Igreja e Hospital da Santa Casa da Misericórdia de Olivença / Lar da Misericórdia de Olivença
| IPA.00028254 |
Espanha, Estremadura, Badajoz, Badajoz |
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Igreja de Misericórdia construída no séc. 16, pelos portugueses, com planta composta por nave e capela-mor, com programa decorativo interior completamente reformado na primeira metade do séc. 18, tendo adossado, à esquerda, hospital retangular desenvolvido à volta de pátio central. Instituída em 1501, a Misericórdia começa por se instalar numa dependência da Câmara Municipal e depois numa capela da Igreja de Santa Maria, até que, em 1520, obtém autorização régia para se transferir para a Capela do Espírito Santo, onde já existia uma Confraria com o mesmo nome e a de Nossa Senhora do Sábado, que são incorporadas na Misericórdia. Poucos anos depois, consegue autorização para proceder à ampliação da capela e construir o hospital, cujas obras decorriam ainda em 1553 e 1554. A igreja apresenta a estrutura essencialmente maneirista, rasgada por portal de verga reta e frontão triangular sobre colunas, com as armas de Portugal no tímpano e duas esferas armilares laterais, em vez das atuais urnas, rematando em 1683 em ameias decorativas e por um campanário. No inventário elaborado nesta data não se faz referência a nenhuma janela, sabendo-se que a existente foi construída em 1732, altura em que se remodelou igualmente o remate da fachada, o campanário e se fez de novo a abóbada da igreja. No interior, possui coro-alto sobre quatro colunas, púlpito de mármore, no lado do Evangelho, de bacia retangular e acedido por vão, duas capelas colaterais e o retábulo-mor. Entre 1716 e 1718 inicia-se a reforma do programa decorativo interior, com a encomenda, em Lisboa, de painéis de azulejos para revestir a capela-mor, com figuração das Obras Corporais de Misericórdia, atribuídos a vários pintores, nomeadamente a Gabriel del Barco, ou ao mestre P.M.P.. Entre 1722 e 1723 foram colocados os azulejos da nave, com a mesma temática, mas assinados por Manuel dos Santos. Os azulejos integram-se no denominado ciclo dos "mestres" e apresentam claras diferenças de tratamento entre o sub-coro, a nave e a capela-mor, e em termos iconográficos, dada a repetição de temas nos dois espaços, indiciando a possibilidade de se estar perante programas distintos, concebidos de forma independente. Na capela-mor surgem seis das sete obras corporais, organizadas em três painéis de cada lado, omitindo a obra "Visitar os presos e remir os cativos", com a inscrição identificativa na base da composição, sem qualquer moldura. Na nave, representa-se novamente as Obras Corporais, repetindo temas já pintados, identificados pela referência ou pela inscrição do texto Bíblico alusivo inseridas em cartelas. As indicações da fonte bíblica frequentemente não estão corretas, o que leva a pensar que o encomendador talvez tenha fornecido os textos dos episódios a representar e as respetivas citações, que depois foram mal copiadas pelo artista ou pela oficina. Sensivelmente da mesma época são os retábulos, os laterais de estilo nacional, de corpo côncavo e um eixo, mas revelando já a transição para o joanino, com decoração de figuras encarnadas, contendo painéis relevados alusivos ao orago, o do Evangelho talvez aproveitando o da anterior estrutura retabular, visto já ser referido no inventário de 1683, e o da Epístola tendo ficado em branco. O retábulo-mor, também de corpo côncavo e um eixo, tem estrutura nacional, mas o remate, com decoração de concheados, só terá sido terminado na segunda metade de Setecentos, talvez em data próxima a 1772, quando foi pintado pelos pintores elvenses Eugénio Mendes e Inácio José Mendes. Possui sacrário de grandes dimensões e a pintura do interior da tribuna é já neoclássica. Todos os retábulos possuem no banco interessantes figuras híbridas atlantes. O edifício do hospital apresenta fachadas de dois pisos, a principal com portal maneirista semelhante ao da igreja, mas mais simples, apenas com as colunas sustentando o entablamento, tendo a restante organização e fenestração resultado da reforma de 1807, quando se contrata a feitura de seis janelas, altas. Interiormente, o edifício apresenta três pisos, fruto das várias remodelações ao longo do séc. 19 e depois do 20, para adaptação às novas necessidades hospitalares, para acolher as Irmãs que cuidavam dos doentes e, posteriormente, para adaptação a lar. O pátio, que tinha um poço, conserva vestíbulo com vãos em meia cana, e grade em ferro forjado, executada em 1860, pelo mestre de Olivença Joaquim Cupido, semelhante à que existe na Igreja de Santa Maria do Castelo. |
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Número IPA Antigo: ES811201000001 |
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Registo visualizado 494 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Religioso Edifício de Confraria / Irmandade Edifício, igreja e hospital Misericórdia
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Descrição
