Estação Ferroviário de Vale do Peso
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Portugal, Portalegre, Crato, União das freguesias de Crato e Mártires, Flor da Rosa e Vale do Peso |
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Estação ferroviária do Ramal de Cáceres, construída no séc. 20, pela Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses, composta por vias férreas, plataforma de embarque e construções de apoio técnico, como o edifício de passageiros, o das instalações sanitárias, cais coberto e descoberto, o depósito de água e outros elementos afetos à exploração ferroviária. O edifício de passageiros, construído em 1930, de linhas depuradas e utilizando cantaria apenas nas molduras dos vãos, apresenta planta retangular, com fachadas evoluindo num único piso, sendo a principal de grande simplicidade. Destaca-se a posterior, virada à linha, com a cornija do remate alteada ao centro, formando falso frontão, contendo painel de azulejos figurativos e toponímia em filactera, e silhar de azulejos figurativos, de pendor historicista, tipo "bilhetes postais" regionais, representando monumentos, paisagens e motivos etnográficos, da autoria de Jorge Colaço e executados na Fábrica Lusitânia. A mesma temática surge numa das fachadas laterais, enquanto a oposta tem azulejos enxaquetados, tal como as instalações sanitárias. As portas dos topos da fachada posterior e das laterais são encimadas por alpendre telhado. As vedações da estação, em cimento armado, têm desenho atribuído ao arquiteto José Ângelo Cottinelli Telmo e o relógio de dupla face é da casa Paul Garnier. | |
Número IPA Antigo: PT041206060095 |
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Registo visualizado 107 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Transportes Apeadeiro / Estação Estação ferroviária
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Descrição
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Conjunto composto por edifício de passageiros (EP), as instalações sanitárias (WC), o cais coberto (armazém), a noroeste, com gabarito de via, servido por cais descoberto, plataformas de embarque e antigas casas de habitação do pessoal ferroviário, todos dispostos paralelamente à linha férrea e do seu lado esquerdo (sentido ascendente do Ramal), um tanque, um poço, à saída da estação, postes de eletricidade e sinais relativos à circulação de comboios; existem aina outros elementos constituintes da paisagem ferroviária como o depósito de água e lampistaria (arrecadação) no extremo sudeste da estação, um pequeno jardim e as vedações de delimitação do domínio público ferroviário, em cimento armado; a sudoeste das linhas férreas encontram-se as instalações desativadas do antigo terminal ferroviário de Vale do Peso. EDIFÍCIO DE PASSAGEIROS de planta retangular simples, com massa disposta na horizontal e cobertura em telhado de duas águas, com revestimento em telha marselha de barro vermelho, sobreposta a noroeste por chaminé, rematados em beirada simples em telha de canudo. Fachadas de um piso, rebocadas e pintadas de branco, com soco em cantaria, pintado de ocre, exceto na fachada noroeste, que nas fachadas laterais e posterior é encimado por silhar de azulejos, azuis e brancos, de composição figurativa ou em enxaquetados, com cunhais apilastrados e remates igualmente pintados de ocre; são rasgadas por vãos retilíneos, com molduras em cantaria simples. Fachada principal, virada a nordeste, terminada em cornija e rasgada por duas portas e duas janelas de peitoril, centrais, atualmente emparedadas. As fachadas laterais, rematadas em empena, são rasgadas por porta central, emparedadas, encimada por alpendre telhado, assente em duas mísulas de cantaria, atualmente inexistente na lateral direita, e por um olho de boi, com moldura pintada de ocre; entre o alpendre e o olho de boi, existe painel de azulejos com toponímia da estação. Fachada posterior, virada à linha, terminada em cornija telhada, alteada ao centro, a formar falso frontão sobre duas falsas mísulas, sob o qual existe painel de azulejos figurativo, com toponímia da estação; a