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Edifício e estrutura Estrutura Comemorativo Monumento escultórico
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Descrição
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| Monumento composto por um pedestal em calcário liós, que sustenta um grupo escultórico em bronze. O pedestal tem acesso por plataforma ovalada, com escadas viradas aos pontos cardeais, ladeadas por bases de cantaria, totalmente encimada por gradeamento em bronze, ornado por folhas de acanto, interrompidas por acrotérios de cantaria a que se fixam, em forma de pilares, alguns de fuste almofadado, encimados por urnas ornadas por acantos. O pedestal é curvo e irregular… No lado esquerdo, um grupo escultórico alegórico, representando o Triunfo, na forma de um jovem alado, que segura a palma da vitória e as rédeas de um ginete que pisa um homem caído; inferiormente, uma peça de canhão e estandartes, uma trompa e um elmo. No lado oposto, a figura da Fama, que toca uma trombeta, parcialmente desaparecida, em bronze; junto à figura, um elefante espezinha um homem agrilhoado. Na face frontal do pedestal, surge. No lado oposto, um baixo-relevo representando a Generosidade Régia, tendo, no lado esquerdo, um guerreiro romano que sustenta uma figura feminina desfalecida, alegoria à cidade de Lisboa, cujo escudo sustenta nas mãos; surge ao lado de um menino alado com coroas de louros, que liga à figura central, coroada e segurando os planos de construção da cidade; aos pés, o Comércio, na figura de um homem que oferece um cofre aberto, tendo atrás, a Providência, na forma de figura feminina com espigas de trigo e chaves na mão, ao lado da Arquitectura, segurando um compasso e um esquadro e o projecto da cidade de Lisboa. O pano de fundo é formado por fragmentos de estruturas arquitectónicas. Sobre o pedestal, cuja base é preenchida por cabeças de serpente, a figura régia de D. José I surge montado num cavalo de sela, em pose de Piaffer, sobre uma sela portuguesa, de costas direitas e cabeça erguida. A figura surge com armadura de ferro em peças móveis, com mãos desnudas, sendo visíveis os punhos de renda, a direita segurando o ceptro real, ornado por folhas de acanto e encimado por uma estrela, e a cabeça protegida por capacete emplumado; no lado esquerdo, embainhada, uma espada típica do séc. 15. A face foi retratada ao vivo, correspondendo às reais feições do monarca. O cavalo possui cabeça pequena e orelhas direitas, de pelo curto, com as veias bem visíveis, tendo as jaezes muito ornadas. |
Acessos
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| Praça do Comércio |
Protecção
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| Incluído na classificação da Lisboa Pombalina (v. IPA.00005966) e na classificação da Praça do Comércio (v. IPA.00006491) |
Enquadramento
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| Urbano, isolado. |
Descrição Complementar
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| "mas logo depois Eugénio dos Santos fez (e assinou) o desenho da própria estátua, aprovado pelo então conde de Oeiras, o que faz atribuir-lhe a data de 1759.1760, e que se tornou assim modelo oficial. Modelo que o arquiteto fora buscar a Le Brun, num desenho publicado em 1752 na Architecture Française de J.F. Blondel, onde ele encontrara igualmente modelo para o arco do triunfo da praça (…) Machado de Castro trabalhou conscienciosamente e muito estudou, como veio a explicar numa Descrição Analítica que longamente redigiu e veio a publicar só em 1810, estava já outra corte exilada no Brasil. É uma obra indispensável para avaliar a cultura e a mentalidade do escultor, tanto em múltiplas citações de Cochim, de Du Fresnoy, já de Winckelmann, quanto às dificuldades que teve que ultrapassar para realizar a obra. (…) O modelo em barro do medalhão, que se conserva, revela o cuidado posto no retrato do ministro, mais expressivo do que qualquer outro que se conheça, na desdenhosa firmeza que o todo-poder lhe assegurava. Mesmo que, na redação da Descrição da sua estátua (ou na sua edição) o escultor tivesse eliminado toda e qualquer referência à peça, mudados os tempos e os poderes que tinham feito arrancá-lo do seu lugar e substituir pelas armas veleiras da cidade. (…) Mas o pedestal do monumento animava-se ainda com dois grandes grupos escultóricos que vinham também dos desenhos de Eugénio dos Santos, com lembrança direta de Le Brun, também, um deles, que representa um cavalo encabreado, esmagando um guerreiro inimigo e levado à arreata pela figura do Triunfo. O outro grupo tem originalidade nacional ao figurar um elefante que Le Brun não poderia prever. Ele aterroriza um guerreiro tombado também, perdido o escudo com a cabeça de Górgona, enquanto uma figura alada, agora feminina, mas discreta no empregueado do busto, toda a trombeta da Fama. (…) Outra composição em baixo-relevo ocupa a parte traseira do pedestal e ele foi deixado à invenção inteira de Machado de Castro, que sobre os seus princípios iconográficos largamente discorreu. Trata-se necessariamente de uma alegoria ao Governo de Pombal e (passada por ajudantes à pedra, por outros empenhos do mestre que só lhes forneceu a "invenção poética" de um primeiro esboceto modelado em barro), está dividido em três partes agrupadas.