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Planta irregular, formada pela igreja e pelo hospital, disposto à esquerda. Apresenta as fachadas rebocadas e pintadas de branco, terminadas sem friso, cornija e platibanda plena, de betão, igualmente rebocada e pintada de branco, a principal virada a noroeste e com alto soco, a imitar silharia fendida e, nos cunhais, em mármore. IGREJA composta por nave e capela-mor, retangulares, tendo adossado à fachada lateral esquerda sacristia. Volumes articulados, sobrepostos por corpo retangular, com coberturas em terraço. Fachada principal com o remate encimado por dupla sineira, de ventanas em arco de volta perfeita, albergando sinos, ladeadas de pilastras e aletas sobrepostas, e rematada em frontão semicircular, com chave relevada. É rasgada por portal de verga reta moldurada, entre duas colunas dóricas suportando entablamento e frontão triangular, com o tímpano decorado por brasão, com as armas de Portugal, entre laçarias, sobreposto por duas urnas laterais e cruz latina. Superiormente, abre-se janela retangular, moldurada e gradeada, encimada por friso e frontão triangular. Na fachada lateral direita abre-se, na zona da capela-mor, janela de capialço, sem moldura. INTERIOR com pavimento em lajes de cantaria, integrando várias lápides sepulcrais inscritas, e cobertura em falsa abóbada de berço, sobre cornija de cantaria. As paredes são revestidas a painéis de azulejos, azuis e brancos, de composição figurativa, organizados em dois registos, com representação das Obras de Misericórdia Corporais. A nave possui coro-alto de alvenaria, sobre três arcos, de volta perfeita, almofadados, o central maior, sustentados por quatro colunas de fuste liso e capitel jónico, as laterais parcialmente embebidas nas paredes, com guarda em ferro, e acedido a partir do lado do Evangelho, por porta de verga reta. No sub-coro, coberto por três falsas abóbadas de berço, a central abatido, surge guarda-vento de madeira, ornado de apainelados recortados, e, nas paredes laterais, pias de água benta concheadas. No lado do Evangelho dispõe-se o púlpito, de cantaria, com bacia retangular sobre mísula e guarda em balaustrada, acedido por vão de verga reta, encimado por friso e cornija reta, a partir das dependências adossadas. No topo da nave, surgem dois retábulos laterais, confrontantes, de estrutura semelhante, de corpo côncavo e de um eixo, o do lado do Evangelho em talha policroma, dedicado ao Pentecostes e, o da Epístola, em talha a branco, dedicado a Nossa Senhora da Misericórdia. Arco triunfal amplo, de volta perfeita, sobre pilastras, com chave relevada. Na capela-mor, sobre supedâneo delimitado por guarda em ferro e acedido por quatro degraus centrais, surge o retábulo-mor em talha policroma, de corpo côncavo e de um eixo, definido por seis pilastras, de fuste decorado com acantos enrolados, aves, querubins e putti, as centrais mais largas, assentes em plintos, ornados de acantos, e por quatro colunas torsas, decoradas de aves e pâmpanos, assentes em mísulas com querubim e putti, todos com capitéis coríntios. Ao centro, abre-se ampla tribuna, com a boca decorada por acantos rendilhados, coberta por cúpula, pintada com acantos, concheados e urnas, tendo ao centro cartela com "M" e cruz, assente em trompas de ângulo, pintadas com rendilhados fitomórficos; alberga trono expositivo de três degraus recortados, decorados de acantos, encimado por coroa suportada por anjos atlantes. A estrutura remata em espaldar, adotado ao perfil da cobertura, com cinco arquivoltas, quatro ornadas de acantos enrolados e uma intermédia, muito mais larga, ornada de concheados, acantos e fragmentos de cornija volutada, tendo no fecho cartela de amplos concheados com custódia, encimada por cornija contracurva e coroa, entre anjos. Banco com apainelados de acantos, os dois exteriores tendo ainda figuras híbridas atlantes e os interiores aves. Sotobanco formado por apainelados de acantos, integrando ao centro amplo sacrário, tipo templete, decorado de acantos e com ângulos definidos por pilastras com atlantes e decoração vegetalista, criando falsas estípites, contendo na porta a figura de Cristo Redentor, coberto por domo tronco-piramidal coroado por pelicano. Altar paralelepipédico com friso exterior de acantos e, ao centro, elemento crucífero. Nas paredes laterais da capela-mor, abre-se, de cada lado, janela retilínea central, a do Evangelho sobreposta por painel recente pintado, abrindo-se nesse mesmo lado a porta de acesso à sacristia, ladeado por pia de água benta concheada. HOSPITAL de planta retangular irregular, desenvolvida à volta de um pátio central, com coberturas escalonadas, tendo a norte corpo retangular, disposto em plano recuado e junto ao pátio corpo torreado, muito alto, em telhados diferenciados de duas ou quatro águas, ou em terraço. A fachada principal é rasgada, no piso térreo, por portal de verga reta entre duas colunas jónicas sustentando entablamento, e três janelas altas, gradeadas, e, no segundo piso, por quatro janelas de varandim, com moldura terminada em pequena cornija e com guardas em ferro. O portal é ladeado, num plano superior, por bois brasões, um com as armas de Portugal e outro de família. Na fachada lateral esquerda, abrem-se três eixos de vãos, correspondendo no térreo a portais, igualmente transformados em janelas altas, e no segundo a janelas de varandim, semelhantes às da frontaria. INTERIOR: o portal principal é protegido por guarda-vento, entalhado, e com vidros policromos, dando acesso a vestíbulo, com portais laterais de moldura em meia cana, e frontalmente comunicando com o pátio, por amplo arco abatido, protegido por portão gradeado, decorado por volutados. O pátio, pavimentado a mármore, possui fachadas de três pisos, irregularmente rasgadas, a virada a noroeste com três arcos abatidos no piso térreo, sobre colunelos de ferro, um deles fechado, amplas janelas em arco abatido no segundo, e, no terceiro, varanda corrida. Os pisos têm comunicação entre si por escada e elevador. No piso térreo, localiza-se a lavandaria, arquivo, oficina e consistório, nos superiores a cozinha, dormitórios e salão. |