fachada é rasgada por quatro portas, as dos extremos, encimadas por alpendres telhados, de três águas, e estrutura assente em duas mísulas em cantaria. INSTALAÇÕES SANITÁRIAS de planta retangular simples e cobertura de duas águas, terminadas em abas corridas de madeira. Apresentam as fachadas com embasamento, cunhais e friso do remate em massa, pintados de ocre, a virada à linha com silhar de azulejos enxaquetados azuis e brancos, encimada por painel de azulejos com toponímia. O acesso aos cubículos sanitários fazia-se lateralmente, atualmente emparedados, protegidos por anteparo. O CAIS COBERTO, implantado sobre grande plataforma de cantaria, e acedido diretamente por linha de topo a sudoeste, destinada a mercadorias. Possui planta retangular e cobertura em telhado de duas águas, que se prolongam em amplas abas corridas, com estrutura em asnas de madeira e revestimento em telha de barro vermelho. As fachadas são de madeira, rasgadas por amplos vãos, de correr. O DEPÓSITO DE ÁGUA, em estrutura metálica, assenta em grande pedestal de alvenaria, que servia de lampistaria (arrecadação). De ambos os lados das linhas férreas, encontram-se as antigas casas de apoio ao pessoal da via. |
Acessos
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Vale do Peso, pouco antes do km 5 da EN 245, sentido Alpalhão-Estremoz, virar à direita para um caminho municipal; Ramal de Cáceres - Ponto quilométrico 203,360 (PK). WGS84 (graus decimais) lat.: 39,373129, long.: - 7,637114 |
Protecção
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Incluído na Área Protegida da Serra de São Mamede (v. IPA.00028261) |
Enquadramento
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Rural, isolado. Implanta-se a norte da vila de Vale do Peso e a cerca de 20 quilómetros, por caminho-de-ferro, da estação seguinte, Castelo de Vide. A sudoeste das linhas férreas encontram-se as instalações desativadas do antigo terminal ferroviário de Vale do Peso, obra da Câmara Municipal do Crato. O recinto da estação possui algumas árvores dispersas. |
Descrição Complementar
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EDIFÍCIO DE PASSAGEIROS: Nas fachadas lateral direita e posterior surgem, entre os vãos, silhar de azulejos, com painéis figurativos, azuis e brancos, alusivos aos monumentos e costumes da região. Representam: na fachada posterior, Cerâmica - Nisa, Calvário - Nisa, Na Fonte de Vale do Pêso - mulheres com cântaros, Castelo da Flor da Rosa - Crato, Fonte Setecentista - Alpalhão - mulheres com cântaros e figura masculina, e, na fachada lateral esquerda, Central da Velada - Hidro Elétrica Alto-Alentejo e Central da Foz - Hidro Elétrica Alto-Alentejo. Na fachada posterior, sob o remate central, existe painel de azulejos, azuis e brancos, representando Rua de Vale do Peso, com filactera amarela inscrita com toponímia: "VALE DO PÊSO", tendo moldura semelhante, policroma, de flores e folhagem. Na zona central da fachada, existe ainda candeeiro de iluminação pública. Nas fachadas laterais existe painel de azulejos, brancos, com moldura e letras a azul, da toponímia da estação "VALE DO PESO", existindo na lateral direita ainda o símbolo da REFER, pintado a azul. |
Utilização Inicial
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Transportes: estação ferroviária |
Utilização Actual
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Devoluto |
Propriedade
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Pública: estatal |
Afectação
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Infraestruturas de Portugal (conforme do artigo 6º, nº 2 e 5, e artigo 11º, n.º 1, ambos do DL 91/2015, e com a regras definidas pelo regime jurídico do Domínio Público Ferroviário que constam do DL 276/2003) |
Época Construção
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Séc. 20 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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ARQUITETO: José Ângelo Cottinelli Telmo (atri., séc. 20). FÁBRICA DE CERÂMICA: Fábrica Lusitânia (1939). PINTOR DE AZULEJOS: Jorge Colaço (1939). RELOJOEIRO: Paul Garnier (séc. 20). |
Cronologia
