Igreja Paroquial de Raminho / Igreja de São Francisco Xavier

IPA.00029069
Portugal, Ilha Terceira (Açores), Angra do Heroísmo, Raminho
 
Arquitetura religiosa, neo-romântica. Igreja paroquial de três naves e com fachada harmónica.
Número IPA Antigo: PT071901070063
 
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Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Templo  Igreja paroquial  

Descrição

Planta longitudinal composta de três naves, cabeceira e com duas torres sineiras.

Acessos

Raminho

Protecção

Enquadramento

Urbano, na costa noroeste da ilha Terceira, no centro do povoado.

Descrição Complementar

Sobre o sobre o arco triunfal existia a seguinte inscrição " A Caridade levantou este templo: "A sua primeira pedra foi lançada no dia 16 de Agosto de 1855. E abriu-se ao culto religioso a 26 de Outubro de 1861".

Utilização Inicial

Religiosa: igreja paroquial

Utilização Actual

Religiosa: igreja paroquial

Propriedade

Privada: Igreja Católica (Diocese de Angra)

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 19

Arquitecto / Construtor / Autor

ESCULTORES: José Soares de Oliveira (1896); Queiroz (1831).

Cronologia

1474 - divisão do território da Terceira, ficando Raminho dos Folhadais no território da capitania de Angra, embora tivesse maior afinidade e facilidade de comunicação com os povos da Capitania da Praia; 1565, 08 julho - conclusão da demarcação final da freguesia de Altares, terminando um pleito que durou várias décadas; Raminho dos Folhadais continua a pertencer à Capitania de Angra, enquanto o território dos Altares, a cuja paróquia o Raminho continua a pertencer, transita para a Capitania da Praia; em termos municipais a freguesia pertence ao termo da vila de São Sebastião; 1684 - o bispo de Angra, D. frei João dos Prazeres, nomeia um cura para a ermida da Madre de Deus do lugar dos Folhadais, dada a distância a percorrer até à paroquial de São Roque dos Altares; 1694 - visitador Dr. Ambrósio de Sousa Fagundes ordena que o novo cura celebre missa, aos domingos, na ermida da Madre de Deus, no Raminho, para que a ela assistissem os fregueses que ficavam da Cruz-dos-dois-moinhos até à Fajã, fossem doutrinados e recebessem os últimos sacramentos; esta deliberação acaba por não se concretizar por falta de aprovação régia, gorando-se assim, a ideia de erguer na canada do Esteves a ermida da Madre de Deus; 1831, 03 dezembro - benção da imagem de Cristo crucificado, quase de tamanho natural, executada na oficina do escultor Queiroz, por 157$126, e oferecida por raminhenses fixados nos Estados Unidos; 1855, 16 agosto - início da construção da igreja, de uma nave, com colocação da primeira pedra, sendo um dos principais impulsionadores da construção o então padre José Bernardo Corvelo; 1856, 25 janeiro - alvará do governador civil Nicolau Anastácio de Bettencourt, formando uma comissão fabriqueira encarregue de angariar fundos e de conduzir a obra de ampliação da Ermida da Madre de Deus a igreja paroquial; a verba gasta na construção proveio de doações de vários beneméritos, no montante de 152$530, e de fundos públicos que Nicolau Anastácio lega; as obras de construção duram 6 anos; 1861 - conclusão da igreja; data da inscrição existente sobre o arco triunfal e atualmente já inexistente; 14 agosto - decreto transforma o lugar em curato sufragâneo; 01 outubro - provisão do bispo D. Frei Estevam de Jesus Maria criando o curato sufragâneo; 26 outubro - na benção da igreja sai uma procissão dos Altares com a imagem de São Francisco Xavier para a nova igreja do Raminho, onde se celebra a primeira missa, sendo os sermões pregados pelos reverendos José Prudêncio Teles Bettencourt, tesoureiro-mor da Catedral, e João Lourenço da Rocha, vigário de Santa Bárbara; 1870 - extinção do concelho de São Sebastião, passando o Raminho a pertencer ao concelho de Angra do Heroísmo; 1878, 11 julho - apesar de forte contestação por parte da população dos Altares, Raminho é elevado a freguesia; depois de vários conflitos entre as freguesias e do marco de delimitação ser movido e destruído várias vezes, o limite acaba na boca da Canada dos Morros, na Cruz do Marco, ficando o Treatro do Meio no Raminho e a Canada dos Morros nos Altares; 1879, 26 maio - benção do cemitério, abaixo da igreja; 1880 - elevação a paróquia independente; a paróquia começa a funcionar na 1.ª dominga da Quaresma, com missa cantada, Te-Deum e sermão pelo Pe. Alves da Silva; 17 julho - provisão do bispo D. João Maria Pereira Amaral Pimentel criando a Irmandade de São Francisco de Assis no Raminho; 1880 - 1888 - o vigário o Pe. João Bernardo Corvelo de Ávila tem a ideia de ampliar o templo; 1882, 28 junho - delimitação da freguesia com colocação de marcos nas canadas dos Morros, na Ribeira dos Dois Móios e à entrada da canada do mesmo nome; 1890 - início das obras de transformação e ampliação da igreja, que passa de uma para três naves, sendo o grande empreendedor da obra o então vigário Augusto Pereira da Silveira; este transforma a residência paroquial, erguida pela curo José Maria da Costa, com esmolas da freguesia; 1896, 05 maio - data da chegada da imagem da Imaculada Conceição, feita pelo artista portuense José Soares de Oliveira, e paga com o dinheiro da procissão da penitência, que para tal não se realiza; 1898, 12 novembro - decreto com a primeira referência oficial à freguesia do Raminho; 1908 - data do retábulo-mor e outras benfeitorias interiores, como a conclusão do frontispício da igreja, enobrecido com o escudo dos Xavieres de Espanha, em mármore, sendo vigário José Martins de Simas; 1929 - aquisição de uma outra imagem do Senhor dos Passos para sair na procissão, das imagens da Senhora da Saúde, de Santo Amaro e de Santa Inês, sendo vigário José Martins de Simas; 1933, janeiro - 1936, maio - o Pe. Inocêncio Enes, dos Altares, em regime de acumulação, dirige também a freguesia de Raminho; séc. 20, meados - compra do sacrário por 20.000 escudos; 1957, 13 outubro - entronização da Senhora de Fátima com solene festividade, sendo a imagem oferecida pelo Pe. José Vieira Cardoso; 1965 - o Pe. Carlos Pacheco Lopes adquire vários paramentos para a igreja e a imagem de São José, oferecida por Manuel Vaz Barcelos, em colaboração coma Junta de Freguesia e o Município; 1969, 06 julho - inauguração da eletrificação da freguesia; 1980, 1 janeiro - sismo provoca danos generalizados na igreja; 1984, 23 setembro - inauguração da igreja após as obras de recuperação.