Acessos
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Olivença, Rua da Caridade, n.º 10; Rua do Espírito Santo. WGS84 (graus decimais) lat.: 38.684747; long.: -7.100761 |
Protecção
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Inexistente |
Enquadramento
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Urbano, adossado, no centro histórico de Olivença, integrado num quarteirão, disposto de gaveto, circundado, em três lados, por vias, a principal vedada ao trânsito e pavimentada a calçada à Portuguesa. A frontaria surge virada à Porta dos Anjos da cerca urbana medieval. Em frente, ergue-se a casa onde morreu D. Francisco Ortiz Lopez e, para nordeste, a Igreja de Santa Maria do Castelo. |
Descrição Complementar
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As paredes da nave e da capela-mor são revestidas a azulejos azuis e brancos, de composição figurativa, ou com composições arquitetónicas ou paisagens. A parede fundeira da nave apresenta o portal envolvido por azulejos com estrutura arquitetónica perspetivada, definida por pilares, aletas e balaustrada inferior, encimada por cartela com querubins, surgindo sobre o portal cartela com a inscrição: "ESTOTE MISERICORDES SICVT ET PATER VESTER MISERICORDES EST LVC. 6" (o versículo correto é o 36). O painel do lado da Epístola, integra a assinatura do pintor de azulejos: "Pintou i Mel. dos santos. Ano de 1723". Sobre os arcos do coro-alto, o revestimento de azulejos, com cercadura de acantos, representa paisagens minimalistas, com pequenas estruturas arquitetónicas ou uma árvore. As paredes da nave são revestidas a painéis de azulejos com as Obras da Misericórdia Corporais, envolvidos por cercaduras retilíneas, com acantos enrolados. Nas paredes laterais do sub-coro, no primeiro registo, os painéis possuem mísulas a enquadrar cartelas inscritas, com a referência bíblica à cena representada no registo superior, seguras por anjos, existindo ainda figuras hibridas a segurar festões. Assim, no segundo registo do lado do Evangelho, figura "Curar os enfermos", retratado pela cura milagrosa de Cristo ao paralítico junto à piscina de Betzatá, e, na cartela do primeiro registo a inscrição da fonte bíblica: " VIS SANUS / FIERE / Joao Cap. 5 v 7". No lado da Epístola, figura "Vestir os nus", representado por Deus-Pai a entregar duas vestes compridas a Adão e Eva no Jardim do Éden, tendo na cartela do registo inferior a inscrição: "FECIT QVO QVE / DOMINVS DEVS / ADAE ET UXORI / EJXVS TVNICAS PE / LLICEAS ET INDVIT / EOS. Gen. Cap. 3ºLv21". Na parede da nave, do lado do Evangelho, surge painel de grandes dimensões, representando "Dar de comer a quem tem fome", ilustrado por Daniel na cova dos leões, a ser alimentado pelo profeta Habacuc, com a refeição destinada aos ceifeiros que trabalhavam no campo, transportado por um anjo; na base do painel, surge cartela entre acantos, segura por anjos músicos, com a inscrição: "FER PRANDIUM QUOD HÁ / BES, INBABILONEM DANIELI / QUI EST IN LACU LEONO / Daniel Cap. 14 v 3(4). No primeiro registo, surgem três painéis com anjos, os laterais semelhantes, com os anjos encostados a composição enrolamentos, festão, carranca e pelicano a alimentar as crias e, no central, com cena campestre e dois anjos a segurar elemento vegetalista. Junto ao púlpito, o painel de azulejos possui árvore e pequena composição campestre, no fundo. Na parede da Epístola, figura "Dar de beber a quem tem sede", representada por Moisés junto ao rochedo no deserto de Sin, de onde brota água para o povo e animais, tendo na base cartela semelhante à confrontante com a inscrição "EGRESSAE SUNT AQUAI ÇARGI / SSIMAE, ITA VT POPULUS BIBE / RET, ET IUMENTA. / Numer. Cap. 10 v. 11." (correspondendo ao capítulo 20:11 de Números). No primeiro registo, os painéis têm esquema semelhante aos do lado do Evangelho, mas no painel central surge composição arquitetónica palaciana, com um jardim lateral centrado por fonte. Nas paredes laterais do coro-alto, surge representado, no lado do Evangelho, uma fonte monumental, formada por cavalos e anjos, de onde jorra água, e, no fundo, composições arquitetónicas com grande escadaria e um jardim, onde passeiam diversas figuras; no lado da Epístola, surge uma paisagem, dominada por um rio com uma ponte, a ser atravessada por uma figura de capuz, que se dirige para o casario com um templo; junto ao rio, surgem outras figuras de capuz. Na capela-mor, o revestimento de azulejos, também com cercaduras retilíneas de acantos enrolados, mas possuindo alguns azulejos de figura avulsa a preencher vários espaços, apresenta três