Fortaleza do Cabo de São Vicente / Convento do Corvo / Convento de São Vicente do Cabo / Farol de São Vicente

IPA.00002891
Portugal, Faro, Vila do Bispo, Sagres
 
Arquitectura assistencial, religiosa e militar, maneirista. Fortaleza construída no local de uma primitiva albergaria, posteriormente transformada em convento ieronimita, destinada à defesa deste último, depois ocupado pelos capuchos. Forte voltado para terra, abobadado em canhão, encimado por terraço, com parapeito. Localização lateral da entrada na muralha quando esta flecte para O.. O convento não dispunha, em seu redor, de uma cerca propriamente dita, pois não existiam, nas suas imediações, terras que pudessem ser cultivadas; sua cerca ficava a 4 Km de distância do convento, onde actualmente se situa a Quinta do Vale Santo *1. Conserva ainda toda a envolvência que, desde sempre, o cobriu de uma aura de lendas e de mistérios, que nos solicitam à contemplação e à meditação. Lugar místico e religioso, onde entretanto o céu e o mar se tocam e se juntam ao infinito com os nossos olhos. Situação fisiográfica como miradouro sobre o oceano. Pertence ao conjunto das Cercas dos Conventos Capuchos da Província da Piedade.
Número IPA Antigo: PT050815040005
 
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Registo

 
Conjunto arquitetónico  Edifício e estrutura  Militar  Fortaleza    

Descrição

Planta poligonal, com um baluarte, voltado para terra; a E. porta, de arco a pleno centro, rasgada na muralha que inflecte para O.. No interior as dependências do antigo convento foram substituídas por construções modernas de apoio ao farol, que aí se encontra; logradouro, ladeado parcialmente de 8 arcos, que terá correspondido ao antigo claustro. Pertencente à fortaleza restam algumas dependências abobadadas em canhão, sobrepostas por terraços. Vislumbra-se ainda a presença de algumas cisternas. Toda a área exterior aos edifícios é calcetada e envolvida por um muro de protecção.

Acessos

EN 268, ao Km 43, a c. de 6Km de Sagres

Protecção

Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto n.º 44 075, DG, 1.ª série, nº 281 de 05 dezembro 1961 / ZEP, Portaria n.º 469/87, DR, 1.ª série, n.º 128, de 4 junho 1987 / Zona "non aedificandi", Portaria, DG, 2.ª série, n.º 128, de 30 maio 1962

Enquadramento

Marítimo, na extremidade O. do Cabo de São Vicente, em planalto.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Militar: fortaleza

