Quinta Bívar Cúmano

IPA.00002831
Portugal, Faro, Faro, União das freguesias de Faro (Sé e São Pedro)
 
Arquitectura agrícola, rococó, eclética. Quinta de restam apenas alguns vestígios como um portal e equipamentos relacionados com a prática agrícola. Apresenta trabalhos de massa, inspirados na retórica artística rococó, semelhantes aos que enriquecem outros edifícios da cidade de Faro como a Horta dos Macacos, situada também junto à EN 125 (v. PT050805050111). Pertenceu uma das famílias mais importantes da sociedade farense dos séculos 18 e 19. Destacam-se os trabalhos de massa existentes na empena de um dos muros do tanque, representando peixes, flores e outros ornamentos compositivos.
Número IPA Antigo: PT050805050014
 
Registo visualizado 505 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Conjunto arquitetónico  Edifício e estrutura  Agrícola e florestal  Quinta    

Descrição

Planta composta várias estruturas, vestígios de uma antiga quinta: um portal, um tanque, uma nora, um poço de secção circular a O. e, a NE, dois corpos isolados, de planta rectangular, com muro baixo, possivelmente duas furdas (locais para o recolher de porcos). PORTAL: situado no prolongamento para O. do muro N. do tanque, com a face principal confrontando a estrada, voltado a N.; o vão deste é largo e apresenta uma moldura de cantaria com verga recta; este insere-se num pano pintado de amarelo delimitado por dois pilares pintados de azul e que são encimados pelo arranque de possíveis pináculos; o pano é rematado por um frontão ladeado por aletas com trabalhos de massa figurando motivos auriculares e encimado por duas volutas que se confrontam, das quais, parte inferiormente um motivo concheado; superiormente seria ainda rematado por outro elemento de que apenas subsiste um pequeno vestígio; o interior do frontão apresenta uma pintura a azul e amarelo. A face oposta do portal apresenta o vão ladeado por dois pilares e o verso do frontão apresenta ao centro um contraforte de apoio à empena. TANQUE: de planta rectangular, disposto paralelamente à estrada (sentido E. - O.), apresenta no muro S. uma larga empena, separada deste por um friso, ostentando trabalhos de massa de motivos auriculares, volutas e, nalguns pontos de encontro, uma flor pendente ; ao centro da empena confrontam-se dois peixes em trabalho de massa, apresentando vestígios de pintura a azul e a vermelho, sendo o fundo da empena pintado a branco; os restantes muros do tanque apresentam uma parte cimeira com uma pendente orientada para o centro do tanque; perpendicular ao muro N. e quase na continuidade do muro O., passa um muro que une o tanque à nora, funcionando como aqueduto de abastecimento do tanque; neste muro abre-se um vão de passagem; na continuidade deste muro, dispõem-se escadas que dão acesso ao cimo da estrutura anexa à nora. NORA: constituída por duas rodas em ferro, sendo uma posicionada sobre um poço de secção rectangular, destinada a retirar a água através dos alcatruzes (desaparecidos); a outra roda situa-se em frente desta última, sendo estas unidas pelos centros através de um longo ferro; esta roda encontra-se elevada sobre o solo através de um pilar onde foi instalado um pequeno engenho que activaria o movimento circular das rodas*1; o espaço que ocupa a nora é cercado por arcadas com arcos de volta perfeita, definindo um rectângulo em torno desta; os arcos descansam em pilares ou paredes; os pilares da parte O. deste espaço integram uma outra composição, situada a O., que é formada por um corredor ladeado por pilares que mantêm a mesma distância entre si, desembocando num espaço de planta octogonal definido por oito pilares, que são unidos nas diagonais por um muro baixo onde se dispõe um banco.

Acessos

EN125, direcção Faro - Olhão, a 700m da rotunda; parcela nº 12 entre o Km 107.300 e o Km 107.400

Protecção

Categoria: IM - Interesse Municipal, Decreto nº 45/93, DR, 1.ª série-B, n.º 280 de 30 novembro 1993 (Nora, tanque e portal anexos)

Enquadramento

Rural, planície, isolado. Implantado num terreno plano inculto, com muita vegetação rasteira e algumas árvores, a poucos metros a S. de um troço da EN 125 que passa paralelamente ao conjunto. No outro lado dessa via, encontram-se vários armazéns e casas de habitação que se dispõem ao longo da estrada.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Agrícola e florestal: quinta

Utilização Actual

Devoluto

Propriedade

Privada: pessoa individual

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 18 / 19

Arquitecto / Construtor / Autor

Desconhecido

Cronologia

Séc. 18, 2ª metade - construção da quinta; 1768 - construção de uma casa de habitação de dois pisos, posteriormente destruída aquando das obras de alargamento da estrada nacional; Séc. 19 - a quinta é adquirida pela família Bívar Cúmano; séc. 20, segunda metade - devido ao alargamento da estrada, destruíu-se o portal monumental e a casa de habitação, restando apenas um portal, uma nora e um tanque.

Dados Técnicos

Estrutura monolítica

Materiais

Estruturas de alvenaria e tijolo, mecanismos da nora em ferro

Bibliografia

LAMEIRA, Francisco, Faro. Edificações Notáveis, Faro, 1995; IDEM, Faro - A Arte na História da Cidade, Faro, 1999.

Documentação Gráfica

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

Intervenção Realizada

Observações

*1 - a presença deste engenho aponta para uma adaptação da nora às novidades mecânicas, acção que talvez terá ocorrido em finais do século 19.

Autor e Data

João Neto 1991 / Daniel Giebels 2005

Actualização

 
 
 
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