painéis figurativos, dispostos em dois registos, surgindo a composição do primeiro registo inserida em cartela, envolvida por festões, e anjos, e os dois painéis superiores separados por janela. No lado do Evangelho, surge inferiormente representado "Dar de beber a quem tem sede", figurada por Rebeca a dar de beber, num copo, ao servo de Abraão, que ali se havia deslocado para encontrar uma esposa para Isaac, tendo na base a inscrição: "REBECA ABRAHAE NVN / TIVM ADAQVAT" (Gen. 24:15-20). No segundo registo surge "Curar os enfermos", retratado por Jorão, deitado num leito com dossel e grande pé, formado por figura antropomórfica, com corpo feminino, asas e garra, a ser visitado por Acaziás, sentado numa cadeira de braços, vendo-se ainda junto à estrutura arquitetónica dois soldados; na base do painel surge a inscrição "IORAM ENEM AEGROTABAT / IBI, ET OCHOZIAS REX DESCENDERAT / AD VISITANDVM IORAM 4º Reg. Cap. 9º". O segundo painel, podendo representar "Cobrir os nus" ou "Dar pousada aos peregrinos", é retratado pela a parábola do Bom Samaritano, em que o samaritano a caminho de Jerusalém ajuda um homem que fora agredido e roubado na estrada, identificando-se a cena com a inscrição inferior: "MISERICORDIA MOTTVS APPROPRIANS ALLIGAVIT VVLNERA EJUS" (Luc. 10: 34-35 - 37). No lado da Epístola surge representado no primeiro registo "Dar pousada aos peregrinos", vendo-se Lot, à porta de sua casa, a convidar três peregrinos a entrar, tendo na base a inscrição "LOTH PEREGRINOS INVITAT."; a cartela é ladeada por composições campestres, com pastores e os seus rebanhos. No segundo registo, é representada a obra de "Enterrar os mortos" com a história de Tobias, numa composição bipartida, figurando no plano de fundo o banquete preparado por Tobias e a chegada do seu filho de Nínive a informar que um familiar havia sido estrangulado e jazia morto em praça pública, tendo inferiormente a inscrição "RELLINQVENS PRADIVM, JEJVNVS PERVE / NIT AD CORPVS."; em primeiro plano, surge Tobias, que se havia levantado do banquete sem comer, a carregar o cadáver aos ombros, identificado pela inscrição "TOLLENS QVE, ILLVD. PORTAVIT IN DOMVM / SVAM, VT SEPELIRET EVM. Tob. Cap. 2.". O segundo painel representa "Dar comer a quem tem fome" ilustrada por David a receber de seu pai, Efraim, um cesto de alimentos para ir levar aos seus irmãos, que estavam no acampamento militar do rei Saúl, em guerra com os filisteus, retratados ao fundo; inferiormente tem a inscrição: "ACCIPE FRATRIBVS TVIS DECEM PANES ISTO, / CVRRE IN CASTRA, & VISITABIS FRATES TVOS. / 1Reg. Capº. 17/37". As capelas laterais têm estrutura semelhante e inserem-se em arcos, de volta perfeita, sobre pilastras, revestidas a talha, decorada com acantos enrolados, anjos e aves, estas sob baldaquino, assentes em plintos com acantos e figuras hibridas atlantes, e o fecho do arco com cartela, o do Evangelho contendo rosa, e coronel. As capelas albergam retábulos de corpo côncavo e um eixo, definido por quatro pilastras, as interiores mais estreitas, de fuste decorado por acantos enrolados, putti e aves, assentes em plintos, também com acantos e aves, e quatro colunas torsas, ornadas de aves e pâmpanos, sobre mísulas com acantos, todas com capitéis coríntios. Ao centro possui nicho com boca rendilhada, contendo painel entalhado, o do lado de Evangelho representando o Pentecostes, com imagem da Virgem entronizada ao centro, rodeada pelos Apóstolos e encimada pelo Espírito Santo em resplendor; o da Epístola tem representação da Virgem da Misericórdia, de manto aberto, seguro por anjos, protegendo figuras eclesiásticas, à sua direita, e nobiliárquicas, à sua esquerda, surgindo a mitra e a coroa real depostas no chão; os painéis surgem sobre dois apainelados sobrepostos, ornados de concheados, acantos enrolados e cartela segura por dois anjos. Os retábulos rematam em espaldar, composto por quatro arquivoltas, ornadas de acantos, a exterior com anjos e as duas intermédias torsas e sobrepostas por três cartelas suspensas por anjos, unidas no sentido do raio. Altar paralelepipédico, tendo no frontal, o monograma "IHS" relevado. No pátio central do hospital existe lápide, em mármore, com a inscrição: "AL CUMPRLIRSE EL IER. CENTENARIO DE LA / PERMANENCIA EN ESTA SANTA CASA DE MISERICORDIA / DE LAS HIJAS DE LA CARIDAD DE SAN VICENTE DE PAUL, / LA HERMANDAD AGRADECIDA POR LA / CRISTIANA LABOR DESEMPENADA, / EN PRO DE LOS DESVALIDOS DE ESTA CUHDAD Y SU COMARCA, / LE DEDICAN ESTE MERECJDO HOMENAJE. / OLIVENZA 20 DE NOVIEMBRE DE 1986 / LA DIRECTIVA". |
Utilização Inicial
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Religiosa: edifício de confraria / irmandade |
Utilização Actual
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Religiosa: igreja / Assistencial: lar |
Propriedade
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Privada: Misericórdia de Olivença |
Afectação
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Sem afetação |
Época Construção