Utilização Actual

Cultural e recreativa: monumento

Propriedade

Pública: estatal

Afectação

Ministério da Marinha, cedência em 17 Abril 1989

Época Construção

Séc. 13 / 14 / 16 / 17 / 19 / 20

Arquitecto / Construtor / Autor

Desconhecido

Cronologia

1260, c. de - D. Afonso III terá fundado um hospital ou albergaria para os peregrinos que iam em romaria ao túmulo de São Vicente; 1279 - 1325 - D. Dinis transforma-o num convento conhecido por Convento do Corvo; 1367 - 1383 - D. Fernando dá a Vasco Lourenço, seu capelão-mor, as rendas, direitos e ofertas da capela e ermida de São Vicente do Cabo; 1387, 29 de Janeiro - D. João I faz idêntica doação ao seu capelão-mor, Martim Gonçalves; 1508, c. de - O Bispo de Silves, D. Fernando Coutinho, ergue a fortaleza que defendia o Cabo; 1514, 5 de Março - D. Manuel confirma certos herdamentos que o Bispo de Silves, fizera aos religiosos; 1516 - anteriormente ocupado por frades jerónimos passou ao cargo dos religiosos capuchos; 1520, 21 de Julho - D. Fernando Coutinho, Bispo do Algarve, doa-lhe outras propriedades com casas e cerca para o seu sustento, uma vez que nas imediações não existiam terras que pudessem ser cultivadas. Nesta data o convento já possuía o farol que os capuchos mandaram acender e uma fortaleza que o envolvia e defendia; 1520, 7 de Agosto - medidas confirmadas por D. Manuel; 1567 - o convento e a fortaleza são atacados e destruídos por Francis Drake, sendo os frades obrigados a abandoná-lo e a recolherem-se nos de Lagos e de Portimão; 1606 - os frades voltam a ocupar o convento e a fortaleza é reedificada; 1719 - danificada pelo terramoto; 1722 - danificada pelo terramoto; 1755 - o terramoto causa estragos significativos, sendo mais tarde mandado restaurar por D. Maria; 1834 - com a extinção das ordens religiosas desaparecem os restos do convento e da igreja por completo; 1846 - o governo de D. Maria II manda ali instalar o farol; 1904, c. de - igreja e convento desapareceram, adaptados a instalações e dependências do Ministério da Marinha; ficou apenas o forte, ainda que danificado; 1962, 30 maio - delimitação de ZEP, Portaria publicada no DG, 2.ª Série, n.º 128; 1969 - danos provocados pelo sismo; 1986, 25 setembro - retificação da delimitação da ZEP, Portaria n.º 550/86, DR, 1.ª Série, n.º 221.

Dados Técnicos

A torre do farol tem uma altura de 28 m, a luz encontra-se a 86 m de altitude e o seu alcance luminoso é de 32 milhas (c. 59 km), com uma característica luminosa de relâmpagos brancos simples com um período de 5 segundos.

Materiais

Alvenaria, pedra, madeira, telha portuguesa

Bibliografia

ALMEIDA, João de, Roteiro dos monumentos militares Portugueses, Vol. III, Lisboa, 1948; CORRÊA, Fernando C. Calapez, A Cidade e o Termo de Lagos no Período dos reis Filipes, ed. Centro de Estudos Gil Eanes, Lagos, 1994; DGEMN, Monumentos de Sagres, Boletim da Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, nº 100, Lisboa, 1960; FARO, frei João de, Fragmento Académico. Notícias geraes e particulares da Província da Piedade. Da regular observancia de Nº P. S. Francisco, s. ed., s. l., 1721; GOMES, Mário Varela e SILVA, Carlos Tavares da, Levantamento Arqueológico do Algarve - Concelho de Vila do Bispo, ed. Delegação Regional do Sul da Secretaria de estado da Cultura, s. l., 1987; GUERREIRO, M. V. e MAGALHÃES, J. R., Duas Descrições do Algarve do séc. XVI, Cadernos da Revista de História Económica e Social, nº 3, Sá da Costa Editora, Lisboa, 1983; MONFORTE, Frei Manuel de, Chronica da Província da Piedade, 2ª edição, ed. Officina de Miguel da Costa, s. l., 1751; LOPES, João Baptista da Silva, Corografia (...) do reino do Algarve, Lisboa, 1841; XAVIER, António Mateus, Das Cercas dos Conventos Capuchos (da Província da Piedade), contributo para a definição de uma política de recuperação, relatório de Trabalho de Fim de Curso na Licenciatura em Arquitectura Paisagista pela Universidade de Évora, 1998 (texto policopiado).

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DREMS/DE

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID; Universidade de Évora

Documentação Administrativa

IHRU: DGEMN/DSID; IANTT: Arquivo Histórico do Ministério das Finanças - Autos de Inventário dos Bens Pertencentes aos Extintos Conventos da Ordem de São Francisco da Província da Piedade, 1834, cx. 2203

Intervenção Realizada

1904 - adaptação a farol, construção de várias dependências de apoio; 1990 - obras de restauro.

Observações

EM ESTUDO. *1 - Desconhece-se o valor das áreas destas propriedades.

Autor e Data

João Neto 1991 / António Xavier 1998

Actualização

 
 
 
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