Dados Técnicos

Materiais

Bibliografia

MERELIM, Pedro de - As 18 Paróquias de Angra. Sumário Histórico. Angra do Heroísmo: tipografia Minerva Comercial, 1974; OLIVEIRA, Carlos, LUCAS, A., GUEDES, J. H. correia, ANDRADE, Rui - «Metodologia para a quantificação dos dados observados no parque monumental». 10 Anos após o sismo dos Açores de 1 de Janeiro de 1980. Lisboa: Carlos Sousa Oliveira, Arcindo R. A Lucas e J. H. Correia Guedes, 1992, vol. 2, pp. 743-791.

Documentação Gráfica

Documentação Fotográfica

IHRU: SIPA

Documentação Administrativa

Intervenção Realizada

Séc. 20, 1.ª metade - o Pe. José da Costa manda melhorar a sacristia e outras dependências da igreja, renovar as pinturas dos altares e arcos da igreja; 1965 - o Pe. Carlos Pacheco Lopes manda reconstruir o passal e o cemitério e acrescentar uma ermida anexa ao mesmo; manda ainda colocar pavimento betuminoso no adro; 1982, 01 novembro - início das obras de restauro; 1983 / 1984 - continuação e conclusão das obras de restauro, orçadas em cerca de 34.881 contos.

Observações

EM ESTUDO. *1 - A origem do topónimo da freguesia, parece originar-se da riqueza em folhado das florestas que recobriam aquela zona da ilha, sendo a região correspondente à freguesia do Raminho designada por Folhadais, topónimo ainda hoje existente na Grota dos Folhadais. A partir do século 16 aparece a designação de Raminho dos Folhadais, aparentemente por oposição ao Ramo Grande, designação dada pelos povoadores ao outro extremo da costa N. da ilha. Tal seria explicado pela exiguidade do território raminhense face à grande planície do nordeste terceirense. *2 - O Raminho foi, juntamente com o povoado hoje desaparecido da Fajã, uma das últimas povoações da ilha a surgir. *3 - A igreja foi consagrada a São Francisco Xavier devido ao benemérito Francisco Nunes da Rocha, centurião da Associação da Propagação da Fé, na época a residir na cidade de Angra, a quem se pediu esmola para a construção do templo. Francisco Nunes da Rocha ofereceu a imagem de São Francisco Xavier com a condição que este fosse escolhido para orago da igreja.

Autor e Data

Paula Noé 2010

Actualização

 
 
 
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