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Séc. 16 / 18 / 19 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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ALVENEIROS: Manuel Barim (1885), Manuel Reyes (1889). ARMEIRO: Joaquim Cupido (1860, 1863). CANTEIROS: José da Silva Teixeira (1807), Sebastião Lopes Charo (1807). CARPINTEIRO: Custódio Jorge (1885). ENTALHADORES: Bartolomeu Dias (1689) Claude Laprade (atr. séc. 18), Joaquim José de Barros (1818). EXAMINADORES: João Fernandes (1732), Simão Mendes (1732). INDETERMINADO: José del Carmen Ferrera (1902). JOALHEIRO: Custódio José da Cunha (1818). MESTRES: Olivença António Lopes (1732), Manuel Lourenço (1732), Joseph Lopes (1732). PINTORES: Agostinho Mendes (1704), Eugénio Mendes (1772), Inácio José Mendes (1772), Manuel Pérez Mármol (1818). PINTOR DE AZULEJOS: Manuel dos Santos (1723). PINTOR-DOURADOR: Agostinho Mendes (1691). SERRALHEIRO: Nebreda (1885). |
Cronologia
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1501, 20 novembro - instituição da Irmandade da Misericórdia de Olivença, pelos juízes, oficiais, nobres e povo, que conta com o visto do rei, que envia como seu comissário o escudeiro D. Álvaro de Guida; para as reuniões da Irmandade, escolhe-se uma dependência da Câmara Municipal, na Praça de Santa Maria do Castelo; pouco tempo depois, a Irmandade decide erigir uma capela na Igreja de Santa Maria do Castelo, o único templo existente na vila, realizando as suas reuniões na sacristia; 1511, 01 setembro - data da morte do presbítero Fernando Afonso, que havia definido as diretrizes da Confraria, doando os seus bens à Misericórdia; 1512, 30 março - data de um privilégio concedido pelo rei; 1520 - rei autoriza a transferência da Misericórdia para a Capela do Espírito Santo, construída extramuros junto à Porta dos Anjos, que acolhia a Confraria do Espírito Santo e a de Nossa Senhora do Sábado, devido à Igreja de Santa Maria ameaçar ruína e a de Santa Maria Madalena não se encontrar concluída; séc. 16 - Afonso Vaz, juiz de Olivença, envia carta ao rei a informá-lo das pretensões da Misericórdia em construir uma nova igreja e um hospital, para o qual se tornaria necessário derrubarem-se seis moradas de casas, que custariam 200 mil reais, para fazer com maior decoro a igreja e hospital, cuja obra poderia custar 800 mil reais, e ser feita empregando o dinheiro de várias rendas, e se completaria com algumas esmolas; 1526, 01 novembro - na sequência de vários pedidos do provedor para a intervenção régia, devido ao grande número de expostos na vila, D. Manuel concede privilégio à Misericórdia permitindo ao provedor e escrivão fazer averiguação aos expostos e quando encontrassem os seus pais, os obrigassem a criar a criança; 1533, depois - o bispo de Ceuta, D. Jaime de Lencastre, autoriza a Misericórdia a transladar os restos mortais de Fernando Afonso, principal artificie do estabelecimento, "(...) desde la iglesia de Santa Maria del Castillo, enterrado junto a la capilla de la Misericordia, hasta la ermita del Espírutu Santo"; 1548, cerca - conclusão do portal da igreja (RODRIGUEZ, LIMPO: 2016, p. 18);1553, 03 agosto - o rei ordena ao provedor da comarca de Elvas para conceder à Misericórdia de Olivença 40 mil reais anuais, durante os anos 1553 e 1554, provenientes das rendas do concelho, para as obras do hospital; 1567, 30 abril - data do primeiro Compromisso conhecido da Misericórdia de Olivença, constituindo uma cópia do de Lisboa; 16 junho - possui três capelães, um cantor, um hospitaleiro ou enfermeiro, dois enterradores, um carreteiro e um caminheiro, que tinha de levar a Lisboa os documentos oficiais da Misericórdia, recebendo anualmente 1$600; 1579, 11 fevereiro - carta de D. Sebastião eximindo a Santa Casa do pagamento dos 24 mil reais anuais que o rei recebia da receita pelas obras efetuadas na Igreja do Espírito Santo, onde se havia realizado uma campanha e colocado ameias, seguindo o gosto da época; 1591, novembro - provedor e demais irmãos reúnem-se no consistório para tratar sobre a bula concedida pelo papa Gregório XIV à Confraria de Nossa Senhora do Sábado, instalada na ermida do Espírito Santo e posteriormente integrada na confraria do Espirito Santo na Irmandade da Misericórdia; 1606, 17 fevereiro - passa a usufruir dos mesmos privilégios da Misericórdia de Lisboa; 1624 - breve apostólico segundo o qual os confrades mortos da Misericórdia passam a ser enterrados com duas varas; agosto - bula de Urbano VIII determina que os novos membros a entrar na Confraria, deveriam receber no seu primeiro ano o Santíssimo Sacramento da eucaristia, os que invocassem o nome de Jesus, no momento da morte, remiam seus pecados, e todos os que durante a festa de Santa Isabel orassem pela Santa Igreja e pela saúde do pontífice, ganhavam indulgência plenária e todos os seus pecados cessavam; 1627, 23 março - D. Filipe III de Portugal confirma privilégio concedido por D. Manuel em 1526; 1683, 12 julho - data de um dos inventários da Misericórdia, que permite perceber a antiga estrutura do edifício: a igreja rematava com um campanário e com as típicas ameias e a entrada fazia-se por um pórtico de pedra mármore, rematado por um escudo com as armas reais portuguesas e duas esferas armilares nos extremos, sobre colunas de mármore; no interior, de uma só nave, havia um coro aos seus pés, suportado por quatro colunas, de mármore, um púlpito de mármore, sobre mísula, duas capelas laterais com retábulos e o retábulo-mor; o retábulo do lado do Evangelho, tem um painel, quadrado, um pouco