BEJA, Filomena, SERRA, Júlia, MACHÁS, Estella, SALDANHA, Isabel, Muitos Anos de Escolas, Edifícios para o ensino infantil e primário até 1941, vol. 1, Lisboa, 1987; Exposição Patrimónios de Cascais, Cascais, Câmara Municipal de Cascais, 2003; HENRIQUES, João Miguel, História da Freguesia de Cascais: 1870-1908 (uma proposta de estudo), Lisboa / Cascais, Edições Colibri / Câmara Municipal de Cascais, 2004; JUSTINO, Ana Clara, Cascais, um centro histórico vocacionado para o turismo cultural, in II Fórum Ibérico sobre Centros Históricos, Cascais, Câmara Municipal de Cascais, 2005, pp., 133-149; SILVA, Carlos Miguel de Jesus Manique da Silva, Escolas Belas ou Espaços São? Uma análise histórica sobre a arquitectura escolar portuguesa (1860 - 1920), (Dissertação de Mestrado), Lisboa, 2000; SOUSA, Maria José Pinto Barreira Rego, Cascais 1900, Lisboa, Medialivros, 2003. |
Documentação Gráfica
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Documentação Fotográfica
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IHRU: SIPA |
Documentação Administrativa
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Intervenção Realizada
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Observações
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EM ESTUDO |
Autor e Data
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Paula Figueiredo 2010 |
Actualização
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