O primeiro grupo compreende a Generosidade Régia, o Governo da República, o Amor da Virtude e a Cidade com os seus símbolos, O segundo contém o Comércio, a Providência Humana, a Arquitetura e seus distintivos. O terceiro, as duas colunas do templo, um trono com parte da cortina do pavilhão, seus degraus e mais resto do peristilo, assim como, em plano diverso e como em distância, uma porta de outro edifício separado. (…) Toda a figuração obedece aos cânones iconográficos de Ripa, autoridade respeitada, entre muitas outras que, no domínio da estética mais recente, vimos citadas pelo autor, no seu abundante volume de reflexões." (FRANÇA, 2008) |
Utilização Inicial
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| Comemorativa: monumento escultórico |
Utilização Actual
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| Comemorativa: monumento escultórico |
Propriedade
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| Pública: estatal |
Afectação
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| Sem afectação |
Época Construção
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| Séc. 18 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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| ARQUITETO: Reinaldo Manuel dos Santos (1764). ENGENHEIROS: Bartolomeu da Costa (1772-1775); Eugénio dos Santos (17). ESCULTORES: Alexandre Gomes (1772-1775); António Machado (1772-1775); João José Elvéni (1772-1775); Joaquim Machado de Castro (1771-1775); José Joaquim Leitão (1772-1775); Leal Garcia (1772-1775); Manuel Lourenço (1772-1775); Nicolau Vilela (1772-1775); Valentim dos Santos Carvalho (1772-1775); FUNDIDOR: Bartolomeu da Costa. |
Cronologia
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| Séc. 18, 2.ª metade - nos planos da reconstrução de Lisboa, desenhadas por Eugénio dos Santos, estava proposta a construção de uma estátua equestre, cujo pedestal e estátua também projectou; 1764 - feitura do pedestal para a estátua de D. José pelo arquiteto Reinaldo Manuel dos Santos; 1770, 19 Outubro - Domingos da Silva Raposo, ajudante de arquitectura da Casa do Risco, convida Machado de Castro a concorrer à feitura do conjunto escultórico; Novembro - o escultor abandona Mafra, dirigindo-se a Lisboa, onde Reinaldo Manuel dos Santos lhe apresenta gravuras do pretendido; 1771, 21 Março - é chamado ao Paço, com o outro concorrente, para que o monarca escolhesse o que pretendia; o monarca escolhe os planos de Machado de Castro; 22 Março - Junho - estudo dos desenhos e execução de um modelo em cera; execução de um modelo em barro do grupo escultórico, alterando significativamente o desenho de Eugénio dos Santos; para tal, observou e desenhou o cavalo Gentil, de raça hispano-portuguesa, disponibilizado pelo Marquês Estribeiro-Mor; 10 Julho - o escultor recebe ordens para fazer um modelo maior, feito a partir de um módulo em gesso, feito a partir do modelo de barro; 16 Outubro - concluído o esqueleto, começou a ser preenchido com gesso; 1772, 10 Março - termina a feitura do modelo de gesso, entregue ao engenheiro Bartolomeu da Costa para fundição; 19 Junho - 1775, Abril - feitura dos medalhões de calcário por canteiros e delineados as esculturas por oficiais da escola do mestre, João José Elvéni, Alexandre Gomes, Leal Garcia, José Joaquim Leitão, Nicolau Vilela, António Machado, Valentim dos Santos Carvalho e Manuel Lourenço; 1773, 11 Outubro - estava concluído o esqueleto em ferro, iniciando-se o retoque das peças; 18 Dezembro - o retoque das peças termina; 1774, 5 Setembro - início do desbaste da pedra para a execução do baixo-relevo; 14 Outubro - termina a fundição do bronze; 1775, 15 Maio - visita dos monarcas e infantes à Casa de Fundição, onde se fazia a escultura; 16 Maio - todas os nobres podiam visitar o espaço onde se ultimava a estrutura; 22 Maio - 25 Maio - transporte da escultura para a Praça do Comércio, puxada por cerca de mil homens; 16 Junho - inauguração do grupo escultórico; 1794, 14 Julho - o escultor Machado de Castro recebe ordens para terminar o baixo-relevo, então apenas desbastado; 1795, Março - termina a escultura do baixo-relevo. |
Dados Técnicos
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| Estrutura autónoma. |
Materiais
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Bibliografia
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| PEDREIRINHO, José Manuel - Dicionário de arquitectos activos em Portugal do Séc. I à atualidade. Porto: Edições Afrontamento, 1994; VALENTE, António José da Silva - A estátua equestre de D. José I de Machado de Castro 1775. Lisboa: s.n., 1998, 2 vols. Texto policopiado. Dissertação de Mestrado em História da Arte apresentada à Universidade Lusíada. VITERBO, Sousa - Diccionario Historico e Documental dos Architectos, Engenheiros e Construtores Portuguezes ou a serviço de Portugal. Lisboa: Imprensa Nacional, 1904, vol. I; FRANÇA. J.A., Lisboa, História Física e Moral, Livros Horizonte 2008, pp. 436-444. |
Documentação Gráfica
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Documentação Fotográfica
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| IHRU: DGEMN/DSID, DRMLisboa |
Documentação Administrativa
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Intervenção Realizada
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Observações
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| EM ESTUDO. |
Autor e Data
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| Paula Figueiredo 2009 |
Actualização
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