maior que o outro, com frisos dourados, tendo esculpido a Descida do Espírito Santo e sobre ele uma imagem de Santa Susana; nessa capela, metido na parede, inserido num arco, existe um túmulo de pedra mármore com os ossos do padre Fernão Afonso; o retábulo da Epístola tem um painel com Nossa Senhora e São João, encimado por um Cristo Crucificado ao pé do qual estão as ditas imagens e sobre o altar uma imagem de Nossa Senhora; na capela-mor existe um retábulo quadrado, medindo a terça parte da dita capela de alto, com um painel grande de Nossa Senhora e, por cima desse, um outro painel pequeno, com a imagem de Cristo ressuscitado, esculpida, rematado por uma cruz; anexa à igreja, ficava a sacristia, que tinha abóbada "y marcos que la rematan soportados" por uma coluna de pedra mármore situada ao centro; da sacristia saiam três portas, uma que conduzia à capela, outra que levava ao camarim do retábulo-mor e a última que dava para o pátio do hospital; entre a igreja e o pátio surgiam: uma porta que dava para o púlpito, outra para o consistório velho, e, na continuação, outra para a tumba, lugar onde se velava os defuntos; o edifício anexo tinha acesso por portal com colunas de mármore; na parte baixa existiam uma habitação dedicada a guardar a cera e outros materiais necessários para a igreja e procissões, um celeiro onde se recolhia o grão, produto dos censos que se pagavam ao estabelecimento e um pátio, no centro do edifício, com um poço central; acedia-se ao piso superior por uma escada situada à esquerda do pátio; no piso superior ficava outro celeiro, com duas casas de telhadas, o consistório novo, decorado com uma pequena arcaria, com duas colunas e friso, que servia a modo de pequeno altar para albergar um Crucifixo, a enfermaria de mulheres, que apresentava grande janela de pedra mármore para a Calçada do Espírito Santo e uma porta para o coro, a enfermaria de homens e, por fim a cozinha; 1689 - construção da tribuna e trono do retábulo-mor pelo entalhador Bartolomeu Dias, de Vila Viçosa, por 67.400 reais; 1691 - contrata-se o pintor dourador Agostinho Mendes, de Elvas, para dourar a tribuna e trono do retábulo-mor, pago com 20$000 mais 17.700; 1694 - a Misericórdia tem dois capelães, um médico, um cirurgião, um licenciado, um requerente, um enfermeiro, um sangrador e um enterrador; 1704 - o pintor elvense Agostinho Mendes encarna a imagem do Senhor que vai na procissão de quinta-feira de Endoenças, por 4$000; 1706, 17 fevereiro - dota-se a Misericórdia de Olivença com os mesmos privilégios da de Lisboa; 1716 - 1718 - a Misericórdia recebe azulejos, vindos de Lisboa, para a decoração da capela-mor; 1722 - Manuel Luís Soares, procurador da Misericórdia, manda executar em Lisboa azulejos para a nave; 1723, fevereiro - abril - colocação dos azulejos da nave, assinados por Manuel dos Santos; António Roiz paga 24$879 a seis homens, que demoraram mês e meio para assentar os azulejos; data provável da feitura do retábulo-mor, dada a despesa feita por "Gastó Antonio Roiz, requerente de esta Santa Casa, com el comer de los entalladires en el tiempo que gastaron en assentar el retablo (...) 4.446 reales", bem como dos retábulos colaterais; o retábulo-mor é atribuído por Ayres de Carvalho a Claude Laprade; 1724 - 1728 - sendo provedor Simão de Vasconcelos, paga-se 154$575 das bandeiras; 1730 - manda-se fazer uma tumba nova em Lisboa; 1732, 18 abril - escritura de contrato entre o provedor da Misericórdia, Francisco Lagoa Nogueira, e os mestres de Olivença António Lopes, Manuel Lourenço e Joseph Lopes, para a realização de obras de beneficiação da frontaria e das abóbadas; especifica-se que "(...) se derribaría el frontal de la dicha iglesia y aqui se pondrá una ventana de diez palmos de alto y cinco de largo, el campanário se mudará, si es posible, para la puerta del coro (...)"; a abóbada da igreja seria derrubada e feita de novo e sobre a abóbada da capela-mor levaria "redes de ladrillo para ganar las corrientes de la misma bóveda y ladrilhado"; no total, a obra importaria em 300 mil reais, pagos em três vezes: no início da obra, o segundo ao começar as abóbadas e o terceiro quando se finalizasse a obra; a última cláusula do contrato estipula que a obra começaria em maio, sendo obrigatório estarem terminadas no final de setembro do mesmo ano, declarando-se ainda que, caso a obra tivesse alguma ruína no prazo de um ano, os mestres teriam de a repetir; 18 agosto - examinam a obra João Fernandes e Simão Mendes, naturais de Elvas; 1745, 07 abril - data do regulamento para o regime interno do Hospital da Caridade de Olivença e cópia do Compromisso da Misericórdia de Lisboa; 1772, 06 dezembro - contrato entre a Junta Diretiva da Santa Casa e os pintores elvenses Eugénio Mendes e Inácio José Mendes para pintar o retábulo-mor, por 88.515 reais; os pintores certificam que "emgeçamos e fengimos de pedra e douramos perparams a capela maior da igreja da dita Santa Caza em cuia obra se fez de despeza a coantia de oiutenta oito mil quinhentos e quince réus y destos se faz abatimento de dezoito mil e quinhentos reis por se acharem cargados na despeza do mês de maio do presente anno dionde vem a ficar licudo para esta que pasamos setenta mil e quince reis cuia coantia recebemos do cofre