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1880, 06 junho - abertura do Ramal de Cáceres, entre Torre das Vargens e Valência de Alcântara, em território espanhol; 1930 - construção do atual edifício de passageiros, com projeto da Divisão de Via e Obras da Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses; 1939 - colocação do silhar de azulejos, pintados por Jorge Colaço e executados na Fábrica Lusitânia, em Lisboa; 1951 - inauguração do Apeadeiro de Vale do Peso-A, localizado junto à povoação; 1954 - no XIII Concurso das Estações Floridas, organizado pela Repartição do Turismo do Secretariado Nacional de Informação e pela Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses, a estação recebe diploma de menção honrosa simples; 1981, 22 janeiro - diagrama da estação, que é composta por edifício de passageiros, jardim, instalações sanitárias públicas, cais coberto servido por cais descoberto, forno, casa tipo D, pórtico e outras estruturas; 1993, 07 maio - construção das instalações do terminal ferroviário de Vale do Peso, obra da Câmara Municipal do Crato, atualmente desativadas; 2011, janeiro - a estação tem duas vias de circulação, com 375 m de comprimento, e duas plataformas com 81 e 54 m de extensão; 01 fevereiro - a estação deixa de ter qualquer serviço ferroviário; 2015, início - a estação de Vale do Peso encontra-se à venda. |
Dados Técnicos
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Sistema estrutural de paredes portantes. |
Materiais
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Estrutura rebocada e pintada; soco em cantaria calcária pintada; molduras dos vãos em cantaria calcária aparente; cunhais e cornija em massa; silhar de azulejos figurativos ou enxaquetados azuis e brancos; friso de azulejos policromos; cobertura de telha. |
Bibliografia
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ABRAGÃO, Frederico de Quadro - Apontamentos para a História dos Caminhos de Ferro. 1956; CALADO, Rafael Salinas, ALMEIDA, Pedro Vieira de - Aspectos Azulejares na Arquitectura Ferroviária Portuguesa. [Lisboa]: Caminhos de Ferro Portugueses, EP, 2001; FINO, Gaspar Correia - Legislação e disposições regulamentares sobre caminhos de ferro. Lisboa: Imprensa Nacional, 1903; 1908; FRAILE, Eduardo Gonzalez - Las primeras estaciones de ferrocarril: su tipologia; GOMES, Gilberto, GOMES, Rosa - Os caminhos de Ferro em Portugal 1856-2006. CP, 2006; HUMBERT, Georges-Charles - Traité Complet des Chemins de Fer. 1908; IP - Infraestruturas de Portugal, IP Património - Rotas dos Azulejos. Rota Autoria / Jorge Colaço. 06 maio 2020 (https://www.infraestruturasdeportugal.pt/sites/default/files/flipbook/RotaJorgeColaco/index.html), [consultado em junho 2020]; LOPES, Pedro Inácio - «Ramal de Cáceres». In Revista de Obras Públicas e Minas, Associação dos Engenheiros. Civis Portugueses. Lisboa: Imprensa Nacional, 1880, tomo XI, pp. 183-189; Gazeta dos Caminhos de Ferro; LOPEZ GARCIA, Mercedes Lopez, MZA - Historia de sus estaciones. Coleccion de ciências, humanis y enginieria, n.º 2. Madrid: Ediciones Turner, S.A., 1986; PIRES, António Pinto - Linha da Beira Baixa. 2016. |
Documentação Gráfica
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Arquivo Técnico da IP-Infraestruturas de Portugal (solicitação através do site www.infraestruturasdeportugal.pt) |
Documentação Fotográfica
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DGPC: SIPA; Arquivo Técnico da IP-Infraestruturas de Portugal (solicitação através do site www.infraestruturasdeportugal.pt) |
Documentação Administrativa
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Arquivo Técnico da IP-Infraestruturas de Portugal (solicitação através do site www.infraestruturasdeportugal.pt) |
Intervenção Realizada
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Observações
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Autor e Data
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Paula Azevedo e Ana Sousa 2020 (no âmbito do Protocolo de colaboração DGPC / Infraestruturas de Portugal) |
Actualização
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