da dita Santa Caza e por estarem as tintas e mais drogas pagas e o nosso trabalho pasamos a presente para a todo tempo conste"; 1777 - o provedor Bernardo do Rego manda pintar o retábulo do Evangelho; 1801, 20 maio - na sequência da Guerra das Laranjas, Manuel Godoy consegue apoderar-se de Olivença, que é integrado no Reino de Espanha; 1803 - alteração do regulamento da Misericórdia; 1807, 03 novembro - contrato com os canteiros de Borba, José da Silva Teixeira e Sebastião Lopes Charo, para realizar seis janelas, com 8 palmos de alto e 5 de largo, na fachada do hospital, orçadas em 12 moedas de ouro, e uma urna à romana para a capela da nova enfermaria, por 40 moedas de ouro; fazem ainda um peito para uma janela, uma pia para a enfermaria, 17 degraus para a escada e outras obras; pede-se a Simão António Pereira, irmão da confraria, o empréstimo de 200.000 reais portugueses; 1809, 19 julho - o padre Félix Joaquim Rogado, então escrivão da Misericórdia, recebe no consistório o quadro com representação de Jesus Cristo com a cruz às costas, obrigando-se a conservá-lo na sua casa enquanto vivesse, sendo depois os seus herdeiros obrigados a restituí-lo ao provedor e demais Irmãos da Santa Casa; 1817, 23 julho - 1818, 07 maio - obras no edifício, nomeadamente na enfermaria dos homens e das mulheres, no pavimento, abertura de uma claraboia e feitura de uma pequena capela, tudo por 5872 reais; 1818, 02 julho - referência em ata de se estar a fazer, em Lisboa, a imagem de Santo Cristo para a capela da nova enfermaria, devendo estar pronta em final de outubro; o escultor Joaquim José de Barros compromete-se a executar a imagem em madeira de cedro, com a cruz de outra madeira, mas também de boa qualidade, e tamanho proporcional ao pequeno altar da nova enfermaria, por 76$800 reais; 09 novembro - compra de resplendor e cravos ao joalheiro lisboeta Custódio José da Cunha, por 16.400 reais, para a imagem da enfermaria nova; séc. 19, 1ª metade - gasta-se a média mensal de 17$000 com as amas dos expostos; 1843, 23 fevereiro - requer-se um novo regulamento adaptado às várias necessidades da Confraria; 1852 - o provedor e irmãos acordam enviar uma petição à direção das Filhas da Caridade da Congregação de São Vicente de Paulo para que se encarregassem dos doentes do Hospital da Caridade; 1853, 19 março - em resposta, Ignacio de Santasusana, responsável pela congregação, responde que "no está en su mano el enviar cinco hermanas para encargarse de la asistencia del Hospital"; 1859 - data inscrita em cartela no edifício adossado à capela-mor da igreja; 1860, 13 março - armeiro oliventino Joaquim Cupido compromete-se com o provedor Joaquim do Rego e Andrade, o escrivão José Sánchez e o tesoureiro Carlos Moreno, a fazer a grade para o pátio do hospital, por 2.800 reais e seguindo o desenho apresentado pela Junta Diretiva; faz ainda a guarda do coro-alto por 354 reais e meio; pintura da grade do pátio por Manuel Pérez Mármol; 1863, 03 março - contrato para a feitura da verga de entrada para o pátio, por 2$800 reais, por Joaquim Cupido; 1870, 17 agosto - a Misericórdia começa a enviar os expostos abandonados em Olivença para o hospital de Badajoz, devido à falta de recursos; 1885, 27 abril - a direção do Hospital, presidida por Carlos Moreno, volta a contactar as Filhas da Caridade solicitando quatro irmãs para se encarregarem do estabelecimento; 09 maio - Sor. Casimira Astiz, da direção das Irmãs da Caridade, responde dizendo que, apesar do pessoal ser escasso, pedirá à sua superiora de Badajoz que vá inspecionar o hospital e se coloque em contacto com a Junta Diretiva do mesmo; a chegada das irmãs cria a necessidade de fazer obras para o seu alojamento, ficando as irmãs na enfermaria das mulheres enquanto essas não estivessem concluídas; entre as zonas afetados pelas obras, consideradas de primeira necessidade, encontram-se: a enfermaria das mulheres, corredor onde está o crucifixo, sala de cirurgia, quarto de guarda-roupa, piso baixo, enfermaria da escada, obra de serralheiro e de carpinteira; 31 maio - data do regulamento do Hospital da Caridade de Olivença; 14 junho - aprovação de novo regulamento da Misericórdia; 15 dezembro - visita da superior das Filhas da Caridade de Badajoz ao hospital para ver as instalações, recomendando algumas obras de remodelação; 25 dezembro - a Junta Diretiva da Misericórdia adjudica as obras de serralharia a Nebreda por 290 reais, as de carpintaria a Custódio Jorge por 380 reais, e as de alvenaria a Manuel Barim por 1.300 reais; 1886, 04 março - não tendo chegado a acordo com as Irmãs da Caridade relativamente à renumeração, o provedor Carlos Moreno dirige-se à superior das Servas de Maria solicitando um plano detalhado com as condições que exigiam para se estabelecer na Santa Casa; 22 setembro - Misericórdia acorda com a Direção das Filhas da Caridade o pagamento, a cada uma delas, de um real diário e quarenta mensais para o vestuário, calçado e demais gastos particulares, ministrando-lhes ainda artigos de primeira necessidade; 05 novembro - chegada das primeiras quatro Filhas da Caridade para servir no hospital da Misericórdia; 1899, 05 junho - a Junta Diretiva acorda expor as condições sob as quais se havia de construir o novo consistório: seria abobadado e com pavimento de ladrilho, as madeiras que então tinha ficavam para a Santa Casa e após se iniciarem as obras, não as poderiam parar; decide-se aceitar a proposta do mestre Manuel Reyes, que estabelece cobrar 5% menos do que qualquer outro licitador; 12 junho - contrato entre ambas as partes por 210 reais ou 304 pesetas; 30 novembro - Câmara de Olivença cria um posto de socorro no interior do hospital da Misericórdia; 1900, 25 dezembro - tendo em visa a ampliação do hospital, a Junta Diretiva compra por 2000 pesetas a casa que possuíam, na Rua do Espírito Santo, confrontando com a cabeceira da igreja, aos herdeiros de José Maria Marzal; 1902 - modificação do Regulamento da Misericórdia; feitura da verga do altar-mor por José del Carmen Ferrera; 1908 - aprovação do novo Regulamento da Misericórdia; 1970 - adaptação do hospital a lar de 3ª idade; 1986 - aprovação do novo Regulamento da Misericórdia; 1989, 02 outubro - criação dos Centros de Saúde, levando ao encerramento do posto de saúde no hospital; 2001, 10 julho - saída das quatro Filhas da Caridade. |
Dados Técnicos
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Sistema estrutural de paredes portantes. |
Materiais
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Estrutura rebocada e pintada; placa e cornijas de betão; molduras dos vãos, brasões, pias de água-benta, púlpito, pavimento da igreja e outros elementos em mármore; revestimento das paredes interiores a azulejos azuis e brancos; retábulos de talha a branco ou policroma; grades, guarda do coro e teia em ferro; cobertura de telha. |
Bibliografia
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ABRANTES, Ventura Ledesma - A Santa Casa da Misericórdia da Vila de Olivença. Lisboa: Sociedade Industrial de Tipografia, 1940; COSTA, P. António Carvalho da - Corographia Portugueza e descripçam topographica do famoso Reyno de Portugal. Lisboa: oficina de Valentim da Costa Deslandes, 1708, Tomo II; FRANCO, Servando Rodriguez, SORIA, Pepe - Olivenza, una visita guiada. Olivenza: 2000; MECO, José - Azulejaria Portuguesa. Lisboa: Bertrand Editora, 1989; PACHECO, Diego Peral, Álvarez, José Luis Sánchez, LÓPEZ, José Mariano Fernández - «La Misericordia Oliventina: recorrido histórico». In Callipole, Revista de Cultura. Odivelas: 2008, n.º 16, pp. 25-58; SERRÃO, Vítor, LIMPO, Luís, RODRIGUEZ, Servando - «"A Grande Fronteira": património oliventino». In Monumentos. Lisboa: Direção-Geral do Património Cultural, 20016, n.º 34, pp. 14-25; TEODORO, Miguel Angel Vallecillo - Historia de la Santa Casa da Micericordia de Olivenza (1501-1979). Badajoz: Santa Casa da Micericordia de Olivenza, 1993; TEODORO, Miguel Angel Vallecillo - «A Igreja da Misericórdia de Olivença» (http://repositorio.ul.pt/bitstream/10451/1775/15/22797_ulfl066731_tm_05_olivenca.pdf), [agosto 2019]. |
Documentação Gráfica
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Documentação Fotográfica
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DGPC: SIPA |
Documentação Administrativa
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Intervenção Realizada
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Proprietário: 1790 - remodelação de um altar; 1804 - 1805 - a Junta Diretiva manda proceder ao restauro da imagem de Cristo que ia na procissão das Endoenças; 1901 - obras de remodelação do hospital, promulgadas por uma comissão constituída por Juan Borrallo Alvez, Luis Gómez González, António Cordero Frois e Francisco Méndez Correia, que acordam destinar o piso principal para clínica de medicina e cirurgia, devidamente separadas por sexo; colocar na parte central do piso principal as habitações dedicadas a laboratório farmacêutico, cozinha e sala de irmãos; comunicar as distintas salas com os corredores; colocar no piso térreo as habitações para a cura pública, sala de autópsias, dependências para os serventes; habilitar uma dependência para consistório, uma para o secretário e uma sala para banhos; fazer na cocheira duas dependências, uma para palheiro e outra para lenha; colocar no segundo piso as dependências para doentes contagiosos e construir uma sala de operações; 1902, 24 junho - acorda-se consertar os estandartes, fontes e canalizações da horta dos Arvelos, dispensando setecentos e cinquenta pesetas para tal; 30 junho - conclusão da instalação elétrica na Misericórdia; 29 setembro - acorda-se edificar uma latrina no estabelecimento para fazer a limpeza da enfermaria; 1920, 26 dezembro - o alcaide de Olivença propõe ao presidente que haja no hospital uma canalização que desague na Rua Fernando Afonso com a que se estava a ser construída pelos donos da fábrica de azeite; como o hospital não tinha recursos o Município oferece-se para pagar a conta dos atrasos que o hospital tinha; 1948, maio - a Junta Diretiva instala uma sala de cirurgia para realizar todo o tipo de operações; 1967 - instalação da rede de água potável; 1970, até - obras de adaptação do edifício adossado à capela-mor a casa funerária; 1970 - obras de adaptação do hospital a lar de 3ª idade. |
Observações
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Autor e Data
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Paula Noé 2019 |
Actualização
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